História Lucas, Desperately - I. Starting from the Bottom

Virada de ano, Feliz 2020!

Enquanto todo mundo da Fenghuang Club comemorava a entrada na nova década, a mente de Chittaphon Leechaiyapornkul retornava a 2016, quando decidiu pisar os pés na Coréia do Sul e tentar sua vida como qualquer coisa — no sentido mais literal possível.

Quem diria que o caminho do inferno era feito de boas intenções?

Chittaphon tinha um sonho. Era um amante de artes, em especial, seu talento em pintura e desenhos abstratos com simples canetas. Queria mostrar essa sua visão ao mundo, ou quem sabe expressar todo aquele sentimento jovem flamejante dentro de si através da dança. Esta última fora valorizada na Coréia, especialmente em Itaewon, em clubes noturnos e com "Ten" usando pouca roupa, muita maquiagem e média quantidade de drogas no organismo para manter seu sorriso no mínimo confortável durante as noites que pareciam infinitas.

Nos palcos, enquanto em transe, sentia a sua paixão viva dentro de si como fogo, porém ao acordar no dia seguinte, tudo era lágrimas... cinza... nublado.

Mas ele voltou.

Ten estava de volta ao lar, ao menos num cargo mais sofisticado.

— Se liga na ideia... — Huang Hendery se encostou no ombro do tailandês, fazendo um frame com seus dedos como se filmasse uma das laterais de seu clube. — Vou colocar o palco de dança central naquele espaço inútil e vou fechar as plataformas menores com pole dance, tipo com um vidro escuro que só vai acender com as notas depositadas nas máquinas. Acho que é mais seguro para menines que querem trabalhar... como posso dizer... sem toques?

Huang Guanheng — ou Hendery, como prefere ser chamado — é o irmão caçula riquinho de Yukhei. Tão jovem, salvou partes de suas mesadas gordas para focar em algo de seu futuro, assim, conseguiu abrir o Fenghuang Club.

— Então, Chitta... está de volta?

O tailandês lambeu os lábios, sentindo aquele olhar intenso que só os Wong/Huang tinham.

— Acho que sim. — foi ambíguo de propósito.

— Por onde anda o Xuxi? Faz tempo que não tenho contato!

— Aquele último contrato de dois anos em Hong Kong acabou. Ele quer entrar em outro nome, prefere as passarelas do que representar as marcas. — sorriu, com a mente a imaginar o rosto do chinês sempre sorridente. — As passarelas sempre foram para ele!

— Depois de ele ter vendido o corpo e a alma, nada mais justo!

Ten não poderia discordar da afirmação do mais novo. Não era como se não soubesse do fato que Yukhei literalmente se vendeu como forma de fugir de sua família problemática.

A matriarca Huang estava isolada numa mansão nos confins da China derrotada por um câncer e pela dependência química, enquanto o patriarca lucrava com o narcotráfico nos portos de Hong Kong. Abandonar o pai significava muitas coisas para Yukhei; deixar o irmão, morrer ou ficar sem dinheiro. Tudo isso ao mesmo tempo ou também nada disso.

Yukhei arriscou tudo o que tinha para fugir e óbvio, foi deserdado, mas conseguiu se livrar daquela jaula invisível e depois da morte da mãe e a vindoura maioridade, Guanheng também cortou os laços com o pai. O jovem Huang estava tão feliz quanto Yukhei agora, gozando de sua felicidade com o Fenghuang Club junto de seus dois namorados.

— Yangyang, Dejun, este é Chittaphon, o lendário dançarino da Itaewon Street e agora namorado do meu irmão! — Hendery o apresentou a seus namorados.

Ten se curvou e acenou para eles, se afastando quando o trisal passou a discutir coisas íntimas e Hendery começou a explicar tudo de novo sobre as mudanças no clube.

Yukhei:

Consegui o emprego

Ah

Uma foda também.

Sorriu de lado, sentindo-se aliviado por Yukhei conseguir o que queria.

Rolando o feed do Instagram, encontrou atualizações de Lee Taeyong — velho conhecido — que havia mudado todo o seu perfil na rede social de e-boy para fotografias profissionais e um perfil verificado.

E fotos assinadas por BBH.

Ten:

BBH?

Uau

O melhor fotógrafo da Coréia!!!???

Girl???

Enviou em sequência, sendo visualizado em poucos minutos depois.

TY:

Tennie!!!

Quanto tempo!

Aaaah, sim

É uma longa história

glow up, bitch

Era inegável que aquele feito de Taeyong era grandioso, pois era Byun Baekhyun, o cara que fotografou para a Playboy, Vanity Fair e também trabalhou em projetos para a Versace e Armani.

