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História Luna - Capítulo 1


Escrita por: Rocker-

Capítulo 2 - Capítulo 1


Capítulo 1

Atrasada. Eu estava mais uma vez atrasada. Era impressionante como no dia mais importante do ano eu nunca conseguia chegar a tempo. Não era à toa que todos caçoavam de mim e jogavam na minha cara que eu nunca seria uma Guerreira Aldeny. Além de nunca chegar a tempo para as aulas da Academia, eu era conhecida como o “desastre ambulante”. Eu queria mostrar a todos que não era verdade, que quando fosse a minha vez de ficar debaixo dos raios solares, eu seria uma Escolhida.

Suspirei, enquanto terminava de ajeitar a saia do meu vestido cinza e preto. Odiava ter que o vestir, mas se eu aparecesse com minha típica calça de couro e a regata que eu usava quando ia caçar, eu com certeza levaria um sermão da minha mãe – e eu não estava com a menor paciência para aquilo. Então eu estava usando todo o tempo que eu tinha para conseguir fechar os botões nas costas do vestido sem qualquer ajuda, já que meu pai, minha mãe e minha irmã resolveram não me esperar para irmos juntos ao Edifício dos Cristais.

Sacudi a cabeça para espantar meus devaneios e tão logo me vi livre deles, corri porta afora da nossa singela casa nos arredores de Morway, a parte do reino onde habitava os plebeus como eu e minha família. Apesar de não ver a hora para ser uma dentre os dezenove Escolhidos do Sol dali dois anos, a casa de apenas um andar na orla da Floresta de Orthon era meu lar. Corri o mais rápido que conseguia, atravessando Nothinhood no processo, também conhecida como “a terra dos ricos”, logo depois de Morway. Era o Dia Sagrado, marcado todo ano pelo solstício de verão, quando ocorria o Ritual das Luzes. Como era de se esperar, não encontrei uma pessoa sequer pelas ruas das duas partes da pequena cidade, seja camponês ou nobre. Talvez isso tenha tornado mais fácil minha corrida para o outro lado da cidade.

À medida que me aproximava, o Edifício de Cristais erguia-se à minha frente em toda a sua magnitude. Feito para capturar em seu centro os raios solares mais intensos naquele dia especial, o Edifício era usado somente um único dia em todo o ano. Eu sempre me perguntei porque criar o maior monumento de nosso reino se ele seria tão pouco utilizado, mas sempre que olhava para ele, eu entendia a resposta. Sem qualquer explicação, eu apenas entendia. Era preciso que o lugar construído apenas de cristais brilhantes mostrasse toda a sua imponência e importância. Afinal, era ali que os maiores Guerreiros, responsáveis pela vida de todos no reino de Alteeny, eram selecionados. Nossa ilha, Maavys, há muito foi dividida em cinco reinos dentre os herdeiros do Universo, e desde então cabia a eles decidir como comandá-los. Em nosso reino, o próprio Sol escolhia a segurança.

Entreabri levemente os grandes portões pesados da entrada do Edifício e prendi a respiração para não chamar ainda mais atenção para mim. Não era novidade que todo o reino conhecia minha fama, e duvidava menos ainda que a própria família real, a família Lancaster, não tivesse tomado conhecimento disso. Apesar das pessoas que estavam mais perto terem me lançado um olhar repreendedor, agradeci silenciosamente e em alívio quando a maioria ainda parecia entretida nas palavras sábias que a Rainha Sasha proferia para que sequer dessem-me uma segunda olhadela.

Respirei fundo antes de aceitar o desafio que teria ao atravessar toda aquela multidão atrás de meus pais e Tessa. Mesmo que alguns pedidos de licença me rendessem várias cotoveladas e olhares tortos, mal me importei e apenas continuei procurando minha pequena família pela multidão. Esticava o pescoço constantemente a fim de ter alguma visão deles, mas eu não tinha ideia de por onde procurá-los. Não era como se aquele lugar fosse dividido entre nobres e aldeões. No Dia Sagrado era comum que todos se misturassem, o que tornava tudo mais difícil para mim, mesmo que isso mostrasse que apesar de nossa sociedade ser separada, não era exatamente dividida.

