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História Madness. - 3


Escrita por: heymegumi

Capítulo 3 - 3


As pessoas mantêm uma ideia sobre hospícios que se parece com essa: Parentes de saco cheio jogam pessoas loucas num hospício para poupar trabalho. Na verdade, a ideia seria mais ou menos assim: Pessoas mentalmente saudáveis internam pessoas mentalmente doentes em clínicas de cuidado e reabilitação para que recebam tratamentos especiais.

Na prática, é tudo a mesma coisa.

Naquela manhã fria e seca de inverno, eu acordei junto com o sol. Como havia dito à Sunny, as cortinas finas demais incomodam quando a mancha laranja começa a surgir, para meu azar, bem diante da janela do meu quarto. Assim que despertei, virei para o outro lado e cobri o rosto com o cobertor, mas a falta de oxigênio sufocante em minha câmara secreta me fez desistir da ideia logo em seguida. Por alguns minutos, fiquei ponderando sobre a lógica de um sol tão esplendoroso em meio à um inverno tão intenso, e depois de chegar a conclusão nenhuma, joguei os cobertores para o lado e finalmente me impulsionei para fora da cama.

Vesti as simpáticas pantufas brancas do hotel e levei meu corpo até o banheiro, zonzo de sono. Lavei o rosto, um som de chaleira saindo por meus lábios quando a água gelada me obrigou a acordar, e escovei os dentes pacientemente como havia aprendido ainda no fundamental. Eu tinha um irritante sorriso gengival que já chamava bastante atenção por si só, não precisava de dentes amarelados como enfeite. Quando pensei nisso, depois de enxaguar a boca e me olhar novamente no espelho, eu notei como meu rosto era claro.

Minha pele era de um branco pálido e insosso, digna de um anêmico de respeito. Meus cabelos eram descoloridos, tão resplandecentes que, de costas, eu devia parecer um senhor de oitenta anos. Meus dentes eram de dar inveja, retos e bem cuidados – já citei minha gengiva desesperada por atenção, deixemos essa parte para lá –. Eu era como um raio de sol cintilante em plena manhã, e aí, como as nuvens carregadas que aparecem de repente para estragar o dia no parque, meus olhos eram esbugalhados e marrons. Só marrons, sem mais nada para acrescentar. Além de pequenos e esbugalhados, como se isso fizesse sentido em alguma galáxia, eles pareciam simplesmente pairar em meu rosto por culpa de minha falta de pálpebras.

Entretanto, não foi nisso que pensei enquanto entrava no box e ligava o chuveiro, regulando-o se possível na temperatura que as águas do inferno deveriam ter. Eu pensava justamente na classificação dos hospícios e na opinião que a sociedade tinha sobre eles, e novamente, não tive uma conclusão muito satisfatória. Os manicômios tinham basicamente a mesma função das prisões, pois assim como ninguém quer se sentar ao lado de um bandido que roubará sua carteira, ninguém quer se sentar ao lado de uma pessoa que fala sozinha ou se balança continuamente para frente e para trás.

Vesti um suéter cinza por cima de uma camisa de mangas compridas, e por cima de meu suéter cinza o mesmo casaco preto que havia usado na viagem. Eu queria usar uma calça de pijama por baixo, mas a calça jeans clara provavelmente não caberia em mim, e se eu quisesse usar meus coturnos marrons – e como eu queria – eu precisava daquela jeans clara por ser extremamente apertada. Minhas calças eram todas apertadas, o que me obrigava a fantasiar que eu não usaria a calça de pijama por baixo por simples opção.

Carreguei os coturnos até a porta e chutei as pantufas para fora dos meus pés. Enfiei os cadarços para dentro junto com a barra da calça e dei uma olhada para baixo, me certificando de que aquela combinação havia ficado como eu imaginara que ela ficaria. Achei um pouco moderninho demais, mas o tranco que senti no estômago me fez desistir de vestir uma calça escura e um tênis discreto.

Sem as malas e sem Sunny por perto para fazer piadas, é claro que eu escolhi a escadaria. Cruzei com alguns hóspedes no corredor e perguntei a uma senhora em qual andar eu encontraria o restaurante. Depois de subir quatro andares, me deparei com uma enorme mesa de café da manhã e quase pude sentir uma lágrima de felicidade escorrer.

– Já de pé? – ouvi atrás de mim.

– Você não dorme? – perguntei sem me virar, sabendo de quem se tratava. Sunny apareceu em meu campo de visão com um rosto de quem não cuida de um hotel até às duas da manhã.

– Assim que voltei para a recepção, meu irmão já havia chego e eu fui dormir. – ela explicou, me acompanhando enquanto eu andava hipnotizado até a mesa. – Mas e quanto a você?

