História Lunor, the fire witcher - Estava com saudades

  Pomar Branco, 9:14, nublado.

   Lunor finalmente chegou em Pomar Branco, mas ...

   -Droga! Minha barriga tá roncando, não como nada já tem três dias! Será que falta muito pra chegar em Pomar Branco?

   ... ele não tinha ideia, já que estava perdido.

Enquanto andava pela estrada, apoiado em sua espada de aço, Lunor viu uma coruja negra voando sobre ele.

  -É a coruja do John! – disse ele se recompondo imediatamente.

  Assim que a coruja percebeu que foi avistada, ela começou a voar pra longe, e Lunor a seguiu por 1 quilômetro, até que, finalmente, ela pousou no ombro de um homem (aparentava ter uns 45 anos) que estava sentado em uma pedra.

  -E aí, John? – disse Lunor ofegante.

  -Já faz tempo, Lunor. – disse John, com um sorriso leve no rosto.

  Eles ficaram quietos por alguns segundos, para Lunor recuperar o fôlego.

  -E então? O que quer comigo? – disse Lunor indo direto ao assunto.

  -Sobre isso ... – disse John colocando a mão na cabeça -  ... vamos conversar na vila, estamos esperando mais uma pessoa.

  -Mais alguém? Vou ter que trabalhar em dupla? – disse Lunor não muito contente.

  -Vocês que decidam, mas provavelmente você vai trabalhar sozinho. – disse John se levantando.

  John olhou para o Sol escondido nas nuvens.

  -Vamos indo, não queremos nos atrasar. – disse John já andando.

  John ficou calado o caminho inteiro até a vila, e Lunor não conseguia puxar assunto, e isso estava o incomodando, e muito.

  Quando estavam quase chegando na vila, os dois viram um animal exótico sobrevoando o céu: era um animal com asas, garras e cabeça de um grifo, mas com corpo e patas traseiras de cavalo.

  -Isso é... – disseram os dois juntos.

  -Um hipogrifo! – disse John.

  -COMIDA! – gritou Lunor correndo na direção do hipogrifo.

  -Espere! – disse John segurando Lunor pelos cabelos.

  -Qual é, John? Estou morrendo de fome. – disse Lunor correndo sem sair do lugar.

  -Temos que ir pro bar da vila, não temos tempo para um hipogrifo. – disse John sem soltar os cabelos de Lunor.

  -Mas estou com fome, John! Estou quase pra me tornar um maldito canibal e te devorar. – disse Lunor tentando correr com mais força, mas sem resultados.

  -Podemos comer no bar, melhor não nos atrasarmos, confie em mim, você vai me agradecer por isso. – disse John que soltou os cabelos de Lunor.

  -Tá bom. – disse Lunor decepcionado. – Espero que tenham um contrato pela cabeça do hipogrifo, assim conseguiremos um pouco de dinheiro.

  Chegando no bar, os dois se sentaram na frente do balcão.

  -Me dê o vinho mais caro que tiver aí. – disse John ostentando dinheiro. – O que vai querer Lunor? É por minha conta, peça o que quiser.

  -Se é assim ... – disse Lunor com um sorriso malicioso. - ... me vê um suco de maracujá.

  -Um o quê? – diz o Barman confuso.

  -O que foi? Ah, sim, não precisa de canudo, não. Já passei dessa fase. – disse Lunor, convicto de que tinha amadurecido.

  Logo depois de comerem, uma multidão de pessoas se juntaram do lado de fora.

  -Vamos lá pra fora, parece que estamos todos aqui. – disse John, se levantando.

  Quando saíram do bar, eles viram de longe, lá na entrada da vila, o hipogrifo que estava voando pelos céus mais cedo, porém, estava morto.

  Lunor estava chocado por dois motivos: um deles foi porque ele perdeu dinheiro, já que ele pretendia abater o hipogrifo, o segundo, foi simplesmente o fato de que alguém havia abatido a fera, os camponeses jamais conseguiriam.

  Como estava curioso para saber quem havia abatido a fera, Lunor estava tentando enxergar lá de longe, e no meio da multidão deu para ver um homem, que parecia ser o chefe da vila, conversando com... uma garota?

  Lunor começou a correr em direção à multidão.

  -Nyatty! – gritou Lunor enquanto corria de braços abertos e com cara de idiota.

  -Lunor! – disse ela assim que reparou nele.

  Lunor estava feliz demais para notar que havia uma pedra em seu caminho, então ele tropeçou e caiu de cara no chão.

  -Lunor! – disse ela, dessa vez com uma cara de susto.

  Nyatty agachou para falar com Lunor, que estava caído com a cara enterrada no chão.

  -Você está bem? – perguntou ela, com uma voz doce e aconchegante.

  Ao escutar a voz dela, Lunor se levantou rapidamente e a abraçou .

  -Nyattyyyyyy! Estava com saudades! – disse esfregando a cara cheia de terra na roupa dela enquanto chorava que nem um idiota.

  -Também estava com saudades, mas ... EI!!! Você tá todo sujo! Vai se limpar, por favor! – disse ela meio constrangida.

  Os três pegaram uma mesa do lado de fora do bar e começaram a conversar.

  -Cheguei a pensar que tinha sido um bruxo que matou o hipogrifo, mas nunca imaginei que fosse você, Nyatty! – disse Lunor (com o rosto limpo).

  -Normalmente, eu nem teria vindo até aqui, eu estava em Vizima. – disse Nyatty.

  -Vizima?! – disse Lunor, espantado. – Está trabalhando para os Nilfgaardianos?

