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História Made In Japan - Nova ansiedade


Escrita por: jikooKause

Notas do Autor


Olá (*^▽^*)

Então, não sei se perceberam, mas cada capítulo se passa em um mês da gestação, então o cap sempre vai começar dando um update do que está acontecendo nesse mês e tal

Boa leitura!

Capítulo 6 - Nova ansiedade


Jimin's POV

O meu quinto mês havia chegado, e a minha falta de ar tinha se iniciado juntamente disso, com certeza eu não esperava ter a respiração acelerada apenas por me levantar rapidamente cama ou fazer atividades simples do dia a dia, cheguei a questionar o médico se isso era normal, mas ele me tranquilizou dizendo que por causa do aumento de tamanho do útero, a massa abdominal que ficava sobre o meu diafragma acabou sendo espremida, sendo assim minha caixa torácica estava menor, e por isso respirar mais vezes do que o comum seria normal daqui pra frente.

E por falar em médico, isso me fazia lembrar do ultrassom que eu tinha feito há algumas semanas, ouvir o coração do bebê batendo, ver as primeiras imagens dele e por fim o sorriso de Jungkook com tudo aquilo, eu me senti realmente triste por não ter conseguido compartilhar daquela alegria juntamente ao Jeon, minha vontade de também ter toda aquela felicidade de Jungkook era grande, de sorrir e até me emocionar, porém meus pensamentos eram nulos, eu sequer sentia que aquele pequeno embrião estava em meu corpo, porque se tirar todos os sintomas que eram aparentes e minha barriga crescendo, eu não sentia o bebê em mim, parecia que ainda faltava uma verdadeira ligação com ele.

Estranhamente a minha sensação era de que aquele filhote não era sequer meu, não tenho como explicar meus pensamentos confusos, afinal, tudo que minha mente estava era uma grande bagunça, eu apenas achava que minha negação em ser pai foi tanta no início que meu subconsciente se convenceu de que eu esperava um bebê que não era meu, mesmo que na realidade isso não faça o menor sentido.

Nessa semana também havia começado a pensar sobre o futuro, quando eu já estivesse longe dali e a criança perguntasse por mim, o que Jungkook diria? Que eu fui um covarde que decidiu os deixar ou que eu estava seguindo os meus sonhos e logo voltaria? Tenho certeza de que Jeon saberia dar as melhores respostas e faria a melhor imagem de mim, porque ele é assim, consegue manter a melhor visão de uma pessoa mesmo quando ela a decepciona, eu gostaria de ser merecedor de todos os bons pensamentos de Jungkook sobre mim.

Uma grande parte de mim também sentia medo de aceitar essa chance na companhia de dança, de sair do meu país, ficar longe do meu amor por Jeon, da minha família e dos amigos. E também tinha medo de fracassar miseravelmente na criação daquela criança, assim como não desejava também ter a minha vida paralisada para cuidar do bebê ou fazer uma vida pacata de casados com Jungkook, minha relação com o beta iria se desgastar até o ponto dele desgostar de mim e tudo se tornaria insuportável entre nós, eu não queria isso acontecendo.

Já o bebê, mesmo que eu não sinta uma ligação por ele, jamais desejaria que esse pequeno ser inocente sentisse rejeição, ele não é culpado de nada e muito menos merece saber dos meus pensamentos importunos, eu apenas desejo que essa criança tenha todo o carinho e amparo, sei que Jeon será um pai maravilhoso e meus amigos e família também vão mimar muito esse pequeno, e lamento ainda não sentir vontade de participar de tudo isso.

Comecei também a ir em algumas sessões com um psicólogo, a senhora que me atendia era realmente atenciosa, e foi bom desabafar com ela, o principal conselho que a mulher havia me dado era sobre decidir as coisas com calma, eu precisava sim pensar no bem estar de Jungkook e do bebê, mas os meus sentimentos também eram importantes, porque mesmo que Bolshoi fosse uma realização, aquilo era mesmo o que eu queria? 

Pois se formos pensar bem, meu curso no Bolshoi seria apenas temporário, e a proposta que recebi da companhia não era algo tão certo assim, afinal, onde eu iria morar por lá? Da onde tiraria dinheiro para me manter em todo esse tempo que ficaria por lá? A bolsa que eu tinha ganhado era de três meses, apenas uma experimentação, eu estava planejando coisas que sequer sabia se poderia cumprir, e também, mesmo que o balé seja algo que eu ame, não é a única coisa que desejo fazer na vida.

