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História Luz sobre Tormenta - As Mãos de Cassandra


Escrita por: prudencia

Notas do Autor


enton, eu busquei muito por alguma foto que fosse no mínimo semelhante, but, não encontrei (e sou péssima com edições) então tentei ser bastante clara nas descrições, mas não muito detalhista, para que sobrasse espaço para a imaginação de vocês 💕
e muito obrigada pelos comentários, vocês são únicos para mim ❤

Capítulo 11 - As Mãos de Cassandra


Fanfic / Fanfiction Luz sobre Tormenta - As Mãos de Cassandra

Mesmo após as palavras de Dumbledore, cujo deixaram claras que ele havia cometido um equívoco com Amuleto, Snape retornou para as masmorras naquela mesma noite. Seguindo o contrário do que qualquer outra pessoa faria, ele não refletiu sobre o que dissera a professora, optou por esquecer-se do acontecido, ignorando as pontadas de culpa que atingiam sua consciência. Ele tinha pleno domínio sobre sua mente, logo, afastar tais pensamentos foi simples, mesmo que a noite tenha se tornado mais agourenta depois disso.

Pela manhã, quando o vozerio dos alunos se aproximava das masmorras, ele expirou exausto daquela rotina, todavia, nas vezes que pensava em partir, um questionamento agarrava-lhe pelos tornozelos e o trazia novamente para a realidade: para onde iria?

Estava farto de tamanhas indagações dele para si próprio, pois sabia que era uma trapaça da sua própria consciência, abeirando-se até conseguir de fato chegar onde queria. Então ele prosseguiu as aulas mais inflamável do que de costume, tirou tantos pontos que surpreenderia se ainda houvesse alguma pedra sobrando nas ampulhetas. Dado momento, os presentes na aula evitavam até moverem-se, pois a sala estava tão silenciosa, que até mesmo o ranger das cadeiras tornava-se algo estrondoso.

No almoço, Amuleto não compareceu, no início todos acharam que se tratava de mais um dos seus atrasos. Mas, estavam quase no fim, e ela não havia atravessado as portas do salão, com seus trajes de cores berrantes e uma corrida eufórica enquanto acenava para os alunos, isto significou um Hagrid calado durante toda a refeição, e Lupin que por mais que soubesse que ela não viria, continuava a fitar a porta em alguns intervalos de tempo. Dumbledore, apesar de saber o motivo da ausência dela, não falou nada a Snape, continuou a sua conversa com McGonagall e sempre tinha seu prato preenchido por mangas em cubinhos.

 

O sol invejava a lua, considerando-a uma privilegiada por presenciar tais acontecimentos. Pois agora, era o momento em que o mestre de poções rumava na direção da sala da recém-chegada professora, a protagonista do céus nem havia chegado em seu ponto mais alto – ela parecia ter se atrasado de propósito – seguia-o em seu percurso, ela gostava da forma como ele andava, de como tudo parecia ser arquitetado para dar mais imponência ao seu caminhar, chiava aos ventos para açoitarem mais a capa negra. Quando ele finalmente chegou à porta de madeira clara, a lua permitiu se elevar mais para espiar pelo teto da professora. Ele bateu na porta duas vezes.

Uma voz deu o consentimento para ele entrar, assim o fez, o local não estava tão quente como da primeira vez que esteve lá, mas aquela temperatura tão alta ainda era incômoda, havia apenas o canto baixo de algumas aves, e o sonido da máquina de costura que Amuleto estava a usar. Ele, diferiu-se das outras pessoas, pois ao entrar nem se quer elevou o olhar para observar o teto, justo quando a lua se esforçava tanto para iluminar aquelas plantas com sua áurea prateada.

– Boa noite – saudou ele, ela não o encarou, continuou a costurar alguma coisa – Vim desculpar-me por minhas palavras naquela noite.

Amuleto ergueu o olhar, por um instante ela pareceu analisa-lo, pois a boca estava contraída e os olhos apertados.

