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História Major - Capítulo Único


Escrita por: MrsFox_

Notas do Autor


Olá!

One dedicada à uma pessoa maravilhosa, que está completando aniversário hoje ( hoje porque ainda não dormir, então não é amanhã), a adoradora master de coxinha, a guru do Zodiaco, às vezes manipuladora, a de humanas que aplaude o sol, minha mama... PAN ALBAN!

( Insira som de aplausos aqui)

É minha primeira vez escrevendo ShikaTema, então espero que você goste! Ela é todinha sua!

Qualquer semelhança com Top Gun não é conhecidência porque foi essa a minha inspiração.

Mirys, obrigada por ter betado, love tu.

Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


- Naruto, cadê o Sasuke?


- Foi pra ala médica, disse que tava com umas dores no ombro. - Naruto respondeu, vestindo uma camiseta branca - Mas tenho certeza que é só pra arrastar uma asinha pra Dr. Haruno.


- Aquele otário, não vai desistir enquanto não conseguir alguma coisa. - falou Kiba abrindo seu armário depois de sair do banho, com uma toalha enrolada na cintura. - Ir atrás logo dela.


- O que vocês tão falando? - Sasuke entrou no vestiário, o macacão verde de piloto de caça aberto mostrando a regata branca que usava por baixo.


- De como você tá parecendo um cachorrinho atrás da Sakura, logo ela cara, você é louco.


- Não enche o saco, Naruto.


- Nesse caso acho que ele está certo, te escolhi como meu braço direito pela sua inteligência, Sasuke. Mas vendo você correr atrás de uma mulher problemática assim, acho que errei.


- Shikamaru, não fode.


- Só tô avisando, cara, mulher normal já é problema e uma explosiva como aquela é pedir pra ter dor de cabeça. -Sasuke fez uma careta, arrancando as roupas pra entrar embaixo do chuveiro.


- Também não exagera, Shikamaru. Concordo que aquela mulher é um perigo, mas nem todas são assim. Minha Hina é uma excelente exemplo, desse jeito o cara não casa.


- Depois que você casou tá querendo que todo mundo coloque uma coleira no pescoço, Naruto. - Kiba disse secando os cabelos.


- Hinata é uma raridade, Naruto. Se você for perguntar pra qualquer cara que esteja num relacionamento mais de seis meses eles vão dizer que mulher é dor de cabeça. - Shikamaru colocou um óculos escuros se preparando para sair. - Em todo caso, é um problema que acho melhor evitar. Vou indo.


Acenou calmo saindo do vestiário, nos corredores muitos o cumprimentava, afinal ele era o comandante do esquadrão de pilotos de caça do estado da Califórnia, formado com as notas mais altas de sua turma, e querido pelos superiores. Ainda sim era um cara tranquilo, as vezes até parecia preguiçoso, de conversa fácil, não demonstrava arrogância e tão pouco prepotência. Os amigos o acha parado demais, não costumava ser o que mais bebia, mais causava problemas, ou mais escândaloso, porém o respeitavam como líder. A inteligência e o raciocínio rápido de Shikamaru tinha os livrado de muitas enrascadas em missões, nessas horas, ele era a face de um homem frio e analítico que levava muito à sério o seu trabalho.


Antes que saísse do regimento, uma jovem vestida nas roupas da Aeronáutica América apareceu em sua frente, imediatamente ela colocou a mão na testa, prestando continência, enquanto o moreno em sua frente repetia seu movimento.


-Capitão Nara, o Tenente-Coronel gostaria de vê-lo.


- Entendido.


Voltou para o prédio, subindo até o terceiro andar, onde se encontrava a sala do Tenente-Coronel Asuma Sarutobi, deu duas batidas leves na porta até sua entrada ser permitida. A sala tinha paredes verde-musgo, abarrotada de estantes de madeira escura preenchida por livros e arquivos. Algumas fotos do Sarutobi em festividades da Aeronáutica, outras da mulher e filha em vários pontos, atrás da mesa cheia de papéis, o velho homem que começava a ter alguns fios grisalhos sentado na cadeira, próximo a janela, expelindo a fumaça do seu cigarro pela boca.


