História LUST - Violet

 Meu nome é Isabella Swan, mas a noite sou conhecida como Violet.

 De manhã eu agia como uma pessoa normal limpava e arrumava a casa, que era um cubículo, a sala era ligada com a cozinha em uma espécie de “cozinha America”, um quarto e um mini banheiro, tudo bem simples, meu apartamento ficava no subúrbio, pois era o que dava para pagar. O que eu queria mesmo era voltar a morar perto dos meus pais que são do interior e dar uma vida confortável para eles, ver meu irmão se formar em Engenharia e então cursar minha faculdade de medicina.

 Suspirei e me desliguei dos meus sonhos, voltando para a realidade que não era nada confortável. Observei aflita o relógio, eram quase 22 horas e se eu não me apressasse iria chegar atrasada ao meu trabalho e hoje era só o segundo dia. Desci correndo as escadas e eu sempre atrapalhada tropeço e quase caio em cima de uma pessoa.

-Meu Deus! Desculpe-me. – falei envergonhada e tentando me equilibrar novamente.

-Wow, tudo bem. Só mais cuidado, essas escadas são um perigo. – olhei para a pessoa e me deparei com um cara bonito, moreno, forte e sorriso simpático. – Meu nome é Jacob Black, moro no quarto andar, sou seu vizinho da frente. – o tal Jacob disse.

-Prazer, sou Isabella, mas pode me chamar de Bella. – o cumprimentei com vergonha pelo esbarrão. – E desculpe por quase ter te derrubado. – ainda sentindo minhas bochechas coradas dei um sorriso amarelo.

-Não se preocupe, sempre acontece.

-Tenho que ir, boa noite Jacob. – assim que eu me despedi fui saindo lentamente dessa situação embaraçosa.

-Até logo, Bella. – falou e sorriu, então desci mais devagar as escadas com medo de um acidente bem pior e fui para o ponto de ônibus. E tinha que admitir, ele era bonito.

                                                                       [...]

-Meninas! Ainda não estão prontas? Já tem cliente lá fora! – Tanya gritou enquanto nos arrumávamos. – E você – ela apontou para mim – vem comigo.

 A segui até seu escritório me tremendo levemente, tensa pelo o que estaria por vir.

-Sente. – ela pediu e sentei. – Como você sabe, a partir de hoje seu nome não é mais Isabella aqui, e sim Violet, qualquer pessoa que perguntar terá que dizer esse nome, até mesmo para suas companheiras, estamos entendidas? – Tanya usava um tom sério que me deixava apreensiva.

-Sim senhora. – respondi.

-Ótimo, e vale relembrar que você não deve ir para o Hot Room sem me avisar. Lembra-se de todas as regras, não é? – e no contrato as tais regras eram:

.Nunca dizer seu nome verdadeiro.

.Sempre avisar o dono (a) do estabelecimento quando for para o Hot Room.

.Nunca, em nenhuma circunstância realizar um ato sexual sem preservativo, mesmo que o cliente peça.

.Não revelar sua verdadeira identidade (sempre usar perucas ou máscaras).

.Não contar de sua vida pessoal para o cliente, se ele quiser contar a dele, deixe-o falar.

.Sempre ir ao hospital realizar exames mensalmente.

.Não roubar do estabelecimento nem de suas companheiras (se houver tal ato haverá consequências).

.Se ocorrer qualquer ato de violência por parte do cliente deverá procurar imediatamente o dono (a) do estabelecimento.

.Não se envolver com o cliente do estabelecimento fora do local.

.Nunca e em nenhuma hipótese recusar um pedido do cliente.

.Se conseguir que o cliente pague uma segunda sessão haverá um bônus.

-Sim, eu lembro. – respondi confiante repassando tudo em minha cabeça.

-Perfeito, pode terminar de se arrumar. – me levantei e antes de abrir a porta para sair ela completou. – E hoje você irá encerrar com uma dança. Vá. – afirmei com a cabeça e voltei ao quarto para me arrumar com as outras meninas. Eu, dançar em frente a um bando de homens... Já fiz isso uma vez, mas não como garota de programa.

