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História Maio - She again


Escrita por: Idontbitecat

Notas do Autor


Olá pessoas

Como sempre digo e acreditem é sincero, obrigado por lerem, obrigado por comentarem e favoritarem

Capítulo 13 - She again


Fanfic / Fanfiction Maio - She again

Assim que sentei na mesa, Byul percebeu meu pânico.  

-Amor, o que houve? 

-Não, nada. -Eu a encarava mesmo sem querer. 

-Não minta para mim. -Ela se ofendeu. 

-Não estou mentindo, só... mal estar.  

-Vai querer o que? -Ela mudou de assunto, mais ofendida ainda. Para cortar o clima, me atirei na cova. 

-Amor, desculpa. É que acabei de ver uma menina da Popula de NYC. Chatíssima, foi isso. -Olhei e ela seguiu meu olhar.  

-Ela deve tar lá em casa, provavelmente. -Ela relaxou, e para o meu azar ela me viu e veio em minha direção. 

-Droga.  

Tudo foi em câmera lenta. Taylor vinha sorridente e alegre, e assim que ela passou pela porta, a mesma se abriu. Assim que vi o rosto, tudo ficou escuro. Não me lembro mais de nada.  

Quando acordei, estava em um lugar totalmente branco. Será que eu havia morrido? Não, eu vi o rosto de Byul atônito, se eu estivesse morrido, provavelmente ela não estaria lá.  

-Amor, meu amor, tá me ouvindo?

-Uhum… 

-Graças a Deus! Ela acordou, Dr…  

-Dr.? 

-Você desmaiou. Quase me faz ter um infarto, Wheein quase foi demitida… Revolução Solar, é? -Ela sorriu, ainda nervosa. Eu acompanhei com um sorriso mais leve.  

-Aquela.. aquela garota…? 

-Está lá fora… com aquela sua amiga. Odeio ela. -Fechei os olhos, só para não chorar de desespero, Byul me assustou. -Yong! 

-Desculpa, a luz ta forte.  

-Não feche os olhos, por pelo menos uma semana, ok? -Ela brigou. 

-Tudo bem, mamãe. 

-Licença, jovens. Ela só teve uma queda de pressão, é só cuidar para não acontecer de novo. E, querida, leve isso para sua mãe. -Me deu um papel... 

Era o exame de gravidez. Nós duas rimos, e saímos da salinha de emergência. Um exército me esperava na sala de espera. Olhei todos os rostos, Irene me olhou com devoção e com raiva pela mão de Byul na minha cintura.  

-Meu anjo! -Minha mãe veio em minha direção.  

-Pressão baixa. Cansaço de viagem, agente discutiu hoje de manhã, bláblá. Junta tudo e mais um pouco -Olhei psra Irene.-Dá em pressão baixa.  

-Ok, mas já esta bem não é? Liguei para Jason, ele lhe deu hoje de folga.  

-Vou descansar, prometo.  

Wheein chegou perto e me puxou para longe um pouco de todos.  

-Você se ferrou.  

-Eu sei, não precisa ser tão direta.  

-Conversei com a Taylor. Ela vai MORAR aqui, e a irmanzinha dela, sua amante, vai vir aqui a cada 4 meses.  

-Como assim?

-Como assim? Você vai trair a Byul a cada 4 meses, vai virar uma rotina. Fica mais fácil para você organizar os horários, não acha? -Ela falou irônica.  

-Não! Eu não vou trair Byul! Ela é tudo para mim, não vou cometer o mesmo erro duas vezes, nem mil!  

-Irene vai acabar contando, Yong. Ou você conta, ou mais cedo ou mais tarde o Byul vai saber pela Irene. 

-Você quer que eu desmaie de novo? 

-Hoje á tarde, na sua casa. Eu, você e Irene.

Depois disso tive que contar a mesma mentira dez vezes para todo mundo que estava lá. Irene me encarava e decifrava meu nervosismo enquanto Byul não me escutava, apenas me dava beijos no ombro e no rosto de olhos fechados. Ás vezes ela sussurrava: Eu te amo. 

