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História Mais Uma Chance - Dramione - Draco, O Sensato


Escrita por: MillaLyra8 e Smel

Notas do Autor


Olá!

Boa leitura!

Capítulo 9 - Draco, O Sensato


— Eu juro, foi a coisa mais incrível que eu já vi! — Enquanto falava, Blásio tinha aquele tipo de olhar no rosto. Aquele que me fazia questionar se nossa amizade era mesmo tão importante. Um olhar de euforia pelas coisas mais assustadoras, um que eu imaginava em rostos de psicopatas. Com cuidado, torcendo para não acordar seu lado sanguinário, arqueei uma sobrancelha e tentei fazê-lo ver a razão.

    — Você viu uma autópsia. — Murmurei lentamente. — E foi a coisa mais incrível que já viu?

    — A mais poética e memorável. — Seu sorriso fanático me fez querer dar um passo para trás, mas isso seria difícil já que ele estava sentado na minha cama. E eu estava completamente vulnerável, deitado nela. Pigarreei, me sentando devagar e puxando Lilah para mais perto.

    — Você tem certeza que está bem? — Questionei. — Cara, precisa parar de amar ver corpos mortos. Já pensou se um deles vem vingar seu fanatismo? Eu durmo aqui, Blás! Pense um pouco na minha segurança espiritual, ok?

    — De novo essa história de fantasmas? — Ele suspirou, balançando a cabeça com frustração. — Achei que tinha parado com isso aos 15 anos, Draco. Não existem fantasmas!

    — Ninguém pode provar! — Ergui o queixo, porque eu estava certo e ninguém tinha um argumento que me contrariasse. — Ninguém pode provar que eles não existem!

    — Assim como não tem provas de que eles existem!

    — Temos pessoas que já viram!

    — Loucos, Draco!

    — Ah, e você é muito normal com esse gosto por autópsias? — Bufei, indignado. — Se tiver uma porra de espírito neste quarto, eu ordeno que machuque apenas o Blásio. Eu sou inocente!

    — Por que estão invocando espíritos? — Gina estava parada na porta, nos olhando com desconfiança, como sempre fazia. Blásio bufou e se jogou na minha cama, deitando com a cabeça no lado contrário ao meu.

    — Blásio tem uma relação estranha com os mortos. — Declarei. — E eu estou avisando que se eu encontrar um fantasma nesse quarto, vou matá-lo.

    — O fantasma? — Gina riu, fechando a porta e caminhando até se jogar sobre nós dois. Lilah lambeu o rosto dela, a pequena traidora. — Mas ele já está morto…

    — O Blásio, Ginevra. — Rolei os olhos.

    — Não comecem com isso aqui também, ok? — Ela rolou os olhos. — Luna é a menina mais meiga que eu já conheci, mas se ela falar de desencarnados novamente, eu juro que vou surtar.

    — Desencarnados? — Meu coração pareceu parar para ouvir aquela conversa, atento a primeira menção de perigo. — Que desencarnados? Há um deles aqui? O que ela disse?

    — Não foi isso o que eu vim fazer aqui. — Gina interrompeu meu questionamento de segurança, colocando uma mão sobre minha boca. Tentei mordê-la, mas ela tirou rapidamente do caminho. — Na verdade, não sei exatamente o que vim fazer no quarto de vocês dois ogros. Ah, lembrei. Eu só queria dar um tempo pra Hermione.

    — Hermione? — E de repente meu coração, aquele estúpido órgão, estava muito mais atento. E não era por segurança. — O que tem ela?

    Gina me olhou de lado como se avaliasse meu estado psicológico e espiritual antes de decidir se me falaria. Eu esperava que meu rosto não demonstrasse a tensão que eu sentia no meu peito. O nome daquela menina não deveria me causar aquelas coisas, não depois de tanto tempo. Eu tinha esquecido! E eu não queria lembrar!

    — Vou falar. — Gina murmurou, ainda me olhando com desconfiança. — Mas só porque eu acho que vocês dois têm que acabar com essa idiotice logo. Isso está afetando os dois e eu não quero essa negatividade me afetando.

    — Está falando como a Luna. — Blás riu, guinchando quando Gina pulou sobre seu estômago. — Eu estava brincando, puta que pariu!

    — E Hermione? — Insisti, chamando a atenção dela de volta para mim. Gina soltou um suspiro exasperado e começou a falar.

    — Quando eu cheguei no quarto, ela estava… surtando. — Disse baixinho. — Eu sinceramente fiquei assustada, e olha que já vi alguns surtos feios, inclusive seus. Mas ela estava realmente mal, Draco. Ela quebrou o espelho e estava tremendo, chorando, mal respirava, foi muito ruim. Acho que esse reencontro de vocês está afetando ambos de modos diferentes. Você ficou completamente louco, gritando e xingando quem quiser ouvir. E ela tem essas crises que a deixam em um estado deplorável. Vocês são dois imbecis.

