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História Luminous Angel - Epílogo


Escrita por: KimTaelly

Notas do Autor


Eu sei que a maioria de vocês não gostou do que aconteceu no último capítulo e entendi por completo as críticas. OBS: não recebi nenhum comentário maldoso, claro que fiquei chateada porque não queria decepcionar, mas vocês foram gentis 💚💚. Mas decidi explicar o porque a cena:

O Nico foi sim apaixonado pelo Ágrio, ele passou 2 anos convivendo diariamente com o deus e sem lembranças do Will e acabou criando algo. Mas a diferença é que pelo Ágrio ele foi apaixonado, já o Will ele amava. A paixão acaba com o tempo, o amor não.
"A mas o Nico disse que amava o Ágrio tanto quanto", o Nico tem 17 anos e é >>>normal<<< confundir paixão com amor nessa idade. Minha intenção não foi romantizar o Ágrio, podem voltar os capítulos e há várias criticas vindas dos personagens e do Nico por ele ser obsessivo, mas o Nico parou de apontar esse lado depois que passou por um momento de fragilidade e o Ágrio ficou ao lado dele e vocês vão ver agora que esse momento passou o Nico vê de outra forma.

No momento da despedida com Will Nico o beijou, e na despedida com o Ágrio também o beijou por pura vontade e desejo, simples assim; ele não traiu o Solace porque ele havia acabado com tudo antes.
Eu não deixei ele com o Ágrio, por uma razão: Ágrio era abusivo. Ele manipulou o Nico, mas o Hades também manipulou o Nico, e assim como Zeus manipulou o destino dos Solangelo, e até mesmo Will manipulou o Nico na outra vida, mas isso não pareceu incomodar tanto quando aconteceu, as personalidades fictícias dos deuses são em sua maioria de babacas, justamente por isso que os relacionamentos com mortais não dão certo.


Por favor não resumam a fic toda a um beijo de Nico e Ágrio. Boa leitura ^.~

Capítulo 27 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction Luminous Angel - Epílogo

 !LEIAM AS NOTAS INICIAIS! 

 

 6 anos depois

 

 — C-como assim?

 De novo aquela dor, a sensação de perda.

 — Me desculpa Nico, mas você tem que entender que é o melhor pra mim.

 — Reencarnar é uma escolha muita séria Jason.

 — Eu sei, estou pensando há um ano sobre.

 Nico abaixou a cabeça. E o espírito suspirou logo depois, não queria brigar com o Nico naquele momento justamente porque entendia como podia ser difícil para o mais novo sua decisão.

 Mas já fazia seis anos que estava morto, queria e se sentia pronto para algo novo. As pessoas que ele amava estavam vivendo bem; sabia por Nico que Percy e Annabeth estavam na Califórnia e iam bem na carreira, Hazel e Frank estava noivos e seriam os primeiros no grupo de amigos a se casar, Reyna e Thalia seguiam seus caminhos, Calipso e Leo estavam no Texas e Piper se arriscava em alguns papeis em peças de teatro e estava conhecendo um mortal que trabalhava junto com ela.

 Era o momento ideal de se desprender de Jason Grace e seguir para um novo corpo.

 — Quando você vai?  — Nico o olhou.

 — Assim que você voltar. Posso ficar mais um tempo e então irei.  — informou.

 Não se sentia triste, mas era uma sensação estranha saber que a última pessoa daquela vida ao qual teria contato seria Nico e dali a pouco não se lembraria de ninguém.

 — Então não te verei mais?

 Não precisava de uma resposta verbal, Jason fugia de seu olhar então sinalizava que não.

 Nico se levantou das rochas escuras, e parou em frente ao filho de Júpiter.

 — Eu vou sentir muitas saudades. — disse fazendo um esforço tremendo para não cair nas lágrimas.

