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História Mais Uma Chance - Dramione - Todos Os Poderes


Escrita por: MillaLyra8 e Smel

Notas do Autor


Atrasamos de novooooooo hahahaa

Buuuut... boa leitura ♥️

Capítulo 29 - Todos Os Poderes


Hermione

A camisa branca de botões estava prestes a me sufocar junto com a meia calça preta e a saia lápis que eu usava naquele maldito dia de verão. Estava um calor infernal e eu estava em uma sala de espera sem qualquer tipo de ventilação esperando ser convidada a entrar em uma sala onde encontraria os pais de Draco e o advogado da família, para debatermos sobre o processo em andamento. 

Draco estava ao meu lado, parecendo impaciente e usava roupas tão formais quanto as minhas, só que bem mais caras. O seu calcanhar direito, coberto por um luxuoso sapato preto batia no chão incessantemente e aquele barulho era capaz de irritar até mesmo o mais experiente dos monges tibetanos, mas eu simplesmente não me importava, porque estava umas dez vezes mais ansiosa com ele. 

Não havia dormido em nenhuma das duas noites que antecederam essa maldita reunião e os meus olhos estavam cercados por olheiras enormes e roxas, o que não melhorava a minha aparência nem mesmo um pouquinho. Me levantei da cadeira para ir até o bebedor pegar o quinto copo de água e Draco, estalando sua língua me seguiu e apoiou a sua mão em minha lombar. 

— Ei, tudo bem? – Perguntou em um sussurro preocupado e eu respondi, forçando um sorriso: 

— Tudo. Acho que sim. Eu só estou nervosa, mas tudo bem, né? É normal… 

— Não precisa ficar assim. – Ele também forçou um sorriso, que mais parecia uma careta e eu encolhi os ombros, virando de uma vez o copo de água em minha boca, bebendo tudo em um gole só, ao mesmo tempo em que uma porta de carvalho se abria e uma voz se espalhava pelo ambiente: 

— Senhorita Hermione Granger e Senhor Draco Malfoy? 

— Somos nós! – Draco tomou a frente, segurando a minha mão e a nossa advogada, que era a minha professora na faculdade se levantou ao mesmo tempo. 

— Queiram me acompanhar, por favor. 

Eu assenti nervosamente e senti um aperto no ombro encorajador vindo de minha professora. 

— Não se preocupe querida. – Ela murmurou. – Vamos apenas ver como eles querem jogar. Tente não agir por impulso para não perder a razão. Lembre-se, eles são os culpados e a justiça estará ao nosso lado.

— Ok. – Concordei com um aceno de cabeça e aumentei o aperto na mão de Draco, procurando por algo que nem eu sabia exatamente o que era. Ele acariciou sua mão com o meu dedão e inspirou profundamente.

— Vamos nessa. Temos um caso para ganhar. 

A sala era extremamente diferente do lugar onde aguardávamos. Havia uma enorme mesa de vidro cercada por cadeiras de couro, janelas que iam do chão ao teto e davam vista para um dos bairros mais ricos e luxuosos de Los Angeles e o ar condicionado estava ligado, refrescando o ambiente, o que quase me fez suspirar de alívio. Quase. Porque no lado oposto da mesa já estavam o Senhor e a Senhora Malfoy, acompanhados de um homem pomposo e elegante e na ponta da mesa estava um senhor barbudo, que deduzi ser o nosso juíz. Engoli a seco, com medo do que aconteceria naquela reunião, mas o juíz deu um sorriso quase amigável, apontando para as cadeiras. 

— Sentem-se por favor. – Ele pediu educadamente e nós o obedecemos de imediato, eu me sentando entre Draco e a nossa Advogada. – Estamos todos aqui para tentar chegar a um acordo amigável entre ambas as partes desta acusação. Pelo que me consta, o Senhor Draco Malfoy e a Senhorita Hermione Granger estão denunciando os senhores Lucius e Narcisa Malfoy pelos crimes de Assédio Moral, Pornografia Infantil e uma série de crimes informáticos envolvendo a invasão do celular da senhorita Hermione Granger, imagens da, na época menor de idade, e falsas conversas em aplicativos de mensagem. Isso procede?

— Sim, Meritíssimo. – Nossa advogada respondeu. – E, como o senhor pode ver, nós anexamos ao processo alguns documentos que provam nossas acusações. 

— Oh, sim. Eu pude ver. – O senhor assentiu, folheando os papéis em suas mãos e me deixando ainda mais nervosa. – Senhor e Senhora Malfoy, o que têm a dizer sobre estas acusações? 

— Eu digo que é mentira, Meritíssimo. – Narcisa falou, interrompendo o seu advogado. – Para mim, essa é uma jogada muito óbvia desses dois adolescentes. 