- Senhor. - Shikamaru cumprimentou, colocando-se em posição de sentido.


- Descansar. Capitão, você está ciente dos novos caças que estarão chegando na terça que vem. Como esses modelos ainda estão sendo testados, você e seu esquadrão receberam aulas sobre o novo equipamento do chefe da equipe de desenvolveu os caças. Major Sabaku iniciará seu trabalho aqui na segunda, e caso tudo ocorra bem, esta base se tornará a oficial para as pesquisas, então garanta que não teremos nenhum problema. Estamos entendidos?


- Sim, senhor, não ocorrerá nenhum problema.


- Ótimo. Dispensado.


{∆}


Shikamaru desceu da caminhonete estacionada em frente ao bar, seu sapato fazia um barulho no cascalho, mas não dava para ouvir nada com o barulho de música que vinha do lugar. Quando entrou, viu como sempre o bar apinhado de gente, as luzes roxas e verdes davam um aspecto relaxante ao lugar, mulheres passavam para todos lados com seus vestidos apertados de uma cor só, os cabelos soltos e maquiagem em cores fortes, os anos oitenta tinham claramente um estilo muito próprio de acontecer.


Viu seus amigos no balcão, todos seguravam uma garrafa de cerveja na mão, rindo de alguma besteira que qualquer um tinha falado. Se aproximou recebendo tapinhas nas costas, e logo já estava segurando uma garrafa de vidro, tomando longos goles de uma cerveja gelada. Passava os olhos preguiçosos pelo lugar até que viu algo, dando uma cotovelada em Naruto para acompanhar a cara embasbacada de Sasuke quando este viu a Dr. Haruno entrar no bar.


- Vou pegar um babador para você, Sasuke.


- Vai se fuder, Kiba.


- Doutora Sakura, que surpresa te ver por aqui. - Naruto gritou enquanto a mulher atravessava a multidão, chamando a atenção para o grupo.


- Eu poderia dizer o mesmo Naruto. - ela se aproximou olhando para o grupo, até cair em Sasuke que terminava mais uma garrafa de cerveja sem tirar os olhos faminto do seu corpo. - Acho que sabe que não pode tomar álcool e os remédios que te receitei.


- Posso até não ser médico, mas sei disso, Haruno.


- E ainda sim prefere beber do que tratar esse ombro.


- Talvez eu só esteja arrumando um motivo para ir te ver na segunda. - Sasuke soltou um sorriso provocativo, fazendo todos seus amigos gritarem pela resposta, Sakura deu um passo mais à frente, colocando as mãos na cintura.


- Quero ver se esse sorrisinho vai continuar na cara quando receber uma injeção na bunda. - todos homens perto gritaram pela resposta.


- Se for você aplicando, tomo com todo prazer.


- Veremos Uchiha.


Sakura virou de costa, se afastando em direção às mesas, Sasuke era ovacionado, mas não dava muita atenção, acompanhando a mulher com um olhar.


- Você sabe que ela tá tramando alguma coisa? - Shikamaru falou, pegando outra bebida, vendo o amigo acenando positivamente - E que Sakura é a mulher mais cabeça dura e explosiva do regimento?


- Sim.


- E ainda é suicida em provocar?


- Eu gosto, ela fica muito gostosa quando tá irritada.


- Você tá ficando louco cara, sai dessa, Sasuke, você não quer só uma transa com ela, nem tá tentando isso. Sakura é bonita e inteligente, mas tem um gênio do cão. É só um Tenente e vive dando ordem em todo mundo, vai realmente se amarrar com uma mulher tão mandona assim? Você tá procurando dor de cabeça.


- Não seja idiota, Shikamaru, Sakura pode ser mandona, e isso mostra confiança, não quero nenhuma pirralha pra ficar amaciando o ego. - ele acenou para o garçom, que trouxe duas outras garrafas de cerveja - Essa braveza eu controlo na cama. - e saiu andando na direção da mesa onde Sakura estava sozinha.