 — Me desculpe por não poder ficar mais. Por favor, continue se cuidando e seja feliz; trabalhe bem, mas não deixe as crianças te enlouquecerem. Ah se Percy tiver um filho encha o saco dele até colocar o meu nome no bebê. — eram suas últimas palavras para o garoto, não havia pensado exatamente nelas então acreditava não ter nada muito significativo para dizer.

 — Acho que ele vai resistir à ideia. — Nico avisou rindo da expressão de indignação do outro — mas irei tentar.

 — Viva bem Nico. Eu sei que não disse isso o suficiente, mas você é meu irmãozinho e eu te amo.

 O filho de Hades olhou para cima piscando os olhos com rapidez, não choraria e não deixaria o momento pior para Jason.

 — Eu também te amo Jay.

 Não podiam se abraçar e talvez fosse melhor assim; Nico não garantia soltar o amigo caso o tivesse em seus braços, mas precisaria deixá-lo ir assim como fizera com Bianca.

 — Bom, acho que isso é um adeus — Jason disse após um tempo de silêncio — não se preocupe, você sabe que o tempo cura tudo.

 Nico assentiu.

 — É, acho que sim.

 Jason limpou a garganta antes voltar a se dirigir ao outro: “Adeus Nico.”

 E quando o espírito acenou Nico se sentiu quebrar, e quando Jason adentrou os portões dos Elísios o filho de Hades achou melhor voltar.

 Olhou para o palácio de seu pai; fazia seis anos que não via Ágrio e naquele mesmo dia quando chegou ao mundo inferior soube que o deus havia voltado, ele mesmo havia incentivado Jason a reencarnar. Mas as palavras do próprio Grace eram como um lembrete a Nico, sim o tempo curava tudo.

 Há seis anos, quando se despediu do deus sentiu que jamais seria o mesmo sem ele ao seu lado, mas o tempo o fez perceber o que realmente sentia por Ágrio; aquela mistura de gratidão e raiva com atração era forte, mas era passageira.

 Sentia muito pelas coisas que Ágrio havia feito, e elas tinham influenciado em seu coração. 3 anos depois da despedida dos dois as lembranças do deus haviam adquirido um tom cinza em sua mente; ele havia feito coisas horríveis que Nico fechou os olhos após acordar com o deus a caminho da Itália.

  Mas não se rendeu a amargura e aceitou que não havia motivos para reviver algo ruim do passado. Tentaria manter apenas as boas lembranças, mas não queria voltar a conviver com Ágrio.

 Certa vez Will lhe perguntou o que realmente sentia por Ágrio, e a resposta que deu para o namorado pegou até ele próprio de surpresa.

 “— Nem eu sabia ao certo, e sei que alguns semideuses romanos e gregos me julgam por ter me envolvido com ele porque tudo que aconteceu poderia ter sido evitado, mas se nem eu mesmo sabia o que sentia como eles podem me julgar? Essa foi uma das minhas experiências mais humanas, achar que amava alguém de forma romântica quando na verdade eu só não me entendia por completo.

 — Eu não poderia ficar com Ágrio, ele me pressionava e tentou machucar os que eu amo, jamais poderia ser livre ao lado dele. — pôs à mão na bochecha de Will — Eu te amo, você foi o único que eu realmente amei nessa vida; sei que minha falta de entendimento te machucou,  mas tudo foi necessário para que meu coração pudesse estar em paz com você hoje.”

 A amizade por Ágrio ficara; o amor, ou melhor, a paixão que sentiu, havia sido efêmera. Com o pensamento de que o melhor era deixar as coisas como estavam afundou nas sombras; precisava voltar para casa logo porque Will o esperava.

 Ele tinha alguém para quem voltar, sempre teria.

 E desde que teve certeza que Will estava em Nova Roma porque estava disposto a ter uma nova vida por Nico decidiu que então faria valer; e se Will não se acostumasse iriam para longe dos dois acampamentos, ficariam no mundo mortal, em um continente longe de tudo, uma ilha, qualquer lugar que fosse apenas dos dois.