    — Amém a isso. — Blás murmurou baixinho, mas eu já nem ouvia direito. Estava sentindo meu corpo petrificar com a informação que afundava lentamente no meu cérebro.

    Hermione estava mal, afinal. E, anos antes, eu ficaria satisfeito com isso. Não era o ciclo se fechando? Ela tinha me machucado um dia, e então agora era a vez dela. Era a colheita do que foi plantado, uma espécie de punição do seu erro. Era isso o que o Draco adolescente ferido e perturbado pensaria. No entanto, eu não era mais aquele garoto. Eu tive tempo, naqueles últimos anos, para me encontrar como homem, e não como um garoto. Eu tinha crescido, e apesar de não parecer ultimamente, era um adulto. E o adulto em mim estava abalado com o fato de Hermione sofrer. Eu não queria. Não suportava a ideia. Me machucava como se eu fosse ela, como se sua dor me atingisse. Era isso que chamavam de altruísmo? Sentir a dor do outro? Suspeitei que não era essa a palavra, porque eu sabia que aquilo era apenas porque era Hermione. Se fosse qualquer pessoa eu sentiria muito, mas não ficaria daquela forma. Não sentiria meu corpo endurecer, meus ombros pesarem, meu coração apertar tanto que pensei que fosse ter um ataque que espelhasse o dela.

    — Eu deveria ir ver como ela está. — Sussurrei, pensando alto. — Quero dizer, foi por minha culpa então…

    — Se for para brigar, como sempre fazem, melhor não ir. — Gina me interrompeu. — Todas as vezes em que vocês se encontram, parece o início do Armagedom. Um colapso entre dois mundos que se odeiam. Vocês simplesmente não superam um ao outro!

    — É claro que superamos. — Grunhi, me agarrando a minha defesa natural da negação. — Já terminamos há tempos, Gina…

    — Então por que não conseguem olhar um para o outro sem causar uma catástrofe? — Ela perguntou, erguendo uma sobrancelha. — Eu juro, vocês se olham e eu oscilo entre duas sensações: cio animalesco ou fúria bestial.

    — Cio animalesco… — Blásio repetiu, parecendo impressionado. — Bela definição.

    — Obrigada. — Gina sorriu.

    — Não é nada assim. — Resmunguei. — Nós só… Nos odiamos. É normal, já que ela me traiu. É claro que isso causa um tipo de raiva dificilmente superada.

    — Eu sei que ela te traiu. — Gina suspirou. — Todos nós sabemos, Draco, nós vimos, lembra? Mas você precisa deixar isso para trás. Vocês eram adolescentes…

    — Ah, é? — Dei uma risada cortante. — Então você também deixou para trás quando aquele garoto do fundamental te jogou na piscina? Sim, é claro que deixou. E é por isso que você entra em pânico todas as vezes que entra em algum lugar onde a água passa da sua cintura. Não seja hipócrita, Ginevra. Se você não entende o que eu senti, não queira bancar a evoluída.

    — Viu só o que eu disse? — Gina murmurou com Blásio, apontando para mim. — Ele fica na defensiva todas as vezes que falamos nela.

    — Mas ele tem alguma razão. — Blás murmurou. — Vimos a Hermione subindo no elevador daquele hotel, e em seguida Theo entrou também. Se fosse a minha namorada, eu a odiaria. Ainda mais depois das mensagens e dela me acusar de espalhar uma foto íntima… Não estou dizendo que ele é sensato, Deus me livre acusá-lo disso, mas ele tem alguma razão…

    — Mas ela também está sofrendo! — Gina ergueu as mãos, exasperada. — Quer saber? Eu, como mulher, senti a dor dela! A garota teve uma foto íntima vazada, vocês não podem entender como isso atinge uma garota. Ela se sentiu violada. Acho que até hoje ela se sente péssima com isso. Sabe como isso afeta a autoestima de uma menina? Não! Porque vocês são homens!

    — Eu não espalhei aquela porra! Eu nem sabia daquilo até meses depois, quando vocês me visitaram na França!

    — Eu sei, Draco. — Ela me olhou com mais calma. — Nós sabemos que você não faria isso. Ela não sabe.

    — Deveria ir falar com ela. — Blásio murmurou. — Não tocar nesse assunto, mas… Sei lá, talvez se ela entender que você sente muito pela invasão da privacidade dela, pode melhorar um pouco.

