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História Lucille - Meu Caipira Favorito


Escrita por: DannyDixon

Notas do Autor


Olá gente!
Muito obrigado pelos comentários e a todos que favoritaram a fic! Amei receber esse carinho de vocês! Prontas para o cap de hoje?
Boa leitura!!

Capítulo 2 - Meu Caipira Favorito


Fanfic / Fanfiction Lucille - Meu Caipira Favorito

Lucille

 

Todos ainda estavam me encarando, mergulhados em um silêncio mortal. Uns me encaravam com ódio, outros com desprezo e alguns apenas surpresos, como o Abe.

-Que foi gente? Piada ruim? –pergunto rindo sozinha.

-Poderia repetir o que disse? Como se chama? –perguntou um homem de barba e olhos claros.

-Ah gente, era brincadeira! Meu nome é Lucy. –minto para amenizar o clima.

-Garota estupida! –ouço Daryl resmungar atrás de mim.

-Não brinque com isso entendeu? Meu marido morreu por causa desse monstro que é obcecado por Lucille. Então engula suas piadinhas antes que eu mesma faça você engolir. –a mulher me ameaça de forma histérica. Fico calada mesmo sabendo que se nós duas saíssemos no tapa, ela levaria a pior.

-Maggie se acalme, por favor! –pede o líder. –Lucy não sabia e não tinha a intenção de te magoar. Não é Lucy?

Continuo calada até que o Abe me dá um cutucão disfarçadamente.

-Me desculpe Maggie, foi mesmo uma piada ruim. Eu não sabia.

Ela me encara e sai em silêncio. O clima fica tão pesado na sala que eu poderia cortá-lo com a minha faca.

-Nos desculpe por isso, tem sido tempos difíceis para todos nós. Sou Rick. –me oferece a mão.

-Imagino. –digo com um sorriso frio.

Preferi mentir sobre o meu nome, porque provavelmente esse grupo já esbarrou ou vai esbarrar nos Salvadores, e eles saberem meu nome pode ser um problema tanto para mim quanto para eles. Como eu disse, meu nome é uma maldição quando dito em voz alta.

-Então foi você quem salvou o Abraham?

-Sim, mas não foi por vontade própria. Ele meio que me obrigou a fazer isso.

-Mentirosa! –diz Abe rindo alto e quebrando a tensão que havia na sala.

-Obrigado pelo que fez por ele. Sendo forçada ou não a isso, você foi bem corajosa. Agora temos que arcar com as consequências disto, mas é bem vinda para ficar. Claro que, depois de responder algumas perguntas.

-Adoro perguntas. –falo sarcástica.

-Tá com medo de alguma coisa? –pergunta Daryl com um meio sorriso zombeteiro.

-Eu não tenho medo de nada querido, e você? –seu sorriso morre diante do meu.

-Venha comigo Lucy, vamos conversar.

Acompanho Rick até a cozinha e me surpreendo ao encontrar um bebê no colo de um garoto.

-É sua? –pergunto pasma, porque desde que o mundo acabou eu nunca mais tinha visto um bebê.

-Sim, se chama Judith. –ele sorri e a pega no colo. –E esse é meu filho Carl.

-Olá. –o garoto diz com um sorriso triste. Seu olho direito esta coberto por uma faixa que não entendo bem o por que. –Levei um tiro no olho e o perdi.

Fico surpresa, mas nem tanto. Apesar de ser apenas um garoto, nós estamos no apocalipse, coisas ruins acontecem o tempo todo e com todo mundo.

-Legal! Agora você é tipo um pirata, não é? Sempre quis ver um de pertinho. –digo e ele ri de verdade agora, até o pai dele esboça um sorriso.

Rick parece carregar o mundo nas costas, seu olhar é quase psicótico. Não sei bem o que aconteceu com esse grupo, mais algo de muito ruim quebrou o seu líder e isso é péssimo!

-Vou levar a Judith lá pra cima. –diz o garoto, pegando a irmãzinha e a levando embora.

-Linda família.

-Obrigado. –ele me agradece, indica a cadeira a sua frente onde me sento. –Vamos ao que interessa. Vou lhe fazer três perguntas e...

-Já vou logo avisando que eu não pretendo ficar aqui. Sou uma pessoa sozinha e gosto disto, estou aqui apenas porque o Abe quase me arrastou.

-Certo, já me respondeu uma pergunta.

-Qual?

