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História Luz, Câmera, Ação! - Capítulo 25


Escrita por: HollyDiary

Notas do Autor


Olá! Oi, como vão?
Não, não é miragem!! Aqui estou de novo, novamente! Nossa, eu jurava que tinha no máximo uns dois meses, meu Deus, tem muito mais eu to in shoki! Me perdoem.
Mas, lembrando mais uma vez que estamos na reta final, temos mais uns dois capítulos por ai, talvez três.
Leiam as notas finaaisssss
bjs

Capítulo 25 - Capítulo 25


2 MESES DEPOIS

Regina respirou fundo uma outra vez. Ela conseguiria, claro que conseguiria passar por aquilo.

-Tem certeza de que está com tudo que precisa? Conferimos escovas de dentes? Cuecas? Meias? O seu notebook, o carregador... pegou seu livro? Também tem...

-Mãe! - O menino a interrompeu. - Eu peguei tudo! Nós fizemos a lista várias vezes e conferimos as malas pelo menos umas vinte! Está tudo aqui!

-Eu só estou preocupada. Não quero que você sinta falta de alguma coisa, além do que, enviar pelos correios iria levar alguns dias e...

-Você está fazendo de novo. - Henry a interrompeu. - E não é como se eu nunca fosse voltar aqui.

Regina segurou o choro. Para ela, era como se isso realmente nunca mais fosse acontecer. Henry havia decidido que gostaria de morar com o pai e, após uma outra longa noite sendo consolada pela namorada, acordou no outro dia como se estivesse perfeitamente contente.

E dois meses haviam passado desde então.

-Você está certo, querido. - Passou as mãos pelos cabelos castanhos, arrumando-os o quanto conseguiu. - Eu tenho certeza que vai ficar tudo bem.

O garoto deu um meio sorriso e a abraçou. Ele sabia que ela não estava exatamente contente, mas se esforçava ao máximo para parecer feliz por sua escolha.

-A Emma não vem? - Questionou, finalmente, após muito esperar que sua mãe se manifestasse sobre a recente ausência da namorada.

-Claro que ela vem, ela não deixaria você sair sem se despedir. - Ele parecia pouco convencido. No entanto, concordou e terminou de fechar a última mala.

-Eu espero, porque o papai não deve demorar a passar aqui. E...- ele fez uma pausa ao buscar seus olhos. - Não quero que fique sozinha. Sei que é controverso, mas, senti a falta dela esses dias, sei que você também.
Regina deu um meio sorriso para o garoto entendedor. Ela também torcia para que Emma retomasse sua rotina na casa e que chegasse logo. Swan nunca foi muito boa com horários, e Regina esperava muito que ela não deixasse a desejar logo hoje, na despedida de seu filho. Buscando deixar a mente livre, se ocupou em levar as malas para o andar de baixo.

-Olá? Tem alguém aí?- A voz de Zelena soou da entrada da sala, o barulho da porta se fechando anunciou sua chegada. - Adivinha quem comprei presentes?

-Tia Z! - O menino terminou de descer as escadas correndo, mesmo sob o olhar reprovador da mãe, antes de se jogar em um abraço apertado. -Uau! Nossa, é bem grande! - Ele disse quando reparou o tamanho da embalagem.

-Sim, mas espere para poder abrir. - Ela bagunçou seu cabelo e Regina revirou os olhos. Todo o seu trabalho em tentar manter os fios organizados, foram para os ares.

-Que bom que você veio, achei que não iria mais te ver.

-Eu também pensei, Hen. - Ela deu de ombros como se fosse nada e se aproximou de Regina, que observava tudo escorada na parede.  - Mas sua mãe consegue ser bem insistente! - Ela riu da cara do menino. - Estou brincando, aliás, oi sis. - A beijou na bochecha.

-Que bom que conseguiu aparecer. - Regina retribuiu o beijo e juntas foram até o sofá, ocupando seus lugares no estofado macio. -O apartamento que eu aluguei demora uns bocados até a sua casa. E o trânsito está péssimo, a propósito!