De longe ele observou as investidas de Sasuke e as esquivas de Sakura, que logo cedia, para fugir de novo, mais parecia um jogo de atração cansativo e desnecessário. Suspirou prestando atenção na conversa dos amigos ao seu redor, até que mais um vez seus olhos voaram para porta. Uma mulher cabelo loiro entrava, ela usava uma roupa simples, regata branca e jeans  azul, não tinha muita maquiagem no rosto, mas olhos verde escuros, misteriosos, olhavam para todos lados, até que ela rumou para mesa de Sakura. Andar firme, rebolando, sensual. Logo a rosada deu um pulo quando viu a aproximação da mulher, dando um pulo para longe de Sasuke, ficando em pé para recebê-la com um abraço, e a loira sorria, cativante. Sakura os apresentou, e Sasuke logo saiu voltando para o seu lado com uma mão no bolso da calça.


- Quem é a loirinha estragou seus planos?


- É prima de Sakura. Chegou na cidade hoje.


- Prima? Deve ser outra problemática.


{∆}


- Shikamaru, já são quinze minutos de atraso.


- Eu sei, Naruto.


- Será que o Major vem mesmo?


- Claro que sim


Estavam numa das salas no prédio, sentados como alunos, na frente deles havia uma apostila posta em cada banca, com detalhes sobre os caças que iriam testar, como design, velocidade, consumo de combustível, peso próprio, carga máxima, e outras coisas que seriam essenciais para entender o funcionamento do novo protótipo. A porta da sala se abriu e os dez homens ali presentes se levantaram, mantendo a pose de sentido conforme o Tenente-Coronel atravessa o corredor, se pondo na frente dos homens.


- Desculpem o atraso, Major, pode entrar.


Os olhos de Shikamaru não desfocaram o rosto de seu superior, ouviu o barulho da borracha da sola do sapato pelo chão, até estivesse na frente de todos na sala. Seus olhos se arregalavam ao ver a mesma loira do bar a sua frente, com o uniforme feminino, o cabelo preso e o título de Major Sabaku costurado no peito.


- Esta é a Major Temari Sabaku, ela foi a Engenheira Chefe no projeto do caça B241, o modelo que vocês irão testar. Ela comandará vocês durante essa fase, então espero que tudo ocorra sem qualquer deslize. Estamos entendidos?


- Sim, senhor Tenente-Coronel! - falaram em uníssono.


- Muito bem, Major. - um pequeno toque de testa foi trocado antes do homem sair para a porta.


- Descansar. - foi a primeira coisa que a voz, forte ainda que feminina declarou - Peço que cada um se apresente.


Um por um, um passo era dado a frente e nome junto de posição eram anunciados, mas Shikamaru percebeu que a Major notava o leve tom de deboche que alguns usavam, e como aquilo parecia irritar a mulher, quando chegou sua vez, controlou-se, esperando assim compensar o comportamento do esquadrão.


- Muito bem, como já sabem, fui a chefe que coordenou todo esse projeto, o B241 foi projetado com objetivo de conseguir passar despercebido em radares de médio alcance, mesmo com grande cargas, e ao mesmo tempo serem velozes. Essas apostilas são todo o material necessário até terem total conhecimento sobre o caça. Nessa primeira, nos manteremos somente aqui na sala, dependendo do desenvolvimento da turma poderemos voar mais cedo, entretanto a previsão inicial é de duas semanas até que isso venha acontecer. - alguns gemeram na sala, mas ela resolveu ignorar. - E aqueles que não estiverem aptos mesmo após esses quinze dias não irão voar, então sugiro que se esforcem.


- E quem vai julgar se estamos aptos? Você que nunca voou? - Kiba falou, puxando uma risadinha entre seus colegas.


- Primeiro, pra você é Major Sabaku, Tenente Inuzuka. Segundo, mais um comentário desses e está fora do programa, estamos entendidos?


- Sim. - ele resmungou, completando em seguida ao ver uma sobrancelha se levantar - Major Sabaku.


- Ótimo, vamos começar.


Três horas de explicações básicas sobre os aviões, até que a Major encerrou dispensando todo o esquadrão. Foram diretamente para a acadêmica do regimento por ordem de Shikamaru, como parte do treinamento eles eram obrigados a manter uma boa forma física.


