História Magcon Tour - Amizade

31 de Dezembro ás 5:30

— Nossa finalmente resolveu chegar. — Jackson saltou do sofá com o celular na mão.

Eu não estava surpresa com isso, já que ele sempre foi mais protetor que meu próprio pai por isso nem tentei disfarçar o barulho da nossa chegada.

— Bom dia. — Sorri para ele, que me olhou de cima abaixo chocado.

Foi então que me dei conta de que estava com as mesmas roupas íntimas da praia e o short, por sorte!  Já que meu vestido havia se perdido no mar graças a minha atitude inteligente de tirá-lo.

Antes que eu pudesse me justificar Cameron surge atrás de mim e encaro sua face visivelmente assustada ao encontrar o rosto de Jackson.

— Antes que você culpe o Cameron, ele fez o que pediu, foi me buscar, mas eu confesso que dei um pouco de trabalho para ele por que... Porque passamos em uma padaria, e eu estava com fome.  — Sugeri, tentando não complicar Cameron.

— Ah sim claro agora vou continuar a história... — Jackson ironizou. — Na padaria estava tão calor que vocês tiveram que tirar a roupa, mas a areia... Não consigo encaixar a areia na trama, você consegue Dallas?

Cameron alisou seu cabelo, sem graça.

— E sinceramente Hannah, eu nunca mandaria ninguém atrás de você, eu iria. — Bufou. — Até porque se eu tivesse feito isso e vocês voltassem da forma como estão agora, não me perdoaria.

Encarei Cameron irritada.

Então além de interromper minha noite com Justin Bieber ele havia usado meu irmão para isso?

— Ah qual é Jackson, garanto que isso aqui não é nada, realmente nada, comparado ao que poderia ter acontecido no quarto do Justin Bieber, que devo mencionar, Hannah estava dentro... Sozinha.  — Cameron comentou claramente tentando livrar-se das insinuações de Jackson sobre nós e transmitindo o ódio que ele estava para Justin. —Imagina se eu não tivesse chegado a tempo. — Disse pensativo.

O fuzilei com o olhar, mas ele piscou em retribuição.

— Justin Bieber, o protagonista da nossa história, eu tinha esquecido ele. — Jackson aproximou-se de mim, encarando meus olhos. — Por favor, diga que não fez nada que eu não faria.

— Com certeza você faria, mas não sou você por isso não aconteceu nada... Absolutamente nada! — Gritei, alterando meu olhar entre os dois enquanto caminhava para fora da sala batendo os pés.

— Essa é a minha garota. — Ouvi Cameron gritar.

Mas eu estava com tanta raiva deles que bati a porta furiosa e não sei o que houve depois disso.

O celular apontava 16 horas da tarde, ou seja, eu havia dormido uma manhã barra tarde toda. Meu estômago roncava, mas eu não tinha vontade de sair do quarto e encarar os olhares suspeitos do meu irmão sobre acreditar ou não que eu tinha feito algo.

— Qual é o seu problema? — Ouvi a voz de Taylor.

— Não acredito que você pulou a janela de novo, não estamos em Los Angeles. — Disse.

— Mas as vizinhas daqui não são diferentes. — Sorriu.

Revirei os olhos.

— Você precisa parar de invadir minha privacidade assim.

— Desde que pare de se trancar no quarto sem me procurar antes para conversar, por mim tudo bem. — Deu de ombros. — E eu trouxe comida. — Adiantou.

Sorri animada, enquanto pegava o hambúrguer.

— Digamos que eu conheci Justin Bieber e ele é incrível, mas e se, hipoteticamente, Cameron Dallas ainda mexesse mais comigo do que eu pensava?

— Então ele foi te procurar mesmo? — Comentou, animado.

Estapeei seu ombro.

— Então você sabia?

— Claro que sim... Quer dizer, mais ou menos. Ele estava na dúvida do porque você ignorava até as mensagens dele, então explicamos a história toda.

— Taylor, você não pode se meter assim.

— Não só eu posso, como o Nash também. — Cruzou os braços. — Vocês dois são meus amigos e antes de tudo também eram muito amigos, não quero ver nada disso acabado então quem estiver errado vai precisar voltar atrás.