-Você não devia ter se preocupado em alugar um apartamento. Essa casa é muito grande para uma pessoa só. - Regina suspirou e observou o filho absorto em seu celular, muito focado em trocar alguma mensagem.

-Mas você já está construindo sua vida a dois, não sou eu quem vai atrapalhar. - Zelena apertou seu ombro com carinho. - Falando nisso, onde ela está?

-Não sei!- respondeu em um tom mais baixo, preocupada. - Já liguei algumas vezes e cai direto na caixa.
-Posso abrir a porta para a Lola entrar? Assim eu fico com ela também. - Henry pediu com os olhos brilhando. Regina concordou e ele foi correndo até a cozinha.

-Eu acho que vou tentar ligar para ela também, as vezes, sei lá... dessa vez pode dar certo.

-Eu vou pegar uma água enquanto isso. - A ruiva já foi adentrando o espaço que conhecia como a palma da mão.

-Lola! Cuidado! - Escutou Henry rir para os latidos e carinhos da cachorra.

Regina discou o número e caiu direto na caixa postal. Ela já estava ficando aflita. Mas, antes que pudessem ter a chance de se preocupar ainda mais, a porta da casa foi aberta por duas pessoas completamente estabanadas.

-Aí! Cuidado comigo, Ruby! - Emma resmungou quando foi acertada na bunda por uma caixa que a amiga carregava.

-Emma!! Tia Ruby!! - O menino largou o celular sobre o sofá e correu para recebê-las, Lola fez o mesmo, latindo e correndo até a porta enquanto recebia as visitantes.

- Uau, mais presentes? Tudo para mim?

-É garoto, parece que o Papai Noel está passando mais cedo dessa vez. - Emma riu da animação contida nos olhos castanhos e se abaixou para afagar a cadela. - Mas cuidado, estamos esperando a sua tia Zelena p... - Ruby foi interrompida.

-Vocês são as atrasadas, eu já estou aqui!!- O sotaque britânico da cunhada saindo da cozinha fez Swan abrir um pequeno sorriso.
-Que milagre você não estar atrasada. - Ruby disse após soltar o garoto no chão. - Trouxemos os melhores presentes dessa vida, é melhor você surtar conosco ou vou ter que pegar e usar tudo para mim.

-Eu vou gostar. - Henry afirmou.

-Primeiro o meu, depois o da Ruby. - Zelena instruiu.

-Tá bom! Agora passa para cá.

-Modos, Henry! - Repreendeu sabendo que seria inútil.

Ela foi ignorada por um garoto muito empolgado em descobrir o que havia por detrás de tantos embrulhes. Quando ele abriu o primeiro presente, o de Zelena, ele abriu a boca em espanto.

-Irado!!! - Olhou todos os ângulos do skate que havia ganhado. - Tia Z, é lindo!!!
Regina, no entanto, quase teve oito síncopes atrás da outra ao olhar o objeto.

-Calma, irmãzinha. - Zelena deu dois tapinhas em suas costas enquanto esperavam ele desembrulhar o presente de Ruby.

-Capacete? - Ele parecia um pouco confuso ao retirar o item da caixa que também continha cotoveleiras e joelheiras.

-Claro, garoto. - Ruby riu da cara dele. - Todas as proteções necessárias para que você não se machuque. Sua mãe, olha a cara dela, ia nos matar ainda mais.

-É, mas a gente sabia que você tinha vontade. Sempre quando passeávamos aqui no condomínio você só não admirava o skate do Nick quando estava olhando para a Violet, aquela garota do parq.... ops! - A ruiva deu um meio sorriso quando percebeu que havia falado demais.

-Henry Mills!!! Você ainda é muito novo para pensar em...

-Ainda tem o meu, garoto! - Emma interrompeu antes que Regina pudesse manifestar todo seu lado protetor.