 Mas por enquanto tudo estava as mil maravilhas. Ele era professor de história da escola primária de Nova Roma — quando poderia imaginar que lidaria bem com crianças — e Will se formaria naquele mesmo ano.

 — Chegou cedo hoje. Jason não estava a fim de papo? — Will largou a faca na bancada assim que viu Nico no meio da sala.

 — Ele vai reencarnar, Ágrio organizou tudo. Apenas nos despedimos hoje.

 Will não precisou de muito, limpou as mãos no pano de prato e foi até o — agora novamente — namorado.

 — Como está se sentindo meu amor?

 — Apenas quero um abraço. — assumiu. No segundo seguinte estava com o rosto afundado no peito de Will.

 Ainda se impressionava com o quão quente o namorado era, e seu toque agia sobre si como um calmante natural, assim como o cheirinho de sua pele.

 — Tenho certeza que foi melhor para ele.

 — Eu também, mas ainda sim dói — as lágrimas que não queria liberar no mundo inferior agora caiam, não tinha problemas em se desarmar na frente de Will, ele já o tinha por completo.

 Recebeu um abraço apertado quando o namorado percebeu suas lágrimas.

 — E como está em relação ao Ágrio? — perguntou de forma tranquila.

 Sabia que Nico não via o deus há muito tempo, mas a volta deste não preocupava Will de nenhuma forma; sentia intensamente o amor do namorado todos os dias para supor que não havia espaço para mais ninguém em seu coração.

 — Não o vi, não senti vontade — explicou virando-se para encarar os olhos azuis de Will — eu... me desculpe pela dor que te causei quando não entendia o que sentia Will...

 Não queria voltar a falar daquele assunto, mas era inevitável quando Ágrio voltava a estar tão perto.

 — Ei, não precisa dizer nada ok? Eu entendo completamente.

 Essa era sua resposta; não seria nenhum hipócrita em relação aos sentimentos de Nico. Nunca foi muito difícil para Will entender que um garoto de 15 anos que só havia tido más lembranças de seu primeiro amor poderia se apaixonar por outro principalmente sem nenhuma memória sobre o que estavam construindo. Passaram 2 anos sem trocar uma palavra.

 Ele próprio demorou muito para se entender e principalmente entender o amor, já Nico seguiu tantos caminhos longos que se viu perdido em sua confusão mais vezes do que qualquer um.

 — Dorme comigo hoje? — pediu afundando o rosto na volta do pescoço de Will.

 O loiro sorriu com o pedido, apesar de ainda serem vizinhos dormiam junto quase todos os dias, apenas alternando o apartamento.

 — Está precisando de carinho é? — questionou apenas para ver as bochechas infladas do mais novo.

 — Muito carinho, a noite inteira. Você vai ter que me mimar hoje.

 — Tenho permissão de mimar o rei fantasma? Realmente tirei a sorte grande.

 Se ao menos Will entendesse como Nico se sentia o maior dos sortudos apenas por tê-lo.

 Já haviam errado um com o outro muitas vezes, mas tinham a capacidade de recomeçar e focar apenas nas coisas boas que fizeram um ao outro. Era tudo uma questão de perdoar, ao longo dos seis anos juntos tiveram muitas brigas, mas em nenhuma vez jogaram na cara um do outro os erros passados e nem tinham vontade de fazê-lo.

 O apartamento de Nico se preencheu com as risadas e provocações, dissipando qualquer resquício de dor e cansaço que poderiam ter trazido para casa após um longo dia. Tinham um lugar e um ao outro para recarregar as forças.

 

*********

 

 Will estava lindo, Nico nem sequer conseguia desviar o olhar do namorado que parecia reluzir dentro da beca. Solace estava se formando naquele dia e Apolo fizera um bom trabalho em deixar o céu azul limpinho e o sol brilhante e ameno.

 Quase todos os irmãos gregos de Will estavam em Nova Roma, assim como seus amigos.

