∆× POV Autora ×∆
Sentada sobre a cadeira macia coberta por um tecido que propunha o máximo de conforto possível mantinha seus cotovelos sobre a mesa de mogno enquanto existia cinco topos de papéis sobre a mesa, massageava suas têmporas na busca de calma para processar todas as informações que estava recebendo sem pausa alguma.
Andava de um lado para o outro levando papéis e cadernetas colocando-as nas estantes próximas e analisando que sua líder não estava no melhor dia para começar a trabalhar, parou de andar e olhou para a mulher que suspirava alto como modo de provocação ao mais velho.
— O que se passa?
— Sinto um desconforto muito grande... Mas nada disso importa agora.
— Importa sim, seu estado físico tem estado muito abatido recentemente.
— Está tão óbvio assim?
— Nada que tenha passado despercebido aos meus olhos.
Se jogou para trás apoiando suas costas na cadeira e afastando algumas mechas esbranquiçadas de sua face e olhando para o mapa estrelado no teto, apesar de ter chegado tão longe seu corpo não lhe corresponde da mesma forma que antigamente, tinha que aceitar o fato de que não pode fazer as mesmas coisas que antigamente.
— Tem certeza de que é só isso? - Insistiu o outro.
— ... Não, tem algo a mais me incomodando, e acho que a explicação para isso vai chegar agora...
No fim de sua fala as portas foram abertas e revelando duas garotas gêmeas de cabelos azuis e trajes formais segurando uma prancheta cada uma, fizeram referência e adentraram a sala fechando a porta atrás delas.
— Relatório. - Falaram juntas.
— Por favor.
— Recebemos um comunicado vindo de Sindria. Nosso espião disse que Sinbad tomou uma decisão imprudente sozinho.
A mulher sentada atrás da mesa de mogno logo estalou a língua dentro da boca e deu um soco na mesa revelando sua indignação com tal frase, mesmo depois de tudo que disse para ele não foi o suficiente para para-lo? Como aquele homem se atreve a ser tão audacioso?
— Vejo que as ações daquele homem ainda te tiram do sério. - falou de modo cômico enquanto descia as escadas atrás das estantes mordendo uma maçã com os dentes frontais.
— Koun, não a provoque. - pediu o moreno.
A mulher simplesmente respirou fundo e cruzou os braços encostando novamente suas costas sobre a cadeira e fechando seu olho.
— Continuem.
— Temos uma teoria também de que tem outra pessoa que esteja a espionando.
— Isso seria...
— Obra dela. - Completou as gêmeas.
Ficou pensativa por alguns segundos e se levantou da cadeira com sua mão apoiada sobre a mesa e encarando todos na sala com um sorriso cínico circundando seus lábios.
— Preparem o círculo de teletransporte! E mandem uma carta escrita sobre minha visita em cima da hora.
— Sim!
Responderam as gêmeas que saíram juntas da sala deixando somente os três juntos na sala. Ayzen olhou para trás e viu que a mulher estava segurando uma risada a muito tempo mas colocou a mão na frente da boca para evitar tal ironia.
— Ira esconder sua diversão até quando?
Deu a volta pela mesa e ajeitou sua capa sobre seus ombros e andando na direção do homem que era mais alto que ela e passando pelo mesmo.
— Até quando ele me ver chegando de surpresa no reino dele.
Disse sua última frase e se retirou da sala.
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Estava sentada sobre o campo gramado do jardim mexendo em algumas flores e assim criando um cordão da mesma com as mais variadas cores que as flores propunham, o sol escaldante do local deixava tudo abafado mas a barreira de água da Yamuraiha deixava o ar um pouco mais fresco.
"Ela deve se empenhar muito para deixar essa barreira assim" pensou com seus botões enquanto olhava para o céu com poucas nuvens espalhadas pelo mesmo.
Voltou sua atenção para o cordão de flores que fazia e notou que seus dedos finos estavam um pouco machucados e cheios de terra devido tirar alguns espinhos das rosas, não ligou para isso e deu um sorriso simplório ao se lembrar que na sua infância vivia fazendo aqueles cordões como se fosse um hobbie.
Piscou algumas vezes ao perceber que algo negro aparecia atrás dela, como se fosse uma sombra, e ela crescia cada vez mais que se aproximava.
— Ei não fique se expondo ao sol, sua pele parece delicada. - Uma voz grave soou atrás dela de modo travesso e divertido.
Levantou a cabeça lentamente e olhando para cima se deparando um um homem gigante de cabelos azuis e olhos dourados com uma cicatriz grande na bochecha segurando um arpão vermelho e usando roupas de frio cobrindo apenas seus ombros com um lenço branco deixando seu abdômen exposto.
"Gigante" foi a primeira palavra que surgiu na sua mente ao notar a distância que estava do homem.
— O que está fazendo fora do seu quarto? Não pode ficar perambulando por aí sabia?
Nara apenas abaixou a cabeça e cutucou a terra com seu dedo indicador direito inchando uma das bochechas com ar.
— Eu não gosto de ficar trancada por muito tempo...
— Entendi, então é isso. Sendo assim quer que eu te mostre o palácio?
Ela levantou novamente a cabeça e seus olhos brilhavam de curiosidade, o jardim no qual ela estava não ficava muito longe de seu quarto, mas poder andar e ver cada canto daquele palácio poderia matar sua curiosidade de andar por ali sem ser perseguida.
— Sim!
— Mas primeiro vá trocar de roupas, não pode andar por aí com essa camisola toda suja de terra.
