História Mais Que Irmãos - Por que você fez aquilo? Por quê?

No Capítulo Anterior

  Foi se aproximando cada vez mais, até que sua boca encontrou a minha. Me arrepiei toda. Sua língua pediu passagem e eu cedi. Ele me puxou ainda mais pela cintura, colando nossos corpos. Nossas línguas lutavam em sintonia. Sua língua passava por cada canto da minha boca. 

  Minha mão estava em sua nuca e a outra em seu abdômen, muito definido por sinal. Sua mão deslizou para o meu cabelo, dando leves puxões. 

  Quando nosso ar acabou, nos afastamos e olhamos um pro outro. 

  Foi aí que a minha ficha caiu. 

  Mas que porra... 

  Eu beijei meu irmão! 

No Capítulo de Hoje

  P. Coutinho POV

  - Pode me deixar sozinha? — foi a primeira coisa que ela disse depois do beijo. 

  Abri a boca pra falar algo, mas como não saiu nada, apenas saí do quarto, fechando a porta atrás de mim. 

  Decidi descer pra tomar uma água. Ainda estava anestesiado pelo beijo, e que beijo! 

  Cheguei na cozinha, peguei a água na geladeira, despejando em um copo e depois bebendo. 

  Sentei na bancada e parei pra pensar no que tinha acabado de acontecer. No beijo que dei na Elena. Tudo começou a voltar como um filme na minha cabeça, não só o beijo. 

  Me lembrei quando morávamos juntos no Brasil. Desde aquela época eu era encantado por Elena. Afinal, no começo ela era apenas uma prima bonita que foi morar comigo. Mas depois viramos irmãos de verdade e é aí que complicou pra mim. 

  Eu gostava dela de verdade, mas sabia que era errado. O mais difícil pra mim foi esconder o que eu sentia. Foi aí que Liverpool se tornou minha salvação! Vindo pra cá, eu tinha a absoluta certeza que iria esquecê-la, que aquele sentimento errado morreria dentro de mim. 

  Eu era muito muleque pra lutar pelo o que eu queria. E hoje, vejo que foi um erro não ter lutado por ela. Se pudesse voltar no tempo, teria com certeza feito diferente. 

  A campainha tocou, interrompendo meu monólogo. 

  Abri a porta dando de cara com um rapaz, não fui com a cara dele. Apenas fiquei o encarando. 

  - Er... Oi — sorriu sem graça. Continuei sério — Eu estou procurando a Elena. Ela está? 

  - E você quem é? — perguntei com desdém. 

  - Ah me desculpe, sou Matthew Thomas — me estendeu a mão e apertei apenas por educação — Sou um amigo da Elena — sorriu. 

  - Claro que é — usei um pouco de beboche, só um pouco — Sou o irmão dela, Philippe Coutinho. 

  - Claro que sei quem você é! Joga demais, já te vi jogando — deixo um pequeno sorriso escapar. 

  - Vem entra, a Elena já deve estar descendo — dei espaço pra ele entrar e o mesmo o fez — Senta aí — apontei o sofá e fechei a porta. Ele se sentou e eu também no sofá ao lado. 

  - Bela casa — elogiou. 

  - Obrigado — agradeci — Matthew não é? — murmurou um "hurum" — Você parece ser um bom rapaz — ele sorriu — Por isso me sinto na obrigação de te falar uma coisa — sua feição mudou pra preocupado — Bom, não sei se Elena já te contou isso, por ser uma coisa muito pessoal — se atentava a cada palavra que saía da minha boca — Mas por você ser amigo dela, não vejo problemas em te falar. 

  - Pode falar sim — sorriu fraco. 

  - É que a Elena... Ela tem uma DST (doença sexualmente transmitivel) — sua cara de pânico foi a melhor, estava me segurando pra não rir. 

  - Isso é sério? — engoliu seco. 

  - Muito sério. Contei pra te previnir, me preocupo com a sua saúde! Além do mais... 

  - PHILIPPE! — ouvi meu nome ser gritado e olhei pra trás, vendo Elena descendo as escadas correndo — O QUE VOCÊ PENSA QUE TÁ FAZENDO? — gritou nervosa. 

  - Calma Elena, só estava conversando com o Matthew — sorri sínico. 

  - É só estávamos conversando — o garoto confirmou. 

  - Eu ouvi muito bem o que você estava falando pro Matt! — ela apontou o dedo pra mim — Matt isso é mentira! — se virou pra ele. 

  - Não precisa me esconder Elena. Eu não tenho preconceito nenhum — ótimo ele acreditou em mim. Estava segurando a risada até o último. 

  - Mas é mentira!! — ela falou furiosa. 

  - Ela não gosta muito de falar sobre isso — disse um pouco baixo ao Matt, mas mesmo assim ela ouviu. 

  - Philippe!! Para de mentir!! — gritou comigo. 

  - Seu irmão só quer ajudar Elena, não precisa ficar assim — Matt disse tentando acalma-la. 

