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História Make a Wish - Make a Wish


Escrita por: momoeirin

Notas do Autor


Então, desculpem-me pelo atraso. Fiquei sem acesso a internet nesses últimos dias, mil perdões ; u ;
Sem mais delongas, aproveitem o capítulo (que veio recheado de "explicações")

OST;
Serendipity - Piano Cover

Capítulo 33 - Make a Wish


A farmácia cheirava a álcool e desinfetante, e com a intuição aguçada imaginava que a esposa do farmacêutico da esquina deveria passar o pano úmido a cada dez minutos. Sooyun se via perdida, indo de prateleira em prateleira. Com o enjoo forte, o mesmo enjoo que ia e vinha durante dias. Mordendo os lábios, cerrando os olhos.

Era isso?

Fazia agora oito meses, desde que começara a namorar Jimin, e desde então sua vida havia mudado completamente, ainda que de forma discreta. Já sentia que as pessoas a olhavam estranho, e poderia ser por dois motivos, imaginava.

Pelos mesmos que perseguiam Sunhee pelas ruas, ou, como dizia sua mãe, uma mulher somente se torna mulher quando o ar ao seu redor tornasse mais alegre... Sabia o que significava, quase que magicamente, naquele instante em que seus pés pararam quando os olhos encontraram o que procurava.

Mas sentia-se envergonhada, quando colocou a embalagem sobre o caixa, mas o farmacêutico sequer dava importância. Não era a primeira nem a última jovem a fazer aquela mesma compra.

Ao lado do caixa ficava despretensiosamente os jornais com as últimas notícias, na primeira página, com imagens que enrolariam qualquer barriga, estourava mais uma revolta.

– Todos estão com medo, – o homem do outro lado do caixa falou, coçando o queixo, – parece que todo mundo já espera por uma revolta maior.

Uma guerra civil.

– Eles tem armas? – perguntava, engolindo em seco com um arrepio, – os terroristas?

Era assim que chamavam, os grupos mais radicais que não aceitavam as novas leis do governo. Diziam que lutavam contra a separação dos humanos dos inumanos, mas com o tempo perdiam seus objetivos, em meio a violência, e seu pai sempre dizia, que a violência era um ciclo vicioso no qual não existia um lado vencedor.

De guerrilheiros da justiça, tornavam-se terroristas. Era ao que os extremos levavam.

– Se eu fosse você, mocinha, – a voz rouca pela idade sorria, com um afago sobre a sacola, – cuidaria muito bem do pequenino ai, – indicava para sua barriga, com um sorriso talvez nostálgico.

E ela imaginava, de relance, se o homem lembrava-se de seus filhos, de sua mulher. De dias que o tempo tragava para dentro de seus pulmões.

– Obrigada, – acenava sorrindo de volta, pagando pelo teste de gravidez dentro da sacola.

 

×

 

A noite estrelada reluzia logo acima de suas cabeças. Deitados sobre o capô do carro, era somente os dois e o cantar das cigarras. Com o subir e o abaixar do peito onde apoiava seu corpo. Com os dedos roçando sua nuca.

Sunhee observava as estrelas, assim como Yoongi.

Quando o pequeno rasgo branco aparecia, para logo desaparecer, em milésimos de segundos.

– Rápido, faça um pedido, – ele sussurrava para seu ouvido.

– Não é assim que funciona, – ria.

– Então funciona como? Sempre pensei que fosse assim.

– Essa estrela já tem um dono.

A brisa misturou-se com o canto dos insetos, com o piar de uma coruja, e as estrelas continuavam a reluzir sobre suas cabeças.

– É assim que funciona, – para o céu, falava, sentando-se, abraçando as próprias pernas, – escutamos de longe um pedido, e decidimos se iremos ou não realiza-lo.

Não fazia sentido, talvez, aos ouvidos de Yoongi, ao menos era o que Sunhee esperava.