– Está bem... – disse simplesmente, voltando ao que fazia.

Snape esperava uma ação mais intensa, algo semelhante a indignação por ele ter sido tão rude. Ela perdoava com tanta facilidade assim?

– Está... Bem? – falou com uma longa pausa de tempo entre as duas palavras expressando sua desconfiança.

Ela assentiu, e retornou o olhar para ele.

– Sim... Eu o disse que não corresponderia sua hostilidade... – ela falava tudo muito rápido, estava aí o efeito do seu exacerbado consumo de café – Então, não se preocupe com... Arg! – ele assustou-se com um grito cortado pela metade.

A mão esquerda, que ela usava para segurar o tecido próximo a agulha da máquina estava sangrando, o resultado da sua desatenção enquanto costurava e falava com Snape ao mesmo tempo. E só após isso é que ele se atentou ao fato de que ela estava sem luvas daquela vez, ela enrolou a mão machucada de qualquer jeito com o tecido sobre a mesa, e xingou algumas palavras em um idioma que ele não compreendera, e começou a caçar algo entre as gavetas, provavelmente sua varinha.

– Amuleto... – ele chamou, sua voz estava firme porém ela, compreensivelmente impaciente pela dor, não ouviu – Amuleto! – chamou dessa vez mais alto e ela o encarou – Venha.. – ergueu sua mão.

– Mas...

– Agora – a interrompeu.

Ainda confusa ela rodeou a mesa onde estava a máquina de costura agora desligada e pôs-se defronte a ele.

– A mão... – ordenou, ela hesitou por um instante, mas o olhar dele estava cheio de convicção e segurança, então ela entregou-lhe sua mão, enrolada por um tecido azul.

Com gestos pacientes, Snape foi desdobrando aquele tecido manchado, cauteloso quando a sentia tremular, pois provavelmente o pano já havia grudado em algumas das feridas, a mão esquerda dela estava completamente suja, com alguns furos que começavam um pouco abaixo do mindinho até o centro do dorso, ele colocou a mão dela sobre sua palma e com a outra apontou a varinha, recitando um feitiço com uma voz vagarosa, o sangue que já estava a escorrer pelo antebraço começava a voltar sem deixar nenhum rastro, assim como as gotas que estavam a manchar o tecido, as feridas feita pela agulha estavam fechando-se, até que nada sobrasse, como se o incidente nunca tivesse ocorrido.

Cassandra sorriu ao ver sua pele intacta novamente, Snape agora segurava a mão coberta de tatuagens que o deixavam tão intrigado, e de um modo tão delicado, que pareceu fruto da sua imaginação, ele sentiu emanar delas, alguma espécie de força vibrante.

– São cernes... – ela lhe revelou – Quer dizer, parte dele.

Ele enrugou as sobrancelhas diante dessa informação.

– Parte da nossa alma ilustrada – apontou com o olhar para seu dorso.

Agora tendo tal permissão, pode observá-las, o seu punho estava rodeado com desenhos de folhas, de modo tão esmerado que dava para se ver sem dificuldade as nervuras, e saindo delas, estendiam-se ondulações que a medida que o traço engrossava, enchia-se de flores, as primeiras e mais pequenas estavam fechadas, subindo mais para o centro, estas estavam maiores e desabrochadas, rodeado pelos ramalhetes que preenchiam a mão de Cassandra se encontrava um beija-flor, as suas asas pareciam serem feitas de fitas, pois as mesmas saiam dele criando uma perfeita união entre a ave e as flores, tudo parecia estar ligado. Antes que ele pudesse erguer seu olhar de volta para ela, Amuleto lhe concedeu sua outra mão, a troca ocorreu lentamente, pois ela não queria cessar a serenidade em que ele se encontrava naquele momento. Enquanto ele contemplava suas tatuagens ela o contemplava, o movimento sinuoso dos seus cabelos defronte ao rosto mais amansado desta vez.