 Ao chegar ao quarto, dei uma chegada em mim no grande espelho, eu estava usando um espartilho roxo com salto preto, maquiagem pesada com o lápis e o rímel preto envolvendo meus olhos castanhos e para completar peguei uma peruca violeta curta com franja.

-Até que você está bonita pirralha. – disse Heidi, ou como era chamada Didi, sorrindo maliciosamente para mim. – Espero que alguém te escolha, ou melhor, não espero não. Novata. – respirei fundo e contei mentalmente até 10, Heidi era o tipo de pessoa para não se ter como inimiga, mas parece que eu a já tinha como uma.

 Quando a luz vermelha piscou, entendi que era para irmos ao saguão, onde ficam os clientes. Agora realmente iria começar meu trabalho, pois ontem eu apenas as observei e aprendi algumas coisas. Caminhei com mais duas meninas até a porta preta de vidro e a abrimos. Meu coração quase parou nessa hora, parecia que havia mais homens do que o dia anterior, e alguns paravam as meninas e as girava, como um cardápio pronto para ser escolhido. Andei até o bar e sentei, esperando algum deles vir.

-Posso te pagar uma bebida? – se aproximou um homem que aparentava ter uns 40 anos, cabelo e barba quase grisalhos, charmoso e muito bem vestido, com uma calça social preta e uma camisa listrada social azul.

-Adoraria um Martini. – falei sedutoramente.

-Barman. – ele chamou. – Um Martini para a bela senhorita e um whisky para mim, por favor. – fez o pedido olhando nos meus olhos e colocou três notas de cem no balcão. – Não tinha te visto por aqui, é nova? – respondi um sim e seu sorriso se expandiu. – Então ainda não ficou com nenhum cara aqui? – neguei e pareceu que ele se animou. – Ótimo, parece que vou estrear você, Bebê. – quando ele disse isso me arrependi de ter dito que era nova, mas uma hora ou outra teria que encarar.

-Claro, você que manda. – sorri tentando esconder meu desespero. – Vou avisar à Tanya. – falei na esperança de sair dali um pouco e me acalmar.

-Não se preocupe, eu falo com ela. – ele falou olhando algo atrás de mim e acompanhei seu olhar e vi que era Tanya em seu esbelto vestido vermelho.

-Ora ora, Larry Ellison! – Tanya disse e o abraçou. – Vejo que conheceu minha Violet, linda e delicada, não acha? – enquanto falava ela também acariciava minha bochecha. – Pelo seu olhar percebo que a quer, meu caro amigo.

-Era exatamente isso que eu ia falar com você, Tanya. – Larry respondeu e colocou a mão minha coxa.

-Venha, vamos fazer negócio. – Tanya andou em direção à porta de vidro e Larry em seguida a acompanhou, sussurrando em meu ouvindo um “Já já te apreciarei, Bebê”, e isso me causou arrepios. Bebi o resto do Martini em um gole e fui rapidamente ao banheiro, colocando água gelada em meu pulso para me acalmar.

-Violet! Violet? – alguém me chamou e me virei vendo Jessica, ou Jessy como era seu nome aqui. – Está na hora da sua dança, venha!

-Já estou indo. – respondi virando-me para o espelho, uma última checada. Já havia dançado em boates, mas aqui era com um propósito diferente. Sai do banheiro e caminhei até a barra de Pole Dance, as luzes se apagaram e apenas uma luz roxa seguia meus passos.

 A música tocou e eu me envolvi na dança, nessa dança eu sabia que estava sendo sensual, cada movimento era feito naturalmente. Abri os olhos enquanto dançava num ritmo que parecia em câmera lenta, foi quando percebi aqueles olhos verdes, era a única coisa que me estimulava a dançar, ele me observava intensamente e faminto, seus olhos acompanhavam cada passo meu e me senti quente. Eu queria ser dele essa noite.

Mas já estava predestinada a outro.