História Magic Shop - Capítulo 76

Yoongi sentiu o seu corpo rodopiar quando Hoseok o movimentou daquela forma na primeira dança como casados, pelo menos como casados para o Mundo Mágico. Ele estava feliz; realmente, muito feliz.

— Eu nunca te vi sorrir tanto — implicou Hoseok, cutucando a lateral do corpo do marido de brincadeira. — Parece até que você gosta de mim.

— Oh, não! Fui descoberto! — O mais baixo dramatizou, jogando-se nos braços o ruivo e rindo, pois não havia tristezas quando estava com Hoseok. Seu Hoseok. — Mas agora me explique… Jinyoung?

— Ei, estamos no meio da dança.

— Quer momento melhor para conversar? Ninguém vai nos irritar agora.

O ruivo sorriu e concordou com a cabeça, afinal, o marido tinha certa razão.

— Ele não é tão ruim… Você sabia que ele e Jae namoravam?

Yoongi quase perdeu o passo correto, mas Hoseok não deixou que tal coisa acontecesse, mantendo-o no ritmo.

— Quê?! Sério?

— Sim… Naquele dia que você não pode ir comigo, eu fui atrás de alguém para ir comigo, sabe?

— Ah! Achei que Hyunah tinha ido? Eu tinha falado com ela…

Jung sacudiu os ombros rapidamente.

— Eu não a achei, mas encontrei Jinyoung. Ele foi babaca de início, mas depois… sei lá, não foi mais tão babaca.

— Mas precisava entrar com ele?

— Sinceramente, gosto mais dele do que do seu pai. Sem ofensas — afirmou o dançarino, estalando al íngua. — Claro que eu preferia ter entrado com Dawon ou com Jin. Por falar nisso, cadê ele?

— Não sei, deve estar com Namjoon em algum canto — murmurou Yoongi, olhando por cima dos ombros de Hoseok. — Para falar a verdade, estou preocupado é com a sua irmã. Ela vai me matar.

— Já passamos essa fase, DaDa já superou!

— Não sei… Pareceu fácil demais — afirmou Min. — Na verdade, eu ainda acho que foi fácil demais com os meus pais. Sei lá, ‘tô meio paranoico.

— Por favor, não se torne um Imperador-louco igual sua tataravó.

— Ei!

— Que foi? Andei lendo.

— Impossível você se lembrar disso! Hobi… você é um gênio!

— Quase… Eu tenho altas habilidades.

Min arregalou os olhos e outra vez quase perdeu o ritmo. Hoseok sorriu e não deixou tal coisa ocorrer.

— Sério?!

— É… Desculpa não falar antes, eu só… não quis parecer metido? E, de qualquer maneira, ter magia é muito mais legal.

— Hoseok! Você é um gênio!

— Não é para tanto. — O ruivo sorriu envergonhado.

— Uau… Inteligência sempre foi um kinky meu… — provocou o mais velho só porque adorava ver o rosto do marido corado de vergonha. — Você vai ter que me falar umas coisas difíceis mais tarde, quero ser provocado.

— Hm.

O mais velho logo notou a ruga na testa do marido e constatou que Jung queria dizer algo, mas não sabia como iniciar a conversa, então ele o rodopiou; definitivamente, o ruivo estava pisando em ovos em algum assunto.

— Amor, você sabe que pode falar comigo qualquer coisa, né? — Yoongi disse, sabendo que música estava quase terminando. Poderiam continuar a dança em outra? Claro! Mas, também era tradição dançar com alguns convidados e claro, com sua mãe, então era melhor logo adiantar toda aquela parte. — O que aflige a sua cabecinha linda?

O ruivo fez uma careta e desviou o olhar.

— Não… fale dessas coisas aqui.

— Como assim?

Jung mordeu o lábio inferior voltou a fitar o marido.

— Eu sei que você quer me deixar relaxado para tudo, mas… não fale agora. Eu estou tentando não surtar internamente.