— O que quer dizer, senhora?

— Eles namoraram na adolescência sim. Mas ela, como não tinha nenhuma instrução, ficava mandando esse tipo de imagem para os meninos. Quando a imagem se espalhou, ela precisou colocar a culpa em alguém e o escolhido foi o meu filho. Nós tiramos ele do país na época, mas agora ele voltou e obviamente ela não perdeu a oportunidade de tentar arrancar um bom dinheiro da nossa família: ela trouxe de volta a tona essa maldita foto, chantageando Draco e o obrigando a nos denunciar para conseguir arrancar dinheiro dos Malfoy. 

— É o maior absurdo que eu já escutei! – Tentei argumentar, me sentindo completamente irritada e ofendida, mas tanto Draco quando a advogada colocaram a mão em meus joelhos, me mandando calar, o que fiz a contragosto. 

— Mas eles tem provas. – O juiz insistiu e Narcisa estalou a língua, debochada.

— Provas… Provas… Isso aí são apenas folhas de papel sulfite com algumas imagens que poderiam ser facilmente criadas em qualquer computador. 

— Mas ainda assim te incriminam. E ao seu marido também.

— Faz tudo parte da armação dessa desqualificada. Gente pobre é assim mesmo… Acham que podem fazer tudo, mesmo em um julgamento sério. 

Precisei me segurar para não me intrometer novamente, mas as minhas mãos se apertaram em punhos e a minha respiração acelerou, ao passo que eu sentia o meu rosto esquentar, como se estivesse prestes a explodir.

— O que a minha cliente está tentando dizer é que ela é apenas mais uma vítima dos golpes de Hermione Granger. 

Engoli a seco e troquei um rápido olhar com Draco, que silenciosamente pedia para que eu ficasse quieta. Cruzei as pernas e apoiei as costas na cadeira, assistindo abismada todo aquele show de horror. 

— Há outra vítima? – O Juiz perguntou e eu precisei me segurar para não rolar os olhos, impaciente.

— Sim. – Ela disse, misteriosamente.

— O que? Do que essa louca está falando? – Sussurrei para Draco, tão assustada que meus olhos quase saltaram do meu rosto. Ele apertou minha mão por baixo da mesa, em uma tentativa falha de me acalmar. O juiz prosseguiu. 

— Pode me falar o nome?

— Theodore Nott. – Ela deu uma pausa dramática e eu franzi o cenho, esperando a continuação. – Mais um dos nossos. Ele foi flagrado com Hermione em um hotel enquanto ela namorava o Draco. Depois disso, ele ficou com fama de traidor e não pôde suportar os olhares no corredor. Ele caiu no mundo das drogas, o pobre garoto… 

— Tenha a santa paciência! Isso é ridículo. – Explodi, exausta de tudo aquilo e chocada com quão baixo aquela víbora poderia chegar. Draco passou seu braço por cima de meu ombro. – Draco, olha só o que ela está falando…. era só o que me faltava! O Theo usa drogas desde antes de eu conhecê-lo!

— Meritíssimo, com a sua licença. – Draco pediu. – Esse encontro da Hermione com o Theo foi forjado pelos meus pais para parecer que estava me traindo. Meus pais não apoiaram nosso namoro e tudo o que fizeram foi tentando nos separar. A nota fiscal do hotel consta nas provas, o senhor pode ver com os seus próprios olhos.

— Isso é porque eu e o seu pai também estávamos no hotel aquela tarde, querido. – Sua mãe mentiu, usando um tom de voz doce e professoral. – Nós estávamos celebrando o nosso aniversário de casamento. 

— Em Abril? Conta outra, mãe! – Draco ergueu as sobrancelhas e o juiz tamborilou os dedos na mesa, intrigado. 

— Bem observado. Senhora Malfoy, por que celebrar em abril se vocês se casaram em outubro? – O juiz indagou e ela bufou. 

— Oras, eu amo o meu marido. Nós celebramos o nosso casamento todo mês, mas como somos muito ocupados com a empresa, às vezes precisamos postergar a nossa comemoração por alguns dias.

O silêncio se fez enquanto o juiz tomava nota e eu troquei um olhar aflito com Draco. A Narcisa tinha elaborado uma história muito convincente e mentia muito bem. Era bem capaz que o juiz acreditasse nela. 

De repente eu me vi com vontade de chorar. Eu estava apavorada e, mais uma vez, me sentia humilhada e ofendida pelo que a Narcisa falava sobre mim. Tudo o que eu queria era a segurança do apartamento de Draco e alguns minutos sozinha. 

— Draco Malfoy, o que o senhor tem a dizer sobre isso? 