-O seu pacote é menor, Emma. - Ela revirou os olhos e o incentivou a rasgar logo os embrulhos. -Uau!!! Nossa!!! - Ele ergueu o conjunto de novos jogos de videogame com olhos brilhantes. - Eu nem sabia que já tinham sido lançados! Caraca, Emma! São demais!!!

-Eu dei meu jeito. - Ela deu de ombros. - Ainda falta um. - Indicou com a cabeça o último embrulho.

-Isso parece um.... livro? - Ele franziu o cenho quando notou que de fato era o objeto. - Era uma vez?

-Bom, achamos que seria interessante te oferecer opções diferente para você curtir o  clima lá para baixo. Assim você tem o que fazer fora de casa e dentro de casa. O livro é uma aposta minha, eu acho que você vai gostar dessa história.

-Eu não gosto tanto de contos de fadas. -Ele fez uma pequena observação ao olhar as imagens do livro. -Mas eu vou dar uma chance.
-Você vai amar.

Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, escutaram uma buzina do lado de fora. Regina sequer teve forças para levantar. Suas pernas estavam tão moles quanto gelatinas. Emma, notando isso, se aproximou para ajudá-la a se levantar, enquanto as outras tias já se apossavam de algumas malas para levar ao carro.

-Pai! - Ele abriu a porta contente e se jogou contra o homem.

Robin parecia... completo. Era sua realização de pai, de companheiro. Ele abraçou o filho antes que pudesse olhar para as mulheres dentro da casa.

-Bom, olá! - Cumprimentou. Foi respondido por um conjunto meio desanimado. Mas, a culpa era pela despedia iminente.

-Tudo pronto, Henry? - Ele questionou para o garoto que concordou com a cabeça. - Ótimo, vá levando para o carro.
Quando o garoto já estava longe, Robin respirou fundo e encarou a ex-mulher.

-Bom, obrigado por permitir que fosse uma decisão dele. Já te disse que você é bem-vinda para visitas a qualquer hora, a escola já confirmou a vaga é tudo parece certo.

-Só não deixe sua esposa se esquecer quem é a mãe.

Ele concordou em silêncio e se ofereceu para pegar as malas das mãos das mulheres. Marian havia ido dois dias atrás, para já dar início a mudança. A família dela era da Califórnia, então ela estava praticamente em casa. Robin estava indo dois dias mais tarde para que Henry pudesse ficar mais tempo com a mãe.

-Bom, não podemos demorar. Nosso voo sai em poucas horas. - Assim, saiu para guardar as malas no carro, encontrando o menino no meio do caminho.

-Mãe.... - Pela primeira vez, parecia que Henry estava se tocando que era uma despedida. A voz embargada demonstrava que era difícil para ele também. Regina se mantinha firme, ela não iria chorar.

-Se cuide, Henry. - Se ajoelhou para ficarem em uma altura mais próxima. - Você também tem uma casa aqui, e não se esqueça jamais que eu te amo! Você é a coisa mais importante da minha vida, então se cuide! E... se você não se acostumar, tá tudo bem querer voltar. Mas se também não quiser, tá tudo bem querer ficar.

-Mãe!!- Ele avançou sobre ela, a envolvendo em um abraço apertado, deixando as lágrimas caírem. - Eu vou sentir a sua falta.

-Eu sei meu amor, eu também vou. Todos os dias. - Confessou.

-Eu te amo! Obrigado por me deixar ir. - Ele se afastou ainda tentando controlar as lágrimas.

-O que te faz feliz, me faz feliz. - Ela respirou fundo ao secar as lágrimas que insistiam em cair por sua bochecha. - Tenha juízo.
Ele concordou com a cabeça e se virou para dar um abraço de despedida nas outras mulheres que também aguardavam sua vez.

-Obrigado por ser minha amiga, Tia Ruby! - Ele a sufocou em um abraço demorado. A morena de mechas sequer conseguiu dizer alguma coisa, se contentando apenas em apertar seu ombro. - Você também, tia Z! Foi muito bom morar com você.

