1. Spirit Fanfics >
  2. Bewitched - Jeon Jungkook >
  3. Capítulo 22

História Bewitched - Jeon Jungkook - Capítulo 22


Escrita por: Euphomya

Capítulo 23 - Capítulo 22


24 de setembro.

Prostrada em sua sala, os olhos ardendo por voltar a chorar depois de dormir sem perceber, Rowgson implorava para que Jungkook voltasse logo. Mas o que teve em seguida foi apenas sons abafados que vinham de outros quartos, uma música triste baixinha, e risadas de longe.

Estava sozinha, mas não se sentia assim. Era uma sensação estranha que não dava para explicar.

Passaram-se duas semanas. Duas semanas que mais pareciam anos. Kookie não apareceu mais, o que era motivo para milhões de suposições para a mente conturbada da mulher.

O que será que havia acontecido? Será que ele voltou a si e desistiu de ajudá-la?

Rowgson não o julgaria, afinal o que ela fez não chega nem perto do que ele pretende fazer. Ou será que chega?

Rowgson suspirou pesadamente e se levantou, pensando seriamente em ligar para o Mike porque ele a fazia — mesmo que brevemente — esquecer e a não pensar que foi capaz de abandonar o corpo de Kookie após ter a certeza de que ele estava morto.

Quando deu por si, já estava outra vez  se amaldiçoando enquanto a visualizava arrastando o corpo sem vida dele para dentro daquela caverna.

"Mas por que fiz isso?!" não havia respostas, se odiava por isso. Se odiava. E estava seriamente pensando em ligar para a polícia. Sabia das consequências, mas era o que mais pensava em fazer.

Porém, antes antes de cumprir sua pena queria encontrar Jungkook.
Mas sentia medo. E se encontrasse o corpo dele já em estado de... Não quis nem continuar.

Rowgson queria ao menos falar uma última vez com seu espírito. Mas Kookie não apareceu mais e isso estava a matando de dúvidas e mais dúvidas. Já bastava o Mike, que vinha agindo estranho ultimamente.

Ele desviava de assunto quando ela perguntava sobre a editora, dizia estar muito ocupado quando ela queria ir com ele até lá, e sempre inventava alguma desculpa quando ela perguntava o porquê dele não atender suas ligações.
Anteontem, ele lhe trouxe alguns documentos para assinar. Quando perguntado sobre a finalidade deles, Mike desviou o olhar dizendo que era só para confirmar a compra de alguns materiais que faltavam na editora. Desde então, não falou mais com ela.

Para Rowgson isso era o de menos, pois confiava nele. Pensava que o motivo desse seu comportamento fosse o cansaço, pois havia notado na última vez que se viram manchas escuras ao redor de seus olhos.

Rowgson não tinha ideia do que fazer, mas sabia que ficar naquele apartamento não ajudaria em nada. Então, decidida a cumprir a promessa que fez ao Kookie, iria comprar flores.

Iria até a floricultura da garota de cabelos ruivos.

Halley olhou para o relógio na parede.

"Prometa que não vai desistir depois de ler aquela página"

Rowgson fechou os olhos e respirou fundo, dizendo a si mesma:

— Não vou.

[...]

Diante dos olhares alheios, Rowgson continuou andando, olhando sempre para trás como se estivesse fugindo de alguém. A sensação de estar sendo observada brincava com sua mente. Qualquer olhar direcionado a si era motivo de desconfiança. Qualquer um daqueles cidadãos poderiam estar disfarçados acompanhando seus passos, suas ações.

Rowgson estava totalmente em alerta.

E nem percebeu o momento em que esbarrou em alguém por acidente.

Era um senhor. Um senhor de cabelos grisalhos, barba grande, físico gordo e baixo.

— Olhe por onde anda! — cuspiu ele as palavras bem mal humorado, inclinando-se para pegar seu molho de chaves que havia caído na hora do esbarrão.

— Me desculpe, eu-

— Tá. tá. Sai! — ele a empurrou para o lado tirando-a de seu caminho. — É sempre a mesma coisa...

Rowgson ia retrucar, mas daí o velho se virou e ficou olhando para ela meio desconfiado, meio debochado.

— Espera aí, eu te conheço... — falou ele, se aproximando mais para confirmar se estava certo. — Ah, "Halley Rowgson". Tsc, que azar o meu.