Peguei uma bandeja de umas das pilhas e ela fez o mesmo, entrando na fila logo atrás de mim. Eu ofereci que Sunny tomasse a frente, mas ela recusou.

– Quero ir cedo para a... o...

– Hospício?

A simples menção da palavra "hospício" fez com que alguns hóspedes a nossa volta nos olhassem como se estivéssemos nós mesmos vestindo camisas de força.

– Isso. – dei uma encarada numa jovem que me olhava desconfiada. – Além do mais, as cortinas claras atrapalharam o meu sono, como eu já previa.

– Não espera realmente que eu mande trocar todas as cortinas do hotel por causa de um hóspede insatisfeito, não é? As pessoas daqui não querem acordar tarde, elas querem aproveitar o dia para ver a enorme e estúpida quantidade de bambu espalhada por Damyang.

– Me surpreende que os pratos e talheres não sejam feitos de bambu. – brinquei, mas dessa piada, Sunny não achou graça. – Eu só vou dormir aqui mais essa noite, logo estarei livre de suas cortinas sórdidas.

Chegada minha vez, eu tive um segundo de reflexão sobre quão mal educado seria empilhar todos os tipos de coisas em minha bandeja, por isso, peguei uma fatia de torrada, uma porção de sopa e uma porção de kimchi, mesmo desejando pegar duas.

Durante nosso café da manhã, Sunny me fez mais algumas perguntas sobre como eu, um morador da capital, havia parado ali, e ela acabou me contando que era essa sua dúvida na noite anterior. Para pessoas do interior é normal ouvir histórias sobre amigos que se mudam para a capital, já o contrário é especificamente incomum. Ela não tocou no arroz que havia pego, e quando me ofereceu, não me enrolei em aceitar. Expliquei a Sunny toda a história da carta sem mencionar uma única vez o doce azar, porque ninguém quer realmente saber se sua data de nascimento cabalística te amaldiçoou a carregar azar até o fim da vida. 

– Sempre achei que psicólogos eram pessoas mais sérias, mais cheias de termos médicos para tudo...

– Acontece que eu sou um psicólogo carismático.

– Você não é tão carismático assim. – ela me olhou de soslaio, inflando as duas bochechas. – Bom, já que vai ficar mais uma noite aqui, que tal eu te levar para experimentar o famoso chá de bambu de Damyang hoje à noite?

– Não há como escapar dos bambus nessa cidade, há?

– E depois do chá de bambu – ela fingiu que não escutou. – é claro, um soju para brindar sua chegada e dar sorte ao seu novo trabalho.

"Sorte..."

– Por mim está ótimo.

Sunny recolheu nossas louças e as levou pelo restaurante do hotel, sumindo por uma porta que eu presumi ser a cozinha. Fiquei mais um tempo ali, digerindo o exagerado café da manhã enquanto dava uma espiada pela janela e assistia entediado o início da neve daquele dia.

 

   

Senti falta do meu carro quando precisei pagar um preço amargo pelo táxi até o Hospício Gyeongbok. Como esperado, pelo caminho cruzamos com uma interminável quantidade de bambus que pareciam não se incomodar com o acúmulo de neve, e de fato, não se importavam. Pelo que meus nada vastos conhecimentos sobre aquela planta me deixavam recordar, os bambus, mesmo parecendo frágeis comparados a outras árvores, são os únicos que conseguem suportar invernos rigorosos e verões escaldantes, e eu sabia que eram as únicas árvores que resistiam a fortes tempestades.

Quando discuti sobre aquilo com o taxista, percebi que eu estava me inserindo direitinho em Damyang, pois a conversa e meus nada interessantes comentários pareceram agradá-lo.

Fiquei com o número de seu celular para quando eu terminasse meus compromissos e quisesse voltar à cidade. O hospício, assim como a rodoviária e, mais tarde descobri, o hospital, ficava mais ou menos há vinte minutos para uma das beiradas.

Percebi a suntuosidade da construção assim que o taxista me deixou, sumindo pela curva. Ergui meus olhos e cobri a testa com uma das mãos para apreciar a grandiosidade daquele lugar. Era de fato, muito bonito e elegante. Um pouco arcaico, decidi assim que me aproximei dos enormes portões de ferro para apertar a campainha. As hastes de metal tinham um desenho complicado, cheio de detalhes que não pude notar por culpa da miopia.

Eu só queria fugir do frio, por isso respondi mais rápido do que o recomendável "Lee Hyukjae" quando uma voz no interfone perguntou de quem se tratava.

Por mais conservador que tudo parecesse ser, os portões se abriram automaticamente ao invés de dois funcionários aparecerem para abri-los como eu esperava. Entrei pela fresta que se formou e logo ouvi o barulho de metal rangendo quando eles voltaram a se fechar.

