A troca de tiros não me incomodava, nada mais que incomodava naquele lugar, ele estava ali parado diante de mim me encarando como não fazia a meses, meu corpo por uma estranha razão respondia a seu chamado, era incontrolável a sensação de estar sendo arrastada para perto dele, meus instintos já respondiam sozinhos o que eles queriam… uma onda de calor sobe pelo meu corpo percorrendo minhas bochechas, sinto que estou a um único passo de correr para seus braços.
‘’ vamos voltar para o nosso palhacinho amiguinha’’ a voz infantil sussurra em minha mente me fazendo perder então o controle que ainda me segurava naquele lugar, o fato de estarmos separados já não me importava mais, nem mesmo que não tínhamos mais contato algum a mais de 6 meses importava, ele estava ali sorrindo para mim segurando uma metralhadora nos braços, poderia jurar pelo seu sorriso que a saudade apertava seu coração tão forte quanto o meu era apertado.
Corro em direção a seus braços me esquecendo de tudo o que se passou nos últimos meses… um filme se passa pela minha mente me fazendo relembrar todos os momentos desde quando se conhecemos
‘’ Olá, sou a doutora Quinzel e serei sua nova psiquiatra’’
‘’ Vamos realizar um jogo de palavra, tudo bem?’’
‘’ Claro doc, como quiser’’
‘’ Agora uma pergunta, você morreria por mim?’’
‘’ Eu o amo’’
Um impacto me atinge antes de encontrá-lo, sou capaz de sentir cada membro do meu corpo se contorcer de dor, a fumaça era densa, o cheiro de poeira tomava conta de tudo me levando para longe, em outra dimensão de pensamentos, o sangue escorria dentro da minha boca e ainda era capaz de sentir o sabor de ferro descer garganta a dentro… eu estava longe, muito longe, longe o suficiente para saber que talvez eu pudesse desmaiar a qualquer momento… ouço uma voz rouca chamar meu nome em meio a troca de tiros e o barulho de gritos do lugar.
Harley? Harley? Está me ouvindo?! - sinto sua mão passar pela minha testa quente, provando que o sangue escorria pela minha pele - Droga, você está presa! - sua voz rouca é a última coisa que sou capaz de ouvir antes de apagar completamente.
(...)
NARRADORA
‘’ Com as mãos grudadas a Lindsey sou capaz de sentir que algo prendia meu corpo ao chão frio da escola, uma barra de ferro estava caída sobre minha irmã que permanecia inconsciente mesmo que eu a chamasse baixo, minha voz estava sendo bloqueada por uma cadeira presa ao meu pescoço, por um milésimo de espaço, sou salva do bloco de concreto que só não esmagou meu corpo pela cadeira que mesmo curvada, ainda me protegia do bloco com pouco mais de 100 kilos.
Elas estão ali! - escuto uma voz masculina já conhecida por mim chamar meu nome alto enquanto outra voz feminina também conhecida por mim gritava desesperadamente diante dos escombros - HARLEEN, LINDSEY!
Papai, eu to aqui, me tira daqui. - as lágrimas não paravam de escorrer enquanto sentia o perfume do meu pai se aproximar de Lindsey, que infelizmente já estava morta. ‘’
Sinto todo meu corpo balançar enquanto sou carregada, a dor latejante em minha cabeça só aumentava… o perfume amadeirado já conhecido por mim de outras vidas exala entre minhas narinas indicando que eu estava sendo carregada por ele, com o pouco de visão que ainda me restava tento então abrir meus olhos que ardiam como brasas.
Senhor C? - tento levantar uma das mãos tentando tocar seu rosto mas é em vão, ainda estou muito fraca
Vamos sair daqui querida! - sinto seus lábios tocarem minha testa ser tocada por seus lábios enquanto corríamos pelo lugar
Com um telefone preso ao ouvido escuto murmúrios entre o Senhor C e seus capangas, por mais que minha mente estivesse bloqueada para entender tudo aquilo que estava acontecendo, eu sabia que não era bom… uma queimação começa a surgir entre minhas pernas e sinto uma dor insuportável subir entre meu corpo me fazendo convulsionar no lugar, Coringa perceber minha reação e me coloca no chão me encarando assustado.
Vozes são ouvidas no corredores a frente, as reconheço no mesmo momento que se aproximam, por mais que a dor estava latejante e insuportável, faço um esforço para abrir os olhos e encarar o movimento a minha volta, por que eu tinha que estar sentindo tanta dor justamente hoje?! Eu queria abraçá-lo e dizer tudo aquilo que estava preso em minha garganta…
(...)
NARRADORA
O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? - Hera questiona o homem que está paralisado ao chão sem reação alguma
Cada veia do corpo de Harley ficava escura à medida que subia em direção a seu cérebro, a garota estava quente e suando, seus cabelos molhados indicavam uma febre fora do normal.
Ao tentar se aproximar da amiga Hera é impedida por Coringa que apontava agora uma arma para a mulher.
Uma bomba química a atingiu, sabe como resolver isso? Você tem poderes… - sua fala era desesperada
Você nunca se importou com ela Coringa, se importa agora?! Eu não consigo ajudar, não sei do que isso se trata… com certeza é algum tipo de veneno. - sua voz indicava que a mulher estava chorando
Onde eu acho o antídoto disso? - Coringa diz para Hera que permanece imóvel no mesmo lugar - ONDE ACHO O ANTÍDOTO DISSO?! - Coringa grita em direção a mulher que chora com as mãos na boca pela situação
EU NÃO SEI! - Hera cai no chão observando a amiga se contorcer de dor enquanto suas veias escuras subiam
Com as mãos apoiadas na cabeça de Harley, Coringa observa assustado o veneno subir lentamente por seu pescoço, em ato de desespero ele atinge o chão com um soco antes de colocar Harley sem seu colo a levando para algum lugar.
Você não vai morrer, não serei o responsável por mim Harley, você me prometeu lealdade então não pode ir agora, fique viva. - sua feição era de desespero enquanto segurava a mulher no colo tentando realizar uma ligação
Onde você vai Coringa?! - a mulher pergunta em vão enquanto secava as lágrimas - CORINGA!
Aguenta Harley, eu vou achar um jeito… só aguente.
Come up to meet you, tell you I'm sorry
You don't know how lovely you are
I had to find you, tell you I need you
Tell you I set you apart
Tell me your secrets and ask me your questions
Oh, let's go back to the start
Running in circles, coming up tails
Heads on a science apart
Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh, take me back to the start
I was just guessing at numbers and figures
Pulling the puzzles apart
Questions of science, science and progress
Do not speak as loud as my heart
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