— Seok… Eu não estou entendo. Que tudo?

— O r-ritual… — Hoseok sentia sua testa úmida com o suor, estava nervoso e não acreditava que Yoongi não conseguia perceber o motivo.

— Ritual?

Hoseok rodopiou o marido somente por estar nervoso. Por que Yoongi estava deixando tudo mais difícil?

— Amor, eu já estou ficando tonto e totalmente sem entender o que você está falando.

— O sexo, Yoongi!

— Que sexo?!

— O ritual na frente os convidados para a consumação da união mágica! — Hoseok proferiu por entre os dentes.

Yoongi riu, escondendo o rosto no ombro do marido. O ruivo sentiu a face esquentar. Então era assim? O advogado iria rir dele?!

— Não ria! Eu até me depilei.

— Divindade, Hoseok! — Min não aguentou e começou a gargalhar e como estava no final da dança, somente se deixou ser puxado por Jung para fora da pista, atraindo alguns olhares com a crise de riso. — Q-quem te falou isso?

Yoongi mal conseguia falar do tanto que ria.

— Para de rir! Eu li em Holly, ‘tá?!

— Oh, my God. — O moreno levou a mão aos olhos, secando as lágrimas que estavam ali. Tinha literalmente chorando de rir.

— Para com isso! Eu vou me separar, Yoongi!

— Hey! — Yoongi parou bruscamente ficando sério. — Não diz isso! Não tem volta desse casamento!

Hoseok suspirou fundo, abraçando o marido e escondendo o rosto na curvatura do pescoço o mais baixo.

— O ritual é muito antigo, Seok… Não acontece mais, amor… — Yoongi levou as mãos ao rosto do marido, sorrindo com carinho. — Coisa da época da minha tataravó louca — brincou.

— O-oh!

— E, nós já fizemos muito sexo. Consumar o que? — Min não resistiu a beijar os lábios do ruivo. — Eu te falaria de algo assim, Seok. Não iria te deixar no escuro, meu bebê.

Jung levou a mão ao peito, respirando fundo. Parecia como se um peso enorme tivesse deixado todo o seu corpo.

— Graças a divindade! Eu estava surtando em ter que transar na frente dos seus pais e da minha irmã!

— E dos nossos amigos?

— Ah! Deles não, é meio sexy.

— Você quer transar na frente dos nossos amigos, safado? — Yoongi riu, mordendo o ombro do marido. — Eu amo você, Hobi.

— Eu também te amo.

Os dois então se beijaram, mesmo sabendo que todos poderiam estar os olhando, mas era bom de certa maneira. Estavam mostrando para os convidados nobres que um futuro Imperador e um comum poderiam ser predestinados.

— Opa, já vão começar o ritual agora?

Hoseok se separou do marido e fitou Jinyoung com ódio. Park levantou a sobrancelha e deu um passo atrás.

— Você me enganou, idiota!

— Você é inocente demais! Eu estava apenas ajudando — Jinyoung respondeu com um sorriso e Hoseok não pode deixar de sorrir junto, pois pela primeira vez aquele era um genuíno, que faziam os olhos do Park sumirem pro entre crescentes.

— Obrigado por levá-lo até o altar, Jinyoung.

Park fitou o primo e outra vez sorriu, concordando com a cabeça.

— Não foi nada. Vocês quebraram umas cinquenta tradições hoje, adoro fazer parte da balbúrdia.

— Ih, andou lendo um dicionário? — implicou Yoongi.

— Ei! Eu sou inteligente.

— Parece falso, mas tudo bem.

Jinyoung riu outra vez e o outros o acompanharam.

— Bem, foi um ótimo casamento. Eu vou me retirar agora. Vim apenas me despedir.

— Despedir? Como assim? — Hoseok perguntou, confuso.

— Vou embora… Não tem mais lugar para mim de qualquer maneira.

Jung abriu e fechou a boca, em saber o que exatamente falar.

— E Jae?!