Meus sonhos iam além, viver de dança era algo complicado, porém não impossível, eu desejava me tornar um professor ou coreógrafo, ver minha dança sendo reconhecida e quem sabe até ser premiado por isso, o balé é apenas uma pequena parcela de tudo que eu posso e sei fazer, necessito ir além disso e sei que poderia, porém não desejava começar isso longe do meu país de origem.

Mas bem, antes de terminar de pensar nos detalhes do que eu faria futuramente, a fisioterapia que eu estava fazendo tinha que chegar ao fim, já que por enquanto eu sentia poucos resultados, até conseguia dobrar o joelho sem sentir um grande incômodo, porém o movimento ainda era lento, precisaria de mais tempo até recuperar minha agilidade completamente, e algo que não ajudava em nada era as dores nas pernas que eu vinha sentindo por causa do aumento do volume de sangue em meu corpo causado pela gravidez, meus tornozelos inchavam e parecia que minha carne estava formigando, o médico tinha me auxiliado recomendando manter banhos mornos para dilatar as veias e dormir de pernas elevadas, porém nem sempre eu me lembrava de seguir os conselhos e novamente as dores e incômodos vinham.

Jungkook me policiava sempre que podia, entretanto ele não tinha como permanecer vinte e quatro horas ao meu lado e também eu não era nenhuma criança pra precisar ser vigiado, porém as vezes me distraía tentando fazer atividades pelo dia, já que o meu cansaço e vontade de dormir constante tinham diminuído, e acabava por esquecer de me cuidar.

Na entrada desse quinto mês o médico também estava me ensinando a controlar a respiração, mesmo que o parto fosse ser por meio de cesárea, o doutor havia me dito que era importante aprender as suas orientações de inspiração e expiração, para assim eu poder administrar a dor das contrações e também relaxar quando o momento chegasse, afinal o desespero não ajudaria em nada.

Também tinha descoberto que eu teria que fazer um outro ultrassom, esse era diferente e levava um outro nome, chamava-se "ultrassom morfológico", e levava cerca de trinta minutos para ser finalizado, assim o doutor poderia ver cada detalhe do neném, seu crescimento, as espessuras do seu pequeno corpo, diâmetro da circunferência da cabeça, tamanho do abdômen e dos membros e por ai vai, seria um exame completo em vídeo e fotos, talvez até pudéssemos ver o sexo do bebê caso ele estivesse numa posição boa para isso, e Jungkook era quem estava mais ansioso para essa última parte entre todos a minha volta.

Talvez eu também estivesse um tanto curioso para saber.

[...]

— Jungkook, já está tudo pronto? — Questionei em alto tom, esperando ser ouvido na cozinha, onde Jeon preparava o nosso almoço.

— Estou quase terminado, amor! — Ele respondeu, fazendo sua voz chegar alta no quarto em que eu estava.

Estamos morrendo de fome! — Falei exageradamente, ouvindo o beta rir, eu tinha pegado a mania de me referir a mim mesmo no plural naquela última semana, talvez uma forma de poder justificar o fato d'eu estar comendo por dois. — Seu filho vai acabar saindo e indo fazer a comida por ele mesmo. 

— Calma vocês dois, só mais dez minutinhos e eu vou levar ai. — Jeon falou e eu bufei, queria ir lá atrás de pelo menos uma provinha de alguma coisa para enganar a fome, mas meu joelho ainda me impedia de andar confortavelmente.

— Aish, o Jungkook demora demais cozinhando. — Resmunguei baixinho para mim mesmo, porém algo dentro de mim "respondeu" a essa fala, e não foram os roncos do meu estômago vazio...

Primeiro senti algo em meu ventre, como se uma bolha de gás estivesse se formando em meu útero e depois explodindo, rapidamente levei a mão até ali, pelo susto que me causou, isso começou a se repetir diversas vezes, bolhas pequenas e as vezes maiores iam passando pelas minhas paredes internas, eu sabia bem o que era aquilo e me deixou realmente nervoso e surpreso, era a primeira vez que eu sentia o neném mexendo. 

Minhas mãos automaticamente começam a suar e o calor tomou todo o meu corpo, suprimi os lábios enquanto tentava controlar minha respiração desregulada assim como o médico tinha me ensinado, porém o nervoso não estava deixando eu me concentrar, tentei a todo custo me convencer que aquilo seria rotineiro de agora em diante, eu sentiria aquela vida que estava crescendo dentro de mim, porém a ansiedade que começou a me tomar drenou a parte sensata do meu cérebro e deixou apenas o medo tomar conta. 

