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História Luz sobre Tormenta - Neblina, Bandeirolas e Binóculos


Escrita por: prudencia

Notas do Autor


a gente gosta de um capítulo vindo mais cedo, né? haha
boa leitura ♥️

Capítulo 13 - Neblina, Bandeirolas e Binóculos


Fanfic / Fanfiction Luz sobre Tormenta - Neblina, Bandeirolas e Binóculos

Os olhos de jabuticaba, tão grandes e tão pretos, que por vezes refletiam tão bem quanto à superfície de uma lagoa, assentavam-se em cima da mesa da grifinória, em específico, sobre uma adolescente de cabelos cor-de-mel que abocanhava uma porção de batatas fritas.

– Acabará por constrange-la – alertou o professor à sua direita.

– Estou preocupada – expressou, tamborilando a borda do prato quase intacto.

– E essa fora a melhor forma que encontrou para a resolução?

Ela coçou a garganta desmanchando a postura vigilante, aliviando os ombros. Dumbledore, sentado no centro da mesa, sorria ao detectar a existência de um diálogo entre os professores, em contraste com o diretor, Lupin parecia não estar tão contente assim.

– O que sugere? – cutucou com a ponta da faca, um trio de brócolis no canto do prato.

– O que fizera ontem já bastou – molhou a garganta com o vinho em seu cálice.

– Queria fazer mais... – sussurrou, todavia ele estava perto o suficiente para ouvir.

A fisionomia dela, fora monopolizada por uma frustração por sentir-se impotente.

– Os sufocará, caso aproxime-se em demasia – pressagiou com certeza.

Não era por meio da empatia que Snape obtinha tal convicção, dado que, o mestre de poções era alheio aos que viviam no castelo, apesar disso, ele tinha uma aptidão excelsa para observação, que inclusa com sua legilimência o entregava um conhecimento dominante sobre tudo à sua volta.

– Ah! Achei os responsáveis pelo tronquilho em sua sala – disse ela, com a voz mais leve.

Ele aquietou-se aguardando que ela desenvolvesse, mas ela não prosseguiu a falar.

– Então...? – a instigou a continuar.

– Então, o quê?

– Qual fora a finalidade?

– Eles pediram desculpas – o nariz de Snape se contorceu diante daquela retruca, a repreensão silenciosa dele a atingiu de tal maneira que ela ruborizou – Há algo errado?

– Pelo modo como lidou com os alunos na noite de ontem, esperava algo mais rigoroso do que um supérfluo pedido de desculpas – disse seco.

– Foram situações diferentes – explicou.

– Só deu abertura para que prossigam com más condutas – ele continuou a falar com um tom altamente ácido.

Ela contraiu os lábios, recusando-se a se sentir uma incompetente por não ter tido a reação que ela julgava adequada.

– O tronquilho pulou na menina, ela tomada pela aflição correu e ele caiu – subiu os ombros.

– As criaturas ficam a fácil alcance para seus alunos? – alçou uma sobrancelha, virando o rosto para encará-la.

– Ele vive em um tronco no teto da minha sala, porém neste dia estava sobre a escrivaninha – elucidou.

– Então, onde a senhorita estava quando tal incidente ocorreu?

Ela corou.

– Caminhando – desviou o olhar dele e pegou de forma brusca o cálice na mesa.

Snape já vira, diversas vezes, Amuleto caminhar em companhia de Lupin pelos terrenos de Hogwarts.

– Invadiram sua sala, e como punição, exigiu um pedido de desculpas? – emanou ironia em sua indagação.

– Ora! – exclamou incomodada – Sim!

Ele manifestou seu desabono desatando ar pelo nariz. Ela encheu as bochechas de comida em uma garfada, lamuriando pelo seu amigo não ter vindo almoçar.


A figura do velho que tinha a barba branca agora tocada pelos filetes de luz solar, andejava pelo castelo, a sua companhia estava Snape, os cabelos negros deslizantes por sua face. O sol o enobrecia com um alaranjado harmonioso, de forma que, o preto em sua roupa, se tornou vibrante perante o cenário alvo.

Não havia muito sobre o que falar, todavia, Dumbledore não o deixaria soterrado nas masmorras, e sabia que sua presença, talvez fosse a única da qual ele não mostrasse tamanha resistência. Ele, mais do que ninguém sabia o percurso de Severus, cada centímetro de sentimento que se enfileirava na mente do mestre de poções, de como não conseguiu desgrudar-se de um alguém, pois precisava repetir tal passado para manter-se focado em sua tarefa, tarefa esta que seguiu sendo a corda que o manuseava por tanto tempo, e agora, ele não a tinha. Mas havia muito mais nele, do que os olhos podiam ver, até mesmo os olhos dele próprio.