- Com licença, senhora Howard. – pedi educadamente à matriarca da família de boticários, espremendo-me entre ela e o marido barrigudo. Não que eu gostasse disso, mas era a única fresta entre as pessoas que eu achei à minha volta. Não vi o filho deles de doze anos em nenhum lugar por perto, o que significava que Peter estava em algum outro lugar junto com minha irmã mais nova.

- Veja se não é a desastrada, querido. – sibilou a velha ranzinza, e eu apenas revirei os olhos enquanto deixava de lado a educação que meus pais me deram e simplesmente empurrei-os para passar.

Peter era um amor de pessoa, mas sua mãe era cruel. E chata, extremamente chata.

Estiquei mais uma vez o pescoço quando me afastei mais alguns metros. Alguns conhecidos olharam-me de soslaio, enquanto outras pessoas cochichavam entre si, encarando-me descaradamente. Apesar da minha pele formigar com a sensação de tantos olhares sobre mim, apenas ignorei e segui meu caminho. Eu já devia estar acostumada, até porque todos sabiam o quão ruim era meu rendimento na Academia de Preparação, mas eu pouco me importava – não seria isso que me impediria de tentar estar entre os Escolhidos.

- Atrasada mais uma vez, não é, garota! – mamãe beliscou-me no braço, e eu xinguei baixinho enquanto esfregava o local dolorido.

- Pensei que perderia o Ritual desse ano, Wendy! – retrucou Tessa.

Como esperado, Peter estava logo ao seu lado, não apenas como seu melhor amigo, mas também como seu fiel escudeiro. Mamãe e papai também estavam por perto, assim como Cristal D’Cleir, minha melhor amiga de berço, junto com Kaius e Kirsten, seus pais.

- Ela não perderia isso por nada. – disse Cris, apoiando o braço ao redor dos ombros de Tessa. – Até parece que não conhece sua irmã.

Revirei os olhos diante de seu comentário, e estiquei-me novamente sobre as pontas dos pés. Sasha Lancaster terminava seu discurso do qual eu não ouvira uma única palavra, mas já decorara por ser sempre semelhante ao dos anos anteriores. Como não estava muito longe dos Cristais e da família real, consegui ver ao longe os Guerreiros Aldeny, ao norte do grande salão. Como os Escolhidos no ano passado sempre ficavam na frente, não foi difícil identificar Kian Parker dentre eles. Seu olho esquerdo castanho contrastava com o direito azul como vidro e tornava toda a sua expressão compenetrada uma visão artística e maravilhosa. Quando nossos olhares se cruzaram e ele abriu um pequeno sorriso, meu coração disparou em meu peito, assim como um sorriso também surgira em meus lábios.

- Ah, claro, não podemos esquecer que ela também viria para ver Kian. – resmungou Cristal, quebrando todo o encanto daquele momento ao segurar meu braço e puxar-me para baixo.

- Cale a boca, Cris! – chiei entredentes, sentindo minhas bochechas queimando.

Tessa e Peter acompanharam-na nos risos, mesmo que baixo para não chamar atenção. No entanto, eu já deveria estar acostumada com tais brincadeiras. A família Parker era uma das poucas famílias de ferreiros em Morway, e era vizinha da nossa. Kian e eu nos conhecemos ainda antes de conhecer Cristal e sempre fomos bastante grudados, mesmo que ele fosse três anos mais velho que eu. Até o ano passado, quando, para nossa surpresa, aos seus dezenove anos, ele foi um dos dezenove Escolhidos do Sol. Agora eram bastante raras as vezes que nos víamos, já que desde o último Dia Sagrado ele vivia no Centro de Treinamento, do outro lado de Alteeny.