Um grande choque de realidade me atingiu, tudo aquilo que iria vir a acontecer até o último mês de gravidez e as coisas que viriam depois bateram na minha cara como rajadas fortes de um vento cortante, meu peito apertou pelo temor que se aprofundou em mim: Uma nova vida iria ser iniciada para mim, tudo seria novo e eu não estava pronto, nem para o futuro e nem para encarar a realidade de que eu decepcionaria muitos a minha volta, mesmo que eu soubesse que não era possível sempre atender todas as expectativas de um outro alguém, pois desejei muito ser esse príncipe que o Jeon sonhou em ter como esposo, mas eu não era essa pessoa.

Me doía ter a consciência de que eu não nasci para ele, porque ser um pai ou um marido, aquelas eram coisas que eu não desejava da mesma maneira que ele, queria muito ter coragem ou até mesmo poder compartilhar desse sonho, mas eu não estava preparado e nem sentia que estaria tão cedo, não aguentaria trazer mais decepções.

Em meio a esses pensamentos eu ainda sentia os pequenos movimentos do embrião e aquilo me desesperava mais, eu estava num estado de nervosismo muito grande e isso poderia ser perigoso para o bebê, então com um tanto de esforço eu tentei chamar por Jungkook, porém minha voz falhou e sequer um som baixo saiu dos meus lábios, isso me deixou ainda mais alarmado, precisava me acalmar e da ajuda de Jeon também.

Levantei da cama me apoiando nos móveis, cheguei a dar alguns passos, mas o peso do meu próprio corpo estava sendo um vilão ao meu equilibro, as tremedeiras em meus membros também não ajudavam em nada, mas eu queria chegar até Jungkook o quanto antes. 

Consegui me apoiar na parede e ir lentamente até a porta do quarto, a mesma estava aberta, o que facilitou a minha passagem até o corredor, porém foi ali que minhas pernas já fracas começaram a tremer, por isso eu preferi parar de andar ali mesmo e me sentei no chão, com receio de que desmaiasse.

Soltei um gemido de dor por conta do meu joelho ainda em recuperação, e lágrimas que já estavam descendo antes pelas minhas bochechas se duplicaram, mas não era pela sensação dolorosa, mas sim pelas imagens que passavam na minha mente naquele momento, cenas dos meus pais me olhando com desgosto e Jungkook dizendo me odiar iam rodopiando em meus pensamentos, eu queria, juro que queria os dar orgulho, mas não poderia ser falso e fingir que estava tudo bem, e essa minha escolha de sinceridade estava os machucando, porém doeria muito mais se eu viesse com mentiras sobre uma falsa felicidade.

Mas também não estava feliz dizendo a verdade, porque sabia que não era o que eles queriam ouvir, e só me fazia desejar ser como os outros ômegas, aqueles que sorriam para suas barrigas gordinhas da gestação e esperam ansiosos pelo seus filhotes, assim como vi tantos e os invejei no hospital, porém eu não era assim, não poderia abandonar minha individualidade e opinião para fazer os outros sorrirem enquanto estou infeliz por dentro.

— J-Jungkook... — Chamei num fio de voz, tentando me levantar, o bebê se mexia mais do que antes, eu precisava me acalmar.

— Hyung, está tudo bem? — Ouvi a voz e senti o cheiro de Jungkook, ele estava subindo as escadas e meu corpo ainda suava mais do que antes. — Ouvi um barulho e... Jimin! 

Apenas ouvi o grito chamando pelo meu nome e minha visão começou a oscilar entre o escuro e imagens embaçadas, meu corpo cedeu porém foi amparado pelos braços de Jungkook antes de atingir o piso, ele chamava o meu nome, mas eu apenas sabia apertar forte o seu tronco, enterrando o meu rosto no pescoço do mais novo, procurando o seu cheiro para me acalmar e assim tranquilizar também o bebê.

Aquela tinha sido a sensação mais apavorante que já tinha me ocorrido, realmente senti que iria perder completamente a consciência ou até pior, mas Jungkook estava ali para me ajudar, como sempre estaria.

[...]

Encolhidinho no colo de Jungkook e recebendo seus carinhos, era assim que eu gostava de estar, após aquele acontecimento de mais cedo, o Jeon estava grudado em mim, me mimando de sua forma carinhosa que me derretia por completo, ele também estava bastante preocupado, mas também não era por menos, custou a me acalmar e alguns tremores e calafrios ainda passavam pelo meu corpo.

