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História Mágica Atração - Scorose - 49 - Rose Weasley


Escrita por: Smel

Notas do Autor


Olá, quarenteners?

Como estão?

Aqui vai mais um capítulo! Espero que gostem!

Capítulo 49 - 49 - Rose Weasley


Rose Weasley

Coloquei todos os meus pertences em minha mochila magicamente estendida o mais rápido que pude e desci as escadas correndo. Porém quando estava passando pelo corredor do segundo andar, fui interrompida. 

— Rose. – A voz de Draco soou de dentro de seu escritório e eu estaquei no chão. – Venha até aqui, por favor. 

Engolindo a seco eu abri a porta com cuidado e olhei bem para o ambiente antes de entrar, para ter certeza de que a mãe de Scorpius não estava lá. Draco Malfoy estava péssimo. Sua camisa estava amarrotada, a gravata frouxa, os cabelos despenteados, os olhos inchados e ele tinha um copo de whisky de fogo quase vazio em suas mãos. 

— Pois não, senhor Malfoy?

— Como você está? – Ele perguntou e eu pensei em mil respostas para aquela pergunta, mas acabei escolhendo uma: 

— Com medo. – Enxuguei uma lágrima que caiu sem permissão e ele me avaliou atentamente.

— Você está indo a algum lugar? 

— Eu vou voltar para a minha casa. – Esclareci, não conseguindo segurar o soluço e o choro. – Eu não posso mais ficar aqui. Eu amo o Scorpius e estou muito preocupada com ele, mas ele vai ter que entender que tudo isso é demais para mim. Se eu ficar aqui mais uma hora, vou acabar surtando. 

— Eu entendo. No seu lugar eu faria a mesma coisa. – Ele esfregou o rosto com as duas mãos. – Não consigo entender o que deu na Astória! Como ela pode… 

— Eu não sei o que dizer. – Murmurei. – Apenas não quero ficar na mesma casa que alguém que tentou me matar e se eu pudesse, levaria Scorpius comigo. 

— Eu sinto muito, Rose. E agradeço por você ter salvo a vida do meu filho. 

— Não precisa agradecer, senhor. Ele faria a mesma coisa por mim. – Murmurei, choramingando. – Eu queria que tivesse sido eu a tomar aquela porcaria… 

— Não diga isso. Você o salvou. – Draco bebeu mais um grande gole de seu Whisky, direto da garrafa. – Você fez o que eu jamais seria capaz de fazer. Se não fosse por você e pela sua agilidade, ele… eu… ele… 

— Eu não gosto nem de pensar. – Abracei o meu próprio corpo, amedrontada. 

— Você me lembra a sua mãe, sabia? 

— É? – Franzi a testa, estranhando a mudança de assunto e esboçando um mínimo sorriso quando ele assentiu. 

— Ela também era inteligente e rápida como você. Sempre conseguia se sair melhor que eu nas matérias e isso me deixava louco. – Ele deu uma risada anasalada. – E então ela cresceu e fodeu com a minha cabeça. 

— Ela… o que? – Perguntei confusa e ele suspirou, tomando mais uma boa quantia da sua garrafa. 

— Eu nunca conheci ninguém como Hermione Granger. – Ele constatou, olhando para a janela, com um sorriso saudoso. – É uma mulher diferente de todas as outras. Você tem muito dela em você, menina. O Scorpius tem muita sorte. 

— A sortuda sou eu, senhor. – Sorri, timidamente. – O Scor é a melhor pessoa que eu já conheci. 

— Ele é um grande homem. – Ele sorriu, orgulhoso. – Ele está no quarto dele, descansando, passe lá antes de ir para a sua casa. 

— Certo. – Assenti, indo para a porta. – Muito obrigada por tudo, senhor Malfoy. 

— Eu que agradeço, menina. – Ele deu um sorriso sem dentes e, quando eu estava saindo, voltou a me chamar. – Rose… 

— Sim, senhor? 

— Eu sinto muito por tudo. 