– Foi assim? Que você se apaixonou por mim? – ele perguntava, ao observar suas costas, com a ponta dos dedos ainda alcançando a ponta de seu cabelo, que já crescia.

– Será? – sorria, olhando-o, sobre seu ombro, – você lembra? De quando te encontrei pela primeira vez... – pausava a voz, – eu não lembro.

Soaria como fantasia, aos ouvidos de qualquer um, a conversa de um casal que em nada possuiria de normal.

– Pode mesmo realizar desejos? – ele se levantava, para sentar-se ao seu lado, – ainda parece difícil de acreditar.

– O que? Que palavras como vampiros, anjos, ou qualquer coisa, não podem nos descrever? – ela sorria com o lábios mais belos e singelos que ele poderia enxergar, – eu também não acreditaria se fosse você.

– Eu acredito, – dizia, para seus olhos, que refletiam o brilho das estrelas, – por que não acreditaria? Estou escutando isso da garota que sempre vi em meus sonhos.

– Isso não te assustava?

– Muito, – respondia, – e isso ainda me assusta.

– Então por que continua comigo? Você pode fugir agora mesmo.

– Por que é com o medo que o amor começa.

O silêncio, e Sunhee encostava seu rosto contra seu ombro.

– Por que eu te amo tanto? – perguntava, querendo esconder o rosto.

– Por que não amaria? Essa é a pergunta certa, – ela ria, – eu sou um cara incrível, sabe.

– É mesmo, – e disso ele não poderia previr, Sunhee era imprevisível, e isso também o assustava em certos momentos.

– Se, – engolia em seco, pausando a fala repentina, – se você tivesse escutado outro pedido... Amaria a outro?

Os sussurros do vento, e ela afastava o rosto de seu ombro, para olha-lo de volta.

Com os segundos, a resposta não vinha em sua boca, afinal, não existia.

– É difícil responder um e se... Por que não podemos enxergar possibilidades que nunca vão acontecer.

Um beijo, era tudo o que precisava sentir, em seus lábios, um beijo por puro instinto. Era o que cobria por segundos as lacunas em seu peito. Sunhee sentia em momentos como aquele, quando o céu estava limpo, que as estrelas mantinham os olhos bem atentos sobre eles.

– Faça um pedido, Yoongi, – sussurrava, e ele amava a maneira como ela pronunciava seu nome, – por que não me lembro mais do pedido de um garotinho choroso.

Sorrindo a poucos centímetros de seus lábios.

– Qualquer um? – perguntava, para si mesmo, pensativo, – eu poderia pedir dinheiro, – olhava para a paisagem logo à frente, coçando o queixo, – ou ser o cara mais desejado do mundo.

Ela dava um tapa em seu ombro, com força.

– O que foi? – olhava-a, erguendo as sobrancelhas como se não tivesse falado nada demais.

– Por que não me leva a sério? – para mais um beijo, repentino, segundos antes mesmo que pudesse fechar a boca.

– Desejo poder beijar essa mesma boca, – olhava em seus olhos, as testas encostadas, o fôlego quente contra os seus rostos a centímetros de distância, – por toda minha vida.

Sunhee sorria, entre os lábios que logo foram tomados por outro beijo, mais profundo, mais demorado.

– Case comigo, – sussurrava, em afirmação, sem que precisasse perguntar.

 

×

 

Com o graveto nas mãos, riscava o chão de areia, até que as ondas voltassem para limpar metade de um rabisco mal feito. Jungkook aspirava o ar do mar, salgado, insalubre.

Dando as costas para Hoseok e Seokjin, e imaginava o que Taehyung estaria pensando, quando recusara o passeio de um dia por completo.

E sabia que não estaria com a namorada, ou agora, ex namorada. O que o levava a andar em círculos? Doía para Jungkook observar aquilo, a maneira como ele cruzava os braços para esconder o peito machucado.

