História Lucille - Vida Longa ao Rei!

Lucille

Nos últimos dias os ataques do novo grupo têm sido mais frequentes e mais violentos, está cada vez mais próximo de Alexandria. Apesar de querer metade daquela gente morta pelo que fizeram com o Negan, eu ainda me preocupo com algumas pessoas de lá. Tentei por várias vezes trazer o Carl para o Santuário, mas ele nunca quis vir. Judith e ele são os únicos que me importa naquele lugar, o resto me odeia e eu os odeio também.

Não foi fácil tomar o Santuário de volta, muita gente, principalmente os homens, não admitem serem comandados por uma mulher. Então tive que colocar minha marreta para trabalhar, algumas cabeças arrancadas depois, todos aceitaram minhas regras.

Voltar para aquela casa, a casa do Negan, não foi nada fácil para mim. Tudo ali me lembrava dele, Abe cuidou bem da casa, deixou tudo no lugar. Mais agora eu tinha que ser forte, uma guerra estava se aproximando e dessa vez os Salvadores saíram vencedores.

Abe me diz que estamos com problemas, o último ataque foi a 15 metros de Alexandria e dessa vez havia todas as letras do meu nome juntas, o que é bem preocupante, pois indica que aquele foi o último ataque antes deles atacarem de vez Alexandria.

-Chame a Shasha, nós vamos para Alexandria e trazer as crianças nem que seja a força! –digo decidida. –Vou chamar o Daryl.

-Nos encontramos no portão. –diz e sai apressado.

Dessa vez a guerra parece ser ainda maior, só que estou preparada para lutar, não vão me pegar de surpresa de novo.

-Quem disse que uma mulher pode nos comandar? As ordens dela são ridículas! Não é porque ela foi a vadia preferida do Negan que devemos obedece-la! –vejo Simon dizer, ele está em cima de uma mesa no meio da rua armando um motim contra mim. Ridículo!

Reviro os olhos e atiro na cabeça dele, que cai sem vida no meio da rodinha de pessoas. Todos me olham assustados, finalmente me temendo de verdade.

-Mais alguém pensa assim? Minha arma está carregada e eu tenho mais munição na minha jaqueta. –pergunto e todos ficam em silêncio, sorrio para eles. –Agora para que fique claro de uma vez: eu não estou no comando porque fui a MULHER do Negan, estou no comando porque sou a única pessoa que pode manter vocês seguros e colocar a porra desse lugar em ordem! Também porque sou muito melhor que vocês em qualquer coisa, mas isso não vem ao caso não é mesmo? Ajoelhem-se! –mando e todos fazem o que digo. –Muito melhor assim.

Sigo para um dos galpões onde o Daryl estava concertando sua moto, ele meio que montou uma oficina para concertar aquela coisa. Ele bem que tem tentado se adaptar aqui, sei o quanto é difícil para ele, já disse que ele poderia ir embora quando quisesse, mas ele não quer ir. Admiro a força de vontade dele em querer ficar perto de mim e da Luna mesmo que seja num lugar onde ele só tem lembranças ruins. Por falar em Luna, essa dai nunca sai de perto dele, passa horas e mais horas o vendo trabalhar, segue ele por todos os lados, só o deixando sozinho quando quer ficar comigo.

Então não me surpreendo em vê-la sentada ao lado dele, muito concentrada no trabalho dele, quando entro no galpão.

-Muito trabalho hoje? –pergunto chamando a atenção deles. Luna corre para meus braços quando me vê, e Daryl me olha como se eu fosse a coisa mais linda que ele já tinha visto. Isso faz meu coração ficar acelerado, sorrimos um para o outro.

-O Daryl estava terminando de concertar a moto, mamãe! –diz animada.

-Que bom princesa. Ele pode terminar isso depois não é? –pergunto a ele que assente. –Temos que ir visitar o Carl agora.

-Aquele assunto de novo? –ele me pergunta preocupado.

-Eles vão chegar.

-Quem vai chegar? –ela pergunta confusa.

-Carl e Judith vão vir passar uns dias aqui, o que acha?

-Amei a ideia mamãe! –grita e sai pulando feliz. –Vou contar para o tio Abe.

-Vamos juntas então, seu tio vai com a gente.

O caminho para Alexandria é tenso, estamos todos nervosos com o que pode acontecer, afinal, ninguém realmente quer uma nova guerra. Ao avistarmos Alexandria, vejo todos do lado de fora observando as estacas colocadas bem em frente aos portões.