  - AHH — gritou e subiu a escada correndo, pisando duro. 

  - Acho que esse rolê vai ter que ficar pra outro dia — disse fingindo estar triste. Estava adorando isso. 

  - É, parece que ela ficou mesmo brava por ter me contado — falou meio cabisbaixo — Acho que já vou indo! — se levantou e eu fiz o mesmo o acompanhando até a porta. Antes de ir ele se virou pra mim — Obrigado por ter me avisado — agradeceu. 

  - Que isso. No seu lugar também ia querer saber — ele sorriu — Imagina se você pensa em avançar com ela? Meu Deus! 

  - Me desculpe, não me entenda mal, mas já tive esse tipo de pensamento com ela — fechei meu punho com força — Agora nem consigo imaginar! — riu — Tchau Philippe e obrigado mais uma vez. 

  - Adeus Matthew, não tem de quê — sorri e depois dele ir fechei a porta. 

  Comecei a rir sozinho feito louco. Eu sou um ícone! 

  Pensei em como a ruiva devia estar. Provavelmente soltando fogo de tão brava. Subi as escadas e bati na porta do seu quarto. Nada. Bati de novo. 

  - Vai embora Philippe!! — gritou. Tentei abrir a porta e estava trancada. 

  - Anda ruiva, abre aqui pra mim — choraminguei. 

  - Não me chama assim! E vai embora daqui! — gritou novamente. 

  - Por favor Elena, abre aqui. A gente precisa conversar! — escutei duros passos e a porta se abriu. Entrei no quarto e fechei a porta, enquanto ela voltava a se sentar na cama. 

  - Por que você fez aquilo? Por quê? — perguntou sobre o que eu disse ao Matthew. 

  - Porque eu tô apaixonado por você! — soltei, finalmente depois de tanto tempo. Ela me olhou surpresa. 

  - Mas... Você... — não conseguia formar uma frase — Você não sabe o que está falando. 

  - Eu sei exatamente o que estou falando Elena — sorri — Eu estou completamente apaixonado por você! — pude ver um pequeno sorriso em seus lábios, mas logo ela o desfez. 

  - Philippe não! Isso não é certo! — evitava me encarar. 

  - Olha pra mim, olha — se virou pra mim — Eu sinto isso por você desde que moramos juntos pela primeira vez, mas nunca tive coragem de te dizer... Eu senti algo, mas não soube lidar com isso e te deixei sair da minha vida — seus olhinhos brilhavam — Achei que aquele sentimento tinha morrido. Mas quando eu te vi passando por aquela porta, toda linda — ela sorriu — Algo acendeu dentro de mim, algo antigo. Mas dessa vez eu não vou deixar passar! Dessa vez eu vou lutar cada segundo da minha vida por você, Elena Dantas — seus olhos estavam lacrimejando. 

  - Philippe — sorriu — Eu também me sinto assim — dessa vez eu sorri — Mas o que os outros vão dizem? 

  - Eu não ligo pro que os outros vão dizer! Pra mim você é mais importante — me aproximei dela. 

  - Philippe você tem namorada! — segurei em sua nuca. 

  - Eu nunca gostei e nunca vou gostar da Lolla como eu gosto de você. Além disso nosso namoro nunca foi algo bom e prazeroso, sempre foi por obrigação. Só estava adiando o fim dele e o melhor motivo chegou, você! — aproximei a minha boca da dela, roçando uma na outra. Olhei no fundo de seus olhos e vi que ela também ansiava por isso. 

  Comecei um beijo calmo e gostoso, beijá-la por si só já era gostoso. Dessa vez sua língua quem pediu passagem, cedi. Nossos línguas faziam um trabalho maravilhoso juntas. O beijo começou a esquentar e peguei ela, colocando-a em meu colo. Ela arranhava minha nuca me fazendo grunir em meio ao beijo. Apertei sua cintura, fazendo ela arfar. 

  Parei com o beijo, descendo para o seu pescoço, dando leves chupões, fazendo ela se contorcer no meu colo. 

  - Philippe — continuei sugando seu pescoço — É melhor i-irmos com c-calma — parei e sorri pra ela, dando-lhe um selinho. 

  - Por mim tudo bem — falei e ela me devolveu o selinho. 

  - Se formos mesmo ficar juntos... Me promete uma coisa? 

  - Claro, o que quiser. 

  - Promete que nunca mais vai me deixar? — disse de um jeito tão fofo que eu fiquei com vontade de aperta-la. Sorri. 

  - É claro que eu prometo! Não vou deixar você ir nem ao banheiro sozinha — ela riu. 

  - Que exagero — me beijou, depois cessou o beijo puxando meu lábio — Posso te contar um segredo? 

  - Pode, prometo não contar pra ninguém — levantei a mão, em sinal de juramento. Ela chegou bem perto do meu ouvido e sussurrou: 

  - Eu te amo — mordeu meu lóbulo logo depois. 

  - Eu te amo — disse derrubando ela na cama e iniciando um novo beijo.