 Desejavam parabenizar o homem que agora era doutor Solace, quem havia o acompanhado não podia imaginar outro alguém tão digno de receber aquele título. Will já havia salvado mais vidas do que poderiam contar.

 — William Solace. — quando o nome do semideus foi chamado toda a turma gritou alto.

 — Ei, você não vai gritar nada? — Percy perguntou cutucando o braço de Nico.

 — Gritar o que? — tentou não desviar o olhar do namorado que subia as escadas para receber seu canudo no exato momento.

 — Ah eu não sei, diga que ele é lindo eu não sei, eu gritei muito quando a Annie se formou.

 — É verdade, achei que ele ia desmaiar logo depois que Annabeth descesse as escadas — Leo gargalhou em seguida; tinha sido sem duvidas uma das coisas mais ridículas que já tinha visto Percy fazer.

 — Não vou gritar Percy, Will ia morrer de...

 — Eu te ajudo — o filho de Poseidon o interrompeu, colocando as mãos em volta da boca como um megafone — WILL SOLACE NICO DISSE QUE VOCÊ É UM GOSTOSO, UM VERDADEREIRO DEUS, PERFEITO.

 O filho de Hades arregalou os olhos, vendo várias cabeças se voltando para eles. Will o encarou com um sorriso enorme no rosto, mas não parou de cumprimentar os professores um por um.

 — Percy cala a boca, fica quieto — Nico implorou puxando a camiseta do outro.

 Além dos amigos estarem rindo, Annabeth também não parecia nem um pouco disposta a ajudar Nico a fazer Percy parar de passar vergonha.

 — NICO QUE SAFADO — Percy o olhou malicioso — ELE DISSE QUE SEU PRESENTE VEM A NOITE WILL, SE PREPARE.

 — JACKSON! — gritou com as bochechas vermelhas.

 Percy ficou quieto logo depois achando que já tinha feito um bom trabalho.

 Will posou para uma foto com a coordenadora do curso e voltou para o seu lugar; tinha sido convidado para ser o orador da turma — não era surpresa que tivesse a amizade de todos os colegas a ponto de ser unanime que preferissem que ele os representasse —, mas recusou por não querer ter preocupação em escrever um discurso. A filha de Minerva que ficou responsável fez um bom trabalho afinal.

 Sua maior felicidade foi ao termino da cerimônia receber um bom abraço dos seus irmãos; e enquanto recebia os presentes e as palavras bonitas de seus convidados, Nico esperava um pouco mais afastado ajeitando os botões da camisa social, tentando parecer minimamente confortável.

 Aprendeu a se amar e não se inferiorizar diante de qualquer situação, mas eventos sociais ainda o deixavam deslocado; em sua própria formatura sentiu vontade de se esconder diversas vezes.

 Estava encarando o nada quando recebeu um peteleco na testa que o fez voltar ao mundo real.

 — O pessoal já quer ir para o restaurante — Will o avisou, puxando o namorado para um abraço — alias muito obrigado por ter conseguido fazer as reservas; eu não faço ideia de como conseguiu reservá-lo apenas para nós, então estou torcendo para não encontrar os donos amarrados na cozinha.

 — Fica quieto Solace. — o empurrou com ombro.

 Mas tinha que admitir que não tinha sido fácil, ficou ao menos quatro tardes tentando convencer a dona do local — que felizmente era mãe de uma das alunas que mais gostava de si — a alugá-lo apenas para a formatura de Will. A maioria fazia um encontro em casa após a cerimônia, mas William Solace era completamente diferente, tinha mais convidados íntimos do filho de Apolo do que alunos se formando em medicina.

 — Vamos, me diga o que fez para conseguir. — pediu novamente.

 Nem se Will chorasse na sua frente iria admitir que quase implorou de joelhos pelo local, nem que tinha feito muita chantagem emocional para consegui-lo e que no final uma boa quantidade de dracmas que conseguiu de Hades convenceram a dona.