Mas assim como as águas salgadas apagavam seus rabiscos, Jungkook sabia que Taehyung tentava apagar os seus próprios. Assim como Seokjin.

E para o alto, observava, as estrelas que sorriam para ele, ou para qualquer outro garoto que rabiscava meia luas na areia de uma praia escura.

Abaixando-se, via reluzente uma concha, e analisando bem contra o brilho da lua, pensava que valeria a pena guardá-la.

– Quero fazer uma coleção de conchas, – dizia, quando Hoseok e Seokjin se aproximavam, mostrando a concha, – não é bonita?

E sabia, que não importava o que falasse, ao ver a garrafa na mão de Seokjin, que não arrancaria um sorriso dele, não daquela vez.

Está sendo difícil, havia dito, naquele mesmo dia, quando trocou as flores, dê uma bronca nele, pode puxar o pé dele quando estiver dormindo...

Está sendo realmente difícil para ele, desde que você o deixou.

Mas ele não vai admitir.

Suspirava, guardando a concha em seu bolso.

Acho que Hoseok está tomando o lugar vago.

Não vai achar isso ruim, não é?

 

×

 

O cheiro invadia seu nariz, assim que entrava pela porta, mordendo os lábios, talvez embalando novamente as mãos que tremiam. Havia a pouco passado no apartamento, que de vez em quando dormia, para escutar as palavras de encorajamento de sua mais nova irmã.

Era estranho, como tudo vinha, como era a sensação de ter de repente duas famílias, estranhamente gostoso. Sooyun estranhava mais ainda o cheiro bom que vinha da cozinha.

Ainda mais estranho quando via a travessa quente sobre a mesa, a pouco colocada pelas mãos comicamente cobertas em luvas cor de rosa, enfeitada por rostinhos de urso.

Jimin não parecia nada másculo usando aquilo.

Ao vê-lo, dava um sorriso meio nervoso, meio apaixonado.

– Fiz lasanha, – ele dizia, meio bobo, – acho que acertei o ponto agora, – feliz em demasiado por conseguir pela primeira vez cozinhar algo sem destruir metade da cozinha.

Ela não queria esperar, havia dito a si mesma, sem rodeios. Se demorasse perderia as forças.

– Estou grávida, – e as palavras ecoaram, pela cozinha, para o rosto surpreso de Jimin. Os dois estagnavam, e ela mesma se assustava com suas palavras, – eu vou entender se você quiser...

Fugir.

Afinal era isso que os homens faziam. E sentia que não poderia pedir para que ele ficasse. E ela buscava qualquer desculpa, qualquer resposta para acalmar o coração que disparava tão rápido quanto os pensamentos.

– Somos muito novos para isso, não é? – ela continuava sem jeito, com os pés vacilando, e Jimin permanecia sem nenhuma reação, ainda em choque, – mas eu quero ter esse bebê.

Na cozinha, seus passos ecoavam, rápidos. Para abraça-la, e não existiria felicidade mais verdadeira, quando ele sequer sabia como expressar-se, em palavras, gestos, ou beijos.

 

×

 

– Ele deve estar a pedindo em casamento agora, – Taehyung referia-se a Jimin, mas mesmo assim Sunhee engasgava-se, rindo em seguida. A rua estava quase que escura se não fosse pela iluminação das maquinas de doces e refrigerante, e encolhendo-se no moletom com o cheiro do perfume de Yoongi, sorria mais ainda, feito uma boba.

– Acho que me sinto feliz, – dizia, olhando para os pés, – ainda que um pouco.

Ainda que doesse, deixava que o sorriso que enfraquecia remendasse aos poucos seu peito.

– Espero que seja um garoto, – suspirava, colocando mais uma moeda na máquina, escolhendo uma barrinha de chocolate.

– Mais garotos? – Sunhee revoltava-se do nada, e ele ria, – uma garota, precisamos de mais garotas, estou cansada de tantos garotos.