- Que comece, então, o Ritual das Luzes deste ano. – a voz da Rainha Sasha reverberou por todo o salão do Edifício de Cristais. Em sua mão estava um pergaminho com o nome dos cinquenta jovens de dezenove com melhor rendimento na Academia de Preparação e o desenrolou para chamar o primeiro nome. – Robert Berry.

O garoto nobre alto, loiro e musculoso andou até o centro do salão, demarcado por um pequeno palco de vidro resistente localizado logo abaixo da abertura no teto e dos cristais. Eu já tinha visto-o algumas vezes na Academia. Era um daqueles garotos que faria o que fosse preciso para conseguir o que quer, mesmo que para isso fosse necessário passar por cima das outras pessoas. Apesar de tudo, eu o entendia.

Robert posicionou-se sobre o palco de vidro, de frente para os nobres e aldeões, e esperou. Apenas esperou, até que o óbvio foi entendido por todos. Nada aconteceria. Ele não seria o primeiro Escolhido naquele ano – e nem em nenhum outro. A Rainha meneou com a cabeça e ele entendeu a deixa para que saísse e se juntasse ao povo, próximo à família real.

O próximo nome, então, foi lido.

- Ronnie Miller.

Uma garota com altura mediana, de olhos verdes e com mechas roxas nos fios negros posicionou-se no lugar antes ocupado por Robert. Eu percebia que todos esperavam o mesmo nada que ocorrera com Robert, e eu também não esperava diferente. Se já era difícil apenas ser selecionado para ser um dos cinquenta para participar do Ritual, era ainda mais ser um Escolhido – e ser Escolhida sendo mulher era quase impossível. Por isso todos ofegaram quando os raios solares se concentraram nos cristais acima de Ronnie e uma luz dourada circundou seu corpo, iluminando-a. O palco de vidro concentrou toda a luz e a desviou até a Placa de Arcadia. Segundos depois, a luz sumiu e na Placa a Marca do Sol era visível.

Tínhamos nosso primeiro Aldeny daquele ano. E era uma garota.

Mais nomes foram chamados, o que durou quase toda a tarde. Ao fim do Ritual das Luzes, tínhamos os novos dezenove Guerreiros Aldeny, e apenas dois deles eram mulheres. Os outros trinta e um jovens voltariam para suas casas e seriam obrigados a seguir o ofício designado à família, seja nobre ou aldeão.

Não era questão de escolha. E era por isso que eu queria tanto tornar-me uma Guerreira dali dois anos.

 

 

Nossa sociedade de Alteeny era matriarcal e relativamente igualitária se comparada às dos outros quatro reinos de Maavys. Apesar de viverem separados, não era obrigatório a convivência isolada. Os nobres de Nothinhood alugavam suas terras em Morway para nós, simples aldeões, e a maioria fazia papel administrativo no castelo da família Lancaster. Alguns recolhiam os impostos e outros instruíam na Academia de Preparação sobre conhecimentos desvinculados do Ritual – matérias como História de Maavys, Matemática e Astronomia. Muitos jovens passavam pela Academia, a fim de preparar-se para o Ritual. Ocorria todo ano, apenas com os jovens de dezenove anos, seja nobre ou aldeão. Somente os cinquenta com maior rendimento participavam, e desses apenas dezenove eram Escolhidos. Quando isso não ocorria, eram obrigados a retornar às suas famílias e servir com o ofício.

Cada família tinha um ofício próprio, e mudá-la não era uma opção. Aldeão ou nobre, todos tinham um papel na sociedade. Assim como os Howard eram boticários, os D’Cleir eram agricultores, os Parker eram ferreiros e os Morgan, minha família, eram caçadores. Basicamente sustentávamos o reino pelas caçadas na Floresta de Orthon, que dividíamos com outras cinco famílias. Quando se é desertor – não é Escolhido, mas também não aceita o ofício familiar ou não tem habilidade – suas opções seriam sair de Alteeny – o que não recomendo, já que apenas um dos outros quatro reinos de Maavys, Rior, era realmente aliado nosso – ou tornar-se um criado no palácio. Era um ato de misericórdia da Rainha Sasha, mesmo que você fosse proibido de ver sua família outra vez. Talvez possa se casar com alguém que tenha um ofício melhor, mas isso seria um golpe de sorte. O casamento nobre era por afinidade familiar, mas era aceito casamento com o povo. Já entre os aldeões, era comum herdar parte do trabalho da família e alugar uma nova casa com os nobres.