  — Tenho minhas táticas — disse querendo dar o assunto por encerrado — agora porque não vamos logo de uma vez? Quero te dar seu presente logo após o almoço.

 O filho de Apolo encarou o namorado com uma cara maliciosa que mexeu com os sentidos do outro, o fazendo imaginar mais do que deveria.

 — Mas já? Pelo que Percy disse achei que ia ser só à noite.

 — William, você é um caso perdido; gostaria de saber onde está o meu namorado fofo? — questionou dramatizando. E conseguiu uma gargalhada alta de Will, que quase derrubou o capelo ao deitar a cabeça para trás.

 — 6 anos de namoro e me pergunta onde está minha fofura? Que tal elogiar minha incrível capacidade de te aguentar hein?  — perguntou debochado.

 A dinâmica do relacionamento dos dois havia se tornado mais ácida ao longo dos anos, e amavam como as coisas estavam funcionando.

  — Beleza é melhor irmos logo, estão nos chamando — apontou para os semideuses que sinalizavam impacientes — não se esqueça do jantar na sua mãe, por favor, ela vai arrancar meu coro se eu não levar o formando para vê-la.

 — Minha mãe tirar o coro do único filho dela, o amado Nico di Ângelo? — reclamou encimado, Nico o lançou uma careta, mas não estendeu o assunto — Vamos com eles logo.

 Nico atribuía o jeito com que se tratavam atualmente ao simples fato de terem criado uma intimidade grande. Descobriu que Will podia ser um amor, mas era afiado e possuía sempre uma resposta na ponta da língua; apenas não conhecia esse lado porque o filho de Apolo no inicio tinha  um medo absurdo de falar algo que magoasse Nico porque o semideus era extremamente fragilizado e inseguro, o que ele já não era mais.

 Com o tempo conseguiram desenvolver a habilidade de perceber apenas pelo tom de voz quando o assunto era sério ou apenas uma brincadeira. Perderam as contas de quantas vezes dispararam ironias sob o outro, deixando quem estava por perto assustado, apenas para que eles se rendessem as gargalhadas logo após como se estivessem contado uma boa piada.

  — Ei Will — Kayla gritou do outro lado da mesa — Quíron te mandou um presente.

 Os convidados pararam de se servir quando a garota foi até Will com uma caixa de tamanho médio, mas que não era pesada.

 — Ele se desculpou por não poder estar aqui hoje, mas disse que estava muito orgulhoso de você — a garota avisou.

 Kayla não havia mudado muito durante os seis anos que se passaram; logo que Will saiu ficou responsável pelo posto do irmão de curandeiro e conselheiro chefe, mas como era de se esperar não aguentou ter que ouvir tantas reclamações diretas no ouvido e passou os cargos para outro filho de Apolo.

 — Ele foi muito gentil — Will comentou abrindo o pacote com carinho, fazia quase um ano que não via Quíron.

 Riu tanto ao ver o que era o tal presente que deixou a todos curiosos.

 — O que ele te deu? — Annabeth perguntou curiosa. De formatura havia ganhado um livro de anotações que o centauro fazia desde a Grécia antiga sobre arquitetura.

 Will pegou o pequeno bilhete que havia dentro da caixa com o presente.

 — Soube que você e Nico vão se aventurar pelo mundo mortal após a formatura. Para dar sorte! — leu alto para que todos pudessem ouvir. Tirando de dentro da caixa uma ferradura de cavalo, provavelmente do próprio centauro, pintada de azul.

 O barulho das risadas ecoava pelo restaurante; mas apesar de parecer brincadeira Will havia gostado muito do presente, era tão bobo e estúpido que o lembrava de casa. Sentia muita falta do Meio-sangue, mas não se imaginava voltando a morar lá.

 Com o fim da batalha recebeu de Apolo um dom que o permitia controlar sua própria áurea, poderia intensificá-la em ataques, mas também poderia minimiza-la ao ponto de torna-la quase imperceptível aos monstros; como filho de Apolo não era um ímã das criaturas assim como Nico, mas o dom se mostrava extremamente útil.