-Eu sei garoto, eu sou a sua tia preferida. - Ela piscou os olhos claros.

-Lola!! - Ele a abraçou apertando, não contendo o choro ao afagar seu pelo. - Cuida da casa e da mamãe, tá bom?!

-Emma!! - Ele se jogou em seus braços, recebendo um abraço apertado logo em sequência. Os dois não disseram nada, somente se apertaram naquele emaranhado de braços. - Você vai cuidar da minha mãe?

-Vou garoto, eu sempre cuido. - Garantiu olhando em seus olhos.

-Esses últimos dias você não cuidou e ela ficou triste. Eu sei que sim. - Ele viu o pai acenar do carro e respirou fundo. - Eu amo você também, Emma. Você é uma ótima segunda mãe. - Ele a envolveu em um último abraço e, com uma última olhada para mãe, correu para o carro, segurando o choro. Emma sequer teve tempo de reagir ao comentário.

Robin se despediu com um aceno curto, já entrando dentro do carro. Observaram, em silêncio, enquanto o carro desaparecia nas ruas desertas.

-Você pode chorar agora, sis. - Zelena sussurrou. - Tá tudo bem. - Apertou seu ombro antes de entrar na casa, sendo seguida por uma calada Ruby.

Emma se aproximou sem palavras, apenas a envolveu em um abraço. Não demorou um segundo para que Regina se agarrasse a ela, segurando o soluço que estava preso em sua garganta.

-Tudo bem, meu amor, eu estou aqui com você. - Emma sussurrou em seu ouvido. Foi assim que, finalmente, Regina se soltou e chorou a dor da partida. 

                                                                                                     **

-Emma, você pode me ajudar com a mesa? - Zelena pediu da cozinha.

-Claro, só um minutinho. - Pediu. Afagou o rosto de Regina com cuidado, que repousava sobre suas coxas, antes de pedir licença para sair.

Quando encontrou a cunhada na cozinha, terminando de retirar o frango assado do forno, respirou fundo o cheiro gostoso.

-Cheira muito bem. - Lambeu os lábios. - E parece gostoso.

-E está. - A ruiva piscou um olho. - Você vai dormir aqui hoje?  - Emma tinha se perguntado a mesma coisa.

-Se ela quiser.

-Se ela quiser. - Remedou. - Você sabe que ela quer! O que aconteceu com vocês?

Swan respirou fundo enquanto retirava alguns talheres da gaveta.

-Tivemos uma discussão. Não foi legal. - Suspirou e passou a procurar pelos pratos. - Eu sei que ela estava estressada então eu estou tentando relevar um pouco.

-Foi a primeira?

-Como casal? Sim. Sim, foi a primeira. - Contou os conjuntos em mãos para ter certeza de que estavam todos ali. - Eu só fiquei um pouco chateada pela forma que ela expôs a opinião dela. Vai passar.

-Então você vai ficar? - Zelena ergueu uma sobrancelha para ela, finalizando o último toque decorativo de seu prato.

-As minhas coisas estão no carro. - Confessou. -Só estou esperando uma confirmação antes de descer.

-Bom, assim não preciso me preocupar se ela está sozinha.

-Ela ficou triste porque você se mudou. - Revelou Emma. - Claro que ela sabe que você tem que ter o seu espaço e nós o nosso, mas ela sente que foram duas perdas.

-Oh, Regina sempre foi dramática! - Zelena riu. -Ela nasceu para atuar, isso não podemos negar. Não é como se eu tivesse mudado de cidade! Henry mudou de estado, ok, tudo bem, mas ela está agindo como se fosse um adeus para sempre. - Emma deu um sorriso de concordância. - E você bem que podia tentar resolver, não é? Dar um chá bem especial hoje.

-Zelena! - Corou e olhou para os lados para saber se tinham sido ouvidas.

