Como diria Anne Frank: Os abraços foram feitos para expressar o que as palavras deixam a desejar. Assim que soube que Ferrari seria a próxima eu corri e a abracei, pois no silêncio de um abraço, o tempo para e os pensamentos se cruzam. A menina se aconchegou imediatamente em meus braços e derramou várias lágrimas, deixando minha camisa molhada.
– Vai dar tudo certo. – Disse Lars. – Eu já subi no palco esqueceu? Não é tão ruim quanto parece.
– Obrigada pelo apoio gente. – Ferrari falou enxugando as lágrimas. – Mas agora eu vou ir para o meu quarto, estou precisando de um banho.
Ela falou e seguiu andando em direção a saída. Nesse momento, uma das enfermeiras que estavam no refeitório chamou a atenção de todos para fazer um comunicado.
– Só vim informa-los que amanhã, como de costume, tem acampamento, então, já deixem suas malas prontas, pois sairemos cedo. – A enfermeira falou.
– Acampamento? – Eu perguntei.
– Uma vez por mês nós saímos para acampar, segundo eles o contato com a natureza faz bem para a gente. – Lars falou com descaso.
Assim que Lars terminou de me explicar, uma pessoa, que eu não esperava ver, se aproximou de nós.
– Posso falar com você Lars? – Kirk disse.
– Diga.
– A sós.
– Não a nada que a Lucy não possa saber. Se quiser falar algo, fale na frente dela.
– Eu sinto sua falta. – Kirk disparou. Nesse momento, os doces olhos de Lars brilharam como estrelas.
– Eu preciso de você, novamente. – Kirk se aproximou de Lars e segurou sua mão. – Então, eu tive um plano.
– Um plano? – Lars olhou para mim confuso. Estava bom demais para ser verdade.
– Nós podemos nos encontrar escondidos! – Eu e meu amigo arregalamos nossos olhos.
– Eu não acredito que você está me propondo isso. – Lars falou com desgosto. – Acorda para vida Kirk, você é gay! Admite logo isso.
– Eu não sou gay! – Kirk gritou.
– É sim e, para o seu bem, será melhor se você assumir logo isso.
– Poupai-me, está na cara que eu não sou uma bichona. – Kirk se irritou. - Esse negócio de homossexualidade é ridículo!
– Não era isso que você achava quando estava, na cama, gritando meu nome.
– Já chega dessa palhaçada! – Kirk cerrou os punhos. – Se quiser voltar a ficar comigo vai ter que ser do meu jeito.
– Eu não vou voltar a me encontrar com você escondido, desiste. Se você tem vergonha de mim é porque não me merece.
– Ah quer saber, eu tentei, mas, depois, não reclame quando me ver com outra pessoa.
– Boa sorte para achar alguém que aceite se encontrar com você as escuras.
– Eu não vou me encontrar com ninguém às escuras, todos saberão quem será a próxima pessoa que sairá comigo.
– Pensei que não fosse se assumir. – Lars falou sem entender o que Kirk estava tentando insinuar.
– Eu não tenho nada para assumir.
– Vai fazer o que, então? Começar a pegar mulher? – Ele disse em tom de deboche.
– Aguarde e verá.
Kirk falou e saiu andando, deixando Lars e eu a sós. Apesar de não aparentar, eu sabia que, por dentro, ele estava desmoronando, vê-lo deste modo era terrível e a pior parte é que não havia nada que eu pudesse fazer para melhorar sua situação.
Depois, de certo tempo calada, eu resolvi falar algo.
– Ele pode ser bissexual.
– Ele não parecia ser bi quando eu estava enfiando meu pau no cu dele. – Lars falou sério.
– Okay, ele não é bi. – Eu afirmei. – O que será que ele vai aprontar?
– Podemos esperar qualquer coisa, Kirk joga sujo.
– Boa sorte, então, meu amigo.
– Eu vou precisar.
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