-Agora é só uma questão de horas. –sussurro para mim mesma.

Chegando lá, desço do carro com Luna em meus braços, ela esconde o rostinho em meu pescoço para não ver aquilo.

-O que houve? –pergunto.

-Spencer. –Rick responde indicando um dos corpos que pareciam ser bem recentes, presos nas estacas da mesma forma de antes. –Esses outros são de Hilltop, Maggie acabou de confirmar.

-Vamos todos entrar, é perigoso ficar aqui fora. –diz Daryl, fazendo todos entrarem, fechando o portão em seguida.

-Ninguém viu quando eles colocaram isso ai?

-Spencer estava de guarda e sabemos o que aconteceu com ele. –responde Rick parecendo abalado.

-Esses caras são fodas. –digo impressionada. –Já sabemos que não estamos lidando com um psicopata qualquer, então vamos ter que montar um plano o mais rápido possível.

-Então o que sugere? –me pergunta Maggie. –Matar todo mundo como você fez no Reino?

-Seria uma ótima ideia, porque pelo menos eu faço alguma coisa de útil e não fico por ai bancando a sofredora porque a porra do meu marido foi assassinado. –digo sem paciência para Maggie.

-Gente temos problemas maiores agora. –o padre diz tentando acalmar todos, mas falhando. Coloco Luna no chão, ela se agarra a minha perna, estou pronta para atacar Maggie e dar uma lição nela quando ouvimos o barulho de vários carros chegando.

-Tem razão padre, e o seu problema acabou de chegar. –digo sorrindo sarcástica para ele.

-Essa merda vai feder muito. –diz Abe ficando ao meu lado com seu fuzil na mão.

Então todos ficamos em silêncio, olhando para o portão, esperamos alguns segundos, até que ouvimos passos e um assovio que eu conhecia muito bem.

Meu coração acelera, perco o ar e fico arrepiada dos pés a cabeça, quando vejo aquela sombra familiar se aproximar do portão, o taco girando em suas mãos e aquela pose de dono de tudo ficando mais nítida. Ele bate no portão com o taco, percebo todos estremecerem.

-Porquinhos, porquinhos. Deixem-me entrar! –aquela voz diz e meu mundo desaba de novo para ser erguido novamente por ele, meu Negan.

Tudo volta a seu lugar, sinto a vida voltando ao meu corpo, a saudade apertando em meu peito, tudo em mim chamando por ele. É como se eu estivesse esse tempo todo sem respirar e só agora eu tinha conseguido respirar de novo. Eu tremia, sentia vontade de chorar, mas estava sorrindo. Ele esta vivo! Muito vivo e apenas alguns metros nos separavam.

Quero correr até ele, mas não consigo, queria quebrar aquele portão e me jogar em seus braços, mas meu corpo estava paralisado. Então agradeço aos céus quando vejo um Rick totalmente em choque ir abrir o portão.

Assim que o vejo sinto todo o meu corpo perder as forças, aquela nossa ligação me puxando e pulsando em meu corpo. É como se ele nunca tivesse ido embora, Negan sempre fez parte de mim.

-Olá! –ele diz sorrindo sacana. –Sentiram minha falta porquinhos? Adivinhem só, tio Negan voltou! –ele abre os braços e gargalha diante do medo das pessoas.

Aquele sim era meu homem, lindo, sexy, perigoso, foda e todo meu. Ele me olha e sorri, aquele sorriso só meu, retribuo sentindo aquele poder dele sendo emanado por todos os lugares. Se Negan antes era o demônio, agora ele estava ainda pior, eu posso ver isso, posso sentir. E isso não poderia me deixar mais feliz.

Negan

Insetos. É isso o que todos esses idiotas são, mas não tem coisa melhor do que ver a cara de medo e de choque quando eles me veem. Um prazer inexplicável toma conta de mim, quando os vejo surpresos por me verem vivo e ainda mais perigoso que antes.

Ainda me surpreendo com a inocência deles quando acharam que eu estava morto. Realmente eu quase morri, aquele tiro foi foda, perdi muito sangue, mas consegui fugir do Santuário e me recuperar. Não poderia deixar aquele caipira idiota me matar, ficar com minha mulher e com tudo que era meu. Esse era o único pensamento que eu tinha, precisa me manter vivo por ela e por nossa filha.