O centro do dorso da outra mão, era ocupado pelo sol e tudo que estava em volta, parecia curvar-se a ele, mesmo as penas que fechavam a parte externa do seu punho, as nuvens que se uniam de forma plena aos raios solares tão reais que pareciam querer se mover, os dedos dessa mão, quando encostados um no outro formavam alguma constelação, ele concluiu sua observação e soltou a mão dela, sentindo a fluída energia ser sugada dele.

– Alguns optam por palavras, mas eu creio que imagens sejam mais abertas a interpretação – falou olhando para as próprias mãos, tinha um sorriso bobo nos lábios.

‘’Parte da nossa alma ilustrada’’, ecoou as palavras dela em sua mente, ele engoliu em seco, visto que também tinha uma marca em seu antebraço, sendo eterna para recorda-lhe de como realmente era o seu âmago.

– Visto que, não há mais o que resolver... – falou mal movendo os lábios – Boa noite.

Ela assentiu, e parou alguns instante para observá-lo ir.

– Ah... Snape! – chamou, ele virou-se – Obrigada – apontou com a mão direita para a esquerda, ele fez um aceno curto com a cabeça, e se retirou.

A lua fez o mesmo, chegando ao seu ponto mais alto, pronta para contar tudo as estrelas.


Hogwarts havia ficado mais vazia naquele sábado, e consequente, mais tácita, pois os alunos partiram em uma excursão a Hogsmead, foram até os mais velhos, já que qualquer novo ar era bem-vindo. Em passos miúdos, eles estavam a colar os estilhaços, mesmo que por enquanto tal coisa exigisse um duplo esforço. McGonagall havia convidado Amuleto, mas a mesma optou por ficar, estava a trabalhar nos chapéus que usaria com Hagrid, o incidente na noite anterior não a deixou intimidada para manusear a máquina, afinal não fora a primeira vez que ela havia se ferido na costura.

– Amuleto? – Lupin estava sobre o batente da porta.

– Cassandra – o advertiu com tom risonho, ele sorriu.

– Achei que não perderia Hogsmead – adentrou a sala não resistindo em subir o olhar, mas já havia estado lá, então não se delongou.

– Estou fazendo uma coisa.

– Posso saber o quê? – já estava do lado da mesa.

– Sim... – apontou para os papéis defronte a si – Chapéus para o dia das bruxas.

Lupin emitiu uma risada rouca enquanto analisava os rabiscos que ela havia feito, as íris azuis iam movendo-se de desenho a desenho, então colocou o papel de volta ao lugar.

– São para os alunos?

Ela riu, poderia mesmo ser.

– Não, são para Hagrid e eu – ele a observou com um sorriso escondido, afundando as mãos nos bolsos – Está interessado?

– Eu não tenho esta licença poética – fez uma careta, então puxou um banquinho de madeira no canto, e ao sentar, apoiou os braços nas coxas – Desde quando costura?

– Desde pequena, fazíamos nossas próprias roupas – contou com certa nostalgia.

– Fez essas? – apontou para o vestido que ela usava.

– Essas não, não estou habituada com tecidos grossos, mas, faço as luvas – ergueu as mãos, balançando os dedos cobertos por uma luva branca.

– O que faria para mim?

– Visto que, é um amante de chapéus... – ouviu sua risada – Uma boina? Talvez?

– Eu gostaria – sua voz saiu mais rouca do que o comum, isso a fez corar um pouco.

Foram interrompidos por breves batidas na porta entreaberta, ambos, Lupin e Amuleto moveram o olhar na direção, onde Snape estava parado, com um semblante que gritava sua insatisfação. Cassandra se ergueu, pedindo licença ao que estava ao seu lado, e se dirigiu a porta.

– Esteve em minha sala? – indagou ele bruscamente.

– Não – balançou a cabeça para dar ênfase na resposta, enrugando as sobrancelhas em seguida – Por quê?