 Nico teve um desejo concedido pelos deuses do Olimpo pela sua atuação na profecia, havia pedido que conseguisse ir para a Itália sem atrair monstros a cada metro percorrido e havia sido atendido parcialmente: se estivesse com o anel de caveira de Hades exalaria menos odor para os monstros do que o esperado para um filho dos três grandes, o que não era muito, mas ajudava.

 Com essas novas possibilidades Nico e Will decidiram que assim que o mais velho se formasse iriam passar um tempo no mundo mortal trabalhando com estes, tinham decidido começar justamente pela Grécia. Era apenas um teste; caso não desse certo voltariam à Nova Roma.

 — Está se sentindo com mais sorte agora Nico? — Piper debochou.

 Havia vindo especialmente para a formatura de Will, ainda mantinham muito contato e ela considerava o filho de Apolo como um de seus pilares para que não desabasse quando as coisas não iam como ela queria. Ainda que estivesse vivendo bem fora do acampamento, tinha um bom trabalho como atriz e até mesmo sua vida amorosa estava ganhando outros rumos.

 — Se a ferradura impedir Solace de comprar apenas bermudas jeans eu já irei considerar muita sorte. — rebateu.

  Riu para o formando havia tirado a beca no momento que entrou no restaurante, mostrando com orgulho que estava de bermuda e camisa curta por baixo.

 Nico sorriu para o namorado que segurava a ferradura como uma coroa de louros. Will Solace era seu ponto fraco.

 

*********

 

  Já estava escurecendo quando Will e Nico voltaram para casa do filho de Apolo. Não podiam estar mais felizes, todos os convidados saíram satisfeitos e com boas lembranças o que deixava ambos orgulhosos de seu trabalho como anfitriões; as coisas só seriam melhores de Naomi Solace pudesse ter visto a cerimônia, mas a contariam com detalhes o que havia acontecido.

  Enquanto Will se arrumava no quarto Nico havia aproveitado para passar em casa e pegar o presente do namorado; tinha tido dificuldade para escolher algo e não era nada muito elaborado, mas esperava que ele gostasse.

 — Estou pronto meu anjo — saiu do quarto com um sorriso no rosto, vestia uma roupa social porque o filho de Hades havia insistido que Naomi gostaria de vê-lo daquele jeito — podemos ir.

 — Ah Solace, eu quero te dar o presente antes — avisou se estranhando por estar tão tímido.

 Will não hesitou em ocupar o lugar ao lado do namorado no sofá, estava ansioso pelo presente de Nico durante o dia inteiro. O filho de Hades tirou um embrulho debaixo do sofá, era um pacote retangular de tamanho médio.

 — Olha, eu espero que você goste — entregou quase jogando o pacote no colo do namorado — e que não ache muito estranho, eu pensei bastante sobre, mas eu não sei qual vai ser sua opinião.

 — Ei, eu vou gostar de qualquer coisa que você me der. — avisou acariciando a mão de Nico; ele não precisava se preocupar com aquilo.

 Nico desviou o olhar enquanto Solace abria o embrulho, tirando o pequeno caderno amarelo bebê; o filho de Apolo procurou algo que explicasse o presente nas páginas, mas elas estavam em branco.

 A capa do caderno tinha uma lua e uma caveira desenhadas em uma pequena depressão dourada; parecia delicado demais nas mãos grandes de Will.

 — Um diário?

 — Mais ou menos, é para guardarmos nossas lembranças boas um do outro — Nico começou, suspirando antes de continuar — eu sei que posso parecer um completo louco pelo que vou propor, minha intenção era ser romântico, mas Demeter disse que eu tenho o senso de romance do meu pai... espero que não seja verdade.

 Will continuou em silencio, esperando que o filho de Hades tivesse coragem o suficiente para continuar.