- Vocês acham o que? Que ser pilotos de teste é uma palhaçada? Essas máquinas não estão totalmente prontas, e somos nós que devemos dar as condições para que tudo ocorra bem nos testes, se algo der errado enquanto vocês tiverem lá em cima vai ser o que aprenderam essas semanas vai ser a única coisa que poderão salvar vocês. Estamos entendidos?


- Sim Capitão!


- Tenente Kiba, - Shikamaru se aproximou com os braços cruzados nas costas - nunca mais fale daquela forma com um superior seu, não me importo se é uma mulher ou não, é inadmissível que qualquer membro do meu esquadrão sofra punição por  insubordinação. Entendido?


- Sim, senhor. - respondeu entre dentes.


- Pra ter certeza que você e todos que riram da sua piadinha não se esquecerão, todos passarão uma hora correndo em torno do pavilhão da garagem depois de terminarem aqui. Agora vão treinar.


Todos se espalharam indo em direção aos aparelhos, Shikamaru se manteve na esteira quando viu Sasuke derrubar a barra de peso no chão sem qualquer cuidado, levando a mão até o ombro direito.


- Não é só desculpa pra ver a Dr. Haruno, isso realmente tá machucado, não é? - perguntou se aproximando.


- Sim, ela disse na sexta que era uma pequena inflamação no músculo.


- Não parece ser mais tão pequena. Vá na ala médica, preciso do meu braço direito em condições para os testes.


{∆}


- Vamos, corram!


- Por que uma punição assim por uma brincadeira que eles já foram repreendidos?


Shikamaru estava sentado num banco de plástico com uma garrafa de água na mão, ainda com as roupas suadas que tinha usado para treinar, quando viu Sasuke aproximar mancando.


-O Tenente-Coronel quer que nossa base se torne a oficial para testes, mas isso só acontecerá caso não ocorra nada que desagrade a Major, e ele pediu para que eu cuidasse pessoalmente pra ninguém sair da linha.


- Por que isso?


-Acho que por causa da filha, ela trabalha no desenvolvimento de turbinas, lá em Washington.


-E ele quer que ela volta para debaixo das vistas dele. - Sasuke cruzou os braços, olhando seus companheiros ainda correndo. - No final, Asuma só tá fazendo isso por ser um pai babão.


- Como sempre. - Shikamaru levou a garrafa a boca, tomando mais um gole - Você está mancando.


- Sakura cumpriu a promessa de uma injeção na bunda. - ele torceu o nariz respondendo.


- E você não está feliz com isso.


- Foi Chyio que aplicou. E isso morre aqui.


Shikamaru gargalhou com a revelação e o moreno acabou rindo junto. Em silêncio, continuaram observando a corrida e sorriso no canto do rosto deixava claro que o motivo daquilo era especial para Sasuke. Nunca tinha visto o amigo daquele jeito, passaram nove anos estudando para se tornarem pilotos de caça, dividindo a opinião que relacionamento era uma dor de cabeça que poderia ser muito bem evitada, se envolviam sem nunca assumirem compromisso, Sasuke principalmente, era o pegador do grupo que não passava mais de duas semanas com uma mulher. Agora estava à dois meses insistindo em um único rabo de saia. Era uma mudança louca que Shikamaru ridicularizava.


{∆}


Duas semanas foi o tempo necessário para a Major se tornar a maior dor de cabeça na vida Shikamaru. Primeiro porque praticamente todo seu esquadrão tinha caído aos pés daquela mulher, antes nos vestiários faziam piadinhas sobre como ela era bonita demais para andar suja de graxa, agora falavam o quanto ela era gostosa e sexy, faziam mil agrados durante as aulas, o que não surtiu um efeito positivo, já que foi chamado pelo Tenente-Coronel para controlar os “garotinhos” da sua equipe, pois os “hormônios adolescentes” estavam deixando a Major Sabaku realmente irritada.