— Eu também sinto. – Forcei um sorriso e saí de lá antes de ter outra crise de choro, indo diretamente para o quarto de Scorpius, onde ele estava deitado em sua cama, encarando o teto. Ele nem me olhou antes de falar: 

— Você precisa sair dessa casa. 

Me aproximei de sua cama e sentei na beirada, segurando a sua mão entre as minhas. 

— Como você está? – Perguntei e ele suspirou. 

— Cuidando de você. Você precisa sair daqui. A minha mãe enlouqueceu.

— Eu já estou de saída. – Disse para tranquilizá-lo. – Mas eu queria que você também saísse daqui. Me preocupo com você. 

— Eu não tenho para onde ir agora, mas vou dar um jeito. Pode ficar tranquila, Rose. 

Ele estava tão esquisito, tão frio. Levei a sua mão até a minha boca para beijar o dorso, mas ele a puxou. 

— Você pode ir para a minha casa. – Sugeri e ele negou com a cabeça.

— Com que cara eu vou olhar para os seus pais depois do que aconteceu aqui? – Ele perguntou, irritado e eu suspirei. 

— Com a cara de quem salvou a minha vida pela segunda vez. – Encolhi os ombros e ele deu uma risada desdenhosa. – Você não tem culpa de nada disso.

— Eu te trouxe aqui e te pedi para ficar. 

— Eu fiquei porque eu quis. – Rebati e ele suspirou. – Eu vou amar se você for. De verdade. Eu vou poder cuidar de você.

— Rose, eu não sei. 

— É só arrumar a sua mochila e ir comigo. – Pedi e ele negou com a cabeça.

— Eu quero ficar. Meu pai chamou os aurores, vou precisar depor, mas você não precisa passar por isso. Vá para a sua casa e tente pensar em coisas leves e descansar. Eu vou ficar bem. 

— Certo. – Enxuguei o meu rosto com as mãos e peguei um papel que tinha guardado dentro da minha mochila, colocando-o debaixo do travesseiro de Scorpius. – Se mudar de idéia, aqui está o meu endereço. É só aparatar.

— Beleza. – Ele fechou os olhos e eu suspirei, frustrada. 

— Eu te comprei um presente, ia te dar no natal, mas… 

— Pode deixar aí em cima. – Ele disse friamente e eu murchei, colocando o pacote vermelho sobre o seu criado mudo. Aquela conversa estava soando como um ponto final e aquilo me assustava muito. 

Eu não podia perder Scorpius, constatei. Eu precisava fazer alguma coisa para fazê-lo voltar a ser doce e carinhoso, da forma como eu estava acostumada. Por isso, eu me inclinei, dando um beijo suave em seus lábios e logo me afastei. 

— Eu vou ficar esperando por você. Espero que goste do presente que eu comprei. – Ele nem se mexeu e eu rolei os olhos. Ele queria se afastar para que eu não corresse mais riscos por ser sua namorada e aquela era uma ideia de merda. O pensamento mais tosco que eu já tinha visto em toda a minha vida. 

— Rose, vá para a sua casa. – Ele pediu mais uma vez e eu me levantei, dando um último beijo em sua testa. 

— Eu te amo, Scorpius. Não vou desistir de você. Essa sua tentativa idiota de bancar o cavalheiro dos romances clichês não vai te levar a nada. Só te torna um grande idiota. – Disse firmemente. – Quando o seu complexo de mártir passar, eu vou estar te esperando na minha casa. 

Ele deu um sorrisinho, mas não disse mais nada, então eu apenas saí do seu quarto e desci o resto das escadas até estar do lado de fora da mansão, onde eu conseguiria aparatar em minha casa. 

Assim que entrei em casa, pude ver minha família assistindo a um filme na sala de estar. Pigarreei para chamar a atenção de todos, que me olharam assustados. 

— Rosinha! – Meu pai abriu um sorriso. 

— O que você está fazendo aqui? – Hugo estreitou os olhos. 

— O Scorpius veio? – Minha mãe perguntou e eu neguei com a cabeça. 