Quando o sol, estava para ser engolido pelas montanhas, risadas atravessaram o ar, eram constantes, e até certo ponto, cativantes. Eram provenientes do pátio da escola e eram acompanhadas de palavras curtas, incompreensíveis pois nunca eram finalizadas já que gargalhadas a cobriam.

– Vejam só.. – disse Dumbledore – Estamos perdendo a festa – risonho, o diretor mudou a rota da sua caminhada, nada restou a Snape, senão o seguir.

Ostentando uma expressão de júbilo em sua face, Hagrid desfilava sem seus habituais trajes, ao invés das roupas pesadas de sempre e cores escuras, ele vestia um kefta de tecido semelhante a camurça, três tons mais escuro do que o verde da sua calça, sob o kefta estava uma blusa branca com botões amarelos na frente. Assistindo-o estavam Marjorie, sentada ao lado de Amuleto que tinha Lupin em pé ao seu lado.

As risadas se misturavam com os aplausos das duas que não paravam de proferir elogios para Hagrid, que sorria largamente enquanto se exibia com o novo uniforme.

– Boa tarde, diretor – saudou o Lupin, sendo o primeiro a vê-los chegar – Snape.

Ao ouvir o nome do mestre de poções, Marjorie enrubesceu, parando abruptamente de acompanhar Cassandra na euforia. Ela descurvou a coluna, assumindo uma postura mais madura, olhando de esguelha para a dupla que acabara de aparecer, mais especificamente, para Severus.

Amuleto ainda mantinha aquele sorriso vívido quando olhou para os dois, os cabelos estavam desalinhados, e ela nem se quer preocupou-se em ajeitá-los.

– Professor Dumbledore – disse Hagrid, tentando conter o entusiasmo.

– Não parem por minha causa – Dumbledore estava sorridente diante daquele cenário feliz – Vejo que, seu receio que não enviassem o uniforme a tempo era em vão.

O guarda-caça riu, assentindo de modo afobado.

– Eles vieram um pouco justos demais, mas felizmente Cassandra os ajeitou para mim – ele olhou para a professora, exprimindo gratidão.

– Cassandra tem uma aptidão para costura – Lupin elogiou.

Snape trouxe para baixo os cantos da boca ao presenciar tal cena.

– Oh! É muito bom saber disso – Dumbledore pousou os olhos sobre a professora – Já vem um tempo, que sou importunado com capas desnecessariamente longas, temo que possa tropicar e cair por cima de alguém algum dia.

– Alguns cortes na barra evitarão tal coisa – o sol parecia querer moldar-se a sua silhueta, outorgando a Cassandra uma compleição angelical, por tal motivo Lupin a olhava com fascínio.

O mesmo fascínio explícito nas íris castanho-claro de Marjorie para Snape, a medibruxa respirava profundamente enquanto tentava disfarçar seu deslumbramento para com ele, enquanto o mesmo estava a achar ridículo a postura de Lupin.

– Então, professor Snape, animado para a partida de quadribol amanhã? – Hagrid parou de admirar o brasão do Castelo Bruxo que enfeitava o lado esquerdo do seu peito.

– Mal posso esperar.. – sua frase saiu sem um vestígio sequer de animação.

– Oh! Quadribol! – exclamou Cassandra – Quais times irão jogar?

– Grifinória e sonserina – retrucou Lupin.

– Vou torcer para ambos – sorriu olhando para o professor de Defesa Contras as Artes das Trevas.


A excitação pela futura partida de quadribol abarcou o nevoeiro de mentes dos alunos de Hogwarts, isto fora um bálsamo para os professores, era o único intervalo das preocupações diárias que os acometiam no pós-guerra. Cachecóis com as cores das casas sacolejavam no ar, assim como as bandeirolas estampadas pelos animais representantes das casas que se enfrentariam.

A atmosfera estava tão vivida que Amuleto surpreendeu-se em ser questionada nos corredores por setimanistas sobre para qual casa ela torceria, ela se esquivou da pergunta afirmando que estava a ir na ala hospitalar pois, suspeitava que havia alguma coisa nos seus tímpanos que a impedia de ouvir qualquer que fosse a pergunta que eles fizeram, não mentiu em parte, ela realmente fora onde disse que iria, mas não por tal estranho motivo.

– Torcerei por sonserina – disse Marjorie, servindo uma xícara de café a amiga.

– Foi a sua casa quando estudava aqui?

– Ah não, sou de Ilvermorny – sentou-se em uma cama defronte a Cassandra.

– Isto explica a escassez de empolamento na sua voz – Marjorie riu – Se não foi de sonserina, por que torcerá então?

A medibruxa desmanchou o contato visual, chacoalhando as pernas suspensas sobre o ar.