Depois veio a dificuldade de uma conversa, Shikamaru havia verificado os cálculos e discordava sobre a velocidade limite que o B241 poderia atingir, acreditava que poderia ser ao menos 200Km/h superior, porém quando foi questionar ouviu que “não deveria se meter, pois não era qualificado para aquilo”. E se tinha alguma coisa que tirava Shikamaru do sério, era ser chamado de burro. Por último, na sexta recebeu um cópia do relatório da Major, com os trechos sobre o comportamento dos homens durante as aulas grifados, e quando questionou o porquê, recebeu uma resposta que o enfureceu como nunca tinha acontecido.


- Estou mostrando como essa coisa de ser amiguinho dos membros do seu esquadrão deu liberdade para serem tolos, você não tem o pulso firme para liderar.


Aquilo o deixou puto.


Era segunda feira, o primeiro dia de testes em vôo, dos cinco exemplares, só dois sairiam daquela vez, e ele e Sasuke foram os primeiros a serem escolhidos pela Major. Quando vestiu o uniforme estava decidido a se fazer ouvido, tinha passado dias engolindo os caprichos da mulher, a arrogância e prepotência em cada resposta, mas apesar de sempre muito calmo, não iria tolerar ser rebaixado tantas vezes sem alguma resposta.


Estava no ar quando decidiu que já era a hora, no rádio era instruído pela Major a fazer alguns movimentos coordenados com Sasuke, trocava informações com o seu beta para ter certeza que tudo estava impecável, até que eles foram  comunicados do fim dos teste daquele dia, ele desligou o comunicado com a base mandando Sasuke voltar, pois queria testar algo. Mudou a trajetória, subindo ainda mais pés de altitude, no radar viu que Sasuke o seguia, desobedecendo sua ordem.


Beta para Alfa, o que está fazendo? A base pede que restabeleça a comunicação imediatamente.


Alfa para Beta, eu tinha dado uma ordem para você retornar.


Beta para Alfa, e deixar você sozinho aqui? Você tá maluco? Me diga o que pretende.


Shikamaru respirou fundo, sabendo que Sasuke não voltaria, ligou o comunicador com a central, deixou o canal de Sasuke aberto para lhe ouvir.


Aqui é o Capitão Nara, esses aviões podem atingir uma velocidade superior a que foi projetada, de duzentos a trezentos quilômetros à mais…


Capitão Nara, aqui é a Major e eu ordeno que você retorne para a base.


Como um simples piloto de caça irei provar pelos meus conhecimentos que ninguém pode contestar, voando.


Ele voltou a desligar o comunicador, recebendo um sinal que Sasuke estava fazendo o mesmo dentro de sua cabine.


Beta para Alfa, fala logo, qual formação?


Alfa para Beta, formação 375.


Levou alguns instantes, e ambos atingiram uma velocidade de 300 km/h  acima do que estava escrito na apostila, com uma capacidade de ir ainda alguns quilômetros além. Assim que pousaram, Shikamaru notou que um espetáculo estaria por vir, a plataforma de pouso estava mais cheia que o de costume, desceu do avião vendo a Major de braços cruzados, emanando uma aura negra de puro ódio.


- Vocês dois vem comigo. Agora!


Ele olhou para Sasuke, e silenciosos foram para um lugar mais afastado, uma praça que ficava de frente ao prédio administrativo.


- Sentido! - ela ordenou, eles tomaram a pose - Não basta sua equipe ser relapsa, o próprio líder do esquadrão desobedece ordens superiores! Alguém deve ser a fonte do mal exemplo, afinal.


- Não desobedeci ordem alguma, o teste…


- Não lhe dei permissão para falar, Capitão!


- Nem eu lhe pedi, como não lhe pedi autorização de pouso. - Sasuke ouviu a resposta preguiçosa e prendeu o ar por notar o ódio vivo que a Major tinha nos olhos - Por que os cálculos estão adulterados?


- Já lhe disse que isso não está dentro das suas capacidades.


- Sou Engenheiro Mecânico, com especialização em desenvolvido de turbinas, tenho total capacidade de dizer isso. - os olhos verdes se arregalaram - Mas a Major não sabe disso por não ter ao menos investigado sobre nossas capacidades, pois saberia disso e que o Capitão Sasuke é um Design Aeronáutico.