Senti como se estivesse caminhando em direção a um filme de terror. O colossal jardim bem cuidado estava vazio, e a fonte que jorrava água para o alto havia escurecido com o tempo, deixando o anjo que deveria ser simpático com a aparência de um pequeno psicopata. Os arbustos esculpidos se encontravam pelas laterais formando espécies de caminhos, e o chão de pedras produzia o único som daquele lugar sob as solas de meus coturnos. Se o dia não estivesse ensolarado, eu provavelmente começaria a entrar em uma profunda depressão ao me dar conta de que passaria meus dias preso ali. Desejei que aquele enorme prédio antigo tivesse mais cara de hospício do que de abatedouro.

Duas colunas de estilo europeu seguravam o teto da entrada, e se eu não soubesse do poder das simples colunas, desconfiaria que tudo ali fosse desabar sobre minha cabeça. A entrada principal era de uma madeira escura e fosca, composta por duas grandes portas como nas mansões dos filmes. Peguei-me pensando que, se Sunny estivesse ali, provavelmente estaríamos fazendo piadas maldosas sobre aquele lugar.

Bati duas vezes com as costas da mão, dispensando o auxílio dos arcos de metal presos no meio de cada uma das portas. Não demorou muito para que uma jovem aparecesse, arrastando a madeira pesada com certa dificuldade por sua condição física. Ela era pequena como Sunny, mas tinha os cabelos da cor do vinho e o rosto mais magro. Seus olhos pareciam maiores com tanta maquiagem para cílios, e desconfiei que aquele tom róseo em suas bochechas não fosse natural.

– Bom dia. – eu disse, me curvando levemente. – Eu sou Lee Hyukjae, o novo psicólogo...

Por um segundo ela pareceu desapontada, e imaginei que ela esperasse um Lee Hyukjae mais moreno, mais alto e mais forte. Menos eu.

– Bom dia Dr. Hyukjae. – ela se curvou também, pelo que li em seu jaleco, devia me dirigir a ela como "Dra. Bae Heeyun". – O Dr. Seung já está o aguardando.

Eu jamais imaginaria que Heeyun era doutora em alguma coisa além de em como fazer seus olhos asiáticos parecerem maiores se não estivesse usando um jaleco. Segui-a, fechando a porta atrás de nós, e me surpreendi com o cheiro de éter que invadiu minhas narinas assim que dei o primeiro passo. Eu sabia que tirar conclusões precipitadas era psicologicamente inadequado, mas não pude deixar de fazê-lo. De algum modo, eu senti que jamais conseguiria me adaptar àquele tipo de ambiente impassível.

A entrada parecia fazer questão de deixar claro que não estávamos em um hospício, e sim na mansão de algum nobre inglês. Havia um tapete gigantesco estendido até as beiradas das duas escadas laterais que serpenteavam os cantos, como as curvas da cintura de uma mulher. Alguns quadros pendurados nas paredes falhavam em transmitir qualquer humanidade e só deixavam tudo mais bizarro ainda. Eu achei que subiríamos por uma das escadas, mas Heeyun me guiou pela direita por um enorme corredor de chão quadriculado.

Milhões de portas até que chegássemos ao nosso destino. Heeyun bateu duas vezes e disse que eu poderia entrar.

Tive uma conversa longa e enfadonha com Dr. Seung. Ele disse que estava feliz por eu ter aceitado a proposta e que eu poderia assumir meu quarto quando desejasse. Explicou algumas coisas necessárias e outras nem tão necessárias assim, e na hora de delegar minhas funções, fiz questão de interrompê-lo.

– Eu não sabia que se tratava de um hospício. – comentei, áspero, para que ele percebesse que aquilo não estava em meus planos. – Sei que deveria ter pesquisado sobre o local, mas na carta de contratação não estava claro que eu trabalharia em um hospício.

Dr. Seung parecia um homem rígido e calculista. As rugas carregadas conferiam-no a aparência de um senhor muito mais velho do que era, e as bolsas arroxeadas embaixo de seus olhos eram indicadores de que ele se preocupava demais com tudo. O que sobrara de seu cabelo era branco, penteado com minúcia para trás. Ele forçava a vista para me enxergar mesmo que os óculos estivessem pendidos na ponta de seu nariz.

Pensei ter ouvido uma risada, mas aquele rosto parecia incapaz de sorrir.

– Então creio que tenha ficado feliz. – ele respondeu, preenchendo alguns papéis que me fariam oficialmente seu empregado. – Uma proposta que te afasta de adolescentes neuróticas e te dá oportunidade de exercer a profissão verdadeiramente. Aqui, Dr. Hyukjae, o senhor irá presenciar os verdadeiros defeitos da mente humana, e aqui é o lugar perfeito para colocar em prática tudo o que aprendeu.

