História Mais Do Que Irmãos - Tristeza

POV Narrador

Depois de um divertido almoço, os gêmeos Pines iam voltando para casa. Já passava das quatro horas da tarde. Depois de uma caminhada de alguns minutos, Mabel disse:

-É estranho né?

-Tem alguma coisa na nossa vida que não seja estranha?

-Não... Digo, o relacionamento da Candy e da Grenda.

-Eu senti uma nota de preconceito aí ou foi a minha imaginação?

-Não! Nunca! O que eu quero dizer é que eu nunca enxerguei as duas desse jeito... Digo, como um casal.

-Bom, a maior parte das pessoas nunca nos enxergou como um casal. As aparências enganam.

Os dois já iam entrando na floresta.

-É... acho que você tem razão... -Mabel se alegrou- Corrida até a cabana?

-Depende do prêmio do vencedor.

-Quem ganhar...-Mabel parou para pensar um pouco...- Escolhe a posição de hoje. -disse com um olhar travesso.

-Tudo bem então.- os dois se alinharam para dar a largada- Em três... dois...- e Dipper começou a correr, deixando Mabel para trás.

-Ei! Trapaça! Não vou admitir isso!- e começou a correr atrás de Dipper.

Apesar da vantagem inicial, Dipper ainda perdeu.

-Rá! A Gêmea alfa vence (arfando) Mesmo sendo trapaceiro... O gêmeo beta perde a corrida...

-E você ainda com essa coisa de Gêmeo Alfa... Achei que o critério... Pra ser gêmeo alfa era a altura... Devo lembra-la que sou sete centímetros mais alto! -disse Dipper, ironizando.

-Ai, ai, pobre pobre Bro-Bro.

-Aff... Bom, acho que tenho que aceitar a derrota.

-Muito bem, bom Bro-Bro. Como recompensa por ser um bom perdedor, eu le consedo um beijo. -disse ela, fazendo biquinho e fechando os olhos.

-Bom... fazer o quê? -disse Dipper, selando seus lábios com os da menor.

POV Dipper

Depois de uma noite bem animada com a Mabel, me levantei da minha cama. Minha cabeça estava girando um pouco... Seria uma crise de labirintite? Acho que não. Nunca tive isso. Me dirigi ao banheiro pra tomar um banho. Pego meu celular pra olhar as horas.

5:42

Entro no chuveiro. Depois de alguns minutos debaixo da água, saí do box e peguei uma toalha. Ao voltar pro sótão e me deparar com a Mabel ainda semi-nua em minha cama, minha nossa... Sem explicação... Sem motivo... Meu estômago se revirou... O que eu estava fazendo? Minha irmã... Minha irmã! Eu realmente estava... namorado... a minha irmã!?

Resolvi sair de casa pra clarear um pouco a mente. Certo... Saí em direção da cidade... Já eram mais de seis e meia da manhã e já haviam algumas pessoas andando por aqui e por alí. É... passear não estava me ajudando. Estava chegando perto da praça da cidade. Resolvi me sentar em um banco.

Enquanto as pessoas ao meu redor, alguns pensamentos iam e vinham em minha mente, nenhum deles realmente importante em escala cósmica, porém muito importantes para mim. Meu relacionamento com a Mabel... Eu estava pensando e repensando... Moendo e remoendo... Isso com certeza não era normal entre irmãos... Não sei mais o que quero pensar, não sei mais o quero dizer, nem sei mais onde eu quero estar! Peguei meu celular só pra me distrair um pouco. Fones nos ouvidos. Playlist. Aleatório. "Don't Cry". Guns 'n Roses. Ótima música. Depois de uma série de músicas, recebi uma ligação. 7:28.

-Alô?

-"Alô? Dipper?"

-M-Mabel?

-"Onde você tá?"

-Tô na praça... Mabel...

-"Ah, ainda bem! Eu acordei e você não tava mais aqui aí eu fiquei preocupada. Com essa coisa do Larry..."

-Mabel...

-"Então, por que você saiu?"

-Mabel...

-"Quer saber, nem precisa. Mas, aqui... Você foi ótimo ontem á noite... Estava bem animado né?" -ela deu uma risadinha, mas, acho que pelo meu silêncio, ela parou e disse-" Dipper... você tá bem?"

-Mabel... precisamos conversar...

-"Sobre o que?"- disse ela, em tom sério.

-Me encontre na floresta. Perto do balanço velho que achamos no nosso primeiro verão aqui.- e desliguei o celular. Tudo bem... estava decidido...

A caminho do balanço, meu coração começou a palpitar... Será que eu estava fazendo a coisa certa?... Meu coração só acelerava... Quando eu cheguei, ela já estava lá... Esperando de braços cruzados...

-Olá Dipper.

-O-Oi M-Mable...

-Então, o que era tão importante que você não podia falar por telefone?

-Mabel, eu... Eu... -era agora ou nunca... O que eu estava prestes a fazer... Era certo... ou errado?... Eu não saberia dizer- Mabel...- lágrimas começaram a rolar de meu olhos- Eu acho que...-Olhei para ela... ela estava com uma cara de preocupada... quase aflita.

-Você acha o quê!? Fala logo!

-Acho que... Nós precisamos dar um tempo... Na nossa relação...-olhando pra ela agora, me senti horrível... seus olhos lacrimejaram, suas pernas bambearam um pouco...

-O-O quê? Você não tá falando sério... não é? Dipper, por que você tá fazendo uma brincadeira assim comigo?- ela limpou o nariz na manga do sweter. As lágrimas já corriam soltas por suas bochechas em direção ao chão.

-Mabel... isso que estamos fazendo... é errado...

-Não, não é! E mesmo que fosse, você nunca se importaria com isso!- sua tristeza começava a se transformar em raiva.

-Mabel...

-Não! Nem vem com “Mabel” pra cima de mim! Eu já tinha te avisado! Disse que isso não ia dar certo! -á essa altura, ela já estava gritando- Mas foi você que disse que não se importava! Disse que ia fazer dar certo! Você prometeu nunca me abandonar...- ela começou a se ajoelhar, com grossas lágrimas nos olhos...- Você prometeu... Você prometeu...-agora, ela já estava completamente ajoelhada, chorando baixinho...

-Mabel, eu...-eu mal reparei, mas também estava chorando... as lágrimas deixavam meus olhos conforme me aproximava dela.- Por favor, não chore... Mabel, por favor, me escuta...

-EU NÃO QUERO ESCUTAR NADA QUE VOCÊ TEM A DIZER! EU NUNCA MAIS QUERO TE VER NA MINHA FRENTE! -ela então saiu correndo em direção ao centro da floresta.

-Mabel, por favor! Espera! - Eu tentei correr atrás dela, mas ela era muito mais rápida que eu- Por favor... Espera...- depois de procurar por um tempo, acabei desistindo e voltei para a cabana. Se antes o meu coração estava acelerado, agora ele nem parecia ser feito de chumbo. Um aperto. Um peso. Culpa. Tudo o que eu sentia... Mas mesmo assim... foi a coisa certa a se fazer.

-Que dor de cabeça... -disse eu, ao chegar na Cabana. Já eram umas nove e quarenta. Me deitei no sofá para pensar... Eu estava desesperado... Será que algum dia a Mabel vai voltar a falar comigo? Claro, já brigamos antes, ela já ficou sem falar comigo por muito tempo, mas... Me afogando em meu pensamentos, acabei dormindo.

“Ding-Dong”

Campainha. Me levanto. Atendo a porta. E quem eu vejo me surpreende...

-Pacífica?

“TO BE CONTINUED”