Acenou com a cabeça e se levantou notando que realmente estava inunda, deu um sorriso sem graça e encarou melhor o homem mais velho, apesar de seu tamanho monstruoso ele se demonstrava alguém realmente atencioso e brincalhão mesmo com uma desconhecida.
"Mesmo com uma desconhecida."
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Já revisando a segunda pilha de papel Sinbad bufava em alto e bom som para expor sua canseira mesmo que tenha começado a escrever a alguns minutos atrás. Ja'far lia uma das propostas de Artemyra para algumas reformas nos contratos econômicos enquanto andava de um lado para o outro na sala.
— Ja'far posso descansar um pouco? - Pediu com uma voz manhosa enquanto abaixava a cabeça demonstrando seu cansaço.
— Mais do que já descansou? Me poupe Sin...
— Olhe para tudo isso! Não vou terminar tudo hoje!
— Deveria ter pensado assim antes de dormir com uma empregada. - Respondeu cínico.
Bufou de raiva e chutou o pé da mesa, agindo como uma criança mimada, mas Ja'far ignorou sua atitude pois sabe que isso é bem típico dele quando está querendo fugir do trabalho.
Se passaram alguns minutos e era possível ouvir de dentro da sala várias pessoas correndo pelos corredores do palácio, e conhecidentemente, os sons se aproximavam cada vez mais da porta da sala de Sinbad.
— Mas que barulheira toda é essa? - Se questionou Ja'far ao colocar o tinteiro no seu devido lugar.
— Majestade! - uma das servas entrou eufórica dentro da sala de Sinbad com um papel em mãos.
— O que está acontecendo lá fora? - Perguntou Sinbad mantendo a calma.
— Acabamos de receber uma carta dela! - Falou animada entregando a carta de modo desajeitado para o moreno que sorriu ao pegar na carta e deixando a moça sem graça.
De fato era a carta dela, a folha padrão da sua organização e o emblema que vinha selando o envelope demonstrava ser verídico. Abrindo calmamente mas não deixando de transparecer ansiedade Sinbad abria o envelope passando o dedo por de trás do emblema e o empurrando para frente o abrindo, se deparou com o papel branco que estava ali dentro e o puxou para fora vendo que tinha poucas linhas escritas.
Começou a ler... um tanto que atônito até que a cada linha que se passava seus olhos cresciam cada vez mais chegando a espantar Ja'far e a empregada que estavam presentes na sala.
— Do que se trata essa carta, Si-
— ELA ESTÁ VINDO PARA CÁ NESSE EXATO MOMENTO! - Berrou ao concluir sua leitura e se levantando da cadeira.
— O quê!? Isso não pode ser verdade, ela não pode ser tão prudente a ponto de fazer isso! - Retrucou um Ja'far incrédulo.
— Então leia você mesmo! - Entregou o papel para o albino que leu e releu várias vezes para processar o que estava escrito ali - Precisamos nos preparar para receber ela!
— M-Mas, não iremos fazer nem um banquete?
— NÃO HÁ TEMPO PARA ISSO!
Caminhou apressadamente até a sala de Yamuraiha e Ja'far o acompanhava atrás, ao chegarem a maga parecia perdida com tudo que estava acontecendo tão repentinamente.
A sala parecia já estar preparada para receber alguém porém Yamuraiha se perguntava se aquilo realmente estava certo, já que não fora avisada de nada. Sinbad subiu as escadas chegando na sacada aonde estava a azulada e vendo mais de perto sua expressão de surpresa na qual a mesma seu rei esboçava.
— Majestade o que está acontecendo? - Perguntou a moça sem graça.
— Ela está vindo para cá.
— O quê!? Mas, não recebemos nenhum comunicado!
— Ela mandou esta carta literalmente agora.
Ja'far estendeu a carta para Yamuraiha que leu cada linha incrédula, era claro que ninguém esperava por uma visita tão esperada assim tão de repente, não deu nem tempo de todos prepararam se quer um recebimento decente para a pessoa que mantém espíritos com más intensões longe dos países.
Antes que dessem conta um círculo mágico começou a se formar no centro da sala, este vinha com o símbolo de um lobo uivando com seu olho esquerdo riscado por uma cicatriz e se formando em cima deste corpos humanos que aos poucos iam ganhando forma.
— Eles chegaram! - Falaram todos enquanto observavam atentamente o centro da sala.
Em questão de segundos uma mulher de longos cabelos brancos repicados trajando uma armadura e uma capa preta pousada sobre seus ombros que iam até seus pés apareceu sobre o círculo e ao seu lado um homem alto de roupas de couro com um cabelo mediano repicado marrom surgiu ao seu lado enquanto segurava seu óculos com o dedo indicador direito e ao seu lado uma pessoa de capa preta que mantinha sua cabeça abaixada evitando mostrar sua face apareceu junto dos demais.
O brilho que percorria toda a sala desapareceu aos poucos, todos os magos e pessoas presentes ainda se mantinham em silêncio enquanto a moça que acabara de chegar olhou para cima tendo seus olhos fixados com as gemas douradas do rei que por algum motivo tremiam levemente enquanto encaravam os olhos azulados profundos da mulher.
Um sorriso travesso apareceu nos lábios carnudos da mulher que não evitou em soltar a diversão que aquela ocasião propunha. Levantou a mão na altura da testa e acenou para o moreno no andar de cima.
— Yo Sinbad. Há quanto tempo.
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