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História Luz nas trevas - Solangelo - Di immortalis, como sou estúpido!


Escrita por: leofogoso

Notas do Autor


Acho que esse capítulo ficou grande e estou satisfeita com isso. Também acho que não demorei muito a escrever, então espero que gostem.
Amo vocês e peguem lencinhos.
Beijos.

Capítulo 14 - Di immortalis, como sou estúpido!


- Oh... entendo. Sua mãe foi apaixonada por ele?

- Nico, eu realmente não quero discutir sobre isso. Vamos falar de surfe!

- Hm, Solace, eu falei sério. Não sei surfar.

Soltei o ar fortemente, sentindo-me vencido.

- Tudo bem. Eu também acho que não estou exatamente com humor para isso, mas temos que pelo menos dar uma volta pela praia.

- Ok... – dessa vez, eu tinha o vencido.

- Não se esqueça que você está com insuficiência de vitamina D e precisa tomar sol! Esse sol da manhã então, será incrível para sua deficiência de vitamina!

- Eu já tenho meu próprio sol... – ele disse sorrindo, ignorando completamente o que eu tinha acabado de dizer, mas eu não pude deixar de sorrir junto.

- Ah! Você acabou de me lembrar de uma coisa. O que significa aquilo que você fica dizendo em italiano enquanto dorme?

- E o quê eu digo em italiano enquanto durmo...? – ele parecia não entender o que eu estava falando.

- Algo como “mio sole”, alguma coisa desse tipo. – Nico ficou corado na mesma hora.

- Ahnn... isso... isso é... “meu sol”. – também me senti corando, mas não conseguia parar de sorrir.

- E quem seria o seu sol? – falei, tentando provocá-lo, que ele correspondeu com um sorriso torto e, de certa maneira, possessivo.

- Quem mais você acha que poderia ser?

 

~~1 hora depois~~

Ficamos andando pelo calçadão de Huntington Beach, e perguntei se Nico não queria ir até o fim do píer comigo, mas ele se sentia cansado demais.

- Você está certo, está na hora de voltar. Além disso, vai dar sua hora de comer daqui a pouco, e você não está fazendo seus exercícios, por isso já está ficando cansado.

- Obrigado, eu realmente não aguento mais andar.

Comecei a pensar em tratamentos alternativos para Di Angelo, afinal, todos os problemas que ele estava tendo não eram exatamente médicos, eram mais... espirituais. Pensei em poções que eu poderia criar, ou algo que poderia pedir para alguém fazer para ajudá-lo, mas nada me vinha à cabeça. Além disso, néctar e ambrosia em grandes quantidades poderia matar um semideus.

- Solace?! – eu ainda reconhecia aquela voz, de certa maneira, cinco anos depois ela só tinha mudado um pouco.  Me virei e lá estava a dona da voz: Sarah McKinsklin, a garota com quem eu passei a maior parte da infância.

 

~~Nico’s pov~~

Ouço a voz de uma garota chamando Will, quando nos viramos, posso ver uma garota com longos cabelos ruivos naturais e sardas por todo o rosto, seus olhos brilhavam de alegria e sua boca formava um “O” de surpresa. Parecia que ela tinha encontrado a cura para todos os seus problemas, o quê eu obviamente entendia.

Ela corre na nossa direção e eles se abraçam. Não posso negar uma pontada de ciúme. Quem era ela e porque estava abraçando o meu namorado?! Mas, logo depois eu tento mandar esse sentimento embora, pois Solace está comigo. Pelo menos eu acho.

- Quanto tempo que não te vejo, McKinsklin! Deuses! Estava morrendo de saudades.

- Sim! Mal posso acreditar em como você cresceu, e mudou tanto também! Ai meu Deus, você passou pela puberdade e eu nem vi!! – ela fez uma expressão de desespero de brincadeira e eles riram. Reparei que Will não me apresentou à menina. Fiz um gesto de garra com três dedos, como tinham ensinado no Acampamento, mas não funcionou muito.

- É, mas posso dizer o mesmo de você, dona Sarah. Você não tinha esse corpo quando saí daqui há cinco anos atrás! – eles riram mais um pouco. E me irritaram mais um pouco.

