Não sabia como ia encarar Draco na sala de aula naquela manhã, na verdade, agradeci por não dormir no mesmo dormitório que ele.
Só de imaginar que poderia me expor para Hogwarts me deixava nervoso!!
Merlin! Como conseguiria encará-lo nos jogos depois de ter gozado na sua mão e pior, depois de gostar de ter gozado?
Como mentir negando que não gostei se passei a noite inteira sonhando com ele? Acordando no meio da noite desesperado por estar duro demais.
Draco Malfoy perturbava meus pensamentos!
Balancei os ombros descendo as escadas, apressado, não conseguia nem ao menos me encarar nos espelhos que seguiam por toda masmorra da sonserina. Me sentia envergonhado, pequeno, fraco. Mal cheguei no salão comunal quando ouvi vozes de garotas por todo canto antes de virar o corredor.
Ótimo!
Era perfeito que todo mundo tivesse decidido que hoje era um dia extraordinário para conversar enquanto eu tinha que passar pelo quadro negro para seguir até o outro lado. Parei no último degrau da escada engolindo em seco antes de continuar.
Não poderia sentir vergonha o tempo inteiro então decidi que passaria reto, ignorando até mesmo Pansy se estivesse ali. Busquei um par de fones de ouvido no bolso da calça colocando uma música no celular que minha mãe havia me dado, era algo do mundo trouxa (como eles gostavam de chama-los por aqui) mas adorava aquilo.
Estremeci assim que virei o corredor dando de cara com ele.
Draco estava sentado na poltrona que intitulavam como dele, quase todas as garotas da sonserina estavam ao redor dele, algumas em pé e outras sentadas no chão. Pareciam um bando de cachorros em volta de um osso.
Um osso que nem gostava delas.
Revirei os olhos para a cena, decidi não dar atenção. O loiro não era meu foco.
Mas é claro que meu plano fracassado de ignorar Draco Malfoy falhou miseravelmente quando ele me viu e começou a desviar de alguns alunos parando ao meu lado.
- Tudo bem, cicatriz? - sua voz rouca me fez virar o pescoço automaticamente na sua direção.
Agora poderia olhar para ele sem culpa, afinal ele mesmo havia me chamado e Merlin, me arrependi no mesmo instante que olhei.
A gravata da sonserina intacta no corpo sem nenhuma dobra ou amasso, o perfume marcante junto ao terno preto, os cabelos arrumados perfeitamente sem nenhum fio em desarmonia ou coisa parecida, e dois pares de olhos azuis, olhos esses que estavam fixados em mim.
- Potter? - sua voz voltou a me chamar e quando dei por mim ele estava me observando com um sorriso
Eu tinha parado no meio do salão comunal para analisar seus detalhes e não me dei conta que todas as garotas me olhavam, algumas com dúvida e outras com ódio mesmo. Draco não hesitou em momento algum, não se importando com metade delas. Senti as pernas tremerem quando começou a caminhar ao meu lado tranquilamente, mascando um chiclete e passando uma das mãos pela minha cintura.
Queria poder dizer que aquilo era errado, mas estava adorando o contato para quebrar o elo.
- Não precisa fazer disso um crime, Potter - ele se abaixou de forma que só eu escutasse o que disse - O que você fez não foi errado.
- Podemos não falar disso? - o encarei me arrependendo no mesmo instante, os olhos azuis estavam agora cravados em mim de forma maliciosa.
- Claro, vamos dar um tempo a você. - sorriu parando de frente para mim - Aonde vai? - seu cenho franziu na minha direção.
- Biblioteca - apontei para o final do corredor e ele revirou os olhos
- Tinha planejado outra coisa para nós dois hoje.
- Nós dois? - ergui a sobrancelha, confuso.
Desde quando eu e Draco havíamos se tornado nós?
- Você não conhece Hogwarts direito e pensei… - disse se colocando ao meu lado novamente - Em mostrar a escola. Que tipo de monitor eu seria se deixasse você perdido? - percebi a cena por trás daquele sorriso que logo depois se transformou em confusão - O que é isso na sua orelha?
Percebi que o fone ainda tocava uma música e ergui o fio branco na direção dele que me analisou desconfiado, revirei os olhos encaixando a borrachinha em sua orelha vendo ele piscar surpreso. Os bruxos não tinham fones.
Draco parecia assustado na mesma medida que estava impressionado.
- Como isso consegue captar a música e que tipo de música é essa? - seus olhos se arregalaram na minha direção - Que feitiço é esse?
- É do mundo trouxa, Draco - revirei os olhos - É bem útil. Estava indo para a biblioteca ler.
- Você consegue ler com essa música na sua cabeça? - ele parecia realmente surpreso e eu sorri.
- Na verdade, só consigo ler assim - busquei o fone o guardando no bolso da blusa - Então, por onde vamos começar primeiro?
(...)
Passamos por diversos corredores e entradas secretas e Draco ia me indicando cada uma com paciência, parecia não ter o que fazer o dia inteiro ou decidiu me mostrar a escola por estratégia, pois, me indicava alguns lugares um tanto... suspeitos.