Ten:

ele é poderoso

TY:

haha

um fofo

ei

sinto saudades :(

nossas velhas aventuras

O mundo normal é chato

Ten:

Awn :(

acho que n fomos feitos pra isso

TY:

quanto tempo ficou depois que saí?

Ten:

Quase dois meses

Eles quem me liberaram

Queriam que eu ficasse na recepção

achei desnecessário

Me pagaram uma grana legal

Parecem estar bem

E eu também estou

Sou babá do irmão do Yukhei

Quem disse que puta não pode ter um lar?

TY:

eu nunca disse!!!

e o Yukhei?

Ten:

Modelando

Fodendo algum empresário necessitado

TY:

hmmm

olha

eu tenho contatos

se ele não for do tipo

"gosto de coisas pelo meu mérito"

e essas merdas de ativão

posso pegar o contato dele e o portfólio para recomendar as agências que eu trabalho

Ten:

Não acho que ele se importe

Apesar de ser um ativão :)

Obrigado, Yongie

Fica bem

TY:

Awn honey

eu já estou bem!

;)

Taeyong bloqueou a tela e jogou o celular de lado, voltando a focar-se em Mark Lee ajoelhado entre suas pernas e com os cotovelos apoiados em sua coxa, fingindo esperar com calma.

— Já terminou? — o mais novo perguntou com deboche, sendo puxado pelos cabelos até estar por cima de Taeyong na cama.

Os Lee usavam apenas camisa de botões e mais nada, o que facilitou para Mark enquanto Taeyong se distraia em chupar sua língua. Colocou seu membro duro sem cerimônia, depois de tanto esperar o mais velho digitar, segurando as pernas magras dele no alto e estocando-o com rapidez.

Taeyong gemia grave, não poupava-se, mesmo num quarto de hotel.

— E seus vizinhos? Me parece que será advertido! — Mark provocou em meio as metidas, sem perder a entonação irônica mesmo exercendo tanta força.

Taeyong acumulou ar em seus pulmões, dando um belo sorriso antes de quase cuspir:

— Foda-se!

Mark espalmou a coxa dele.

— Boca suja... senti falta desse buraquinho,as eu preferia você como uma bonequinha!

Taeyong lambeu os lábios e puxou os próprios fios arroxeados antes de agarrar a nuca de Mark com violência e o por a seu lado com a cara contra o colchão e o quadril apontado para o alto.

— Supera, querido! — disse, enterrando seu pau no mais novo e segurando-o para que não se afastasse. Apertou os dígitos na pele branca dele para o sentir vibrar. — Que delícia de bunda, hm? — estapeou um lado.

— Hyung...! — Mark gemeu, sem nem mesmo saber o porquê de ter usado esta palavra.

Taeyong marcou sua pele com mais tapas, deixando o próprio canadense se mover para se foder em seu membro, chamando pelo hyung e excitando o mais velho mais e mais.

— Gosto quando me chama assim! — Taeyong trilhou beijos pelas costas arqueadas do mais novo, ficando melhor encaixado ao corpo alheio e com seus lábios rente ao ouvido dele, enquanto tateava o peito de Mark em busca de seus mamilos. O ponto fraco.

— Oh... sim... — gemeu baixinho, estremecendo com os toques precisos de Taeyong. Precisou se masturbar, ciente que não ia demorar muito. — Me fode... me fode sem pena, hyung!

O mais velho se afastou, retirando seu membro de Mark, que grunhiu baixo. Ficou a admirar o mais novo todo empinado para si, enquanto lubrificava seu membro com a propria saliva e o adentrou sem aviso, vendo-o se arquear e então, retirou-se mais uma vez e deixou Mark respirar para então recebê-lo de uma vez e até o fim, para Taeyong retirá-lo por completo mais uma vez e repetir tudo de novo.

Mark já tremia aos limites, obrigando Taeyong a se apressar nas estocadas. Gemiam junto da cama, que se chocava contra a parede no ritmo que os Lee fodiam.

— Oh Deus... sim... caralho hyung, oh, sim, isso! — Mark choramingava. — Metendo bem... tão bem... oh!

Mark jogou seu corpo para trás num grito de prazer, esporrando a cabeceira da cama enquanto ficava mole no colo de Taeyong que o guiava para sentar em seu pau, enfiando os dedos na boca de Mark que escorria saliva pela sua língua preguiçosa a brincar com os dedos esguios do Lee mais velho.

— Oh... Mark, eu vou...

Ciente do que estava por vir, Mark caiu de bruços na cama e deixou Taeyong gozar em sua bunda. Estava tão inerte que não sentiu os tapas do mais velho, despertando somente com o próprio deitado a seu lado, encarando o teto com o peito subindo e descendo, além de seu olhar como se estivesse a faiscar e seu sorriso satisfeito ali também.