Após tudo se normalizar, contei a Jungkook sobre os primeiros movimentos do neném e da tempestade de realidade e pensamentos ruins que me afligiram, Jeon entendeu que o bebê se mexer acabou mostrando finalmente para mim a realidade e grandeza de tudo aquilo, não que eu não acreditasse antes, apenas de alguma forma ainda não estava totalmente acordado para as coisas que aconteceriam, quando o choque de realidade veio, eu entrei em pânico.

— Como se sente, anjo? — Jungkook perguntou num tom baixinho, enquanto praticamente me ninava em seu colo.

— Cansado. — Respondi baixo, escondendo meu rosto no vão do seu pescoço.

— Quer comer mais alguma coisa? — Questionou, afinal ele estava me dando o almoço um pouco antes.

— Estou com desejo de alguma coisa doce. — Expressei antes de encostar meus lábios em sua pele e deixar um selar ali.

— Que tal uns beijinhos? — O beta indagou brincando antes de começar a retribuir o beijo que eu havia lhe dado, distribuindo selares em meu rosto e pescoço.

— Aish, Jungkook. — Murmurei rindo pelas cócegas que isso havia me causado.

— Hyung, como se sente agora? — Perguntou após se afastar da sessão de beijos que havia me dado.

— Bem melhor. — Afirmei sorrindo.

— E esse pequenininho? — Expressou enquanto passava os dedos sobre a minha barriga. 

— Acho que ele está feliz também. — Respondi brincando, dando de ombros.

— Por que não pergunta a ele? — Arqueou uma das sobrancelhas ao questionar e eu o encarei desentendido.

— Como assim? — Indaguei tentando compreender a proposta de Jungkook. 

— Fale com o neném, Jimin, o médico disse que é importante. — Aquelas palavras me deixaram tenso.

— Ah, e-eu... Não sei não. — Murmurei desviando o olhar.

— É só falar normalmente. — Disse enquanto ia me tirando do seu colo e se colocando de pé. — Vem aqui. 

Jungkook me pegou nos braços devido ao meu joelho lesionado e caminhou até em frente ao espelho grande que tinha no quarto, me colocou de pé ali em frente e ficou atrás das minhas costas, Jeon sorriu para mim através do reflexo e calmamente levou suas mãos até minha camisa, a levantando até a altura do meu peito, deixando minha barriga redondinha exposta ao ar frio do quarto. Em seguida Jungkook segurou minhas mãos e as levou até em cima do meu ventre, deixam as suas mãos sobre as minhas e novamente me encarou pelo espelho, mostrando aquele olhar profundo pelo qual sou completamente apaixonado.

— Converse com ele. — Jeon sussurrou.

— Não é como se ele realmente pudesse me entender. — Proferi olhando para minhas próprias mãos sobre a barriga.

— Imagine que sua pele é a dele, faça carinho. — Sorri com o modo calmo que Jungkook falava, eu sabia o que ele estava fazendo, há semanas que Jeon tentava formas de me ligar ao neném, e eu apreciava sua atitude assim como apreciava tudo nele.

— Certo. — Afirmei antes de começar a dançar meus dedos sobre minha pele, juntamente aos dígitos de Jeon, fizemos um carinho em conjunto e além de aquilo deixar minha derme eriçada, também fez a sensação de bolhas voltarem a ser sentidas por mim. — Ele está se mexendo.

— Ainda não posso sentir. — Jungkook falou num tom entristecido.

— Mas logo você vai poder. — Sorri ainda acariciando minha barriga. — Certo? Você quer mostrar o quanto gosta do papai Kookie, não é? — Indaguei ao pequeno embrião, fazendo Jungkook sorrir tão amplo que jurei que suas bochechas se rasgariam. Meu beta é tão fofo!

— Aish, Jiminie. — Meu corpo foi virado rapidamente, fazendo eu ficar de frente para o moreno. — Eu te amo, tanto.

— Também te amo, Jungkookie. — Respondi sentindo meus batimentos se acelerarem novamente porém desta vez de alegria.

Suas mãos grandes seguraram o meu rosto e eu quase flutuei quando nossos lábios se encontram, Jungkook me deu um beijo cálido e carinhoso, lento nos movimentos, porém rápido nas sensações,  mostrando o seu grande carinho por mim, retribuí tudo a altura até sentir meu interior ferver, por fim eu já puxava seus cabelos, o trazendo para mim, eu precisava de mais e mais.

Era por esses e outros momentos que me faziam ter a certeza de que Jungkook era o cara certo.

 


Notas Finais


Aquilo que o Jimin descreveu, sobre a sensação de bolhas de gás, é como grávidas relatam esses primeiros movimentos o bebê, segundo o site em que eu pesquisei sobre o assunto :')

Até o próximo (ノ*゚ー゚)ノ


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