-Presta atenção! Segue a dica! - Alcançou os talheres que Emma havia parado de colocar na mesa pelo susto. - É reconciliatório. Vocês vão me agradecer amanhã!

-Meu Deus do céu, eu as vezes fico impactada em como você joga as coisas assim no ar.

Antes que Zelena pudesse responder qualquer outra coisa maliciosa, Ruby apareceu com um sorriso feliz.

-Cagou? - Zelena questionou olhando a felicidade da outra.

-Depois de quatro dias, sim! Me sinto renovada.

-Vocês já não tem pudor algum, onde esse mundo vai parar?

-O que aconteceu? - Regina perguntou preocupada ao ver a reunião na cozinha.

-Ruby estava empachada já tinha bem uns três meses.

Regina fez uma cara de desgosto.

-Não acredito que me levantei para isso. - Ela já dava meia volta quando Emma segurou seu pulso.

-Já está pronto, pode se sentar. - Explicou.

-Está com um cheiro ótimo!- Ruby comentou esfregando as mãos.

-Eu disse a mesma coisa. - Swan adicionou.

-Parece gostoso. - Regina comentou observando o jantar.

-Também disse o mesmo. - Emma olhou para a cunhada como se dissesse: “viu? Eu tinha razão”.

-Eu sei que sim, fui eu que fiz! - A ruiva jogou os cabelos se ostentando. - Agora vamos comer antes que esfrie.

Se serviram e ocuparam seus lugares na mesa, gastando os primeiros minutos apenas para degustar a comida que, sim, estava muito boa.

-Eu... Eu gostaria de agradecer vocês por estarem aqui comigo hoje. - Regina começou e Zelena revirou os olhos.

-Tá vendo? Eu disse que ela era dramática. Credo, sis! Parece que o menino morreu! Pelo menos agora vocês vão poder fazer  tudo de porta aberta, despreocupar com barulhos e qualquer outra coisa!

-Zelena! - Regina parecia quase escandalizada.

-Mas é sério! - Ela deu de ombros e deu outra garfada. - Você vai ver, ele não vai aguentar um semestre letivo inteiro.

-Eu também acho. - Emma opinou.

-Eu também, ninguém perguntou mas eu também. - Ruby deu um meio sorriso quando as três a olharam.

-Como assim?- Regina parecia confusa.

-Ai, sis, ele é pequeno! Acha que tudo é férias! Acha que vai ter a mesma rotina que ele tinha aqui! As primeiras semanas vão ser ótimas, vão parecer férias. Mas você acha mesmo que alguém consegue suportar a Marian por mais de duas horas? Ele vai notar a diferença, vai odiar outra mulher dar ordens para ele.

-E, além do mais, vai ser ótimo para ele! - Ruby concordou com a ruiva. - Mas vai ser ainda melhor para você! Eu tenho para mim, Ruby Lucas, que ele vai se enjoar logo, logo! Ele vai sentir falta dos amigos dele aqui, de todas nós. Ele vai voltar ainda mais obediente.
Regina parecia sem palavras. Ela só conseguia enxergar que estava perdendo seu filho.

-E, amor... - Emma segurou sua mão em cima da mesa. - A sua decisão de não deixar isso ser uma determinação de algum juiz, só vai deixar que ele aceite melhor no futuro. Afinal das contas, foi uma decisão dele. Se for bom ou ruim, você deu essa oportunidade para ele escolher. Ele nunca iria saber de outra forma e, provavelmente, se a decisão fosse de um juiz e favorável a você, ele poderia te culpar por nunca ter permitido que ele fosse. Os adolescentes são assim. Os adultos são assim, na verdade.

Regina estava completamente sem palavras. Aquilo parecia extremamente racional. Não que ela estivesse torcendo para que as coisas não fossem boas com o pai (na verdade sim, no fundo ela queria que fosse horrível para que ele nunca mais quisesse voltar). Mas, escutar essa outra perspectiva era quase como desvendar um mistério insolúvel.