- Então, Willie, o quê você está fazendo, onde você está? – ouvir aquele apelido carinhoso da boca dela me deu vontade de convocar a sombra que ela projetava para matá-la.

- Eu estou morando num internato em Nova York, meu pai que me obrigou. – em outras circunstâncias, eu estaria rindo da mentira com fundo verdadeiro, mas agora não me sentia à vontade para isso.

- Ah, entendo! – vi que ela finalmente reparou na minha existência, me analisando de cima à baixo, desde o meu cabelo(que estava parte preso, parte solto), passando pela blusa azul escura antiga de Will, a bermuda antiga(também de Will), até meu All-Star preto. – E você seria...? – com um susto, o rosto do garoto ao meu lado se lembra que estava acompanhado.

- Santo carro de Apolo! Sim, este é Nico Di Angelo, meu... – ele pensa e então diz – meu melhor amigo. – aquilo doeu mais do que as cicatrizes no meu braço quando foram feitas, mais do que quando descobri que Percy estava namorando com Annabeth, aquilo doeu mais do que quando Bianca entrou para as Caçadoras.  Mas eu nunca iria confessar isso para Solace.

- Sim. – disse com uma expressão que transmitisse o ódio profundo e mortal que eu sentia. – Sou o "melhor amigo" de Will, prazer, Sarah.

- Prazer o meu, Nico. – ela não parava de sorrir, o que só aumentou minha raiva. De repente, um grande barulho de explosão nos assusta.

Podemos dizer que eu não tenha feito sua própria sombra matá-la, mas não posso negar que explodi todos os postes de luz num raio de 100 metros.

- Meu Deus, o quê foi isso? – ela parecia preocupada e o sorriso tinha sumido, o quê me deu uma satisfação estranha.

- Pois é... que coisa esquisita... – falo no melhor tom “mortal-idiota” que consigo. Solace olha para mim de jeito ameaçador e fala num tom que só eu poderia ouvir.

- Quando chegarmos em casa, vou ter uma conversa séria com você sobre isso. – respondo de maneira ainda mais perigosa.

Eu é que preciso conversar com você.

- Bom, Sarah, nós vamos ter que ir agora! – ele disse, dessa vez se virando para a garota.

- Ah, mas já, Willie? – ele assentiu com a cabeça – Vocês vão ficar por aqui por quanto tempo?

- Só até amanhã, depois vamos continuar a viajem e finalmente voltaremos à Manhattan.

- Poxa... – ela fez uma expressão real de tristeza que me deu nojo. – Mande um abraço para a tia Lou, as vezes nos encontramos no supermercado e ela não para nunca de falar de você!

- Tudo bem, eu vou mandar. – eles se abraçaram. – Tchau!

- Tchau, Willie. E Nico... – ela se aproximou e me abraçou também, o que me deu a chance perfeita de quebrar o pescoço dela. O que eu, muito a contragosto, não fiz. – foi realmente um prazer te conhecer. – ela sussurrou pra mim e eu quase vomitei. – Tchau!

 

~~casa do Will~~

~~Will’s pov~~

- QUAL É O SEU PROBLEMA, DI ANGELO? VOCÊ ENLOUQUECEU? VOCÊ QUEBROU TODOS OS POSTES DE LUZ!

- QUAL O MEU PROBLEMA, SOLACE? O MEU PROBLEMA? VOCÊ JURA QUE NÃO SABE? ACHEI QUE “MELHORES AMIGOS” SE CONHECESSEM. – deuses, me digam que eu não disse isso. Por favor, digam que eu não o apresentei à Sarah como o meu melhor amigo.

Senti meus músculos relaxarem na mesma hora, meu rosto saindo de "raiva preocupada" para "arrependimento".

- Me desculpa, Nico. Realmente me desculpe. E-eu não soube o que dizer, me escuta, eu...