Logo depois, Byul prometeu me deixar em casa, e por um impulso ridículo, ofereceu carona a Irene.  

-Taylor, Irene… não querem carona até o restaurante? 

-Não, não precisa. Obrigado. -Irene disse, quase aceitando.  

-Qual é, é longe. -Byul insistiu de total boa vontade.  

-Se insiste. -A raiva subiu quando Irene pronunciou as palavras.  

Fomos para o carro, e para que não restasse dúvida alguma, eu abracei Byul pela cintura, e ela me acolheu. Imaginei o quanto de ciúmes ela estaria sentindo e me senti vencedora por dentro. 

Estávamos todos no carro, quando Byul começou a fazer as malditas perguntas.  

-E aí, Taylor… tá gostando de Londres? 

-Sim, muito! É calma e divertida ao mesmo tempo, não sinto saudades de NYC. -Ela riu.  

-E você, Irene? 

-É fantástica. -Eu senti o olhar dela pelo banco; segurei a mão de Byul. 

-Nossa, pensava que você preferia a agitação de NYC… -Byul sorriu para mim, enquanto falava. 

-Tem certas coisas que a gente tem que deixar para trás, quando se tem um objectivo maior. -Eu gelei. -Quero o melhor para Taylor.  

A tensão da viagem não me afetou, por incrível que pareça. Eu a via como uma criança que precisava de doces para guardar um segredo. Só tinha que descobrir quais seriam os doces. E, segurando a mão de Byul eu me sentia segura, inteira, forte para derrotar qualquer pessoa.  

Me surpreendi quando paramos em frente á minha casa. 

-Mô? 

-Amor, Wheein  tá aí… não quero fazer você rodar demais. O médico falou: repouso. -Olhei rapidamente para trás, o sorriso maligno de Irene apareceu. Eu comecei a ofegar. -Amor?

-Eu não quero ficar longe de você. -Admiti. A verdade fluía livremente. Senti a raiva no rosto de Irene.  

-Eu tenho que trabalhar, não queria, mas tenho. Vem, eu vou com você lá dentro, ok?  

-Tá.. 

Saímos do carro, e eu abracei ela como se fosse o último. Se Irene contasse, seria. Ela retribuiu, e eu lhe dei um beijo, com gosto de último.  

-Eu te amo. -Eu disse convicta, olhando em seus olhos.  

Eu queria que ela tivesse certeza, e que jamais esquecesse. Poderia ser o último que ela realmente acreditasse. Eu queria que pelo menos marcasse.  

-Eu também lhe amo. Sempre… sempre vou amar.  

-Escuta, eu te amo, não importa o que aconteça… Eu te amo!  

Ela me abraçou feliz, mas sem entender. Logo ela iria entender, logo eu ia conhecer sua fúria. Logo eu iria perder a mulher da minha vida. Logo, eu iria estar sozinha. Logo, eu não seria mais eu.  

Ela me deu mais um beijo e entrou no carro. Vi o carro sumir, junto com a minha vida. Entrei em casa e Wheein estava tão tensa quanto eu. 

-Ela  vai vir assim que deixar Taylor na Popula.  

-Como falou com ela? 

-Para que existe celular?  

-Ah, esqueci que você era eficiente demais. -Ri de nervosa. -Então quer dizer que ela não vai contar a verdade a Byul? 

-Não, ainda não. Conversei com ela, ela concordou calar a boca até hoje á tarde.  

-Então ela pretendia falar? -Eu ainda não acreditava. 

-Claro, me contou que não ia perder você para Byul.  

-Já perdeu, que idiota.  

-Idiota foi você.  

-Eu sei...- Senti minha cabeça doer. - Eu sei que fiz merda. 

Subi e tentei relaxar. Durante o banho não pensei em nada, apenas em sabonetes e shampoos. Coloquei um vestido leve e curto branco. Respirei fundo antes de abrir a porta, eu havia demorado muito, ela já deveria estar impaciente.  No fim das escadas, vi seu rosto. Impaciente e calma. Feroz e dócil, totalmente apaixonada. 