Percebi isso quando entramos em um armário de vassouras apertado onde naturalmente caberia apenas uma pessoa, mas ele fez questão de entrar junto apenas para me mostrar que um segundo corpo poderia ocupar o mesmo espaço.
Ou quando passamos pelo banheiro feminino e ele me indicou um box todo fechado que de acordo com os boatos da escola, ninguém em sã consciência entrava ali.
- O que existe nesse banheiro? - questionei quando ele se aproximou da pia passando os dedos na torneira.
- A murta que geme. - percebi que engoliu em seco.
- Quem? - perguntei confuso
- A murta que geme. - seu olhar agora era sobre meus ombros, mas resolvi não dar atenção.
- Quem é a murta que geme? - perguntei e no mesmo instante um fantasma prateado parou na minha frente.
Usava um vestido rasgado e era quase tão transparente quanto a fumaça que saia do bule de chá no refeitório. Focalizei nos dois pares de óculos que se pareciam bastante com os meus. Aquele fantasma era… esquisito.
- Eu Sou a murta que geme - o fantasma se afastou ficando agora ao lado de Draco e percebi quando ela sorriu na direção dele - Eu não ia esperar que você me conhecesse, quem iria falar de uma murta feia, chorona e que geme? AHHHHHHHHHHHHH
Pulei para trás quando ela passou por mim, afundando no vaso sanitário jogando água para todos os lados, inclusive em mim. Engoli em seco quando Draco se aproximou passando os braços pela minha cintura indicando com a cabeça o vaso transbordar água.
- Ela é meio sensível - disse por fim enquanto eu ainda pingava água.
(...)
- Por fim esse é o lago negro! - indicou com uma das mãos enquanto me aproximava de uma árvore velha e antiga.
O lago tinha esse nome por ter uma aparência escura e parecia ser bastante profundo, afinal era longo o suficiente para se perder de vista. Me deixei suspirar encostando atrás da árvore. Havia sido um dia interessante.
- Hogwarts é maior que Ivermony - sorri na sua direção enquanto ele assentiu.
- Bem, acho que já te mostrei tudo, Potter - ele se aproximou de mim e ficamos ali observando o lago por alguns minutos.
- Posso te pedir uma coisa? - o encarei e Draco sorriu assentindo ainda com o olhar vago para o lago - Quero que me chame de Harry. - suas sobrancelhas se ergueram e um sorriso nasceu no canto dos seus lábios.
- Claro - disse passando os dedos pela minha bochecha - Está com frio? Parece gelado.
Sorri quando ele automaticamente retirou seu terno passando pelos meus ombros de forma que me puxou para mais perto de si, alisando meu braço para conseguir me esquentar.
- Suas bochechas estão vermelhas - disse encarando o rosto pálido de Draco começar a demonstrar sinais de cor.
- Não sei o que é vermelho, Harry - resmungou baixo parecendo não querer entrar no assunto e assenti - Então, já viu a garota hoje?
- Que garota? - perguntei confuso
- A garota que você enxergou as cores. Já conversou com ela?
- Ainda não… - agora nós dois encarávamos o lago negro - Draco?
- Hum?
- Você não se sente diferente por não ter enxergado as cores? Digo isso porque me sentia deslocado… Eu tinha medo de Hogwarts por causa disso.
Por um momento pensei que ele fosse me ignorar, mas depois de alguns segundos em silêncio ficou de frente para mim, me deixando prensado contra a árvore.
- Não sabe como… - sorriu por fim afastando uma mecha do meu cabelo - Seu cabelo é bonito assim, bagunçado. - sua mão estava gelada quando segurou meu rosto entre elas - Você tem olhos bonitos, Harry. São verdes, não é?
- Como você sabe que meus olhos são verdes se não enxergou as cores ainda? - franzi o cenho na direção dele e Draco apenas sorriu.
- Pans me disse, ela me ensina sobre as cores. Dizem que você tem os olhos verdes iguais a sonserina - ele soltou um suspiro e me lembrei que Pansy e ele eram melhores amigos.
Draco ficou ali comigo me observando por um longo tempo, suas mãos apoiadas nas minhas costas enquanto parecia procurar algo em mim que nem eu mesmo sabia o que era. Toda vez que ele acariciava minha bochecha meus olhos se fechavam e ele parecia gostar disso, pois, quando voltava a olhar, o sorriso era aberto em seus lábios.
Não entendia exatamente o que estava acontecendo comigo ali naquele momento, mas decidi que não colocaria empecilhos. Seja o que for que estivesse acontecendo ali, eu gostava e gostava muito.
- Draco… - minha voz saiu quase como um sussurro e ele levantou o queixo do meu ombro para me observar melhor - Me beija! - senti minhas pernas tremerem ao dizer aquilo, mas não consegui esconder, queria que ele me beijasse novamente.
Suas mãos se ergueram para o céu como um sinal de ‘’ aleluia’’ e eu apenas consegui rir disso.