Nenhuma dessas opções pareciam boas o suficiente para mim, pois apesar de ser a melhor da família na caça, eu odiava.

E por isso eu precisava ser Escolhida.

 

 

- Wendy, vamos! – chamou minha mãe, quando a multidão começou a dispersar. – O Ritual já terminou e precisamos mandar a carne para os Heigl! – eles eram um dos açougueiros do reino.

- Podem ir na frente. – respondi rapidamente. – Quero tentar falar com Kian antes de ir.

Cristal riu. – Só não vai atrasar ele demais com os amassos que vocês vão dar!

- Cris! – reclamou Peter, tapando os ouvidos de Tessa, fazendo-nos rir com sua inocência doce.

- Está vendo, garota? Está assustando o coitado! – dei um tapa no braço da minha amiga, que apenas resmungou. – Além do mais, não é algo que aconteceria.

- Vou fingir que não, Wen. – Cristal lançou-me uma piscadela antes de sair em disparada atrás de seus pais, para evitar outro tapa.

- Posso ir? – perguntei a meus pais, esperando uma resposta afirmativa.

Papai suspirou derrotadamente. Ele sempre dizia que não entendia como eu não me desgrudava do “moleque”, como assim o chamava.

- Vá, mas tente não demorar.

Sorri, e dei meia-volta antes que ele mudasse de ideia. Do jeito que eu o conhecia, isso não era algo impossível. Papai dizia que nossa amizade cega não me faria bem, mesmo que mamãe tentasse convencê-lo do contrário. Procurei à minha volta pelos Guerreiros, pois sabia que Kian estaria ali naquele meio. Alguns dos Guerreiros conheciam-me, por ter sido da vizinhança ou por saber que eu procurava por Kian, então me direcionaram até onde estava.

- Kian! – chamei-o assim que o vi conversando ao longe com um garoto loiro de olhos azuis. Era bonito, mas não era Kian.

Quando o moreno se virou para mim, eu senti como se estivesse segurando o fôlego. Um metro e oitenta de altura não parecia afetar o equilíbrio perfeito de Kian Parker. Eu até diria que sua graciosidade e charme vinham dos poderes adquiridos quando se tornou um Aldeny, mas eu sabia que vinha de muito antes. Kian sempre foi assim – com os olhos heterôcromos contrastando com os lábios rosados e as maçãs do rosto altas quase o faziam parecer com um anjo. Abri um sorriso automático quando ele se aproximou de mim e sorriu para mim. Era uma reação espontânea sempre que o via.

- Wendy! – ele exclamou, dando os passos que restavam até alcançar-me e abraçar-me, girando-me no ar. Ri com seu gesto, dando tapas em seus braços para que me soltasse. – Há quanto tempo não nos vemos!

Revirei os olhos, tentando não deixar transparecer que estava chateada com isso.

- Uns dois meses, pelo menos. – respondi-o.

- Verdade. – ele abriu um sorriso triste e envergonhado ao olhar-me de cima. Eu era alta, mas ainda era uma cabeça mais baixa que ele. – Depois que fui pra Central, não tivemos muito tempo.

- É. – concordei, abaixando a cabeça para meus pés. Odiava pensar que tanta coisa mudou desde o último Dia Sagrado.

- Wendy... – Kian sussurrou, levantando meu queixo com seus dedos longos e obrigando-me a olhá-lo nos olhos. Senti o calor de seus poderes passando de seus dedos para minha pele senti-me aquecida. Abri a boca para dizer alguma coisa, mas calei-me quando vi o azul e o castanho encarando-me com profundidade. Ele também nada disse, até que alguém o chamou, com a voz parecendo longínqua. Kian olhou por cima do ombro e assentiu antes de se voltar para mim. – Preciso ir, Hayden está me chamando.