-Parece que o destino não nos quer longe. -Ela disse, ignorei.  

-Esqueça o romantismo, querida. Quanto você quer para ficar calado para sempre? 

-Não quero dinheiro.  

-Então fica calado por vontade própria, ótimo! -Wheein era minha advogada preferida.  

-Não. O que eu quero ainda não tem preço.  

-Estabeleça-o agora.  

-3 encontros, 5 noites. -Me senti uma mercadoria ou uma escrava.  

-Não! -Reivindiquei.  

-Nada que envolva Solar, por favor.  

-Então nada feito, amanhã contarei a Byul. -Ela encerrou a conversa e ameaçou partir.  

-Não! Fechado, 3 encontros e 5 noites. -Disse angustiada, me sentindo vendida.  

-Ela não quer isso. Proponha outro preço.  

-Eu ligo combinando os dias. -Foram suas últimas palavras. 

Ela saiu com um sorriso de glória. A única coisa que consegui fazer foi sentar-me no colo de Wheein e chorar. Ela adiou a conversa franca por uma hora, quando meu choro cessou um pouco. E, alisando meu cabelo, falou como uma amiga. 

-Conte para Byul até amanhã e não se preste a esse papel. 

-Eu preciso de tempo Wheein! Não é tão simples assim. 

-Eu sei que não é, mas você realmente vai se dar desse jeito?  

-Vou. O que mais eu posso fazer? Eu preciso de pelo menos uma semana para preparar Byul. Ela não esperaria uma semana. 

-Agora não, mas se você não tivesse aceitado, talvez ela esperasse.  

-Ok, momento jogando culpa em Solar acaba aqui, certo? 

-Tudo bem, eu paro.  

-Wheein…  

-Oi? -Meus olhos encheram-se de lágrimas. 

-Eu amo A Byul. -Eu estava realmente quebrada, pela primeira vez. -Só de pensar que ela nao vai mais olhar para mim, dá uma dor sabe. -Eu me sentei no último degrau da escada, me aconcheguei com o corrimão. -Ela me olhava como se visse o paraíso. E eu não dei valor a isso. Eu não sei o que eu tinha na cabeça! Realmente, se eu pudesse eu me matava! 

-Não fala uma coisa dessas Solar! Você sabe que ela te ama. 

-E vai importar? Eu TRAÍ ela! EU TRAÍ A MULHER QUE EU MAIS AMAVA! 

-Calma, sem gritos. Se acalme. Talvez por você ter contado, ela repense.

-Eu não repensaria. Eu saia de Londres só para não olhar na cara dela. Eu estou me colocando no lugar dela e não está ajudando muito… 

-Que tal descansar? Você já desmaiou hoje, teve esse estresse todo, vem… eu fico com você. 

Ela subiu abraçada comigo. Eu amava tanto Wheein. Ela era aquela amiga que não passava a mão na minha cabeça, que me dizia quando eu estava errada, mas mesmo assim me emparava. Não me julgava, me orientava.  Enquanto eu chorava, chorava e chorava desesperadamente, eu pude ouvir os soluços reprimidos dela. Ela chorava também. Me senti horrível com isso, mas eu não conseguia parar de chorar. Até que cansada e envolta por um rio de lágrimas, adormeci. Um sono sem sonhos. Até minha mente teve pena de mim. 

Acordei mais calma, porém totalmente consciente de tudo o que acontecera. 

-Princesa, está se sentindo melhor? -A voz calma e ainda apaixonada de Byul me fez agradecer aos céus. 

-Estou sim, onde está Wheein? 

-Foi preparar alguma coisa para agente comer.  

-Você está aqui há muito tempo? 

-Mais ou menos uma hora.  

-Aim, desculpa. 

-Desculpa por quê? 

-Não gosto de perder o tempo que tenho com você, amor. Desculpa. -Eu realmente odiava. 

-Uma hora só.  

-Mesmo assim. -Me abracei nela, parecia um bebê. 