- Não, Solace. Me escuta você. Eu nasci numa época em que, se eu tivesse permanecido nela, teria sofrido sendo infeliz pelo que sou, mas, graças às parcas, estou vivendo agora. Porém, mesmo assim, eu tenho problemas em me aceitar, e quando eu finalmente consigo me soltar, consigo conviver em paz com o que eu sou, porque eu achei alguém como eu e que me corresponde, essa mesma pessoa tem vergonha de mim.

- Eu não tenho vergonha de você! – eu consegui dizer, e percebi que estava chorando.

- Não foi isso o que você demonstrou quando me apresentou como “melhor amigo”.

- Eu te amo, Nico. Acredita em mim.

- Como eu posso acreditar em você, se você só diz esse tipo de coisa quando estamos sozinhos? Quando, na frente dos seus amiguinhos de infância, você perde a coragem de dizer que é gay?

- Não é isso.

- É isso sim! – ele rugiu. – É exatamente isso! Por que outro motivo você me negaria? Eu pensei que você pudesse me ajudar a me aceitar, mas você nem se aceita!

- ISSO É TÃO DIFÍCIL PRA MIM QUANTO PARA VOCÊ, OK? NÃO É SÓ CHEGAR E DESPEJAR EM CIMA DAS PESSOAS ESSE TIPO DE INFORMAÇÃO!

- QUE TIPO DE INFORMAÇÃO? QUE VOCÊ AMA ALGUÉM DO SEU SEXO?! E POR QUE É DIFÍCIL? EU SOU O REI DOS FANTASMAS, FILHO DO DEUS DA MORTE E DA RIQUEZA, EU PODERIA TE PROTEGER DE QUALQUER UM, EU TE APOIARIA EM QUALQUER COISA QUE VOCÊ DISSESSE, ENTÃO, WILLIE, ME DIZ DO QUE VOCÊ TEM MEDO!

- Eu tenho medo de não ser aceito. – eu mal conseguia falar agora, um nó se formava na minha garganta e minha voz estava embargada pelo choro. – Para meus amigos de infância, eu já não sou normal, quero dizer, eles são mortais e eu sou um semideus! Meus sonhos são quase sempre pesadelos e alguns podem ser profecias, eu tenho um dom de cura que nenhum médico mortal pode se comparar, eu tenho assovios supersônicos que destroem a concentração de qualquer um, meu pai dirige um carro de fogo e ainda por cima sou gay. Tem noção do quanto isso me diferencia? – no momento que disse aquilo, pensei em como deveria ser pior para Nico e o quão idiota eu deveria ter soado para ele, mas já era tarde de mais, ele já estava falando com a voz falhando em algumas vezes.

- Deuses! Você é tão egoísta dizendo isso! É como se eu jogasse na sua cara que tenho poderes, um pai que comanda mortos e troca de personalidade, e nasci há 80 anos mas vivo num corpo de 14 e é por isso que não posso te assumir! – nesse momento eu vi uma lágrima descer preguiçosamente pela bochecha de Nico e quis me matar por isso. Por que eu tinha dito aquilo? Por quê? Então reparei que Nico continuava falando, ignorando as outras lágrimas que rolavam impiedosamente, e que eu não estava prestando atenção. - ...então, é por isso que eu vou embora assim que essa missão acabar.

- O quê?! Não, Nico, por favor, não faça isso! Não me castigue! Por favor!!

- Não te castigue? – eu ouvi a repulsa na voz dele, e tudo que eu desejava era me juntar ao reino de meu ex-sogro(acho que ficou claro que Nico não iria mais querer nada romântico comigo) como mais uma alma sem memória, vagando por aí. – Te castigar? Você consegue ver como está sendo egoísta? Consegue ver o quanto eu também sofro e vou sofrer com isso? Não consegue ver o quanto eu estava sendo feliz, pela primeira vez em 80 anos?

- Me dê uma chance! Por favor! Eu saio pela rua gritando que eu sou gay, que eu tenho um namorado maravilhoso que eu não quero que me deixe. Por favor, me deixe continuar a te fazer feliz! – eu via Nico lutando contra si mesmo, e fiz uma pequena prece à Afrodite para que suas emoções ganhassem.

- Você tem 11 dias para me convencer a ficar no Acampamento.


Notas Finais


Confesso que chorei enquanto escrevia.


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