Suspirei derrotadamente. Sabia que não seria tão fácil tê-lo novamente por perto, e isso doía. – Sinto sua falta, K.

- Também sinto, Wen.

Kian inclinou-se e depositou um beijo demorado em minha testa antes de se virar para ir embora. E eu fiquei ali parada, vendo-o se afastar com o loiro e sentindo meu coração se apertando com a ideia de demorar mais vários meses para vê-lo novamente. Odiava ser três anos mais nova.

 

 

Terminei de pentear meus cabelos curtos, ajeitando os cachos da melhor maneira possível. Se eu não os desembaraçasse bem antes de dormir, eu acordaria parecendo uma das Bruxas da Montanha Deserta, como sempre diz Tessa. Não que eu quisesse parecer com os seres mais sobrenaturais que viviam em Maavys e basicamente eram idosas que não envelheciam e nem morriam.

- É tão raro garotas serem Escolhidas. – ouvi a voz de Tessa pelo quarto.

Suspirei, deixando o pente sobre a penteadeira e virando-me para ela. Ela estava deitada sobre sua cama, encarando o teto e mexendo na bainha do cobertor.

- Parece até impossível de conseguir. – murmurei, sentindo toda a esperança quase se esvaindo.

Tessa apoiou-se sobre os cotovelos e olhou-se com aqueles grandes olhos castanhos.

- Acha que consegue?

- O quê? Tornar-me uma Aldeny?

- Não, participar do Ritual.

Apenas os cinquenta melhores participavam. E eu tinha plena consciência que eu não estava nem perto disso. Eu tinha um dos piores rendimentos – senão o pior – de toda a Academia de Preparação e se eu não lutasse para melhorar em dois anos, eu nem ao menos estaria debaixo dos cristais do Edifício quando chegasse minha chance. E toda minha a família tinha consciência disso.

- Eu não sei, Tessa. – aproximei-me dela e acariciei seus cabelos. – Eu espero muito conseguir, você sabe que sempre foi meu sonho. Mas não quero ficar pensando muito nisso. E nem você devia. É melhor ir dormir, pois amanhã teremos de sair para caçar antes de ir para a Academia.

Tessa resmungou algo que me foi incompreensível, mas fez o que pedi e se ajeitou embaixo do cobertor grosso.

- Boa noite, Wendy. – murmurou.

- Boa noite, Tes.

Depois de algum tempo, eu mesma não conseguia dormir. O que ela me disse não saia da minha mente. “Acha que consegue participar do Ritual?”. Eu sabia que não, por mais que eu tenha passado os últimos meses tentando me iludir. Eu nunca estaria à altura daquilo e teria que me contentar em caçar o resto da minha vida. Talvez ir trabalhar no palácio não fosse tão ruim, mas Tessa nunca me perdoaria se eu decidisse por abandoná-los por um capricho.

Levantei-me da cama quando me dei conta de que eu definitivamente não dormiria naquela noite. Nosso quarto ficava ao fundo da casa e isso permitia-me ver o Edifício de Cristais ao longe, somente a imensa torre por onde entrava a luz não estava sendo tampada pelas torres do palácio dos Lancaster. A lua contrastava com os cristais e o brilho era fascinante. Eu me sentia hipnotizada, como se eu estivesse sendo incentivada a ir até lá. Não sabia se era errado ou não, mas era provável que fosse. Ninguém ia no Edifício em qualquer ocasião se não fosse a Rainha Sasha ou alguém com sua autorização.

Olhei de relance para Tessa, que dormia profundamente a poucos metros da janela. Ela tinha um sono de pedra e não acordaria até que mamãe viesse para chamar-nos para a caça. Direcionei meu olhar mais uma vez pela janela e tomei minha decisão. Eu podia não ter outra oportunidade de estar debaixo dos cristais.

Coloquei rapidamente minha roupa de caça e sai porta afora.

 

 



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