-Ow meu Deus, como está manhosa essa Solar. 

-Culpa sua, me mima demais. -Rimos. -Mas eu não estou reclamando, ok? -Rocei meu nariz no seu.

-Eu sei que não tá, vá dizer que não gosta desse mimo todo? -Ela sorriu e me deu vários beijinhos. 

-Gosto não, eu AMO esse mimo todo! -Nos beijamos.

Eu resolvi esquecer Irene por um tempo. Resolvi apagar os meus problemas e curtir meus últimos dias com a mulher da vida. Ela passou vinte minutos tentando me convencer a descer para comer, dizendo que eu precisava andar e comer.  

-O que é isso?! -Wheein perguntava ouvindo eu reclamar. 

-Ela não queria comer, vê se pode? -Eu revirei os olhos e me sentei. 

-Isso é invasão de livre-arbítrio sabia? O silêncio me respondeu. -Ok, o que tem para comer cozinheira? 

-Engraçada. Eu fiz sanduiche, vê que legal! 

-Vixe que essa cozinheira não tá com nada… -Byul reclamou. 

-Então vem fazer você, ok? -Wheein revidou.  

-Pensando bem, sanduiche é uma ótima idéia. 

Comemos em meio a brincadeira e graças a Deus, Wheein não me mostrou olhares e nem quando ficamos sozinhas, ela comentou sobre Irene. Eu tinha algumas horas para ser feliz.  Deram 8hrs e meus pais chegaram em casa. Eu estava deitada no colo de Byul comendo pipoca com Coca-cola, enquanto ela assistia o jogo dos Lakers que ela vendera os ingressos por causa do meu mal estar. Wheein estava sentada no chão comendo comigo. Conversávamos sobre a cor da minha unha. 

-Boa noite, crianças. -Minha mãe falou. Odeio quando ela me chama de criança. 

-Ai mãe, criança não.  

-Tudo bem, boa noite adultos. -Sorriu para mim enquanto meu pai apenas estava paralisado olhando a Tv, lembrei porque ele e Byul são tão amigos. 

-Ai meu Deus, Lakers não! -Minha mãe lamentou. -Como vocês aguentam? 

-Se eu estiver com ela, e ela me der atenção de vez em quando, eu tô nem aí. -Comi mais um pouquinho de pipoca. 

-Eu só assisto o jogo com a Unnie, nós numeramos quais são os mais bonitos. -Nós três rimos mais uma vez. Intervalo de jogo, Lakers ganhando de 28 a 12.  

-Tão falando do que? -Byul se meteu, roubando a pipoca de mim.  

-Do jogo, ué. -Wheein falou convicta.  

-Sei, só vocês falarem de jogo.  

-Mãe agente não estava falando do jogo?

-Não diretamente do jogo…  

-Yong? 

-Aiai, eu acho que eu vou comer sanduiche, vem Wheein? 

Eu me levantei e Wheein veio comigo, rindo que só ela. Byul veio atrás, curiosa, querendo saber exatamente do que eu estava falando. 

-Ai Byul, coisas nossas. -Wheein falou pegando a garrafa de Coca-cola na geladeira. 

-Coisas vossas sobre o jogo de basquete?! 

-Exatamente. -Eu me entreguei.  

-OPA OPA OPA OPA OPA! Dona Yong eu não quero que você assistindo jogo para ver os jogadores. -Ela ficou com ciúme de um jogador de basquete. Como se fosse possível qualquer contato físico entre eu e eles. 

-Amor, meu interesse por homens é igual ao de um vampiro por Sol...- Ri de mim mesma. - Mas com algo nos temos que entreter. 

-Prefiro então que nem assista. 

Ela não assistiu o segundo tempo direito e ficou o tempo todo emburrada, toda chata comigo. Tudo por causa de um jogador de basquete.  

-Amor, vem cá, vem.  

-Vou não. -Se apoiou na bancada da cozinha e olhou a TV de longe enquanto tomava Coca. 

-Não vai me dar beijo é? 

-É. -Ela realmente estava com raiva. 