 — Pensei de colocarmos nossas boas lembranças nesse livrinho, apenas o mais importante porque é para durar a vida inteira — riu — Hades irá guardar, então se algum dia nós reencarnamos numa próxima vida ele irá permitir que vejamos o livro de lembranças quando estivermos prontos, assim podemos procurar um ao outro e ele vai ajudar.

 Como Solace não teve nenhuma reação Nico começou a ficar nervoso e isso ficava claro em suas bochechas avermelhadas; o homem voltou a puxar mais um embrulho debaixo do sofá, dessa vez mais maleável.

 — Ah caso tenha achado a ideia assustadora podemos fingir que nunca aconteceu — entregou o novo presente — olha comprei uma nova camiseta pra você. Esse era meu presente.

 Sorriu aflito, não queria apavorar Will falando sobre eternidade, e outras vidas; mas por algum momento pensou que o namorado podia sentir o mesmo que ele sobre aquele assunto.

 — Meu anjo eu...

 — Ei ta tudo bem, eu sei que somos novos demais para falar de futuras vidas, nem sabemos se essa vai dar certo. — riu falso, tentando aliviar o sentimento ruim em seu peito.

 — Eu acho que vai dar certo — Will respondeu de supetão com uma expressão séria — e não acho que sejam bobagem seus pensamentos, eu só não sei o que responder pela surpresa. Morri mais jovem na nossa vida passada do que sou agora, e mesmo assim soube que queria te ver em outra reencarnação e estava correto; foi minha melhor decisão naquela vida.

 Segurou o braço de Nico se aproximando mais, o que sentia por ele era forte, era um amor que ia além do romântico; tinha absoluta certeza que jamais conseguiria se desvencilhar de Nico di Ângelo mesmo que a vontade de ficar juntos como casal passasse.

 — Você não achou muito emocionado da minha parte? Não se sente pressionado? — Nico questionou rápido.

 — De jeito nenhum. — sorriu doce — sei que vamos ser extremamente felizes e para mim será um prazer poder te ter comigo por mais uma vida.

 Nico sorriu de verdade, daquele jeitinho que fazia seus olhos ficarem pequenininhos, mas que ainda sim deixava Will perceber o brilho neles; podia afirmar que tinha se apaixonado ainda mais porque seu amor por Nico não parecia ter um limite, sempre ficava maior e maior e maior.

 — Como pode ter tanta certeza? — debochou quanto percebeu que o namorado o olhava de um jeito muito bobo.

 Não se renderia aos galanteios de Solace porque sabia que seriam usados mais tarde por ele para declarar como Nico era um rendido aos seus carinhos; o que realmente era verdade, mas Will não precisava ter ainda mais provas disso do que já recebia todos os dias nos pequenos detalhes.

 — Posso apenas sentir — perguntou malicioso.

 — Está sensitivo é? Devo de batizar como filho de Hades também?

 Não havia contado para Nico que seu real pedido os deuses no dia em que foram no Olimpo não havia sido paz para o Acampamento Meio-sangue — por mais que desejasse que eles tivessem —, havia sido um pouco egoísta daquela vez porque o que pediu em particular para Apolo foi que convencesse as Parcas a darem um pouco de paz para que ele e Nico pudessem descansar.

 O pai havia lhe revelado parte do seu destino meses depois: morreria antes de Nico, mas teriam uma longa vida juntos.

 — Digamos que eu tenho um sexto sentido. — encarou o namorado nos olhos como fazia quando queria deixá-lo sem jeito — ou talvez eu tenha muita fé no nosso amor.

 Nico sorriu e puxou o namorado pelos ombros para próximo de si.

 — Você é tão besta! Obrigada por ser minha luz.

 — Sempre meu anjo.

 Compartilharam um beijo cheio de carinho, Naomi provavelmente teria que esperar certo tempo porque iriam se atrasar. 

 

 !VOCÊS REALMENTE LERAM AS NOTAS INICIAIS?! 



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