Ser pai foi uma das coisas que mais me assustou na vida, mas uma das que me deixou mais feliz também. Luna era perfeita, era minha e por isso nunca a deixei realmente. Sempre ia vê-la sem que ninguém percebesse, de longe acompanhei seu crescimento, suas primeiras brincadeiras e suas primeiras conquistas. Mais vê-la com o caipira me deixava muito puto da vida! Aquela era minha filha e não dele! O cara tenta me matar e ainda quer ser o pai dela? Eu não ia deixar isso acontecer. E ainda tinha a minha Lucille, que eu não fazia ideia de onde poderia estar. A procurei como um louco em todos os lugares, mas mesmo sabendo que ela não estava morta, eu sentia que ela precisava de mim.

Só que eu estava fraco, sem um grupo forte e ainda machucado. Então a primeira coisa que fiz foi arranjar um grupo grande, muito maior que os Salvadores. Matei o líder deles, um idiota que achava que o mundo ainda poderia ter alguma chance. Consegui a liderança desse grupo muito facilmente e depois comecei a minha vingança pelos Sussurradores.

Não posso nem descrever o tamanho do prazer que senti quando cortei a cabeça da Alpha fora e a coloquei em uma estaca para que todos os Sussurradores soubessem que eu estava de volta, vivo e ainda mais forte que antes. Esmaguei os Sussurradores como insetos, isso demorou um pouco é claro, eles vivem no meio daqueles errantes, mas foi um ano muito produtivo de perseguição. Diverti-me muito!

 Vi Rick se achando o dono do mundo comandando meu Santuário, ri muito da cara dele enquanto conquistava mais pessoas para me servir. Dominei praticamente toda a região sul do estado, eu era dono de tudo aquilo. Matei, roubei, saqueei, torturei e conquistei muitos lugares, mas ainda faltava algo.

Precisava encontrar Lucille e pegar o que era meu de volta, então montei meu plano para chegar em grande estilo. Comecei com pequenas montanhas de mortos em lugares específicos, depois com cabeças empalhadas por toda uma estrada que levava até Alexandria e sempre deixando pistas do quão ruim eu poderia ser quando voltasse.

Pretendia me vingar do Reino e daquele imbecil do Ezequiel só que alguém chegou antes, e pelo o que eu tinha visto do que sobrou daquele lugar e do Ezequiel, tinha certeza de que tinha sido obra de Lucille. Minha garota é muito criativa quando está com raiva. Uma artista do terror, ela é magnifica!

Então só restava o grupo de Jesus, não eram grande coisa, mas eu precisava deixar minha marca naquele lugar. Como foi divertido ver a cara de pânico deles quando explodimos o portão e entramos com tudo naquele lugar. Jogamos os errantes que trazíamos acorrentados nos primeiros homens que tentaram correr, depois, um a um, eles foram mortos e colocados em estacas por todos os lugares. Sobrando apenas Jesus, esse eu mesmo tive o prazer de desfigurar com um ferro bem quente na cara, o som da pele queimando e se desprendendo de seu rosto era como musica para meus ouvidos. Encontrei minha Lucille (taco) lá, parece que o idiota de Jesus o tinha pegado como suvenir, o que me deixou bem irritado. Quando a segurei em minhas mãos senti o poder e toda a gloria que aquilo causava em mim. Lucille era o símbolo do meu poder, do que eu era capaz de fazer somente com um taco.

Levamos Jesus como prisioneiro, ele precisava servir como exemplo para os porquinhos de Alexandria. Eu estava ansioso para ver Lucille, só a tinha visto de longe quando tomou o Santuário de volta, fazendo o que ela sabe fazer de melhor, matar!

Por isso adiantei minha chegada a Alexandria, precisava dela e ela precisava saber que eu estava vivo, que eu ainda pertencia a ela e ela a mim.

Agora diante dela e daqueles filhos da puta sei que esses três anos longe valeram a pena, só por ver essas caras de merda deles e o sorriso orgulhoso de Lucille.

-Olá baby! –digo para ela, Lucille suspira, morde o lábio e me deixa louco com isso. –Sentiu saudades do seu homem?

-Pra cacete! –diz sorrindo e corre para meus braços. –Amorzinho! –grita e eu a abraço fortemente.

Por um segundo me esqueço de que temos plateia e me deixo levar pela sensação de ter ela novamente em meus braços, de poder sentir Lucille, seu cheiro, sua pele, seu toque em mim. Eu estava ainda mais fodidamente louco por essa mulher!