-Ah, amor… Não faz isso, por favor. -Abracei ela e ela nem se mexeu. -Mô, eu quero mimo, cadê meus mimos?! -Sacudi ela. Wheein assistia tudo de camarote, rindo e rindo. -AH, para com isso! Eu juro que não olho mais pros jogadores, juro, juro.  

-Fechado. -Ela me agarrou e me encheu de beijos.  

-Safada, eu pensei que você realmente estava com raiva!  

-Mas eu estava, ué. Faz parte do meu show, meu amor. -Me deu um beijão. 

Ficamos as três conversando na cozinha e eu só percebi que meu celular andava no balcão quando Wheein me olhou pálida. Respirei antes de atender. Byul prestava atenção em tudo o que eu falava ao telefone sempre, teria que pensar duas vezes antes de falar alguma coisa. 

-Alô. 

-Como vai, princesa? Sentiu saudades? -Irene ria. 

-Vou bem, obrigada. -Byul perguntou de fundo: Quem é? 

-OOLHA! A namoradinha está aí? Manda um Oi para ela. -Ela riu mais.  

-É a Irene amor. Por que ligou? -Eu estava sendo totalmente grossa e falsa.  

-Marcar os nossos encontros. Tem papel e caneta? 

-Não, me liga outra hora ou amanhã. Falar de trabalho, só amanhã.  

-Virou prostituta, para ser trabalho? -Ela riu. Eu estava com vontade de chorar. 

-Boa noite, até amanhã. Beijos. 

Desliguei o celular e voltei na brincadeira. Byul não aparentou reparar, eu tentei ficar o mais calma possível. Minha sogrinha, mais uma vez, estragou minha felicidade. Ela ligou para mandar Byul ir para casa, por causa das visitas. Eu só não fui junto porque Byul falou: -Você não precisa ficar ouvindo coisas da minha mãe hoje, vá descansar. Ela me deu um beijo, disse que me amava e saiu pela porta. Parecia uma cena de filme de terror.  

Eu e Wheein subimos para meu quarto quando meus pais começaram a discutir sobre minha irmã e sobre as besteiras que ela fazia. Eu definitivamente não queria ouvir falar daquela pirralha! 

-O que ela disse, Unnie? 

-Queria marcar os dias.  

-E ela marcou? 

-Claro que não, você acha que eu ia fazer isso na frente de Byul? Não né.  

-Força amanhã, tenta dormir até a hora do trabalho já que não tem faculdade.  

-Por que esse tom de despedida? 

-Porque eu tenho que ir, além de ter que dar satisfação para minha mãe, amanhã cedo tenho trabalho.  

-E a Hwasa? 

-Se ela quiser, ela liga. Mas não quero pensar nela. Amanhã agente se fala, te amo heim menina. -Ela sorriu. 

Nos abraçamos e ela saiu do meu quarto. Eu estava sozinha, mais uma vez. Olhei pela janela, a lua cheia fez um contraste lindo com o céu negro, e as estrelas pareciam flutuar. Fiquei um tempo parada olhando a cidade agitada e acesa, e o céu calmo e pacífico. Aquilo de algum modo me acalmou ao ponto de eu conseguir deitar na cama e não chorar.  

Será que dessa vez minha mente terá pena de mim? 

Assim que cheguei na Popula, no sábado, Jason me deu os parabéns e assinou minha admissão. O dia havia começado ótimo. Porém quando chego na minha nova sala, Taylor arrumava a mesa e me recebeu com um sorriso sutil. 

-Boa Tarde, Solar. 

-Boa tarde, prazer vê-la outra vez.  

-Irene quer falar com você, linha 2. -Ela saiu sem muita cerimônia. Parece que ela contou a história toda para ela. 

Peguei o telefone e apertei no número 2. Minhas mãos tremiam. 

-Boa Tarde, princesa.  

-Fale logo, estou trabalhando.  

-Segunda, Terça, Quarta, Quinta e Sexta.  

-Você pensa mesmo que eu tenho a semana toda para você? 