-Se você tem um grupo.

-Não tenho mesmo. Esse lance de grupo não dá certo pra mim. –faço uma careta.

-Por quê?

-Porque sou livre. Não gosto de ter ligações com outras pessoas. –respondi meia verdade. O que eu queria dizer mesmo era que, as pessoas me odeiam pelo que eu represento e pelo que eu sou. Nunca vou ser boazinha o suficiente como estas pessoas.

-Já matou pessoas?

-Isso é meio óbvio não? –pergunto sorrindo seca. –Como acha que salvei o Abe?

-Ele me disse o que aconteceu. Quantas pessoas você já matou? –fico tensa na cadeira, fecho minhas mãos em punhos com força.

-Isso são mais de três perguntas Rick.

-Apenas responda. Quantas?

-Mais do que você possa contar. –respondo friamente. Ele assente calado.

-Obrigado.

-Só isso?

-Eu não estou aqui para te julgar, já passei dessa fase de julgar as pessoas pela quantidade de mortes que carrega consigo. No mundo que vivemos é matar ou morrer, se você matou foi para chegar até aqui. Para sobreviver.

-Posso ter matado apenas para me divertir. Já pensou nisso? –indago, falando a verdade.

Ele me encara por alguns minutos, depois se levanta.

-É bem vinda a ficar no grupo o tempo que quiser. –diz me fazendo ficar surpresa. –Prefiro que seja sincera comigo, a saber, o porquê de ter matado pessoas antes de chegar aqui. Salvou um dos nossos, isso quer dizer que é uma boa pessoa, apesar de não acreditar nisso, não é mesmo?

Esse povo tem parte com a mãe Diná ou o quê? Como podem saber tanto sobre mim sem me conhecer? Bola de cristal? Bruxaria? Não sei, só sei que quero isso também.

-Pode ficar aqui na minha casa, tem um quarto disponível e meu filho parece gostar de você. É a primeira pessoa que o faz rir em muito tempo, quero ver isso mais vezes. –me diz e sai da cozinha me deixando sozinha sem entender nada.

-Vai ficar aqui? –pergunta Carl, ao entrar na cozinha.

-Parece que sim. Onde fica meu quarto senhor pirata?

Sigo Carl até o quarto, fazendo brincadeiras pelo caminho. Sentia-me mais leve naquele lugar, como se a escuridão não pudesse me encontrar, como se eu não pudesse mais sofrer por aquele louco que ainda amo apesar de tudo.

Carl me deixa sozinha, jogo minha mochila em cima da cama e olho pela janela, já era noite e eu não havia percebido. Alexandria fazia as coisas parecerem tão leves e fáceis, queria tê-los encontrado antes do apocalipse, antes de ter me transformado no que sou agora.

Tomo um bom banho quente como há anos não fazia, fico tão relaxada que até esqueço-me de comer, indo direto para a cama logo após o banho.

“–Lucille eu vou te encontrar. Você me pertence.”

Acordo assustada e suando, com a voz dele ainda ecoando em minha cabeça, o escuto várias e várias vezes. Bato na minha cabeça com o travesseiro como se pudesse tirar a voz de lá por meio de pancadas, mas não funciona. Meu coração aperta, sinto falta dele. Por mais louco e insano que pareça, eu ainda sinto falta dele. Ele foi muito importante para mim, por muito tempo foi a razão da minha vida, eu fiz todo tipo de loucura por ele e para ele. O amava com loucura, para mim só ele importava só ele existia. A minha felicidade dependia da dele. Por muito tempo foi assim, até hoje me sinto como uma dependente em fase de reabilitação. Sem a sua droga favorita, porém sei que isso é necessário para que eu possa ter uma chance e não me alto destruir.

-Bom dia Lucy! –Carl abre a porta do meu quarto segurando Judith. –Meu pai ficou preocupado com você, já que ontem você não desceu para jantar, então me mandou ver se estava tudo bem.

Fico em silêncio por alguns segundos tentando controlar a loucura da minha cabeça e não assustar o pobre garoto. Até que tenho uma ideia.

-Carl, aqui tem algum tipo de tecido forte que segure meu peso?

-O quê? Pra quê precisa disso agora?

-Eu praticava ginastica antes do mundo acabar, sabe aquele lance dos tecidos no circo? Pois então, eu sei fazer aquilo muito bem. Por isso preciso de um tecido.