Park fitou o chão, mexendo o pé como se chutasse algum cascalho imaginário. Era uma atitude infantil que Yoongi se lembrara de tê-lo visto fazer várias vezes quando triste.

— Jae está em boas mãos. Sei que você irá cuidar dele. Já fez muito mais do que eu em pouco dias.

— Mas… Ele ama você!

— E eu não mereço.

Min viu a secretária acenando e mesmo querendo ficar ao lado do marido para apoiá-lo naquele momento, ele beijou rapidamente o ruivo, mostrando com o dedo que Hyunah o chamava. Hoseok sorriu, sabendo que ainda tinham muitos protocolos para se cumprir naquela noite.

Quando se viu de certa maneira, sozinho novamente com Jinyoung, fitou-o quase com raiva.

— Você vai partir o coração dele outra vez! Não se cansa disso?!

Park esfregou a testa, com força.

— Eu não posso fazer nada por ele! Nada!

— Você pode pelo menos apoiá-lo!

— Não! Nunca! — disparou Jinyoung, olhando por cima do ombro rapidamente e ao perceber que não havia mais ninguém prestando atenção, empurrou Hoseok de leve para o canto mais afastado. — Eu vou tirar Jae da prisão.

— O quê?! Você está maluco?!

— Presta atenção! — pediu o moreno, olhando outra vez por cima dos ombros e como não viu ninguém, continuou a falar. — ‘Tá todo mundo aqui, só tem guardas lá. Vou fazer um feitiço de desmaio e… é isso.

— E aí?! Vai passar a vida fugindo com ele? Não é só o que Jae quer. Ele nem ao menos confia mais em você! Fique e ganhe a confiança dele de novo. Prove que você vai ficar com ele nos momentos difíceis. É só o que Jae quer.

— Ele não pode ficar lá, Hobi!

Hoseok suspirou pesado.

— Eu sei, mas você vai meter os pés pelas mãos.

— Ótimo, você não vai ajudar, mas eu vou fazer ainda assim.

— Jinyoung, não seja burro! Por favor! Se você fizer isso eu não sei se teremos como desfazer!

Jinyoung terminou de beber a taça dele e colocou de qualquer maneira na mesinha que tinha ali. Ele já tinha pensado todo o plano e agora Hoseok o estava deixando na dúvida. Era tudo o que precisava!

— Por favor, eu vou te ajudar. Vamos pensar em algo juntos.

Park suspirou pesado e concordou com a cabeça.

— Tudo bem. Vamos fazer do seu jeito.

— De verdade, né? Você não está me enganando e depois vai lá e faz, né?

— Não… Eu vou ficar.

Hoseok deu um sorriso e abraçou Jinyoung.

— Obrigado! Nós daremos um jeito!

— Okay… Mas não pode demorar, se não será do meu jeito!

— Entendido!

O moreno suspirou fundo.

— Então, eu vou dançar um pouco por aí, me misturar… E daqui a pouco te vejo recebendo um título nobre.

 — Eu serei o de branco e dourado!

— Idiota.

Jinyoung murmurou, mas Hoseok conseguia notar o fantasma de um sorriso ali, o que o deixou contente, contudo, o sorriso o ruivo morreu ao notar Yoongi voltando com uma expressão séria e passos apressados.

— O quê? O que aconteceu, Yoon?

O advogado olhou para Jinyoung, que logo entendeu que não era para estar ali. Park fez uma rápida reverência e se afastou. Min então logo buscou as mãos do marido.

— Namjoon encontrou Jin todo machucado na dispensa.

— Quê?!

Jung tentou respirar fundo, contudo seu coração já estava acelerado e todo o gigante salão apareceu pequeno de alguma maneira.

— Amor, você quer vê-lo? Te acalmará? Ainda tem bastante tempo até termos que receber os títulos.

— C-Como a-assim? Onde ele está? O que aconteceu?!

— Namjoon não quis me dizer.