-Vocês... - Começou sem saber o que dizer. - Vocês são geniais.

-Sim, sabemos! Agora não pense que irá ser coisa de um dia ou dois não, mas colo de mãe é outra história. - Regina concordou ainda em choque com a linha de pensamentos. -Agora comam, antes que esfrie ainda mais! - Zelena incentivou.

Quando as visitas foram embora e sobraram apenas as duas, foi impossível para Emma não se sentir nervosa. Ela escutou os passos de Regina caminhando em sua direção, havia acabado de fechar a porta para as mulheres, e não havia como fugir da presença da outra.

-Você vai ficar? - Questionou ao ocupar o lugar vazio no sofá ao lado da loira.

-Você quer que eu fique? - Devolveu a pergunta olhando para as próprias mãos.

-Eu sempre quero que você fique. - Regina ergueu a mão e tocou o rosto da loira com a ponta dos dedos. Ela escutou com o coração apertado quando o suspiro de alívio saiu pelos lábios de Emma.

-Então eu fico. - Finalmente encarou os olhos castanhos.

-Me desculpe. - Mills alcançou as mãos de Emma e as apertou entre as suas. - Eu fui uma idiota por ter falado aquelas coisas para você. A sua mãe... ela me tira do sério, as vezes. Ela me desrespeitou como mãe e te desrespeitou como filha! Mas, de toda forma, eu não deveria ter explodido com você como eu fiz.

-O Dr. James recomendou que eu esperasse que esse pedido viesse de você. Sinto muito se estive afastada essa semana.

-Dr. James é um homem sábio, porque se você tivesse se desculpado por algo péssimo que eu fiz, eu jamais teria admitido que eu errei.

-Bom, sim. Ele é um ótimo psicólogo. - Emma deu um meio sorriso. Ainda era complicado para ela aceitar que estava finalmente procurando ajuda para controlar sua ansiedade. Não que isso fosse uma coisa ruim, mas, após passar todo esse tempo trabalhando para controlar os danos da entrevista com a Mérida, as coisas tinham ficado um tanto complicadas.

-Sabe de uma coisa? - Regina sussurrou chegando mais perto. - Você ainda não me beijou hoje.
Emma cortou o fluxo de pensamentos para se dedicar a mulher que se aproximava dela com um sorriso malicioso.

-Não?- Se fez de surpresa. - Bom, que atitude a minha. - Se inclinou até roçar seus lábios. - Acho que preciso consertar meus erros, então.

E, assim, iniciou um beijo lento. Suas mãos imediatamente seguraram os fios castanhos, as mãos suaves de Regina apertaram sua cintura. Elas não precisavam de muito para sentirem o desejo se aproximar.
Um suspiro extra, uma pegada mais forte nos lugares certos, eram o suficiente para acender qualquer chama dentro delas.

-Cama? -Emma questionou quando as mãos de Regina adentraram sua camisa.

-Depois. - Ofegou quando foi colocada no colo, os lábios se encontrando outra vez enquanto as mãos procuravam o caminho certo. -Você está nervosa? - Regina questionou quando se afastou.

-O que?- Uma Emma confusa perguntou ao sentir a mulher se afastar para olhá-la nos olhos.

-Você fica nervosa antes da gente transar? - Questionou outra vez.

-Uhhh... sim, as vezes? Por quê? - Ela parecia perdida.

-É que eu estou nervosa e queria saber se você ainda se sente assim comigo. - Explicou e Emma deu um meio sorriso.

-Mulher, as vezes eu fico nervosa só de te olhar; de te ver gravar; de te ver andando. Agora, quando a gente está assim... - Apontou para as duas e aproveitou para encarar o corpo da namorada. - As minhas pernas tremem um pouco.

-Ótimo. - Se inclinou e mordeu o lábio rosado. - Eu te amo.