— Nash? — Arregalei os olhos.

Não sabia o que sentir sobre a atitude deles em relação a nós, por isso depois que ele assentiu sobre a presença de Nash parei para escutar o restante.

— Ele não sabia Hannah, ele não sabia da Bárbara. Assim como nenhum de nós, então se houve algo entre eles foi por puro prazer momentâneo, nada que queira diretamente afetar você, não da parte dele. — Suspirou. — E sobre o beijo de vocês eu conheço o Cameron e sei que mesmo que exista algo ele não vai admitir fácil, por causa da Rachel.

— Rachel?

—Uma garota que foi namorada dele por alguns anos, ele era totalmente entregue a ela, mas pelo visto ela não, quando eles terminaram foi difícil para ele se reerguer novamente e desde então, tenta não criar laços com ninguém.

— E o que te leva a pensar que meu beijo com ele também não foi por puro prazer momentâneo? As atitudes dele me provam isso. — Retruquei.

— Ele olha você diferente desde o dia que te conheceu, não percebeu ainda? — Gargalhou. — E sente obrigação de cuidar de você, devia ter visto a cara dele quando falamos que você estava sozinha com o Justin...

Dei risada imaginando a cena com base no que eu tinha visto no hotel.

— Atitudes normais de um irmão ou amigo mais velho.

— Já viu amigos ou irmãos beijarem na boca? Você e Jackson já tentaram? — Questionou. — Tirando Nash e você que certamente foi um erro, não existe essa possibilidade se não houver interesse.

— Aparência?

— Pode até ser porque não podemos negar que você é linda...

— Ah muito obrigada. — Mandei um beijo e ele revirou os olhos.

— E quer saber? Eu não sou nenhuma cigana para responder o porquê dele ter ficado com você aquele dia, então acho melhor perguntar para a única pessoa que pode te responder.

— Me passa um número de uma cigana então. — Respondi.

Ele bagunçou meu cabelo.

— Você me entendeu palhaça.

Revirei os olhos.

— Eu estive com ele a madrugada passada e ele pode até ter se arrependido de me magoar, mas nada mudou entre a gente Taylor, nada. Se ele quer algo comigo agora, já é tarde demais para demonstrar, eu criei e morri na expectativa, cansei de amar sozinha. — Desabafei. — Será que eu não mereço reciprocidade agora? — Senti meus olhos marejarem. — Eu sei que ele sente medo, mas eu não posso provar que posso fazê-lo feliz, se ele não permitir isso... Cansei.

Ele não disse mais nada, apenas me abraçou forte e eu pude dividir um pouco das minhas mágoas com ele. Em meio a tantas novidades, eu havia esquecido que o ano estava chegando ao fim e finalmente eu estava disposta a deixar muitas coisas para trás com ele e o amor “platônico” por Cameron, era uma delas.

Quando finalmente decidi sair do quarto, encontrei uma verdadeira bagunça do lado de fora Taylor não havia dito que resolveram fazer a festa de fim de ano no hotel em New Jersey mesmo, já que se fosse o contrário, passaríamos a virada no avião.

Milhares de itens para decoração, bebidas e comida chegavam para rechear o local. Os meninos brincavam com um jogo de luzes deslumbrados, quando meu celular toca.

— Alô?

— Eu disse que te ligaria.

— É você disse. — Sorri.

— E você me disse que não tinha um namorado...

— É porque eu não tenho! — Justifiquei.

Nesse momento notei Cameron, que anteriormente brincava com o jogo de luzes, voltando-se para mim. Virei de costas para ele caminhando para o quarto.

— Confesso que a maneira como você foi tirada de mim ontem me assustou, mas... Eu gosto de um desafio.

— Ah que bom você vai precisar gostar mesmo. — Gargalhei lembrando da reação de Jackson.

Ouvi sua risada também.

— E para provar isso quero passar o fim de ano com você.

— O que?

— É se ainda estiver em New Jersey é claro, por favor, diga que está...

— Talvez hoje seja o seu dia de sorte porque ainda estou.

— Ótimo eu busco você ás 23.

— Fechado. Seria errado se eu te dissesse que estou nervosa?

— Você já disse. — Riu. — Mas prometo que eu só te mordo se você quiser.