– Eu simpatizo com a casa... – sacudiu os ombros – Creio que, desde a guerra, eles tem sido bastante criminalizados, entende?

Amuleto estava consciente de que havia algo mais, entretanto, não deixaria a amiga desconfortável a abarrotando de perguntas.

 

Era extraordinário como o cenário mudara no castelo, apesar dos céus não favorecerem aquele dia, pois a neblina estava a embaçar as vistas, mesmo assim cingiam aos alunos uma áurea de regozijo e ventura em ter o que recrear-se. Eles estavam a se deleitar fazendo zombarias uns com os outros, pela primeira vez, a vontade com a assuada.

Snape, já estava a ocupar seu lugar no centro das bancadas, fitando o campo cujo o time da sua casa jogaria em breve, toda aquela ansiedade o nauseava, mas mentiria se dissesse que estava totalmente alheio a partida.

– Isto é tão empolgante! – Amuleto acabara de ocupar o lugar ao seu lado, ostentando um sorriso em sua face.

Todavia, a atenção dele fora toda das duas listras nas bochechas da professora, uma vermelha e outra verde.

– O que significa isto? – estreitou o semblante ao perguntar, ela o encarou, e ele pode constatar que do outro lado estavam as mesmas cores porém em ordens diferentes.

– O quê? – seguiu o olhar dele e logo compreendeu do que se tratava – Eu disse que ia torcer para ambos.

– Está consciente da rivalidade destas casas?

– E quem não está? – riu – Vocês que são diretores das casas podem torcer a vontade, eu sou apenas a professora – sacudiu os ombros e encontrou Hagrid na arquibancada de grifinória assim que os olhares dos dois se encontraram ela acenou animadamente.

O mestre de poções pode perceber que a mulher ao seu lado estava a perscrutar todo o campo usando o binóculo pendurado em seu pescoço, algumas vezes olhava por sobre o ombro e ao não encontrar o que procurava explanava uma expressão frustrada, ele tinha a certeza que estava a buscar por Lupin, e este fato, lhe causou um miúdo incômodo.

Ao gênesis da partida os jogadores eram apenas vultos verdes e vermelhos riscando o nevoeiro, era impossível ver a goles ou se quer os balaços. Cassandra se perguntava como os alunos conseguiam jogar com aquelas dificuldades, mas tais pareciam não se importar com isso, prosseguiam voando em suas vassouras alheios ao temporal esbranquiçado, o único guia que a torcida tinha era a voz de uma garota que estava a narrar o jogo, cujo também utilizava do auxílio de um grande binóculo para a tarefa. Sonserina estava na frente por vinte pontos, isso causou certa satisfação no mestre de poções, que estava páreo com a irritação causada pelo infortúnio que estava a ser acompanhar a olho nu por causa de tamanha neblina.

– Toma – a professora de Trato das Criaturas Mágicas estava estendendo a ele seu binóculo.

– Não... – sua recusa foi vetada quando o rapaz a narrar gritou em alto e bom som, que grifinória havia feito ponto.

Com o nariz retorcido ele segurou o binóculo podendo ter uma visão detalhada do que acontecia lá em cima. A neblina cobria apenas a plateia, o espaço dos jogadores estava medianamente limpo.

– Quem está com a posse da goles? – questionou Cassandra.

– Grifinória – respondeu a contragosto, mas a situação mudou segundos depois quando uma artilheira da sonserina tomou-a para si – Sonserina agora – informou a professora.

– Pelo gorro do Saci – ouviu um engasgue vindo da professora. Ele a olhou de esguelha, ela estava paralisada pois a frente do seu rosto o pomo-de-ouro flutuava.

Pelas lonjuras aproximavam-se dois apanhadores, dando encontrões um no outro para tirar do caminho o adversário.

– Abaixe-se – sibilou Severus.

Amuleto ao ver dois jovens se aproximando violentamente dela deslizou abruptamente para a esquerda, chocando a lateral do seu corpo contra a do mestre de poções ao seu lado, no mesmo instante em que pode sentir as duas vassouras parando no ar, pois o pomo-de-ouro já havia voado para outra direção.

Ela riu soprado, o coração estava acelerado.

– Como eu disse, empolgante – aconteceu um choque por seu corpo quando se virou para olha-lo, percebendo o quão absurdamente perto eles estavam, ela conseguia ver perfeitamente seu reflexo no olhos dele.

O curioso, é que se afastaram, mas não tanto, de modo que quando se movimentavam, os braços encostavam um no outro. Severus não precisou mais lhe narrar a partida porque a neblina começava a dispersar, o sol havia de retomar seu reinado.

Sonserina ganhou naquele dia.


Notas Finais


cês tão cismados com essa quietude nos capítulos né? KKK


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