-Acho que tem um no deposito. Meu pai trouxe da ultima vez que saíram, acho que para fazer lençóis mais resistentes para o hospital, não sei. –diz parecendo ainda meio confuso.

-Sabe que isso não faz sentido o que esta me dizendo não é?

-Vamos logo! –se irrita e eu acho fofa sua cara de bravo. Acabo sorrindo e corro para me trocar.

Carl me ajuda a achar o deposito de suprimentos da cidade, por um milagre ou algo do tipo, tem um tecido que parece perfeito para mim. Só espero que ninguém surte por eu o tê-lo pego.

Levamos o tecido pela cidade, sob os olhares curiosos dos moradores. Até que achamos uma árvore alta o suficiente para que eu possa amarra-lo. Subo na árvore com a maior facilidade do mundo, Carl fica lá embaixo me observando. Quando fica tudo pronto, começo meus movimentos no tecido, sentindo meu corpo relaxar aos poucos, através da familiaridade em cada movimento.

-Você é incrível! –Carl diz de boca aberta, Judith faz sons de bebê feliz e eu acabo rindo.

-Obrigado. –agradeço de cabeça para baixo.

Ele fica um bom tempo sentado na grama me observando, até que o sol fica quente demais para a Judith e ele vai embora com ela. Fico sozinha sentindo o vento em meus cabelos soltos, o calor do sol em minha pele e sentindo que sou a mesma garota que fui anos atrás.

Subo até o alto do tecido, o enrolo em minhas pernas o prendendo bem, antes de me jogar de cabeça para baixo, deslizando sob todo o comprimento. Abro os olhos e vejo uma pessoa me observando, parecendo hipnotizado. Sorrio feliz por ter sua atenção. Seus olhos atentos a cada movimento meu, seus lábios levemente separados, acho que pela surpresa do momento. Seu olhar encontra o meu e o vejo piscar atordoado como se quisesse voltar a realidade.

-Bom dia! –digo sorrindo.

-O que pensa que está fazendo? –pergunta voltando a ser o badboy novamente. –Ficou maluca ou o quê?

-Pensei que já soubesse que sou maluca. –sorrio abertamente. –E você bem que está gostando de me ver assim não é?

-Nos seus sonhos, quem sabe? –ele diz me fazendo gargalhar da sua cara irritada. –Tá rindo do que maluca?

-Eu? De nada. –mudo de posição, só com uma perna presa ao tecido enquanto o observo de cima a baixo. Daryl era mesmo um homem e tanto, sexy até o último fio de cabelo. –Sabe Daryl, apesar de você só ter me tratado mal desde que me viu, eu sei que você é um bom homem.

-Como é? –ele fica pasmo.

-Você é um bom homem. –falo pausadamente para ver se ele me entende. –Faz parte do time dos mocinhos entende? O herói que se joga na frente de uma bala para proteger os seus e essas coisas. Você é bom Daryl.

-E como sabe disso? Você nem me conhece e posso lhe dizer uma coisa: você está errada! Eu não sou bom. –ele diz e seus olhos ficam escuros por uma tristeza profunda, que o envolve quase como uma manta negra. Desço do tecido lentamente.

-Eu apenas sei que o que eu digo é verdade. –caminho até ele lentamente. –Sabe por quê?

Ele nega então um sorriso frio surge em meus lábios

-Porque eu tenho uma tendência a atrair pessoas boas, mesmo que sem querer, eu sei reconhecer quem é bom. E você Daryl, é um homem bom. –coloco minhas mãos em seu peito, brincando com os botões de sua camisa. –E você sabe o que eu sou?

-Não. –responde com a voz rouca, sorrio de leve e me aproximo de seu rosto.

-Eu sou problema. –olho em seus olhos que se abrem levemente de surpresa, depois encosto minha boca em seu ouvido, com minhas mãos passeando livremente por seu peitoral e braços. –Sou um problema bem grande, que você não vai querer em sua vida e nem será capaz de resolver. Eu sou a bagunça, a tempestade. Você é a calma e a honestidade. Não sou boa e nunca serei. –sussurro em seu ouvido.

Vejo os pelos de seu pescoço ficar arrepiados e sorrio com a minha conquista, ele fica mexido comigo do mesmo jeito que eu fico quando ele me olha. Não sei explicar, apenas sei que é um erro. Sempre é.