- Vocês ficarão aqui, sem descansar, até eu venha ordenar.


A Major se virou, pisando duro para fora do espaço. Alguns minutos de silêncio seguia entre os dois homens, e a mente do Nara trabalhava incansavelmente para entender o que estava acontecendo.


- Você nos meteu numa roubada. - Sasuke falou do seu lado.


- Por isso falei para que você voltasse.


- Sou seu Beta. É meu dever está sempre lhe dando apoio. - ele suspirou - As turbinas são muito expostas, por isso você subiu tantos pés.


- Então você também notou que tinha algo de errado.


- Não até você começar a subir, foi quando o projeto me veio à cabeça, as turbinas são muito expostas, e as asas poderiam serem um pouco maiores para dar mais estabilidade, isso não aumentaria a capacidade de detecção dos radares.


- Sasuke, quanto custa o metal usado nesses caças? - perguntou com algo lhe surgindo na mente.


- Caro, muito caro, é uma liga metálica muito forte e leve. Acha que isso foi feito para baratear o custo?


- Tenho certeza, seria mais fácil o projeto se aprovado para fabricação desta forma.


- Mas ela devia ver os riscos que isso trazia, com o projeto já aprovado ela poderia pedir recursos extras na fase da fabricação para…


- Ela não está se importando com a nossa segurança, Sasuke. É cabeça dura demais para dar o braço a torcer e dizer que o seu trabalho não é perfeito.


Já fazia cinco horas que estavam ali e o sol se pondo no horizonte, sem moverem um único músculo, muitos passavam alí olhando os dois grandes pilotos numa posição tão humilhante, depois de mais duas horas uma chuva começou a cair, deixando suas roupas molhadas e geladas pelo vento frio. Até que o Tenente-Coronel apareceu, segurava um guarda-chuva preto, com um olhar mortal para os dois homens.


- Sasuke, descansar. - ele abaixou o braço, cruzando nas costas - Você está dispensado até a próxima semana.


Ele abriu a boca para falar, mas fechou em seguida, vendo que os olhos do Tenente-Coronel não desviavam de Shikamaru.


- Sim, senhor. - um leve toque na cabeça, e ele já estava se afastando.


- Quero uma explicação para o que aconteceu, uma que me convença de que não devo tomar medidas drásticas.


- O projeto tem falhas, senhor, os cálculos sobre a velocidade estão adulterados.


- Shikamaru, isso é uma acusação séria.


- Ela não cometeu nenhuma ilegalidade, a velocidade que nos foi passada é um limite de segurança, as turbinas são expostas, e as asas poderiam serem maiores, isso daria a estabilidade necessária e a segurança de voarmos até em uma velocidade superior à de hoje.


- O caça já é bastante rápido, é funcional, não estamos apostando uma corrida aérea Shikamaru!


- Mas quando estivermos em missão a velocidade é o que determina nossa capacidade de ataque, fuga, e quantos sairão vivos. O senhor sabe muito disso, Asa de Águia. - Shikamaru sabia que era apelativo falar do passado de piloto do seu superior, mas pouco se importou.


- Tudo bem, mas por que ela faria isso?


- Baratear o custo de produção. Sabe que tinha um limite de gastos para aceitar um novo projeto, ela se adequou a ele para que o B241 fosse aceito.


- Mandarei o projeto para Kakashi analisar com suas observações. Por enquanto você ficará uma semana fora, dispensado.


{∆}


- Vai logo Sasuke, escuta o que tô te falando!


- Não estamos mais na faculdade pra fazer isso, Naruto!


- Não significa que não funciona!


Era sexta, estavam no bar depois de terem saído do regimento, passou a semana ouvindo as fofocas sobre a confusão que tinha causado na semana passada, e aparentemente a Major estava ainda mais intragável que antes, e para piorar, não conseguia parar de trocar farpas a cada vez que se encontravam. Agora ela estava de novo no bar, ao lado da sua prima, bebiam numa mesa no canto, e Sasuke estava sendo convencido por Naruto que cantar uma música faria Sakura dar a chance que ele tanto esperava.