    Engoli em seco, duvidoso. Ela poderia se irritar ainda mais. Poderia bater a porta no meu nariz e acender mais alguns incensos de canela. Poderia gritar que eu era um tarado novamente, e me fazer ser preso por invasão… E ainda assim, eu queria ir. Não porque era um homem honrado e nobre, mas porque meu coração idiota gritava para que eu me certificasse de que ela estava mesmo melhor. No entanto, meu cérebro berrava que aquilo era uma péssima ideia. Só alimentaria o vício estúpido, e aí… O quê? Eu a esqueceria como em um passe de mágica? Eu não era burro. Sabia que isso era uma péssima ideia.

    Lilah ganiu e cutucou meu peito com o focinho, me olhando daquela forma como se dissesse “não seja cabeça dura, seu idiota, vá lá!”. Eu ainda tinha que conversar seriamente com Lilah sobre gentileza para com seu pai. Gina e Blásio tinham aquele olhar de expectativa, os olhos quase brilhando como em desenhos animados. Bufei, me erguendo da cama.

    — Só vou checar se ela precisa de algo. — Murmurei, engolindo em seco novamente. — E nem pensem em ouvir a conversa através da parede. Lilah vai me contar se isso acontecer.

    — Ah, ele está mesmo ficando sensato. — Gina suspirou, sorrindo como uma mãe orgulhosa. — Olhe só, Blásio, nosso idiotinha está crescendo. É tão emocionante.

    — Quase desconfio de que ele foi clonado. — Blás me encarou como se esperasse ver algum impostor. — Vai lá, cara. Estamos aqui torcendo. Se quiser, balançamos pompons e tudo…

    — Vão se foder. — Mostrei o dedo do meio e saí do quarto, ouvindo as risadinhas dos dois lá dentro. Sorri de lado, satisfeito em finalmente estar com meus amigos imbecis. Até olhar para a porta ao lado, e então meu sorriso morreu. Porra, parecia que meu estômago estava dando uma festa, girando de um lado para o outro como uma maldita bola de discoteca. Caminhei até a porta seguinte e parei na frente dela, erguendo o punho. Eu deveria bater e apenas perguntar se ela precisava de algo. Talvez oferecer comida… Ela gostava de comer, quando namorávamos. Talvez se eu oferecesse uma daquelas batatas fritas cheias de molho que ela adorava… Grunhido comigo mesmo, bati meu punho na porta e esperei. Minhas mãos suavam, talvez pela novidade em ser gentil, ou então com a expectativa de vê-la. Mas era só uma conversa. Um diálogo amigável e tranquilo que selaria nosso acordo de paz mútuo. Era isso. Apenas…

    A porta abriu e lá estava ela. Havia chorado, isso era óbvio pelos seus olhos inchados e vermelhos. E eu perdi a porra do fôlego. Pisquei, minha boca aberta para pronunciar as palavras, mas elas fugiam de mim. O que eu diria? O que tinha que dizer?

    — Algum problema? — Ela perguntou, arqueando a sobrancelha. Seu corpo deixava claro que ela não me queria ali, que estava pronta para me expulsar com gritos e pauladas. Mas eu continuava paralisado, olhando para ela e pensando: “Por que ela tinha que ser tão linda?”.  E o pior era que ela nem se esforçava! Cabelo preso em um coque, camiseta branca e calças de moletom, nada de maquiagem, nada de jóias, era só ela. E ainda assim eu estava deslumbrado como um completo idiota. — O quê, porra? Veio só olhar para mim?

    — Sim. Quero dizer, não! — Balancei a cabeça, tentando sair do meu estado de estupidez. Pigarreei, ainda nervoso. — Queria saber se quer uma batata frita.

    — Como é? — Hermione me olhava com tanta incredulidade que eu riria, se não estivesse tão ansioso para sair correndo.

    — Hã… Só perguntando se está com fome. — Tentei consertar. — Eu e Blás estamos querendo comer, então vamos comprar algo e… Você quer alguma coisa?

    — Isso é algum joguinho novo com seu brinquedinho? — Ela perguntou, soando mais rude do que antes. — Se for, enfie a sua comida inteira no…

    — É só uma pergunta. — Respondi, sério. — Se não quer, é só responder com um ‘não’.

    — Não. Eu não quero a sua comida. — Ela disse. — Era só isso?

    — Tchau, Hermione. — Bufei, mal dando um passo no corredor antes da porta bater tão forte que o chão vibrou sob meus pés. — Louca do caralho. — Grunhi, abrindo a porta do meu quarto com um empurrão e apontando para os meus dois melhores amigos, que tinham as orelhas coladas na parede como os dois idiotas que eram. — Nunca mais me mandem fazer algo sensato. E, antes que eu esqueça, vão se foder.

    Eles piscaram, os dois apreensivos. Até que Blásio arriscou um sorrisinho.

    — Comida?


Notas Finais


Leiam a fanfic nova da Smel!

https://www.spiritfanfiction.com/historia/liberdade-condicional--dramione-16481793

Até a próxima segunda!
😘❤️😘❤️


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