-Também te amo. - Sussurrou e segurou na cintura da mulher, estimulando-a a rebolar contra seu próprio corpo. - Mas amo ainda mais te ver gozar, agora posso? - Perguntou com um sorriso safado. Regina mordeu o lábio e concordou com um aceno  -Ótimo. - Sem esperar por mais, Emma a virou no sofá, montando seu corpo e tomando seus lábios.

                                                                                                               **

Acordou com uma dor de cansaço gostosa entre as pernas. A noite tinha sido cansativa mas da melhor forma que ela poderia imaginar. Sorriu ao pensar que ainda estava com todo o pique de seus vinte e poucos.

Olhou para a mulher que ainda repousava ao seu lado, os cabelos castanhos jogados para todos os cantos, esparramada na cama, parecendo extremamente confortável. A luz do dia entrava pela janela aberta, o vento balançava a cortina e Emma se sentia a mulher mais sortuda da vida. Dois meses haviam se passado desde que passaram por um dos maiores desafios de suas carreiras. Não que as coisas estivessem boas, não. Ainda não sabiam quem tinha feito isso.

As desconfianças estavam cada dia mais fora de proporção. Estavam sempre tão preocupadas em apontar o dedo para a cara de alguém, que sequer estavam pensando nas pessoas que acusavam. Então, resolveram esquecer o assunto “quem” por um tempo. Lutaram para seguir os planos que Cora Mills havia feito. Eram bons, Emma tinha que admitir. E, se haviam passado a imagem de que estavam tirando onda de toda aquela situação, era por conta dela.

Assim, Emma alcançou o celular, que estava com a bateria baixa, já que tinha esquecido de colocar para carregar na noite passada (Ok, ela estava ocupada), e posicionou no melhor ângulo para captar a imagem que seus olhos viam.
Regina entre os lençóis, as costas nuas expostas enquanto seu corpo estava todo direcionado para a janela aberta, que deixava a luz do sol entrar e bater em sua pele.

“A melhor vista possível para acordar”.

Publicou.

Deixou o celular sobre a cômoda e se arrastou até recostar o corpo contra o da mulher ainda em sono. Deixou beijos carinhosos na pele nua, esperando o despertar meio preguiçoso de Regina.

-Bom dia, meu amor. - Sussurrou quando ela abriu os olhos. Ela resmungou alguma coisa enquanto se espreguiçava.

-Bom dia. - Finalmente respondeu ao se virar para a namorada. -Quantas horas?

-Quase onze. - Ela se apoiou em um cotovelo para olhá-la. - Você está linda, aliás.

-Ughh - resmungou ao tampar o rosto com o travesseiro. - Eu devo estar horrorosa. - Retrucou por debaixo do travesseiro.

-Primeiramente - fez uma pausa enquanto tirava o objeto do rosto de Mills - você não precisa disso. Em segundo, você é sempre a mulher mais linda para mim, independentemente da situação.

Regina riu e revirou os olhos.

-Às vezes esqueço o quanto você é meio piegas.

-Eu só sou romântica. - Se defendeu. - Além do mais, não disse mentira alguma.

-Às vezes me dá vontade de te odiar por te achar tão perfeita. - Regina revirou os olhos outra vez antes de se aconchegar contra a mulher, fazendo com que Emma voltasse a se deitar.

-Alguém está manhosa hoje. - A loira sussurrou ao afagar os cabelos escuros.

-Não quero levantar e passar o primeiro dia sem meu filho.

Elas haviam recebido uma ligação pouco antes do jantar, o filho já havia pousado em solos não nova-iorquinos. Regina planejava ligar para ele todos os dias para não deixá-lo esquecer dela própria.

-Vamos dar tempo ao tempo, meu amor. Provavelmente ele vai ficar ocupado arrumando as coisas, conhecendo os lugares... aproveitando o período de férias que ainda resta.

Esse havia sido outro ponto do acordo entre Regina e Robin. Henry terminaria o período e faria a fase de adaptação durante as férias. Assim, caso tudo desse errado, ou certo, dependendo do ponto de vista... ele poderia voltar a tempo do período escolar.