- Foda-se, vai pegar o microfone. - ele deu um gole longo na cerveja, e todos os amigos gritavam ao redor batendo em seu peito.


- Você realmente vai fazer isso? - perguntou Shikamaru.


- Sim, sei que você acha que estou louco, mas se for por aquela mulher eu não me importo.


Naruto lhe entregou o microfone e ele saiu em direção à mesa, cantando alguma coisa romântica que o loiro tinha escolhido, ficou de longe observando a movimentação, os presentes do bar faziam coro, batiam palmas e ele se debruçava sobre a mesa. Ao fim da música Sakura o puxou pela gola da camisa dando um beijo, o bar explodiu em gritos que só aumentaram quando a mulher pegou a bolsa, agarrou a mão de Sasuke e saiu o rebocando para fora do bar.


- Porra, nunca vi o Sasuke sorrir por conseguir uma foda! - gargalhou Kiba.


- Ele não tava sorrindo por uma foda, mas porque conseguiu a mulher.


- Naruto tem razão, Sasuke está apaixonado por ela. Acho que em breve teremos mais um na coleira.


- Se você tá falando Shikamaru, vou começar a procurar um sapato de festa amanhã mesmo.


Mas ele não respondeu, seus olhos estavam na loira que conversava com um cara que tinha tomado o lugar de Sakura. Ele se inclinava sobre a sua direção, tentava dizer coisas em seu ouvido, porém pouca recíproca existia, seu rosto estava sério como sempre, uma postura impecável, dando a sua pose de inalcançável mais com sensualidade. Até que os olhos verdes se tornaram duas fendas de gelo, a boca do homem grudada em seu ouvido, e a mão que não segurava a cerveja indo em direção ao  rosto da Major, que num rápido movimento torceu o braço apoiando sobre a mesa, assustando quem estava mais perto. Num rompante ela se levantou, indo para fora do bar, segundos depois o homem se ergueu segurando o punho, uma expressão assassina e bêbada no rosto, tomando o mesmo caminho que a loira. Sem pensar, desceu da sua baqueta indo o mais rápido possível para fora, encontrou a Sabaku em pé, olhando para os lados na rua.


- Se está procurando um táxi aqui, passam poucos a essa hora. - falou se colocando do seu lado.


- Não tenho problemas em esperar. - ela respondeu sem lhe olhar.


- Pode ser que sim, mas seu amigo alí acabou de sair do bar nada calmo. - ela não olhou para trás, confirmando o que ele tinha dito - Diga aonde mora que eu te levo.


- Qual o problema, Capitão? Tem medo de um bêbado qualquer? - ela sorriu presunçosa.


- Não por mim, mas pelo estado que você pode deixá-lo.


Ela riu, uma risada generosa e melodiosa, combinando com a personalidade misteriosa que ela possuía. O que surpreendeu Shikamaru, pois em nenhum momento achou que um dia escutaria aquele som.


- Tudo bem, me convenceu.


Conduziu ela até a picape, destravou as portas e ela tratou de entrar, deu a partida e ela lhe disse o endereço. Foi dirigindo em silêncio, despreocupado em puxar qualquer conversa pra que deixasse a viagem confortável, porém para sua surpresa, foi ela que puxou assunto.


- Graças à você o projeto do B241 foi mandando para ser revisado pelo Major Hatake, - ele olhou de esguelha vendo-a encarando a janela - aparentemente depois de uma conversa que você teve com o Tenente-Coronel.


- Ele perguntou as minhas razões para o que eu tinha feito e eu lhe expliquei.


- Sabe que isso pode acabar com o meu projeto? Tudo pela mania que vocês têm em serem rápidos.


- Não seja exagerada, Major, não é mania de velocidade, na hora de uma missão isso é o que nos salva de morrer.

- B241 já era rápido o suficiente.


-E poderia ser mais, se você quisesse. Acha que eu não sei que o Naruto teve que se ejetar na semana passada, por causa de um problema na turbina, justamente por estar tão exposta? Domingo Hinata poderia estar comemorando um ano de casamento viúva.