-Você está ótima baby! Ainda mais gostosa do que eu me lembrava. –sussurro em seu ouvido.

-Você ainda não viu nada amorzinho. –diz sorrindo sedutora e me dá um selinho. –Você que está foda.

-Eu sempre fui foda. O que me lembra de que... –seguro ela de lado e me volto para aqueles idiotas. –Não estamos aqui para reencontros felizes, acho que vocês sabem o porquê de estarmos aqui não é? –pergunto, mas eles não respondem. –Vocês seus cretinos filhos da mãe, me traíram, tentaram me matar e ainda pegaram o que era meu. Isso me deixou muito puto de verdade, tão puto que vou querer todos mortos. O que acha baby?

-Eu acho ótimo amorzinho. –responde sorrindo para mim.

-Não Negan! Eu não vou permitir que você...

-Você não tem que permitir nada Rick. –digo e solto Lucille, caminho até ele, o encarando. –Isso aqui é meu, tudo aqui é meu. Ainda não entendeu que sou eu que mando nessa porra toda? Você já tentou me matar, mas aqui estou eu, vivo, forte e completamente puto com você! Eu venci a morte, eu matei muita gente pra chegar até aqui, eu sou a porra do rei desse apocalipse e você me deve respeito! –gritei na cara dele. –Diga a eles o que acontece quando alguém vai contra mim, Jesus. –peço e meus homens trazem o Jesus desfigurado, acorrentado e fraco.

Todos ficam assustados, o que me faz rir por eles ficarem com medo de algo tão simples e banal como aquilo.

-Negan destrói tudo e todos. –ele diz fraco e depois desmaia. Seu rosto em carne viva amostra para todos.

-Acabou com ele amorzinho! –diz Lucille se divertindo com aquilo tudo.

-Pai? –ouço Luna me chamar. –Bem que você disse que não ia demorar pra vir me buscar.

-Olá princesa! –sorrio para ela que corre para meus braços. A pego no colo, dou um beijo nela enquanto olho vitorioso para o caipira que está bem irritado.

Entrego-a para Lucille, que parece emocionada com esse novo reencontro, coisa que eu também estou, mas tenho coisas a resolver.

-Isso é muita merda pra vocês não é? Tinham que ver o que eu fiz naquele lugarzinho de bosta que esse idiota vivia. –rindo encaro os porquinhos. –Sabe de uma coisa porquinhos? Eu vou destruir Alexandria e vou acabar com vocês.

Eles ficam sem reação, Rick está de novo com aquele olhar de medo e pânico que só ele tinha e os outros estavam se cagando de medo.

-Ei soldado e sua mulher, venham para o nosso lado! –chamo e os dois caminham até mim com o filho deles. –Pensou que eu esqueceria os dois? Claro que não! Vocês foram os únicos que não me traíram nessa porra!

-Já fiz o que me pediu. –diz Abraham ao passar por mim.

-Muito obrigado por seu trabalho bem feito.

-Você já sabia que o Negan estava vivo? –ouço Lucille perguntar para Abraham.

-Sim, eu o ajudei a fugir do Santuário, mas não sabia que ele tinha conseguido sobreviver até que, dois dias atrás ele me pediu para implantar bombas em Alexandria.

-Você fez o quê? –grita Rick em choque.

-Não, não, não porquinho! Não é assim que se fala com o homem de confiança do seu rei. –o afasto com minha Lucille. –Temos exatas duas horas antes que isso aqui exploda de vez! Bum! –gargalho. –Baby, quer salvar mais algum porquinho?

-Carl e Judith. –responde prontamente.

-Certo, mais só porque você pediu. –sorrio para ela. –Venha moleque, não vai ser hoje que você vai morrer.

Ele caminha lentamente até nós, vem junto com uma garota e uma menina, provavelmente a namorada e a irmã. Deixo passar a namoradinha também, eu posso ser muita coisa, mais empata foda eu não sou. Vamos deixar o moleque ser feliz, não é?

-Carl. –Rick chama, mas o impeço de ir até o filho.

-Agora que os bons foram salvos, está na hora do julgamento final. –falo alto para que todos ouçam. Meus homens trazem o ferro quente, isso deixa os porquinhos apavorados. –O rei de vocês está de volta! Isso não é ótimo? –seguro Lucille e acerto a cabeça do padre com força. –Vamos começar o show?