— Como assim ele não quis dizer?! F-foi ele?! J-Jun?! — Hoseok questionou alarmado. Se aquele homem havia se infiltrado na mansão do imperador era grave e muito mais perigoso o que previram.

— Eu não sei. Vou mandar reforçar a segurança por aqui e já tem um guarda do lado de fora da porta do quarto. Vamos lá.

— Não! Você não pode sair daqui, vai chamar atenção! — afirmou o ruivo, engolindo a seco. — Qual quarto que eles estão? Eu já sei os caminhos.

— O quarto ao lado do nosso, mas eu não posso te deixar ir sozinho! É perigoso.

— Eu vou com ele. — Jinyoung se ofereceu. — Já o levei até o altar… o que custa levar até um dos quartos?

Yoongi franziu a testa.

— Não era para você estar escutando, hn?

— Desculpa, sou curioso.

 — Okay, você vai com Hobi — disse Min, buscando a mão do marido. — Tenha cuidado com ele. Qualquer perigo, não enfrente! Fuja!

— Não sou covarde!

— O cara é perigoso, por favor, Jinyoung!

— Nós vamos fugir, Yoon. Não se preocupe — Hoseok garantiu, puxando o marido para um beijo. — Se cuida okay? Vejo você em alguns minutos. Vamos, Jinyoung!

— Nossa, já ‘tá todo mandão.

Hoseok deu um fraco sorriso, mas seguiu com Park para os corredores da mansão.

Jinyoung não tentou mais fazer nenhuma piada, somente levando Hoseok até os quartos, mas tomando cuidado. Não sabia exatamente quem era o tal de “Jun”, mas não daria bobeira para a sorte.

Jung estava tenso e querendo ver o melhor amigo, então passou por alguns funcionários sem cumprimentar, como sempre fazia, mas, nem percebeu tal coisa. Precisava ver Seokjin.

Quando chegaram no terceiro andar, logo viram o guarda de uniforme todo preto parado em frente à porta e Jinyoung então observou o ruivo seguir reto, sem nem agradecer. Após garantir que o ruivo tinha entrado, Park foi até uma das poltronas que tinha no corredor e se sentou para aguardar Jung para quando voltassem para a festa.

 

***

 

Quando Hoseok entrou no quarto, Namjoon estava sentado ao lado da cama, com a mão afagando a testa de Seokjin com carinho.

— Oh, my god! What the fuck?! What happened?!

Namjoon suspirou pesado, fungando em seguida. Já estivera chorando, mas agora a vontade estava voltando outra vez.

— Eu não sei — afirmou o loiro. — Jin disse algo sobre… Ah! Nem sei.

O loiro esfregou o rosto com força, somente conseguindo olhar para a face do namorado, pois pelo resto do corpo, Seokjin estava todo ferido. Havia retirado o vidro e tentando, com magia, curar o mais velho, contudo o anjo não parecia estar ali ou algo do gênero, pois não estava sendo rápido como todas as outras vezes.

Jung engoliu fundo e puxou a outra poltrona, sentando-se ao lado de Namjoon.

— Me diga o que você sabe. 

— Eu nem sei direito — Namjoon disse, suspirando pesado. — Jin falou que Jooheon estava aqui e disse que queria vingança; torturá-lo e matá-lo assim como tinha acontecido com ele. 

— Espera…  quê?!

— É, eu sei. — O mago esfregou a cabeça com força. Ainda sentia o nervosismo dentro de si, querendo dominar e se tornar uma crise de ansiedade. — Eu tentei de tudo para impedir dele fazer essa loucura. Depois disso, não sei o que aconteceu. Só o encontrei todo machucado dessa maneira e… tinha uma funcionária daqui morta. Com o pescoço quebrado.

— Divindade! Então, Jooheon está mesmo aqui?!

— Acredito que sim. Pelo visto a segurança foi reforçada.

— O que Jin estava pensando? Céus!

Hoseok apertou as próprias mãos uma na outra. Era o dia do seu casamento, como coisas ruins daquelas poderiam ocorrer? Parecia injusto de alguma forma, como se houvesse uma maldição rondando os dois.

