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História Magnetic - Precipice


Escrita por: letostarships

Capítulo 20 - Precipice


ELIZABETH COOPER

Mais um dia na operação. É incrível como uma coisa que você ama, acaba virando um pesadelo só por causa de uma pessoa. Jared está me tratando de um jeito pior do que com sua ignorância: sua indiferença. E isso está me afetando muito mais do que deveria.

-Podemos rastrear a namorada do irmão do Sanchez. Soube por uma fonte segura que ela faz entregas aos clientes usuários da droga do cartel. Em algum momento ela vai encontra-lo. - Hobbs falava e por mais que eu queira prestar atenção, minha mente está longe e meus olhos vidrados no mais novo casal da operação. Jared e Alicia. - Senhora? - Disse me chamando atenção, mas logo olhou na mesma direção que eu. - O que você vai fazer sobre isso?

-Eu não sei, Hobbs. Não quero ser a vilã da história deles, não vou mais interferir, se eles querem namorar eu estou pouco me fodendo. - Tentei firmar a voz, mas ficou clara minha tristeza.

-Eu estava falando sobre a cunhada do Sanchez. - Disse com um sorriso brincalhão no rosto e senti minhas bochechas corarem. Porra! Esse é o último lugar que posso mostrar fragilidade!

-Vamos rastreá-la sim, bom trabalho. - Bati em seu ombro fingindo o máximo de poder que eu podia.

-Eu sei que não é da minha conta, capitã. Mas eu acho que você e o Leto formam um casal muito melhor. - Sussurrou e senti o sangue sair do meu rosto.

-Isso não é jeito de falar com a sua capitã, Agente Hobbs. E não faço ideia do que esteja falando. - Falei firme.

-Senhora, com todo o respeito. Eu entendo que queira deixar a vida pessoal do lado de fora dessa operação, para ser respeitada. Todos aqui te respeitam como a figura honrosa que você é. Não é um pouco de demonstração humana que vai te fazer menos capitã ou mudar a imagem que temos da senhora. - Suas palavras encheram meu coração e por um segundo a barreira que tanto seguro vacilou em cair. Respirei fundo.

-Alguém mais sabe? - Perguntei baixinho e ele balançou a cabeça negativamente. - Ótimo. - Falei e ele virou as costas, mas o chamei novamente. - Obrigada, de verdade. - Sorri.

-Sabe, Capitã... eu achei que não pudesse admira-la mais, mas eu estava errado. - Sorriu de volta e se virou voltando ao seu trabalho.

Olhei para Jared novamente, eu simplesmente não consigo evitar. Alicia estava mostrando alguns papéis para ele e começaram a rir. Aquela gargalhada linda que ele tinha, que antes enchia meu coração, agora dói vê-la.

Mas como uma bela filha da puta que sou, fui atormentar o casal...

{...}

JARED LETO

Todos foram embora no fim de mais um turno e eu aqui enrolando para ficar sozinho com Elizabeth. Preciso pedir uma coisa para ela, e mesmo que eu odeie, ela ainda é minha capitã. Respirei fundo encarando a porta de ferro na minha frente. Bati e diferente das outras vezes, Elizabeth a abriu. Seus olhos verdes me encararam surpresa e senti o ar fugir dos meus pulmões.

-Posso ajudar, Leto? - Perguntou depois de longos segundos em silêncio.

-O turno já acabou.

-Sim, eu sei. - Riu me fazendo querer sorrir com tamanha beleza. - Mas o que você quer?

-Posso entrar? - Perguntei e ela levantou uma sobrancelha em desconfiança, mas logo me deu passagem.

-No que posso te ajudar, policial Leto? - Disse sentando encima da mesa.

-Eu tenho um pedido para te fazer, é profissional, mas os motivos são pessoais.

-Desembucha, Jared. - Falou ao me ver enrolando.

-Eu quero ir para o turno da noite. - As palavras saíram tão rápidas da minha boca que me questionei se ela entendeu ou não, já que ficou em um silêncio perturbador. - Você entendeu o que eu disse?

-Sim, eu entendi. - Disse olhando para baixo. - E o motivo seria... eu.

-Sim, seria. - Elizabeth respirou fundo e seu olhar mudou de uma maneira que nunca vi antes. Se eu não soubesse quem ela realmente é, diria que estava triste.

-Olha, eu... - Me encarou e lá estava ela de novo, com o olhar sério e sua voz firme. - Eu não escolho as minhas equipes aleatoriamente. Eu conheço as capacidades de todos e acredite em mim quando digo que você trabalha muito melhor com a equipe do dia do que da noite.

 -Por favor, Elizabeth. - Minha voz se vacilou em um sussurro. Ellie desceu da mesa e se aproximou de mim em passos lentos.

-Eu te faço tão mal desse jeito? - Disse da mesma maneira. Seu olhar, que sempre está assustador, era de súplica, como se eu a tivesse machucado da pior maneira e isso quebrou meu coração. Mas eu preciso perder essa mania idiota de criar expectativas sobre seus sentimentos.

Eu poderia dizer que sim, porra, eu poderia gritar que sim. Mas não seria completamente verídico. A verdade é que a distância entre nós me faz mal. Saber que mesmo tão perto, não posso beija-la, toca-la ou simplesmente fazê-la minha... é insuportável.

Tudo isso para não ser pisado de novo, eu não posso me abrir para ela, dizer que a amo. Nem pra mim mesmo eu posso dizer, porque esse com certeza seria meu fim.

Ao perceber minha inquietude e o torturante silêncio, Elizabeth respirou fundo.

-Eu sinto muito. De verdade. - Olhou para baixo. - Eu vou dar um jeito nisso. - Se virou de costas para mim e fungou o nariz.

-Você está chorando? - Perguntei surpreso.

-Não. - Disse firme. - Posso te ajudar em mais alguma coisa?

Em um impulso, puxei seu braço a virando pra mim. Seus olhos verdes encararam os meus. Eles estavam brilhantes e excepcionalmente bonitos. Olhei para seus lábios semi abertos e puder perceber o quão desritmada estava sua respiração. Apertei seu braço em minha mão tentando me manter no controle, mas quando seu olhar passou para a minha boca, me rendi.

A beijei com força e apesar de resistir, senti Elizabeth se derreter em meus braços. Lambi seus lábios devagar e eles logo se abriram. Nossas línguas estavam ferventes, todos meus pelos arrepiados e o coração acelerado de Elizabeth batendo contra meu peito. Seu gosto ainda é o meu favorito.

Ellie me empurrou fortemente e a olhei confuso. Passou as mãos em seu cabelo em um gesto nervoso e virou de costas para mim.

-Jared, não faz isso. - Sua voz estava embargada como se estivesse desesperada. - Vo-você me odeia, não faça isso. Você merece coisa muito melhor do que eu.

Suas palavras me desestabilizaram. Eu não sabia o que pensar, Ellie parecia tão vulnerável, tão humana... Abaixei a cabeça e por um segundo me arrependi de ter dito isso pra ela. Mesmo depois de torturantes segundos em silêncio, eu não sabia o que falar, fazer ou sequer pensar.

-Posso te ajudar em mais alguma coisa? - Se virou e suas palavras voltaram a ser firmes. Nunca vou me acostumar com essa mudança tão rápida de postura.

-Não, senhora. - Falei baixo, ainda afetado.

-Ótimo, vá embora.

Olhei em seus olhos para ver se encontrava algum rastro de tamanha vulnerabilidade que ela mostrou a pouco, mas nada... seus olhos verdes estavam escuros e opaco como o mais profundo precipício.

O mesmo precipício que caio todos os dias. 



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