-Vai ter que dar um jeito.  

-Não posso fazer muito por você. Quais horários? 

-Segunda, Terça e Quarta você almoça comigo. E de noite agente resolve…  

-Eu não posso almoçar com você três dias seguidos! Byul vai desconfiar! 

-Uma hora ou outra ela vai saber, você só está escolhendo a boca que vai contar. -Eu fiquei com medo. 

-Tudo bem, tudo bem. -As lágrimas rolavam. 

-Quer que eu lhe pegue na faculdade? . 

-Não! Não ouse a passar por perto de mim. Vamos almoçar no Partzza, Ostra e Lunchs.  

-Você paga não é? Eu não tenho dinheiro para isso tudo. 

-Claro que não, aprende uma coisa Irene Quando se quer levar uma mulher para cama, você tem que falir. -Uma raiva enorme tomava conta de mim. 

-Tudo bem, burguesinha. Nos vemos segunda no Partzza. Beijos. -Eu desliguei. 

Demorei vinte minutos para voltar há realidade. Que desculpa eu daria a Byul? Almoço de negócios, porque agora que era contratada da Popula, tinha que resolver algumas campanhas novas. Isso! Perfeito! E as 5 noites?! Eu estaria trabalhando em projetos, e em outras estaria saindo com Wheein porque ela estava deprimida com Hwasa.  

Dez mil dúvidas iriam se passar na cabeça dela, mas era o meu máximo. Tudo culpa minha! Eu já adorava me culpar, ainda mais quando eu realmente tinha! AH! O trabalho foi muito estressante, mas eu acabei me esquecendo do mundo em volta. Os dias seguintes iam ser os piores e mais aterrorizadores.

-Wheein, eu vou precisar da sua ajuda -Falei com uma voz massacrada enquanto saia do trabalho. 

-Fale. 

-Ela marcou a semana toda de encontros, preciso que distraia Byul. 

-Você tá louca? Ela vai pensar o que de mim?! 

-Não interessa. Faça o possível e o impossível para fazer ela desgrudar de mim e acreditar nas minhas mentiras, ok? 

-Isso é impossível.  

-So faça seu máximo, seu melhor. Vou ter que desligar, ela chegou, beijos. 

Eu desliguei o celular e Byul sentiu a tensão. 

-Aconteceu alguma coisa, amor? 

-Estresse do trabalho, muito estresse. -Sorri e o beijei. 

Ela me deixou em casa sentindo algo de diferente. Meu coração quebrado, desfiado chorava, gritava, pedia por socorro, pedia por sossego, pedia por um abraço eterno. Nada atendido, eu só entrei em casa e fui dormir. Nada de especial, nada de conto de fadas. 

No outro dia, eu tinha meus horários da faculdade normalizados. Ou seja, uma manhã inteira para mim e o almoço com Irene ainda me deixava com náuseas. 

-Está linda. -Ela me olhou de cima a baixo. 

-Obrigada. -Falei friamente e me sentei. 

-O que vai querer comer? 

-Não estou com fome.  

-Olhe aqui –Ela abaixou a voz e falou rudemente. -Você vai se comportar como se fosse a minha amante. Igual a NYC, lembra? -Ela pegou meu rosto e me deu um beijo, eu mordi a boca dela. -Se você não se comportar direitinho, alguém vai saber de todo o seu mês em NYC, nos mínimos detalhes. -Ela ainda segurava meu rosto, estava me machucando. -Vamos, me beije. 

Eu não podia acreditar que estava passando por isso. As lágrimas começaram a escorrer quando me vi obrigada a fazer aquilo. 

-O que desejam? -O garçom tinha pena nos olhos.  

-O que quer, amor? -Subia um rio de ódio por minhas veias quando ela me chamava de amor. Gr 

-Qualquer coisa, não estou muito bem. -Ela revirou os olhos.  

-Traga o que vocês tiverem de melhor.  

-Sim, senhora. -O garçom saiu. 

-Olha, Sun… Eu não estou fazendo isso para te machucar. 