Mark sorriu.

— Isso foi... — o mais velho começou.

— ...rápido? — Mark completou baixinho.

Riram juntos, até vir o silêncio.

— Hyung...! — Mark impediu que ele fosse mexer nos próprios cabelos. Taeyong parecia muito mais maravilhoso quando bagunçado. — O que acha de... você quer tornar isso fixo? — não desviou o olhar, precisava analisar cada expressão do outro.

Taeyong soprou um riso fraco.

— Você quer ser comido por mim de novo? — Taeyong então virou-se para ele, deitado em uma de suas mãos.

— Sim, quer dizer... não exatamente, falo do sexo.

— Claro!

— Sério? — arregalou os olhos.

— Uhum! — o mais velho deu um longo suspiro, voltando a encarar o teto com aquele mesmo sorriso lindo. — Estou preparado para o mundo da moda vir me oferecer catálogos de homens e mulheres gostosas. Só que eu gosto de confiar, Mark... infelizmente não sou muito adepto a romance, talvez seja mau costume, então, se é isso que procura... sem chance.

— Não, claro que não. — respondeu de imediato, percebendo o incômodo do mais velho. — Já perdi minha chance de amar.

Taeyong virou-se para si, com seus belos olhos grandes o encarando com um bico. Mark sentiu que poderia confiar nele... se aproximar... pegou-se indo se deitar no peito dele, aliviado por sentir os dedos longos de Taeyong a acariciar seu cabelo preto.

— Isso já faz um tempo, deveria estar resolvido sobre isso, não acha? — Taeyong teve de ser clichê, mesmo sabendo que superação necessita de tempo. E tempo é relativo para cada um. — Eu me apaixonei pelo Jaehyun quando eu era submisso. — revelou, sentindo Mark se remexer. Evitou o olhar dele. — Por que acha que eu cumpria meu papel doce tão bem? Eu gostava daquilo, daquela posição... mas eu me lembrava que eu era mais que aquele personagem e meu vazio era tão maior quanto. Eu não podia preencher com qualquer coisa... — fitou Mark e seus olhos curiosos e assim o puxou para um beijo lento. — Podemos sair, dormir juntos, desde que procure um outro namorado o quanto antes!

— E que você não pare de foder depois disso!

— Claro que não, não estarei morto! E além do mais, estou a procura de quem me domine!

•••

Taemin zerou sua garrafa de vinho após a tensa entrevista com a mais nova aquisição em seu catálogo. Sentia-se tonto, então ver a silhueta esguia de Kim Jongin entrando em sua sala parecia mais uma ilusão alcoólica.

Jongin falou algo, mas era como se o Lee estivesse debaixo d'água, então, só deixou a taça de lado e se levantou pouco se fodendo para o roupão dourado aberto e agarrou a cintura do mais alto para beijá-lo e fora impedido, desde que Jongin ergueu o rosto e se distanciou dele.

— Está bêbado! — o Kim constou o óbvio. — E também trepou!

Taemin revirou os olhos e tombou no sofá, sem nem mesmo verificar se o sofá estava atrás de si, de fato.

— Consegui um modelo... — anunciou grogue.

— O que acha que está fazendo? — encarou o corpo alheio, com uma expressão repugnante.

— Me escuta, Kai... uma vez na vida! — chamou-o pelo apelido e ponto fraco. — Abrir essa agência com seu nome ao lado de novos rostos é a chance de apagar a sua gafe nos tablóides!

O Lee se referia ao controverso relacionamento entre Kim Jongin com Jennie Kim — uma Angel da Victoria Secrets — que fora abalado por vazamentos de supostos relacionamentos anteriores de Jongin com homens e mulheres que afirmavam que o próprio tinha atitudes doentias e suas práticas sexuais eram de cunho duvidoso.

Taemin se apoiou em seus braços.

— Eu posso te vender como o maior solteirão do mundo da moda, ao meu lado como maior modelo da Coréia da década passada e... — jogou o portfolio de Wong Yukhei nos pés do Kim. — A nova jóia do momento, fotografado pelos melhores olhos da moda do mundo, Byun Baekhyun!

— Contratou BBH para fotografar um novato? — Jongin riu com desprezo, mesmo que, avaliando o perfil do Wong, ele era aceitável.

— Quero que abra sua casa para uma festa! — Taemin ordenou, se levantando. Viu o mais alto assentir e aproveitando a distração dele, colou-se no corpo alheio, conseguindo proximidade suficiente para passar sua língua nos lábios dele, que cedeu a beijá-lo. — E então, nada mais pode te abalar, meu bem!