Dou uma leve mordida no lóbulo de sua orelha antes de me afastar, o deixando paralisado. Sorrio de forma inocente, mordiscando meu lábio, ato esse que não passou despercebido por seus olhos. Dou-lhe as costas e ando lentamente para pegar meu tênis que estava jogado no chão. Faço questão de me agachar de forma provocante, dando-lhe uma boa visão da minha bunda.

-Sabe de uma coisa Daryl? –pergunto ainda de costas, sentindo seu olhar queimar minha pele. Viro-me e o encaro, seus olhos presos em mim. –Você é o meu malvado favorito.

Sorrindo sapeca, vou embora o deixando sozinho, olhando para o nada. Acho que poderia até saltitar por ai de tão alegre eu estava. Realmente, provocar Daryl tinha se tornado um ótimo hobby.

-Lucy, precisamos conversar. –disse Abe, me parando na rua. Ele parecia bastante sério, o que me preocupou bastante.

-Tem que ser agora?

-Sim, vamos. –responde e eu resmungo alguns palavrões enquanto o sigo até sua casa. –Quero te contar uma história.

-Não tenho cinco anos e não gosto de contos de fada. –digo me jogando no sofá de sua casa.

-Você já ouviu falar nos Salvadores? –pergunta e eu congelo.

-N-Não. –minha voz falha e eu me xingo mentalmente. Ele não parece acreditar em mim.

-Os Salvadores são tipo uma milícia, um grupo que manda em outros grupos e foram eles que mataram o Glenn. –fico paralisada, meus olhos perdem o foco e sou levada para outro lugar, um lugar do qual eu estava fugindo. –O líder dos Salvadores, esmagou o crânio do Glenn na frente de todos nós, inclusive de sua mulher grávida. Ele armou uma armadilha e agora nosso grupo pertence a ele, inclusive você me salvou deles.

-Porque está me dizendo isso? –pergunto sentindo minha respiração ficar falha.

-Negan. O nome do líder deles é Negan.

Sinto um frio percorrer meu corpo, o ar some de meus pulmões, eu fico tonta e meus olhos se enchem de lágrimas.

-Sabe por que eu estava naquela floresta com o Dwight? –me pergunta e eu nego com a cabeça porque não encontro minha voz. –Negan nos mandou procurar uma coisa que é dele, mas que sumiu e ele quer muito de volta. Está obcecado por isso e quer encontra-la custe o que custar. Acho que sabe do que estou falando não é?

-Não sei do que está falando. –digo e me levanto rapidamente. Queria fugir antes que ele dissesse as palavras em voz alta.

-Eu vi sua foto. –ele diz e eu paro no meio do caminho até a porta. –Ele nos mostrou.

Viro-me para encará-lo, uma lágrima escorre por meu rosto, mas a limpo tentando me manter calma.

-Eu sei quem você é. –fico em silêncio apenas esperando. –Você é Lucille.

 

Enquanto isso, em algum lugar da floresta...

-Chefe, encontramos o Dwight. –um de meus homens diz.

Pego Lucille e a coloco sob os ombros, caminho tranquilamente até o local. E o que vejo, é uma obra prima. O corpo de Dwight parcialmente devorado e sua cabeça alguns metros mais longe, provavelmente arrancada de uma forma única. Uma forma que eu conhecia muito bem. Um sorriso se espalha por meu rosto.

-Você está tão perto baby que quase posso sentir o seu cheiro. –digo sorrindo com prazer. –Algum rastro?

-Não, eles vão até a estrada e somem depois. Acho que pegaram um carro e seguiram. O corpo do prisioneiro não foi encontrado, quem matou o Dwight levou o prisioneiro e o matou ou o levou junto consigo.

-Seja como for, temos um rastro quente que vai me levar direto para o meu pote de ouro. –olho para Lucille em minhas mãos e um sorriso sádico surge. –Estamos mais perto do que nunca homens! Lembrando de que, quem encontrar ela, não deve encostar um dedo nela ou vão se arrepender. Terão sua liberdade quem me trouxer a garota. Ela é minha entenderam?

-Sim, chefe! –eles confirmam e seguem para os carros.

-Para onde iremos agora chefe? –pergunta meu homem de confiança.

-Para Alexandria.

Eu vou te encontrar Lucille, ah se vou!


Notas Finais


O que acharam? Continuo ou não? Negan deve encontrar a Lucille ou não? Daryl e Lucille já estão shippando esse casal?
Até o proximo capitulo!
Beijos!!


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