...Luba...
Os dias se passaram tão depressa que nem acredito que em menos de 20 horas deixarei o país, deixarei meu namorado que anda tão atolado de trabalho, geralmente quando tenho que falar com ele em seu celular sou atendido por Alice que diz sempre a mesma coisa, "Ele está em uma sessão importante e retorna quando acabar"
Senti um pequeno afastamento dele depois do almoço que tivemos com o Rodrigo e sua mais nova confidente. O que gerou um incômodo atrito em nosso relacionamento, já que ele compartilha seus desgostos com ela e não comigo sobre algumas sugestões feita pelo Rodrigo para preencher o tempo em que não estarei "ocupado" com o curso.
-O meu amor você tem que resolver isso o quanto antes com o T3ddy, você não deve ir viajar deixando um clima tenso sem conclusão entre vocês.
-Eu sei, mas por mais que eu me esforce, não conseguimos chegar em um consenso.
Digo terminando de fechar minha mala.
-Vocês dois se amam e não devem ficar de picuinhas tolas.
-Ele foi o primeiro a me incentivar a ir e agora...
-Ele fez isso porque te ama e quer ver o seu melhor filho.
Dona Luiza diz se sentando ao meu lado em minha cama.
-Ele só deve estar frustrado de se imaginar tanto tempo sem sua presença.
-Não é tanto tempo assim e ele decidiu que era melhor ocupar seu tempo com a Suellen, já que foi por meio dela que eu descobri sobre sua objeção à minha viagem.
-Pelo que eu entendi a objeção dele não é com a viagem e sim com os passeios turísticos que o irmão dela esteve planejando.
A olho com uma expressão suplicante por conselhos.
-Mas ele tinha que se abrir justo com ela, não poderia chegar em mim e dizer o que pensa?
-Eu acho que você deveria tomar um banho relaxar um pouco se por bem bonito como sempre e ir aproveitar ao máximo as horas que vocês ainda tem, não importa se será tagarelando sobre qualquer coisa ou simplesmente dois mudo em silêncio contemplando a companhia um do outro.
...
-Bom dia Alice o T3ddy está ocupado?
-Ele acabou agorinha com o último cliente que tínhamos na agenda hoje.
Ela diz me dedicando um sorriso, sinalizando para que eu para que eu seguisse enfrente.
No momento em que adentro as portas do SET meu corpo retesou no mesmo momento fazendo com que eu ficasse paralisado na porta sem consegui desviar meus olhos da cena à minha frente, enquanto sentia o sangue fugir dos meus membro se acumulando todo no meu coração que bombeava desenfreadamente e naquele momento percebi em uma situação de grande estresse o comando automático do meu corpo é a fuga e sem pensar fiz o que meu corpo tanto queria, fugi sem enxergar nada há minha frente, corri para o meu carro sem consegui formar qualquer tipo de raciocínio, olhei automaticamente as horas antes de desligar o celular e dar a partida.
Sinceramente não sei como consegui chegar em casa, adentrei o portão no mesmo momento em que vi o carro da Tháis encostar na calçada da dona Luiza.
Nem tive tempo para tentar me acalmar e ouvi ela batendo no meu vidro com uma expressão que denotara evidente preocupação, lentamente retirei o cinto e antes mesmo que meu corpo estivesse totalmente fora do carro senti-me ser envolto em um abraço, abraço esse que só fez aumentar ainda mais a angustia crescente em meu peito.
-Amigo em que eu posso te ajudar?
Ela pergunta afagando minhas costa enquanto soluços irrompem por minha garganta.
-Você, pode, me, levar, para, o, aeroporto?
Pergunto tentando me conter, me forçando a respirar a cada palavra dita, tentando a todo custo fazer com que as imagens de minutos atrás não retornem há minha mente.
-Claro! Vou só avisar a dona Luiza...
-Não!
Exclamo rapidamente, porque tudo que eu não quero nesse momento é que mais alguém me veja assim tão descompassado.
-Ok, aonde estão as suas coisas?
Sinalizo para dentro da casa e sigo para o seu carro que ainda estava na rua, sem proferir nenhuma palavra durante todo o trajéto, chegamos em um tempo Record ao aeroporto ou eu me desliguei durante todo o percurso.
Com minha mente mais calma e a passagem trocada em mãos me permiti reprisar a cena horrenda em minha mente mais uma vez. Cena onde Lucas posava as mão firmes segurando a Suellen pela cintura com seus corpos colados, ela com as mão em seu peito enquanto se beijavam bem diante dos meus olhos.
-Você quer me contar o que está acontecendo?
Tháis me pergunta ao que me sento ao seu lado lhe dedicando um sorriso forçado.
-Aparentemente minha implicância com a sócia do T3ddy não era tão infundada.
Vejo ela me olhar com um ar de indignação.
-Eu já havia notado o interesse dela por ele desde o dia da formatura deles, mas ele nunca demonstrou indícios, ao menos não explícitos de que fosse reciproco. Não é a toa que sou meio míope.
Seguro o ar por um momento sem consegui continuar sendo atingindo impiedosamente pela imagem dos dois se beijando no local de trabalho com seus corpos tão colados que não me surpreenderia em nada se os encontrasse em atos mais libidinosos. Sorrio sem humor.
-Luba...
-Não esquenta eu vou ficar bem.
Digo olhando para a minha passagem
-Afinal o que eu estava pensando quando tentei competir com ela,desde o inicio eu deveria ter imaginado, me precavido, deveria ter deixado tudo como estava, como sempre foi, amigos e nada mais... Mas nem isso teremos agora. E o que mais me dói não é nem a traição em si, mas o fato de não conseguir me manter na vida dele depois disso. Levamos tanto tempo separados pela vida e agora...
-Amigo sinto que não há nada que eu possa dizer nesse momento, mas uma coisa é certa você pode contar comigo para o que for, ainda temos tempo de passar em uma loja de ferragens adquirirmos umas pás antes do seu voo sair, conheço um lugar deserto onde ninguém encontrará os corpos.
Ela diz pousando a mão em meu ombro e me dedicando um sorriso carregado de carinho e talvez consolo.
-A oferta é tentadora, mas só quero me focar nessa viagem e ocupar cada segundo desse tempo em aprender coisas novas e talvez tentar me recuperar antes de vê-lo de novo.
-O que você resolver eu te apoio.
-Pra falar a verdade nem sei se sou capaz de resolver qualquer coisa nesse momento.
-E o que ele disse sobre o que aconteceu?
-Nada
Pude ver a raiva em seu olhar
-Eu simplesmente não esperei para que pudessem me dizer o que quer que fosse, nem sei se notaram minha presença.
-Sem querer fazer papel de advogado do diabo e se você não ficou tempo suficiente para que se enterrassem da sua presença, como pode afirmar que o que você viu é de fato o que ocorreu.
-A partir do momento em que uma pessoa segura a outra pela cintura com seu lábios colados imagino que seja de livre e espontânea vontade. É fato que não fiquei tempo suficiente para que esfregassem seu romance em minha face ainda mais e sei também que não suportaria ver ele dedicando seu olhar doce que antes era só meu para ela.
Ouço a primeira chamada para o meu voo e sem mais delongas me despeço da minha amiga e parto para o continente europeu com o coração e a alma aos pedaços.
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