Pude sentir quando uma das suas mãos passou entre meus cabelos agarrando minha nuca com força. Pousei as minhas no ombro dele o puxando para mais perto enquanto sua língua explorava cada centímetro da minha boca.
Diferente de ontem, esse beijo foi mais intenso e eu sabia exatamente o que tinha de fazer para avançar o sinal. Vez ou outra sentia algumas mordidas no meu lábio inferior enquanto sua mão explorava minhas costas fazendo carícias gentis. Merlin! Eu adoro esse toque.
Draco não estava malicioso como no dia anterior ao contrário, parecia ter o mínimo de cuidado para não me quebrar como se eu fosse algum tipo de jóia preciosa. Ficamos nos beijando por um longo tempo até que eu decidi arriscar a fazer algo diferente.
A emoção daquele momento estava me fazendo arriscar coisas novas na qual nunca tinha experimentado - e pela ironia do destino - estava disposto a experimentar com ele.
O puxei para mais perto de mim e consegui sentir o volume por cima da sua calça se formando cada vez que me esfregava nele de propósito.
É claro que Draco percebeu e colava ainda mais nossos corpos à medida que nosso beijo ia esquentando de maneira natural, sem esforço.
Me afastei de seu rosto o deixando confuso e é claro que naquele momento senti meu coração disparar.
Ajoelhar diante dele me tornaria menos hétero?
Draco percebeu o que eu queria no exato momento que escorreguei lentamente até conseguir sentir meus joelhos na grama. A sobrancelha dele se ergueu, mas não me impediu, apenas me fitou com curiosidade enquanto desci sua calça na altura do joelho.
Respirei fundo puxando sua box deixando seu pau a mostra próximo do meu rosto.
Estávamos nos terrenos da escola, poderíamos ser vistos, sabia disso. A adrenalina corria nas minhas veias.
Percebi que tinha algo do meu pai naquela situação: estava adorando quebrar regras!
Segurei seu pênis na mão sentindo o calor invadir meu corpo, era grande e mais volumoso do que pensei - sim, eu tinha sonhado com isso a noite inteira - e percebi que já estava um pouco úmido quando o coloquei na boca forçando os movimentos com a mão.
Pude ouvir quando Draco arfou e notei que sua cabeça agora estava jogada para trás de modo que me concentrei apenas no que estava fazendo. Eu mesmo já estava duro o bastante naquele ponto.
Percebi que gostava de dar prazer a alguém, era uma sensação diferente ouvi-lo gemer por causa dos meus toques. Esse era meu lugar!
É claro que não conseguia colocá-lo inteiro na boca, mas quando Draco pressionou minha cabeça de modo que eu fizesse mais força para entrar, percebi que aguentava mais do que pensei, mesmo que aquilo me fizesse lambuzar ainda mais seu pênis.
Estremeci à medida que ele impulsionava minha cabeça segurando meu cabelo entre os dedos para controlar a velocidade, me guiando como um professor.
Seu olhar era intenso sobre mim e cada vez que minha língua explorava sua glande ele arfava ainda mais, sorri quando apoiei minhas mãos sobre suas pernas e senti que ele tremia. ‘’Isso vai acontecer em breve’’ pensei comigo.
Continuei o movimento com mais intensidade enquanto minha outra mão acariciava sua barriga por debaixo da camisa social. Draco possuía o abdômen definido e aquilo só aumentou meu prazer.
Merlin! Aquele garoto era extremamente gostoso!
Suguei seu pau com tanta intensidade que senti quando ele se desmanchou na minha boca, o líquido quente agora descendo na minha garganta enquanto o engolia com vontade. Soltei um gemido baixo depois disso. Meu pau latejava entre as pernas.
Sem pensar duas vezes, Draco me puxou para cima novamente pressionando meu rosto contra a árvore enquanto abaixava minha calça. Um arrepio me subiu a espinha ao pensar naquilo.
Iríamos transar a luz do dia no meio daquela árvore?
Percebi que ele não queria fazer nada além de me provocar, sorri mesmo com o rosto contra aquela árvore. Sua mão me masturbando me fazendo gemer enquanto seu pênis se esfregava nas minhas nádegas.
Draco me virou no mesmo instante que viu o sorriso no mesmo rosto. Sua expressão estava indecifrável.
- Sonhei com você a noite inteira... - disse por fim levantando minha camisa enquanto uma trilha de beijos seguia entre até meu pescoço - Não consigo parar de pensar em você, nenhum minuto, Harry... - senti meu coração bater mais forte após ouvir aquilo e foi aí que entendi.
Tudo fez sentido quando parei para pensar no assunto, as cores não haviam sido reveladas através de Pansy Parkinson. Aquele dia no salão principal a primeira coisa que olhei foram os olhos de Draco Malfoy, foi por causa dele que as cores tinham se revelado para mim. Ele era minha pessoa.
- Eu também sonhei com você… - disse num sussurro de modo que ele distraído, não escutou - A vida inteira.
Aquela minha frase tinha mais significado do que ele podia imaginar.
Sempre foi meu sonho enxergar as cores e enxergar nele, mudava tudo.
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