  -É só um contrato, ... mas o rastro do monstro esfriou, então está demorando um pouquinho mais do que o planejado. – disse Nyatty meio sem graça.

  -De qualquer modo ... – disse Lunor. - ... hora de falar, John. Pra quê nos chamou até aqui?

  John suspirou, se inclinou um pouco para frente e disse:

  -Akito está desaparecido. – disse John com uma cara séria.

  -O quê?! – disse Nyatty se levantando do banco.

  -Espera! – disse Lunor, mantendo a calma. – Como sabe que ele está desaparecido?

  -Ele não manda notícias a um ano. – disse John com a mesma cara séria.

  Todos ficaram quietos.

  -UM ANO?! – gritou Lunor. – Vocês esperam um ano para ter certeza de que ele desapareceu?! Qual é o problema de vocês?!

  -Lunor, você conhece o Akito. Na verdade, todos vocês já sabem se virar muito bem sozinhos, vocês são bruxos treinados em Kaer Morhen, ou seja, 1 ano fora não seria nada estranho. – disse John tentando acalmar Lunor.

  -Mas... – disse Nyatty, um pouco impaciente.

  John olhou para os dois, suspirou e voltou a falar:

  -Mas comecei a investigar uns velhos assuntos, e parece que “Eles” voltaram a ativa. – disse John com uma feição preocupante.

  -“Eles”?! –disse Lunor, se pulando da cadeira. – Espera, de quais “deles” você está falando?

  -Estou falando do incidente de 50 anos atrás. – disse John, um pouco decepcionado com a lerdeza de Lunor.

  -Aqueles caras?! – disse Lunor, suando frio.

  -Sim, e é isso que nos preocupa. Se o desaparecimento de Akito estiver relacionado à “eles”... – disse John, em tom fúnebre. - ... pode ser que nunca mais vejamos ele de novo.

  -Ou seja, você quer que nós encontremos Akito. – disse Lunor, aflito.

  Todos ficaram quietos por um tempo, até que Lunor se manifestou:

  -Muito bem, vamos atrás dele, novamente, eu vou ter que enfrentar esses caras por causa dele. – disse Lunor, tentando se acalmar. – Vamos, Nyatty! Não há tempo a perder!

  -Hã? Mas eu não vou. – disse ela confusa.

  Lunor tropeçou por causa do choque, e foi de encontro com o chão.

  -Como assim, você não vai? – disse Lunor, indignado. – Está recusando trabalhar comigo?

  -Calma, não é bem assim. – disse Nyatty tentando acalmá-lo. – Eu disse que estava no meio de um serviço, lembra? Não gosto de deixar as coisas pela metade. Eu já tinha dito ao John que não poderia ir em uma missão, mas quando ele disse que ia passar a missão pra você, pensei em vir aqui pra dar um oi.

  Lunor pensou um pouco, até que se levantou.

  -Tá bom, então eu vou te ajudar no contrato e, quando acabarmos vamos atrás do Akito. – disse Lunor caminhando de onde tinha parado antes.

  -Hã? Nada disso! – disse Nyatty, rejeitando completamente a ideia.

  Lunor caiu de novo.

  -Qual é? Por que não? – disse Lunor indignado.

  -Você sabe muito bem o que pode acontecer com o Akito se ele for pego. Você não pode deixar aquilo acontecer de novo. Você mesmo disse que não tem tempo a perder. – disse Nyatty completamente convicta.

  Lunor se levantou, e então soltou um longo suspiro.

  -Tá certo! – disse Lunor sorrindo. – Eu vou lá salvar ele de novo.

  -Espere Lunor! – gritou John. – Eu não disse que o Akito tinha sido capturado, eu disse “se” e somente “se”.

  -Ah, é mesmo! Você tem alguma pista? – disse Lunor totalmente despreocupado.

  -A última vez que o Akito entrou em contato conosco, ele estava em Vellen. – disse John cruzando os braços.

  -Vellen?! – disse Lunor irritado. – Acabei de sair de lá. Mas que droga, vou ter de fazer todo aquele caminho de novo!

  -Bom, acho que eu já vou indo. – disse Nyatty caminhando em direção à saída da vila.

  -Espera, Nyatty! – disse Lunor esticando o braço na direção dela.

  -O que foi? – disse ela se virando.

  -É só que... bom... – disse Lunor, meio sem graça. – Você não mudou nada!

  -QUÊ?! Como pode dizer isso? Cresci 2cm desde que nos vimos pela última vez, estou com 1,55m !!!

  Lunor sorriu, e então disse:

  -Sim, mas você não mudou nada! – disse isso com um sorriso sereno.

  Nyatty se virou, e continuou a caminhar pra fora da vila, ela não sabia o porquê, mas desde que os dois começaram a namorar, Lunor começou a se despedir dela dessa maneira, ao mesmo tempo em que ele parecia esconder alguma coisa.

  Lunor ficou parado igual a um poste até que Nyatty sumisse de sua vista.

  -Eu também já vou indo. – disse John parando ao lado de Lunor.

  -John... – disse Lunor, preocupado. - ... tenha cuidado.

  -Mas é claro. – disse ele com uma expressão tranquila. – Como poderia deixar Geralt sob os seus cuidados? Seria melhor se eu amarrá-lo e queimá-lo na fogueira.

  Os dois riram, se despediram e cada um seguiu o seu caminho.

  Lunor agora tem uma missão, encontrar Akito antes de seus inimigos. Porém, já passou das 16:00 e só tem uma coisa preocupando Lunor no momento:

  -Droga! Minha barriga já tá roncando!