— Eu digo que eu estou aqui por livre e espontânea vontade, que tudo o que a minha mãe disse anteriormente é mentira e que as provas e os nossos relatos são verdadeiras. – Ele disse, a voz levemente afetada pelo nervosismo. – Eu mesmo as encontrei no escritório dos meus pais e os ouvi conversar sobre isso.

— Você sabe que mentir perante a lei é crime… – O juiz pressionou e Draco assentiu.

— Sim, senhor. Juro que tudo o que eu estou dizendo é verdade.

— Sendo assim, irá continuar processando os seus pais? 

— Sim. A justiça há de ser feita.

— Certo. Certo… – O homem coçou a própria nuca e deu um lento suspiro cansado. – Eu preciso averiguar melhor os fatos. Faremos uma outra audiência em duas semanas para escutar as testemunhas de ambos os lados. Pedirei para que a minha secretária entre em contato para informar a data e o local. Sessão encerrada. 

Soltei o ar do meu pulmão, aliviada por aquilo ter acabado, mas ainda me sentindo um lixo. Apoiei os cotovelos na mesa e cobri o rosto com as mãos. Aos poucos as pessoas foram saindo da sala. O primeiro foi o juiz. Depois o advogado de Lucius e Narcisa e então o casal se levantou, mas antes de sair, aquela mulher nojenta pigarreou, chamando a minha atenção. 

— Se vocês estão achando que vão ganhar essa, estão muito enganados. – Anunciou. – Narcisa Malfoy sempre vence, custe o que custar. E não vai ser uma… garotinha pobre e sem o mínimo de instrução que vai mudar isso. Escreva as minhas palavras Granger. Uma vez ralé, sempre ralé. É a lei da vida. 

— Vá para o inferno, Narcisa. – Retruquei entre dentes e ela deu uma risada sonsa que me fez ter vontade de socar aquela cara de metida. 

— Eu te encontro lá, querida. Vamos, Lucius, ao contrário de certas pessoas, temos trabalho a fazer. 

E então eles saíram da sala deixando a porta bater dramaticamente. A nossa advogada também se levantou e pigarreou. 

— As primeiras reuniões são sempre assim. Não desanime, Hermione. Tudo vai correr bem. Eu preciso ir. Tenham uma boa tarde! 

— Boa tarde. – Respondi, desanimada, pegando a minha bolsa e a colocando no ombro. Draco acariciou o meu braço docemente e, quando eu o encarei, ele sorriu. 

— Quer ir comer alguma coisa? 

Só de pensar em comer eu já sentia vontade de vomitar, então eu neguei com a cabeça e me encolhi. 

— Quero ir pra casa. Estou com enxaqueca. Você pode me levar? 

— É claro. – Ele sorriu e caminhou em silêncio ao meu lado até estarmos no carro. A viagem até o apartamento foi feita sem trocarmos uma palavra sequer e quando chegamos, eu me sentei toda encolhida em um canto do sofá. 

Draco foi para a cozinha e eu só pude escutar o barulho do liquidificador antes de vê-lo caminhar até mim com dois copos na mão. 

— Fiz uma vitamina para você. 

— Obrigada. – Forcei um sorriso. – Mas estou sem fome. 

Ele colocou os copos sobre a mesa de centro e se ajeitou melhor no sofá.

— Deixei ali. Quando você quiser, você toma. 

— Valeu. – Dei um sorriso sem dentes e ele enrolou seu indicador em uma mecha do meu cabelo. 

— A minha mãe é uma idiota, Hermione. Ela não sabe o que diz e eu sinto muito por você ter que escutar tudo isso.

— Tudo bem… 

— Tudo bem nada. – Ele disse, frustrado. – Eu sei que isso te chateia. Mas você não devia se importar tanto com o que uma velha amargurada e preconceituosa diz sobre você. Você é bem melhor que isso. 

Apenas encolhi os ombros, sem saber o que dizer e ele deu um suspiro, passando seu braço por minhas costas e me puxando para perto de si. 

— Eu acho você a melhor pessoa do mundo. – Ele sussurrou perto do meu ouvido, me arrancando um pequeno sorriso. – Vamos assistir a alguma série e esquecer desse bando de idiotas até a próxima reunião? 

— Me parece uma boa ideia. – Me aconcheguei em seus braços enquanto ele ligava a TV.

Draco tinha poderes mágicos. Em poucos minutos eu já me sentia melhor e não pensava mais no que tinha acontecido. E ele nem sequer tinha me beijado. Ainda. 


Notas Finais


Comentem o que acharam!

Desculpem a demora, a semana tá uma loucura!

Até a próxima ❤️😘


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