– Achei isto passeando pelas minhas prateleiras – ergueu a mão direita, segurava um frasco circular de vidro, e dentro dele, um tronquilho se movia euforicamente após ver Cassandra.

– Taco? – a professora só intensificou mais o semblante confuso, pegou o frasco, olhando mais atentamente para a criatura – Como...

– Claramente, um dos seus alunos o pegou – respondeu à pergunta antes dela a fazer.

Abriu o frasco, e Taco escalou seu braço, parando em seu ombro em poucos segundos.

– Algo foi quebrado? Ou prejudicado?

– Não, mas para que isto não se repita, deveria ser menos distraída ao que acontece em suas aulas.

– Mas, eu não sou – falou firme.

– Então, eu não teria achado um tronquilho nas minhas prateleiras – replicou, subindo uma única sobrancelha – Eu detestaria ser prejudicado por sua desatenção.

– Disse que ele não quebrou nada, pelo gorro do Saci, não poderia ser menos intolerante?

Lupin apareceu na porta, atrás de Cassandra, interrompendo a retruca que Snape viria a dar – Está tudo bem?

Amuleto expirou, e de olhos fechados assentiu.

– Boa tarde, Snape – disse Lupin, num tom agradável – Estávamos vendo chapéus para o dia das bruxas.

– Fascinante – exprimiu ironia.

Aquele clima azedo fora findado pelas pisadas de Hagrid, que trazia uma caixa amassada em um das mãos, alheio aquela situação, o meio-gigante tinha um sorriso estampado no rosto que estava da cor de um rubi.

– Meu uniforme do Castelo Bruxo chegou! – exclamou alegremente, Cassandra esqueceu-se de tudo para ficar feliz pelo amigo – Mas, acho que vai precisar de alguns ajustes... Ah, boa tarde professores – saudou os dois.

– Ajustes? Podemos resolver isso, entre... – deu passagem a ele – Remo, ao mais tardar nos falamos, sim? – o mesmo lhe respondeu com um aceno de cabeça – Snape – falou com um excesso de formalidade, e entrou.

– Como vai, Snape? – perguntou Lupin, amigavelmente – Eu vou bem.

– E com bastante tempo livre, ao que vejo – disse seco, mirando a porta da sala de Cassandra, girou os calcanhares e partiu. Lupin apenas negou com a cabeça com um sorriso enfeitando seu rosto.

 

Snape só não esperava encontrar Amuleto por uma segunda vez naquele dia.

Já ao anoitecer, o mestre de poções posicionou-se em frente a gárgula quando a viu, os longos cabelos desta vez presos em uma trança que terminava em sua lombar, pelo o que ela segurava, sabia onde iria e o porquê. Ela se postou ao lado dele, e ficou a fitar a gárgula.

Cubos de manga – ela disse, a gárgula pulou para o lado e ela ocupou um lugar na escada circular, o olhando em seguida – Não vem?

Ele suspirou, e pôs os pês na escada que subiu, até chegar à porta.

Dumbledore estava defronte a sua janela, as mãos juntas atrás do corpo, não escondeu o sorriso ao vê-los juntos. Amuleto caminhava a frente de Snape, ela cumprimentou Fawkes com um meneio de cabeça, a fênix correspondeu.

– Estive pensando, em adicionar uma mangueira aos terrenos de Hogwarts – disse Dumbledore.

– Seria estupendo, senhor – respondeu Cassandra, deixando a tigela amarela sobre a mesa.

O diretor foi logo abrir o objeto, e exalando satisfação, mastigou um cubinho. Amuleto, sorriu, virando-se para ir, dando de cara com Snape, ela coçou a garganta, desviando do professor, e rumou para a porta.

– Extraordinária, não? – ouviu Dumbledore.

– Senhor? – Snape retornou a olhar o diretor.

– As mangas – respondeu. Mas, havia um duplo sentido em sua voz.


Notas Finais


Dumbie o único que enxerga as coisas certas rs


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