- Se você e sua equipe soubesse seguir minhas ordens, estariam seguros, todos os limites que coloquei garantiam isso.


- Entenda que seus limites não funcionam quando estamos quase morrendo e você tem consciência disso, não é mesmo Major? Já que foi uma caça durante um ano. - Shikamaru falou, estacionando o carro na frente da casa, e virando-se para Temari - Mas seu orgulho em fazer o melhor projeto com o custo mais baixo te cegou.


- Eu dediquei cinco anos da minha vida nisso para em um mês estar correndo o sério risco de ser cancelado.


- Seu projeto não será cancelado.


- Como você pode ter tanta certeza? - ela finalmente se virou, ficando cara a cara, os olhos mais profundos do que nunca.


- Porque foi feito por você e é genial.


Um silêncio estranho caiu na cabine, os olhos presos num debate em que um tentava desvendar o outro, duas mentes fortes em personalidades distintas, envolvidas num momento estranhamente particular, onde pela primeira vez viam as personalidades escondidas atrás do títulos e das fardas.


- É melhor eu ir. - e ela saiu batendo a porta.


{∆}


- A Major irá amanhã para Washington, pedir mais recursos para melhorar os caças. - o Tenente-Coronel falou. - Ela chegou segunda pela manhã solicitando para entrar em contato com a sede e pediu desculpas pelos risco que colocou nossos pilotos.


- Ela irá voltar?


- Provavelmente, estamos com expectativas positivas que nossa base será oficializada como base de teste. Mais alguma dúvida?


- Não, senhor.


- Está dispensado.


{∆}


- O que você está fazendo aqui? - a loira falou na varanda, segurando a alça de sua mala para logo descer as escadas com um olhar sustentando o seu.


Era a manhã de quinta feira, depois de passar uma noite em claro ele decidiu que iria vê-la antes que partisse. Queria olhar naqueles verdes para entender o que estava acontecendo, provar para seus olhos que ela não era tão orgulhosa quanto pensava, que a imagem da verdadeira Major era aquela que tinha visto dentro da cabine do seu carro, não só a mulher impiedosa, misteriosa e sensual, também a persistente, forte e segura de suas convicções.


- Sarutobi me contou que irá pedir um financiamento maior para melhorar os caças.


- Eu errei, me foquei tanto em fazer o caça perfeito que esqueci de pensar para quê eles são feitos, que são pessoas pilotando, e acabei colocando seus amigos em risco, me desculpe.


- Eu também errei, você não é orgulhosa, apenas muito decidida.


- Em outras palavras, sou cabeça dura. - ele deu de ombros com as mãos dentro do bolso do jeans, concordando - E você nem é tão preguiçoso assim.


- Vou tomar isso como um elogio.


Um táxi estacionou atrás da caminhonete, dando uma pequena buzinada.


- Eu tenho que ir, se não perderei o voo. Até daqui uns dias, Capitão. - falou se virando para ir até o veículo.


- Até, Major.


Ele assistiu ela jogando a mala no banco de trás do táxi, e depois hesitando entrar, ela lhe encarava, parecendo ponderar sobre algo. Resolveu se aproximar, ficando de frente à ela que segurava a porta com força, até um suspiro sair de sua boca.


- Quando eu voltar sairemos num encontro. - falou de uma vez, pegando Shikamaru desprevenido.


- Em geral, as pessoas pedem para saírem com a outra, não ordenam.


- Não tenho pra que pedir se sei que a resposta é sim. - o sorriso presunçoso surgiu mais uma vez, mas agora como algo que ele acha extremamente atrativo.


- Como pode ter tanta certeza?


Como resposta ele recebeu um beijo, forte, quente, decidido, assim como ela era. Suas mãos voaram para o quadril dela, enquanto seus braços eram cravados pelas unhas de sua superior. Ela ditava o ritmo das línguas, ele obedecia inebriado com o magnetismo que ela causava.


- Até mais, Shikamaru. - ela sussurrou com os lábios ainda próximos do seu.


- Estarei te esperando, Temari.


Notas Finais


Como podemos perceber eu não resisti em colocar pelo menos um pouco de SasuSaku, é mais forte do que eu...


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