— Nossa... — Disse, sem graça.

— Hannah que tal ajudar a gente a colocar esses enfeites? — Cameron gritou.

— Tudo bem eu ouvi essa, seu pseudo namorado solicita sua presença. — Brincou.

— Hãn...

— Pode ir sério, só não dê falsas expectativas para ele, diga que se quiser te conquistar precisa entrar na fila.

Gargalhei.

— Um beijo.

— Até mais.

Desliguei o celular. Ainda estava extasiada por saber que ele parecia realmente empenhado na tarefa de me conquistar. E isso chegava a ser hilário, afinal, quanto sua vida pode mudar desde dois foras a uma declaração do astro do pop?

Respirei fundo para não pirar.

—Será que você pode me ajudar com isso? — Cameron surgiu com um enfeite em mãos.

Com a unha abri o fecho e ele arregalou os olhos.

— Realmente muito útil, vou comprar uma dessas. — Apontou para minhas unhas.

Eu ri.

— Minha mãe também vem passar o fim de ano aqui. — Comentou. — É claro, ela não aguentaria ficar longe de mim. — Debochou.

— Claro, até porque você é insubstituível... Poderia trocar facilmente pelo Taylor.

— Eu ouvi isso. — Ele gritou.

Rimos.

— Tenho certeza de que vai ser incrível, porque quando estou com você tudo parece fluir dessa forma.

— Ah... — Sorri, desviando o olhar. — Pelo menos parte da noite vou estar por aqui, mas  depois o Justin vem me buscar e...

— Sério? Você conhece ele há algumas horas nós temos três meses e alguns dias juntos, não pode nos trocar. — Revirou os olhos.

— O único que está reclamando aqui é você.

— Porque os outros não sabem! Alias Jackson vai adorar saber.

— Cameron... — Segurei seu braço.

— Ótima escolha, tinha certeza que não nos trocaria. — Piscou e saiu caminhando de volta a sala.

Eu queria mata-lo. Agora estava sob ameaça e precisava me decidir entre ver a crise do meu irmão mais velho na frente do Justin ou permanecer trancada no hotel, e contra minha vontade, sabia que a segunda opção era a melhor.

Digitei uma mensagem para Justin e enviei.

“Sobre nosso encontro hoje à noite, não poderei ir, preciso resolver alguns pendências aqui no hotel. Se cuida...”.

Em seguida tentei distrair a minha cabeça na roupa em que usaria aquela noite.

Faltavam poucos minutos para tão aguardada virada de ano. Por sorte o nosso apartamento tinha espaço suficiente para abrir sem dificuldade a quantidade de convidados que para minha surpresa, não haviam sido poucos. Apesar de estarmos em um estado diferente muitos dos familiares dos meninos sabendo que não poderíamos voltar a Los Angeles a tempo, conseguiram chegar um dia antes.

Uma das pessoas que eu havia identificado era Gina, a mãe de Cameron, já que ela permanecia conversando comigo desde o momento em que chegara já que eu me recusava a conversar com seu filho, traíra, que havia acabado com qualquer possibilidade que eu tinha de passar a noite com Justin Bieber.  

— Não sei como o Cameron, como vocês, estão conseguindo conviver com tantas pessoas em sua volta, o tempo todo, exigindo que sejam fortes por elas... Vocês são tão jovens e já tem tanta responsabilidade... Isso há três meses... — Comentou, chamando minha atenção.

— Realmente não é fácil, mas acredito que como eu, seu filho também é grato por ser inspiração para tantos jovens que ainda estão buscando seu verdadeiro eu. — Sorri.

— Eu não tenho dúvidas disso. — Ela retribuiu o sorriso. — Mas é que ele sempre foi muito tímido no colégio e isso gerava graves crises de ansiedade. Quando ele embarcou nesse mundo de mídia social, foi uma surpresa para mim, já que o foco desse tipo de trabalho são as pessoas.

Nesse momento desviei o olhar para Cameron que experimentava uma bebida ao lado de Aaron. Hoje ele estava com uma bandana vermelha no cabelo (e não era a de Taylor, ou era?), uma regata branca, calça militar camuflada e um vans vermelho. Ele se divertia muito desde que havia começado a turnê, por isso eu não poderia imaginar que algum dia tinha sofrido com ansiedade ou fobia social.