-Detesto que você seja tão sensata, as vezes. - Murmurou de olhos fechados, sentindo o subir e o descer do respirar da namorada. -Falando em sensatez, você decidiu o que vai fazer em relação as propostas que recebeu?

Emma ficou em silêncio por alguns instantes.

-Não. Não sei o que fazer ainda. - Respirou fundo. - Depois que August insistiu outra vez, sua mãe me aconselhou a não aceitar. Os outros três convites não me parecem tão tentadores, eu não quero ter que viajar e deixar você aqui.

-Você não precisa deixar seus planos por minha causa. - Regina respondeu, tentando deixar o tom o mais neutro possível.

-Mills!! - Emma bufou e a afastou para poder olhar em seus olhos. - Quantas vezes tenho que te dizer que, se depender de mim, só farei planos que também te caibam?

Regina mordeu o lábio inferior, segurando o choro que quase subiu aos olhos.

-É que foi tudo tão conturbado, as pessoas sempre questionando os nossos sentimentos, que as vezes me questiono se você não fez o mesmo.

-Só nós sabemos o que nos diz respeito quanto a sentimentos. Eu te amo, você sabe disso. Estamos desempregadas? Estamos. Mas eu posso continuar fazendo os anúncios e sempre surge um produto novo para a gente divulgar. Não me falta dinheiro, muito menos para você. É mais difícil agora que não tenho o Killian para me ajudar? Sim, com toda certeza. Mas a gente faz dar certo.

-Quando você toca no nome dele eu tenho vontade de...

-Calma! É domingo, não vamos nos estressar. Não vamos pensar em Killian, Mulan, Cora e Mary Margaret por agora.

-Se eu pudesse, não pensava mais nunca nesse assunto. - Deixou o corpo cair na cama e suspirou. - Será que um dia vamos saber quem fez isso?

-Ah, Regina, a gente sabe que esse é um mundo sujo e que sempre vai haver pessoas tentando nos derrubar. A questão é que as vezes vem de onde a gente menos espera. Talvez seja até bom a gente não saber quem é que fez isso, assim a gente não se decepciona mais com as pessoas que nos cercam todos os dias. As vezes descobrir quem foi é ainda pior do que lidar com as consequências e, ainda bem, essas já estamos deixando para trás.

-Eu sei. Mas é que, por tudo que fizeram, cada um pode ser o responsável. Eu sei que todos os dias as pessoas se sabotam e sabotam aos outros mas... nossa!

-É, nossa... - Emma concordou e a puxou para ela uma outra vez. - Mas, deixa isso de lado! Quer tomar café?

-Quero. Traz na cama? - Fez beicinho. - Você sabe, estou carente.

Emma revirou os olhos antes de se levantar.

-Você sabe que não tem nada que me peça que eu não faça. - Bufou e roubou um selinho rápido. - Não durma.

-Não vou. - Garantiu já fechando um olho.

-É sério! - Emma disse já da porta.

-Estou brincando, anda logo, cozinheira! - Aumentou o tom para ser ouvida pela loira já no corredor.

Se espreguiçou outra vez e esticou a mão para alcançar o celular. Franziu o cenho ao ver que estava repleto de notificações. Era uma foto dela que Emma havia postando antes de acordá-la. Olhou a legenda e depois os comentários, alguns amigos e (vários) fãs já haviam comentado.

Com um sorriso de canto, digitou:

“Não há forma melhor de acordar do que em seus braços. Te amo.”

Publicou. 


Notas Finais


Me digam o que acharam!!! Como estão as expectativas para esse final??
Pessoas, eu estou com uma fic nova, que sinceramente, eu acho que é um dos meus melhores projetos! Eu sou péssima para sinopses então eu vou deixar o link aqui e passem lá para conferir!

https://www.spiritfanfiction.com/historia/acasos-17385174


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