-E seria mais para que, meu Deus?! -Eu não a entendia.  

-Eu só quero um pouco de você. Ela vai te ter pro resto da vida, custa uma semana você focar em mim. 

-Custa. Eu não amo você, Irene. Eu amo a Byul, e eu estou a fazer isto por ela não por ti. - Ela me olhou e riu de mim

. -Então eu não posso fazer nada, mas você vai ter que me tratar como me tratava antes, assim seu esforço por ELA não valerá a pena. -Como ela era insensível e louca! 

-Tudo bem, então vamos brincar de teatro. -Eu dei uma pausa, sorri falsamente e continuei. -Que bom ver você Irene, já estava morrendo de saudades! -Segurei a mão dela e ela riu.  

-Menos, só um pouco menos. -Ela beijou minha mão, com o olhar sedutor que eu não caía mais.

O garçom me salvou com a comida, mas nem comi muito. Comemos praticamente em silêncio, ela perguntava, eu respondia e sorria falsamente e aí ela ria. Depois de ela pagar a conta, nos levantamos da mesa e ela insistiu em pegar minha mão. 

-Eu acho que isso é público demais. -Dei a desculpa. 

-Tudo bem, amor. -Ai que raiva, eu já estava mandando ela jogar esse amor pela janela. 

Ela colocou a mão na minha cintura. Grande avanço, Irene. 

-Você vem comigo.  

-Não, claro que não! Todo mundo na Popula sabe de Byul, vou te táxi.  

-Ok, não vou insistir muito. Ah, não esqueça de hoje há noite…  

-Onde você mora?  

-Vamos para um Motel, eu estou na casa da Taylor.  

-Motel não… 

-Ok, então eu vou dormir na sua casa, que tal? -Ela não estava brincando. 

-Que Motel? 

-Eu lhe ligo. -Me puxou e me deu um beijo. Logo depois entrou no carro. 

Eu resolvi ir andando. Cheguei atrasada, mas foi bom… Pensei muito sobre o que ia fazer há noite. Assim que chego na porta da Popula, Byul liga. 

-Amor, saudade. -Como eu precisava dela.  

-Muitas, onde você esta?  

-Na Popula. Acabei de chegar do almoço com Taylor. -Ela ouviu e concordou, sabia que teria que mentir.  

-Sua mãe falou, foram onde? 

-Partzza.  

-Nossa, ganhou na loteria foi? -Eu ri. 

-Não, agente não comeu muito. Dividimos, ficou barato.  

-Querendo mostrar o melhor de Londres para coitada né? -Ela brincou 

-Tem que ser! Ah, Terça e Quarta também vou precisar almoçar com ela, quero familiarizá-la de tudo, afinal as coisas estão uma loucura esse semestre.  

-Poxa vida, sacanagem né amor…  

-Mas na quinta almoça comigo?  

-Vou pensar, ta me trocando demais. 

-Engraçada. Por favor, poxa. Eu estou com saudades de você… -Pela voz, ela ia me convidar para jantar e….bom o resto depois do jantar.

-Não posso. Acho que vou dormir no escritório para poder ter a sexta livre e olhe lá! 

-Dormir no escritório? -Ela começou a desconfiar.  

-Não literalmente, mas vou chegar tardíssimo em casa. Agora sua namorada é chique, minha filha… Tá pensando o que! -Eu diverti. Ela riu comigo, mas não gostou da idéia de passar a semana bem longe de mim.  

-Final de semana você vai ficar aqui em casa, quero nem saber. -Ela reivindicou. 

-Tudo bem, final de semana eu sou só sua, combinado? 

-Fechadíssimo. -Nós dois rimos. Jason: Yong! -Af, esse cara é um estraga prazeres.  

-Ta vendo que a bomba ta quase explodindo aqui? Tenho que ir, te amo muito muito muito.  

-Te amo mais, beijos princesa. 

Eu desliguei bem relaxada. Ela tinha caído nas minhas mentiras fácil, fácil. Eu não sabia o que pensar de mim. Talvez eu fosse tão baixa a ponto disso. 



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