— Não. Não veio, não. – Suspirei. – Nós meio que discutimos. A família dele é muito esquisita! 

— E que roupas são essas? – Ela perguntou e Hugo, ao reparar, caiu na gargalhada.

— Você está parecendo uma velha amargurada, Rose!

— É, eu sei… – Forcei um sorriso, olhando para o meu vestido. – Eu vou tomar um banho e colocar um pijama. 

— Vá sim, bebê. – Minha mãe sorriu. – Assim que o filme acabar, eu vou fazer um chá para nós duas conversarmos. 

— Certo. – Eu assenti e fui para a escada, mas antes de chegar, fui interrompida. 

— Rose? 

— Sim, mãe? – Eu me virei para olhá-la. 

— Você está bem? 

— Eu acho que sim. – Menti, forçando outro sorriso e quando ela assentiu com a típica expressão de quem não estava acreditando em mim, eu corri para cima das escadas e me tranquei em meu quarto. 

Apesar de tudo, era ótimo estar em casa. Meu quarto com as minhas coisas simples e bonitas estava do jeitinho que eu deixei antes de ir para a escola. Abri o meu guarda-roupas e não pude deixar de sorrir ao ver todas as peças coloridas que eu tinha, e então escolhi um pijama cor-de-rosa e fui para o banheiro que eu dividia com o Hugo, para tomar o meu merecido banho quente, tentando relaxar um pouco.

Esfreguei o meu cabelo com um shampoo cheiroso, massageei os meus ombros com a esponja macia e deixei a água levar toda a minha tensão pelo ralo. Quando eu saí do banho e sequei o meu cabelo com a varinha, já estava me sentindo bem melhor. Vesti o pijama, as meias e desci para a cozinha, onde a minha mãe já me esperava com a chaleira. 

Um trovão soou assim que eu coloquei o pé no andar de baixo e eu dei um pulo de susto, observando pela janela que uma forte tempestade havia começado a cair. Fiz uma careta e voltei a encarar minha mãe que tinha um sorriso acolhedor em seus lábios. 

— Sente-se querida. Vamos colocar a conversa em dia. 

Eu a obedeci, me sentando em cima do balcão da cozinha enquanto ela colocava a bebida quente em duas xícaras para nós. Mais um trovão soou e um raio piscou do lado de fora, mas foi ignorado por nós duas.

— E então… me conte como foi na mansão dos Malfoy. 

— Foi horrível, mãe. – Desabafei, deixando os meus ombros caírem. – A mãe dele foi super antipática. “Esquecia” de colocar louça para mim, puxava certos assuntos só para me deixar constrangida, me alojou em um quarto isolado de todos os outros… 

— Ah, bebê, eu sinto muito. – Ela suspirou e eu sacudi os ombros, bebendo um gole do meu chá. – O que te fez voltar? Você estava pálida, parecia que tinha visto um bicho papão…

— Ela tentou me envenenar. – Eu disse, sob a trilha sonora de mais um assustador trovão que veio acompanhado de um raio, que fez a luz da minha casa piscar. Mas a mãe leoa que eu tinha pareceu nem notar.

— O que? – Minha mãe gritou, horrorizada e eu assenti, em concordância, mas pedindo silêncio.

— Por favor, o papai não pode saber disso. – Implorei. – Ela tinha envenenado a minha bebida, mas o Scorpius a tomou antes de mim e quase… quase… – Gesticulei com as mãos, sem coragem para terminar a frase. 

— Santo Deus! – Minha mãe arfou, segurando a ponte de seu nariz com os dedos. – Que tragédia! Ele está bem? 

— Está. Eu consegui achar um bezoar e o salvei. Mas eu não podia ficar mais um segundo sequer naquela casa com aquela maluca, então eu vim. Você acha que eu fiz mal? 

— Não! É claro que não! Você fez bem, filha… Nossa, eu… Você tem certeza que foi ela? Pode ter sido o… 

— Não foi o Draco, mãe. – Eu a interrompi. – Ele ficou horrorizado. Estava péssimo e me pediu desculpas por tudo. Ele foi legal o tempo todo e… – Dei um sorrisinho divertido. – Eu acho que ele tinha uma quedinha por você. 