O truque de distorcer as ideias.

– Como psicólogo, é claro que não terá contato profissional com os verdadeiros doentes. – ele começou a explicar assim que apertamos nossas mãos e sorrimos falsamente selando o contrato. – Temos níveis de tratamento aqui, e o senhor tratará daqueles que têm chance de cura ou que ao menos necessitam de estabilidade psicológica. Dra. Heeyun pode explicá-lo melhor, eu ainda tenho muito o que fazer... – Seung ajeitou o óculos e se levantou, indicando que eu deveria procurar minha colega de trabalho. – Contamos com o seu esforço, Dr. Hyukjae.

O que meu chefe quis dizer foi basicamente: Você está contratado para jogar conversa fora com os pacientes enquanto nós, psiquiatras, fazemos o trabalho de verdade. Mas eu já não me ofendia com a ideia da neuro-hierarquia depois de cinco anos de faculdade. Cirurgiões são deuses, psiquiatras são anjos e os psicólogos são algo como os porteiros do céu.

 

Minha ilustre colega dos falsos olhos grandes havia sumido por um daqueles corredores, e como eu já era oficialmente parte da trupe do hospício, resolvi desbravá-lo por minha conta. Continuei em direção ao fim do corredor, obviamente saindo na lateral do primeiro prédio. Contornei a construção, descobrindo os dois alojamentos de funcionários. Eram menores e se pareciam com um pombal, mas eu não tinha interesse em conhecê-los no momento.

Segui pelo caminho de pedras, indicado pelos arbustos que batiam na cintura. Finalmente vi algumas pessoas de branco caminhando apressadas para lá e para cá com pranchetas e estetoscópios nas mãos. Cumprimentei algumas delas, e pela ausência de jaleco todos deviam achar que eu era o visitante de algum paciente.

Descobri algo agradável em meio aos escombros assombrosos daquele lugar. De longe, pude ver a luz do sol refletida no que seria um lago congelado, meio escondido entre as árvores que contornavam a beira. Eu caminhei ansioso até lá, sentindo que o caminho debaixo de meus pés aos poucos se tornava uma descida, e ao percorrer alguns metros, notei alguns bancos gentilmente dispostos de frente para a água. Ali, a fina camada de neve que desmanchava sob minhas solas de borracha revelava uma grama de um verde sofrido. Estranhei a maciez do caminho, diferenciando-se do barulho seco das pedrinhas.

A luz espelhada na superfície causava um pouco de dor nos olhos desacostumados, então eu pisquei algumas vezes antes de voltar a encarar o lago.

Logo a minha diagonal, sentado em um dos bancos, notei uma presença solitária. Um homem de cabelos castanhos, concentrado na dureza da água que em outras estações costumava ser corrente, encarava o horizonte pérfido com uma tranquilidade invejável. Ele não parecia inquieto como eu por estar em um lugar obsoleto como aquele. Seu rosto se moveu um pouco para o lado, me notando ali, e depois de alguns segundos ele voltou a analisar o grande bloco de gelo.

– Você não devia sair andando por aí sozinho... – ouvi uma voz esganiçada, e em um solavanco me virei para trás.

– Que susto. – reclamei. – E você não deveria aparecer como um fantasma atrás das pessoas.

Eu esperava, mas nem tanto, que ela levasse aquilo com uma piada.

– Engraçadinho. – seu rosto se endureceu um pouco. – É bonito, não é? – Heeyun suspirou. – Deve ser a coisa mais bonita daqui.

Por um segundo me perguntei se ela estava falando do homem sentado ou do lago congelado.

– Quem é aquele? – indiquei com a cabeça.

– É um paciente. – ela se encolheu de frio, baforando as mãos fechadas em concha. – Ele vem aqui todas as manhãs.

– Podemos falar com ele? – perguntei, curioso, e Heeyun explodiu em uma risada.

– Você pode tentar...

Eu arqueei as sobrancelhas, pedindo silenciosamente por explicações. Heeyun deu um pigarro, recompondo-se depois da risada inesperada e soltou mais outro suspiro.

– Você vai perceber cedo ou tarde que, para conseguir trabalhar sem deixar que esse lugar te absorva por inteiro, nós precisamos de um pouco de humor.

Eu não fazia ideia do que ela queria dizer com aquilo, mas continuei prestando atenção.         

– Nós o apelidamos de "mudinho". – ela pareceu cautelosa ao me contar, como se aquilo fosse uma notícia ruim e ela não previsse minha reação. De fato, eu achei aquilo um tanto insensível. – Ele não abre a boca há mais de um ano ou coisa assim.

– Quer dizer que ele é mudo?

– Não, nós já fizemos testes. Ele só... Não fala com ninguém.



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