História Mad Resident - A Vida é Um Teatro

       "Adivinha quem voltou do mundo dos mortos para uma visitinha?!"

    Ben mal podia acreditar. Era ela! Bem ali na sua frente. Estava inteira, havia alguns machucados aparentes mas ainda sim estava inteira. Já não usava mais a velha camisa de força ou o short de malha, o antigo deu lugar a um jeans curto, meio rasgado e um pouco desbotado. No lugar da camisa de força de costume ela usava um blusão cinza, maior que ela talvez.
– O que você ta fazendo aqui?! – gritou o coronel. Na mesma hora ele olhou para seu celular que estava em cima da cama, não queria, mas tinha que contatar Waller. Mas para sua sorte, Jenni percebeu o seu olhar.
– Não se atreva – Disse ela, pausadamente,  apontando uma arma para ele que logo recuou.
– Você ta muito encrencada garota. Você não me assusta! Se você tá pensando que eu vou ficar..
– HAHAHAHAHAHAHA – foi interrompido pela escandalosa gargalhada de Jennifer. – sabia que você fica uma gracinha quando esta nervoso?!
   West respirou fundo e prosseguiu:
– Você não veio aqui só pra debochar de mim, veio?!
– Hmmm... Infelizmente não.
– Então fala logo enquanto não te entrego pra Belle Reve.
– Coronel West! – começou ela, em tom teatral, se levantando da poltrona e andando lentamente de um lado a outro do cômodo.
– O mundo é peça teatral na qual VOCÊ decide qual é o seu papel. Você pode ser o vilão, pode ser o mocinho, pode ser aquele que ajuda o mocinho, pode ser aquele que ajuda o vilão, você pode...
– Seja breve Jennifer!
– Qual é Ben, não estrague o meu show!
– Não esgote a minha paciência. – retrucou o rapaz.
– Enfim, o rumo que o seu personagem toma é escolhido pelo mesmo mas as consequências são imprevisíveis. – Ela foi se aproximando a ele.
– Jennifer chega de brincadeira! Agora eu vou pegar aquele celular e.. – Foi interrompido por dois dedos macios que calaram sua boca.
– Você esta do lado errado Ben. Acha que esta do lado do mocinho mas esta sendo enganado pelo próprio vilão. O vilão que você vê vestia uma camisa de força e vivia atrás das grades mas o verdadeiro vilão esta bem do seu lado usando você. Você não percebe. Você pensa que ninguém pode com você mas foi facilmente manipulado.
– O que você quer dizer com isso?! – disse ele enfeitiçado pela voz doce que narrava.
– Amanda Waller não é quem você pensa. Abra os olhos Ben, por favor, preciso que abra os olhos.
   Nesse momentos seus rostos já estavam bem próximos. Um podia sentir a respiração do outro. O calor de seus corpos. O ritimo de cada palpitação. Ben queria resistir mas já estava entregue ao momento. Um policial e uma louca prestes a se beijar. No momento em que os lábios iam se encontrar o celular toca em cima da cama, era Amanda Waller.
   Olharam ao mesmo tempo para o celular e depois se olharam. Rapidamente Jennifer correu até a janela enquanto Ben pegava o celular. Atendeu.

– Coronel West!
– Algum problema Waller?!
– Estou preparando um relatório da busca pela fugitiva, alguma noticia da garota?

  Feita a pergunta Ben olhou para a garota sentada a beira da janela que respondeu ao olhar com um "sssh". Restava Ben decidir ceder ou não ao pedido de silêncio. Estava em transe com seus pensamentos.

– Coronel?! Esta ai?!
– .....
– West!
– Oh sim, me desculpe, não! Ainda não temos vestígios dela nem dos cúmplices! Preciso desligar!

    E assim o fez. Voltou os olhos para a janela mas Jennifer já não estava lá. Sentou na cama, passou a mao pela cabeça e respirou fundo. Não devia acreditar numa fugitiva maluca e perigosa mas ele sempre achou que havia algo errado no caso 167 e, principalmente, em Ananda Waller.

– Preciso investigar.