— É uma surpresa para mim isso, ele é sempre tão forte. — Respondo.

— E ele é, mas sabe, ás vezes todos precisam saber que tem alguém em quem você pode confiar para desabafar, quando for necessário. Nunca é bom guardar tudo para si mesmo. E eu temo que meu filho ainda não tenha encontrado essa pessoa e eu não esteja com ele para confortá-lo quando precisar...

Antes que eu pudesse confortar Gina dizendo que os meninos eram essas pessoas na vida do Cameron meu celular vibra, possivelmente com a resposta de Justin, peço licença a ela e saio dali para ler o conteúdo, mas então para minha surpresa, é meu pai.

“Confesso que nunca gostei da ideia de te ver longe de casa, mas estou muito feliz em ver que a estrela que existe em você começou a brilhar para o mundo todo. Feliz ano novo.”

Sorri de lado.

Tudo bem que eu havia ficado feliz com a mensagem, mas nunca com o fato de ele acreditar que um presente, uma viagem ou uma babá nova supririam a falta dele, dos meus pais, na minha vida. Por isso agradeci secamente e guardei o celular de volta no bolso da saia que usava incapaz de dizer qualquer coisa a mais.

Então ouço batidas na porta e quando penso em atender Jackson já está lá, com uma cara péssima. Aproximo-me, e encaro um Justin totalmente perfumado e sorridente ao lado de alguns amigos.

— Já que não deixa sua irmã passar o fim de ano comigo, vim passar aqui com ela. Espero que não se importe. — Ele disse.

Jackson me encarou.

— Então você pretendia sair com ele?

—É claro que não. — Disfarcei, enviando um olhar cúmplice para Justin, que sorriu.

— Ainda bem, porque como você disse, eu não deixaria. — Respondeu, olhando para Justin.

Mas por incrível que pareça ele deu passagem para que o astro pudesse entrar e a festa inteira parar para encará-lo. Ele beijou minha bochecha, e em seguida se viu cercado de pessoas que pediram para tirar fotos ou apenas para conversar por alguns instantes.

Me afastei para pegar uma bebida e então inúmeros fogos de artifício começaram a colorir a janela da sala, encarei a tela do celular e soube que já era meia noite.

Estiquei a mão para colocar um pouco de champanhe no copo quando a mão que reconheci ser a de Cameron toca a minha, e ele sorri.

— Será que eu posso ter um beijo de ano novo?

Sorri. Não sei qual era sua intenção ao realizar aquele pedido, fosse um beijo na bochecha ou quem sabe, na boca. Mas eu precisava cumprir minha promessa de ano novo de que esqueceria qualquer sentimento assim, em relação a ele, por isso optei pelo abraço.

— Você pode ter um abraço de ano novo. — Sussurrei em seu ouvido. — Feliz ano novo Cam.

Ele me apertou mais forte.

— Irmãos tem prioridade. — Jackson me arrancou dos braços do Cameron e me ergueu em um abraço forte, gargalhei.

Em seguida recebi inúmeros beijos, abraços e apertos de mão aliados a mensagens de que teríamos um ano incrível e bem, era nisso que eu queria acreditar.

É então que Justin segura minha mão e me guia para longe do foco de pessoas, reconheço ser a varanda do apartamento. A vista é incrível, mas nada se compara ao terraço de Los Angeles. O silêncio é agonizante, então solto a primeira coisa que surge em minha mente.

— Como você sabia que Jackson não havia deixado?

— Suspeitei quando o seu pseudo namorado foi te buscar ontem e ele citou esse nome. Reconheço irmãos ciumentos de longe, por eu ser um.

Dou risada.

— Ele não é meu namorado. — Confessei.

— Claro que ele não é... — Inesperadamente ele se aproximou, segurando minha cintura e colando meu corpo no seu. — E eu queria agradecer, porque se fosse eu não poderia fazer isso aqui com você. — Segurou meu queixo e trouxe meus lábios até os seus, unindo em um só.