— O anjo disse algo?

— Esse é o problema, o anjo não responde. Agora, não sei se ele está machucado de alguma forma, ou… — O loiro bufou. — Vamos ter que esperar.

Jung concordou, levando suas mãos as de Namjoon, segurando-as com carinho.

— Jin vai melhorar. Vai dar tudo certo.

— Obrigado. Desculpe por estragar a festa.

— Não diga uma coisa dessas — Hoseok disparou, sacudindo a cabeça negativamente. — Agora, você precisa ser forte para cuidar de Jin. Depois de tudo, eu volto aqui, okay?

Namjoon deu um meio sorriso.

— Eu queria poder estar lá para te ver, Duque.

— Não se preocupe com isso — pediu o ruivo. — O bem-estar de Jin é o mais importante para mim. Obrigado por cuidar do meu melhor amigo, Joon.

O mais alto concordou com a cabeça e novamente as lágrimas encheram seus olhos, principalmente quando Hoseok o abraçou com força, murmurando que tudo ficaria bem no seu ouvido.

— Volto assim que puder, ‘tá? — Hoseok relembrou, dessa vez se inclinando na cama e dando um beijo na testa de Seokjin. — Temos que conversar mais tarde, hein? Eu te amo, Jinnie.

O dançarino ainda apertou a mão de Namjoon antes de seguir para fora do quarto. Infelizmente, não tinha muito o que podia fazer além de torcer que tudo ficasse bem e que o anjo logo desse as casas para ajudar Seokjin.

Do lado de fora do quarto, Jinyoung ainda esperava Hoseok e este sorriu antes de seguir para o lado do novo amigo. Era engraçado como as coisas poderiam mudar após conhecer um pouco da outra pessoa.

— Como seu amigo está?

— Muito machucado e pelo visto… tinha uma funcionária daqui com o pescoço quebrado — disse Hoseok, suspirando fundo enquanto caminhava pelo corredor. — Você tome cuidado, okay?

— Você também!

— Não acho que Yoon e eu possamos correr riscos hoje. O dia de hoje é nosso e chamaria muita atenção. Claro que posso estar imaginando coisa, mas…

— Acho que você tem razão — afirmou Park, balançando os ombros. — Enfim, eu terei cuidado, mas não é por isso que você também não deverá ter.

— Cuidado, vão pensar que você gosta de mim.

Jinyoung revirou os olhos e Hoseok sorriu. Estava bastante preocupado com Seokjin, mas agora tinha que descer para se apresentar e em seguida receber o seu título. Ainda faltava muito para a noite acabar, então Jung somente esperava que tudo corresse bem para todos.

 

***

 

Yoongi não sabia o que esperar da apresentação de Hoseok com Chanmi, mas esperava que os dois tivessem se dado bem, pois, por mais que antes tivesse que casar obrigado com a moça, ainda assim gostava dela, ela sempre seria uma boa menina.

Enquanto a dança ainda não começava, Yoongi olhou em volta, dando uma olhada no local. Ele não identificara Jooheon por ali, contudo o homem podia se disfarçar de qualquer um, assim ficava bastante complicado realmente o encontrar, mas os seguranças já estavam todos avisados, então agora era tentar capturá-lo e esperar Seokjin acordar para tentar descobrir o que o mais velho sabia.

Min suspirou pesado e continuou a olhar aos arredores. Sua mãe conversa com um dos seus tios e seu pai estava somente no trono, como se nunca saísse dali. Era errado pensar como queria assumir logo o cargo para mudar algumas coisas? Talvez conhecer Hoseok fizera com que seu lado justo viesse ainda mais à tona.

A verdade é que não queria parecer egoísta ou prepotente, mas estava tudo perfeito na sua vida. Tinha o homem da sua vida, de certa maneira estava outra vez de acordo com os pais e tinha restaurado tudo com o seu irmão, que somente não estava no casamento porque não confiava nos seus progenitores e a verdade é que nunca confiaria, porém conviveria com eles. Além disso tudo, ainda tinha amigos maravilhosos. Era aquilo que chamavam de final de feliz? Pois era o que sentia no momento, que tinha alcançado o ápice de felicidade.