— Que bobagem! – Minha mãe se levantou, com as bochechas vermelhas e eu dei risada. De repente, o teor da conversa mudou, mesmo que mais um trovão tenha me feito pular de susto. – Ele era arqui inimigo do seu pai e do seu tio. Isso é quase impossível!

— Isso só torna a história mais interessante. – Eu provoquei e um apito soou na área de serviço. 

— Eu preciso ir. – Ela rolou os olhos. – Tenho uma pilha de roupas para por na secadora. E você, trate de terminar o seu chá. 

— Espera, só me diz uma coisa. – Segurei em seu braço e ela fez sinal de que estava ouvindo. – Você acha o Scorpius bonito? 

— Ah… Sim, filha.. – Ela franziu o cenho. – Sim. Ele é um garoto muito bonito. Por que? 

— Ele é a cara do pai dele. – Provoquei mais uma vez e ela cedeu à risada. 

— Ah, pelo amor de Deus, Rose! – Reclamou, indo para a máquina de lavar. 

— Você nem nega! – Gritei e ela gritou de volta: 

— Me deixe cuidar das minhas roupas em paz, mocinha, ou eu te coloco de castigo.

Ri disso e continuei tomando o meu chá em silêncio. Alguns trovões depois, a minha campainha tocou e eu pulei do balcão gritando: 

— Eu atendo! 

Hugo desceu correndo, mas eu cheguei antes e abri a porta, dando de cara com um Scorpius ensopado e com os olhos inchados. 

— Oi! – Eu dei um sorriso surpreso e ele me correspondeu com um sorriso culpado. 

— Oi. Eu posso entrar? 

— É claro que pode! Entre logo! – Eu me afastei para que ele entrasse e assim que ele o fez eu o puxei para um abraço, nem me importando se ele estava molhando o meu pijama ou fazendo uma poça de água no chão da sala. Ele correspondeu ao abraço me apertando contra o seu corpo ao mesmo tempo em que Hugo fechava a porta. 

— Eu sinto muito. Fui um babaca.

— Depois, amor. – Decretei, pegando a minha varinha sobre a mesa e secando suas roupas com um feitiço. – Temos chá quentinho. Venha tomar um pouco para se aquecer, depois você toma um banho quente e nós conversamos com calma. 

O puxei pela mão sem que ele concordasse, colocando-o sentado em uma das cadeiras da mesa de jantar. Hugo se sentou ao lado dele e eu servi chá para os dois antes de perguntar: 

— Como está se sentindo? 

— Como se um gigante tivesse passado por cima de mim. – Ele respondeu. – Estou exausto e com o corpo meio mole. 

— Não é pra menos. – Considerei, preocupada. – Mas amanhã, depois de uma boa noite de sono, você já estará melhor. 

— Eu espero que sim. – Ele concordou.

Escutamos passos na escada e logo em seguida o meu pai apareceu, sonolento, com os seus pijamas de listras e pantufas. Quase não abria os olhos para andar e obviamente não enxergou a poça de água que o fez escorregar e cair de bunda no chão. 

Hugo e eu caímos na gargalhada enquanto Scorpius apenas arregalou os olhos, aterrorizado. 

— Mas… Mas o que diabos… Quem foi que… – Meu pai resmungou, se levantando e Scorpius pigarreou. 

— Me desculpe, senhor Weasley. Eu me molhei por causa da chuva e acabei molhando o chão. Foi minha culpa, mas eu vou… 

Meu pai o encarou, confuso e depois foi para a cozinha murmurando um: 

— Moleque do caralho… 

Hugo, zombeteiro, deu dois tapinhas no ombro de Scorpius, que suspirou derrotado, esfregando o rosto com as mãos. Ele estava ferrado!

 


Notas Finais


E aí? Gostaram??

Espero que sim!

Beijos e até o próximo!


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