Era meu terceiro beijo, mas me senti como se não soubesse nada comparado a ele que foi rápido o suficiente para não permitir que eu o recusasse. Aos poucos ele foi empurrando meu corpo até a parede do local e o pressionou enquanto alisava minha cintura. Sua língua explorava minha boca com certa veracidade e ele não tinha medo de arriscar com mordidas no meu lábio inferior. A condução do beijo era totalmente dele, e eu estava entregue a movimentos perigosos e sensuais das quais nunca havia experimentado.

A bagunça gerada pelos fogos e pela algazarra do prédio refletia o que acontecia dentro de mim no momento, já que eu não sabia identificar ao exato minhas emoções. Talvez curiosidade, paixão, desejo e... Medo. Medo de ser pega no flagra por meu próprio irmão, mas agradeci mentalmente pelo barulho que dificultava sua audição.

Cameron

O último aperto de mão havia sido direcionado para Bart e então finalmente eu poderia aproveitar as primeiras horas do novo ano.

Alternei meu olhar entre os presentes e identifiquei Jackson que discutia algo com Matthew, mas Hannah não estava ao seu lado.

Por mais que eu não quisesse admitir, se quisesse encontra-la teria que procura-lo também. Por isso, passei a buscar Justin. E, ele também não estava aqui.

Eu queria desligar a música alta, finalizar os fogos de artifício e pedir que todos os presentes ficassem quietos para que eu pudesse comunicar que ela não estava lá. Que ele poderia ter a levado para qualquer lugar, sem a permissão do irmão mais velho. Mas, parecia que só eu parecia realmente me importar com o que eles estariam fazendo.

Alisei meu cabelo nervosamente e caminhei para varanda em busca de ar, porém faltando poucos passos Lox e Taylor surgem em minha frente.

— Cameron... — Ela diz.

— Lox? Pode esperar um pouco, preciso de ar... — Tento ultrapassá-la, mas ela segura meu peito, negando com a cabeça.

Instantaneamente sei que está tentando me esconder algo, já que a cena havia se repetido na noite em que descobri a traição de Rachel. A velha lembrança me impulsiona e caminho até o local, onde encontro Hannah e Justin se beijando.

Meus olhos piscam tentando negar a realidade daquilo.

— Cameron, eu tentei... — Lox se manifestou.

— Está tudo bem... — Sorri, mas sentia que meus olhos estavam marejados.

Uma dor semelhante a que eu havia sentido parecia se abrigar aos poucos em meu peito, mas estranhamente, conseguia ser muito pior.

— Não, não está. — Ela me abraçou.

—Eu acho que finalmente entendi o porquê fiquei com a Hannah aquela noite.

— O que?— Taylor me encarou.

— A bebida, eu bebi muito no natal e acho que... Acho que a bebida me deu a coragem que eu precisava para assumir que, sim, eu estou apaixonado por ela... — Respirei fundo. Era estranho ouvir aquilo em voz alta depois de meses negando a mim mesmo que jamais me apaixonaria novamente. — Para depois acabar com tudo...

— É uma pena que seja tarde para isso, mas o mais difícil você já fez, superou a Rachel. Porque ela Cameron, ela não é a Rachel e tenho certeza que qualquer outra garota pode fazer você feliz como ela nunca fez. — Lox beijou minha bochecha em seguida caminhou de volta para sala. Taylor apoiou seu braço em meu ombro.

— Não quero estragar a felicidade que ela está conquistando com... Com ele. — Admiti, com certa dificuldade. — Eu tive a chance e não soubesse aproveitar.

— Você cresceu muito para pensar dessa forma, mas sinceramente, acha que ela vai ser feliz com ele? — Soltou. — Não sei se confio nele.

— O que aconteceu com aquele seu discurso de “Ele é o Justin Bieber”. — retruquei.

— No mesmo discurso eu disse que se você se esforçasse um pouco talvez tivesse chance e eu sei o que estou falando meu amigo, acredite. — Piscou. — E ao contrário da Lox, não acho que seja tarde para isso. — Saiu em seguida.  

Tudo bem, a possibilidade das minhas chances com ela serem nulas como Lox acreditava poderia ser real, mas como Taylor eu também não confiava no tal astro. Talvez se eu ficasse de olho, como um amigo, poderia evitar que ela se machucasse como aconteceu comigo e isso não faria mal a ninguém.