Halley recuou a cabeça, confusa.

— O quê...?

— Nada. — ele cospe no chão — Deixa eu 'me ir antes que a dona desista e me xingue de novo como da última vez. Fui.

Mas Rowgson não esqueceu. Estava pensando exatamente sobre isso quando avistou ao longe a loja infelizmente fechada.

— Só pode ser brincadeira...

Foi uma grande perda de tempo ter ido até o local, preferia ter ficado mofando naquela cama enorme.

Halley sentiu alguém cutucar seu braço e olhou para trás, deparando-se com uma senhora de cabelos brancos..

— Ei, tu é a Halley Rowgson, autora daquele livro... Se, como é mesmo o nome...?

Halley a respondeu mesmo sem ter completado a pergunta, mesmo sem olhá-la, ainda soltando uns palavrões mentalmente pela loja estar fechada.

— Tá mudada — ouviu a senhora baixinha dizer, num tom impressionado. — Bem, não quero tomar muito do seu tempo, então assina esse livro pro meu netinho, uh?

A inquietação de Halley a fez escrever seu nome apenas com um único L.

— Pronto. — Rowgson devolveu a caneta e o caderno e franziu o cenho, sentindo-se ser observada.

— Obrigada, filha. Só falta as flores. Mas só de pensar que vou ter que dar uma baita de uma caminhada pra encontrar uma outra floricultura...

Rowgson retesou.

— E aquela? — apontou.

— Tiveram que fechar. A venda não tava indo muito boa não.

— Então fecharam mesmo — lamentou chamando a atenção da senhora que assentiu com a cabeça, concordando. — Cheguei tarde demais.

— O dono não tolera atrasos. Foi um milagre eles terem durado aí.

— Sabe onde eles moram?

— Filha, eu não sei te dizer, mas aquele velho ali deve saber. Ele que é o dono da barraca. — ela apontou em direção ao mesmo senhor que Halley esteve a pouco. Ele estava perto de um carrinho de salgados, conversando com a mulher que atendia um freguês.

— Eu vou falar com ele. — disse ela com um suspiro. Já sabia que o cara não é flor que se cheire, mas teria que lhe fazer algumas perguntas.

— Sim, sim, vá. Mas tome cuidado.

— Obrigada!

Halley se despediu e sai andando rápido, só desacelerando quando ficou bem próxima do carrinho de salgados, ouvindo por acidente a conversa dos demais ali presentes.

— De novo, tsc! — o sarcasmo foi nítido nas palavras do senhor, o revirar de olhos só confirmou que a presença dela não lhe agradava.

— Minha Nossa! Halley Rowgson em pessoa? E aqui, no meu carrinho? — disse a mulher de lenço de cabeça rosa que vendia os salgados. — Deseja alguma coisa? Um salgado? Um suco? Não precisa pagar.

— Não, não. Eu agradeço — olhou para o senhor que já preparava-se para ir embora. — Hey! Preciso falar com você.

Ele parou, rindo nasalado. Olhou-a por cima do ombro e se virou, cruzando os braços com pêlos grisalhos.

— Mas eu não.

Rowgson suspirou pesadamente.

— O senhor é o dono daquela floricultura?

— Aquele lugar tá falido. Não existe mais floricultura. Tá louca?

— Eu preciso saber onde aquela garota e o pai dela moram.

— E por que acha que sei?

— Eu tenho certeza de que sabe. Falei com ela dias atrás.

— Hum... — o velho ficou ponderando, puxando a barba grande daquele queixo miúdo olhando para ela com um dos olhos semicerrados.
— E por que quer saber onde os pobretões moram?

— Eu... Eu comprei umas flores fiado semana passada e quero pagar.

O velho pareceu desconfiado. Ficou a olhando com as sobrancelhas franzidas, mas logo sua boca tremeu e ele deixou que sua risada escandalosa ecoasse pelo local fazendo alguns transeuntes os lançarem olhares julgadores.

— Fiado? — perguntou ele, ainda rindo. Halley estava envergonhada. As pessoas ficavam olhando. — Quer que eu acredite nisso? Tu é podre de rica!

Halley cerrou os punhos.

— É algo importante.

— E envolve grana?

— Eu te pago se me levar até lá.

O velho finalmente se mostrou interessado.

— Muito bem.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...