— Senhor Min? A apresentação já vai começar.

O moreno sorriu para a ruiva e concordou com a cabeça, seguindo-a até o local que ficaria; na área dos tronos, mas em um bem abaixo que do pai e da mãe. Seria o local onde permaneceria em eventos oficiais até se tornar Imperador.

No seu próprio trono, Yoongi ouviu o homem responsável por indicar o que acontecia na festa avisando a todos que ocorreria uma apresentação naquele instante, porém a verdade é que não prestou muita atenção, somente queria ver logo Hoseok; estava curioso e com saudades de ver o marido dançar.

De repente o local ficou todo escuro e alguns murmúrios foram escutados, até que que a música alta deu início.

Yoongi sorriu quando a batida tradicional preencheu o ambiente. Claro que Hoseok faria algo memorável.

E, como que para provar que suas palavras eram verdadeiras, Yoongi viu a luz direcionada para o palco e Hoseok ficou visível, com a roupa mudada, vestido agora um hanbok cor petróleo que até parecia preto em alguns momentos, com estampas douradas. Min quis bater palmas no mesmo instante, porém ficou embasbacado quando o marido começou a dançar completamente no ritmo, de pés no chão e acompanhados de várias mulheres, incluindo Chungha, que se destacava com a cor diferente de vestimenta.

O moreno não queria ser maldoso, mas ele somente via Hoseok. 

Os minutos passaram e Yoongi não se viu capaz de fechar a boca, não com a perfeição que a apresentação se tornou. Eram saltos, rodopios, tambores e tudo parecia brilhar em volta do ruivo. Min nunca saberia colocar em palavras como estava chocado, não por não acreditar que Hoseok poderia dançar daquele jeito, mas sim por poder dizer que aquele homem que arrancava suspiros e surpresa da plateia de nobres, era o seu marido.

Quando tudo ficou escuro outra vez, Yoongi estava pronto para aplaudir e talvez correr até Hoseok para beijá-lo, mas antes que se movesse o foco de luz acendeu somente no ruivo, que no momento tinha uma coroa na mão e daquela maneira começou a descer os degraus do palco até estar ainda de pés no chão, caminhando em sua direção, nem olhando para os lados, afinal todos abriam espaço para que ele passasse. Um comum que fazia vários magos e feiticeiras saírem do seu caminho; Min sentiu como se estivessem fazendo história naquele instante.

Quando Hoseok chegou em frente ao palanque onde os tronos ficava, ajoelhou-se no chão, segurando a coroa acima de si, na direção de Yoongi. Ele estava entregando ao seu marido o símbolo que indicava o futuro do advogado que um dia seria Imperador.

O Imperador foi quem se moveu até Hoseok e retirou a coroa da mão do ruivo e indo até o filho, que permaneceu no mesmo local, olhando para frente.

— Eu, Min Chul, coroo Min Yoongi regente do Império Mágico Asiático.

Yoongi então se levantou e foi até Hoseok, estendendo a mão até o marido, que a pegou se imediato para em seguida ficar ao seu lado. Assim, os dois puderam fitar todos os olhos que estavam neles.

— Apresento-lhes Min Yoongi, futuro Imperador da Ásia e seu marido, Duque Min Hoseok.

A voz do narrador chegou aos ouvidos de Hoseok e foi aí que ele percebeu que estava inserido em um mundo totalmente diferente do dele. Há um ano nunca imaginaria que estaria na frente de tantos nobres, casado e um duque, mas a vida dera uma grande volta, e para ser sincero, estava pronto para o que mais viesse à partir daquele dia, pois, tinha Yoongi ao seu lado então nada temeria.

Era um baita salto de confiança, todavia estava pronto para pular com os dois pés.