Parecia realmente revoltada, como se colocasse toda a revolta de anos para fora de uma vez.

– Sabe o quanto é frustrante ser rodeada de garotos, garotos e garotos sempre?

– Não faço a mínima ideia, – e ele somente ria, pelo jeito tolo que batia a sola do tênis na calçada, quando finalmente se acalmava, pedindo um pedaço da sua barra de chocolate.

– Ah, – dava-se conta de repente, mastigando e engolindo rápido para voltar logo a falar, – escolha um canto para viajarmos.

– Por que?

– Só escolha.

– Por que isso de repente? – insistia, confuso.

– Só, escolha, – dizia pausadamente, – mas não pode ser uma praia deserta, ou algo assim, tem que ser habitável, – gesticulava, como se estivesse no meio de uma negociação.

– Paris – respondia sem hesitar, e ela o encarou, por segundos.

– Outro lugar.

– Você mandou eu escolher, – resmungou.

– Paris é muito longe, – resmungava de volta, – e não sei francês.

Mastigava um pedaço da barra de chocolate, olhando-a, erguendo uma das sobrancelhas.

– O que está planejando? – e Sunhee abria um sorriso travesso.

Atravessando diretamente seu coração, Taehyung sussurrava em seu pensamento, pedia, para que não torturasse seu coração daquela forma, com aqueles sorrisos.

– Vamos embora daqui, – disse, e o choque atravessava seu corpo, – é o que Yoongi está planejando. Ele quer levar todos nós para longe dessa bagunça toda.

O sorriso em seu rosto permanecia inocente, puro. Mas o peito de Taehyung doía.

– Não posso ir, – para desfazer o seu riso, deixando somente resquícios, – não posso.

– Por que? – machucava, e ele deveria admitir que gostava de vê-la machucar-se por sua causa, ao menos um pouco, – não seja estúpido.

– Só vou se me prometer algo, – ele sorria, por sua vez, – é um bom negócio.

– Ok, – suspirava, cruzando os braços, – jogue suas cartas, espertinho.

Ecoava para a calçada de rua escura, o som repentino de um baque, um baque profundo quando o peito afundou, e os olhos abriram-se, em surpresa.

Aquele momento poderia mudar tudo. Em questão de segundos, muito mais rápido do que as folhas que caiam ao chão, contra a brisa. Taehyung segurava seus ombros, um lado para cada mão, delicado, gentil, ainda que seus lábios pesassem contra os dela. Beijando-a, com delicadeza.

Naquela rua escura, quando os lábios separavam-se, quando o coração vacilava, pelas janelas de desconhecidos, a cena poderia ser dolorosa e doce, para a confissão de um amor não correspondido.

– Eu sempre te amei, – ressoava, contra sua pele, e seus olhos eram penetrantes, sinceros, – eu sempre te amei com todas minhas forças.

Afastava seu corpo, e ela permanecia estática, se não fosse pela mão que levava até a boca entre aberta.

– Não preciso de uma resposta, não é uma confissão, – e mentia para si mesmo, para os próprios ouvidos, segurando as próprias lágrimas – então me prometa que vai esquecer, – engolia, a vontade de contradizer-se, de rouba-la para si, – só esqueça isso.

O celular vibrava em seu bolso, era o momento certo para escapar.

– Tenho que ir, – e ele não hesitou em deixa-la sozinha. Não pensou duas vezes quando deu as costas, para esconder o próprio peito machucado e as próprias lágrimas.

 

×

 

Fechava a porta com cuidado, apoiando seu corpo, respirando fundo.

A primeira lágrima rolava pelo seu rosto. Sunhee deixava então todo o ar sair de seus pulmões. Mas não tirava as roupas ainda úmidas da neblina que havia pegado, quando deitou na cama, aninhando-se em um cantinho qualquer. Procurando uma brecha por entre os braços de Yoongi.

Ele resmungava, tão desleixado quanto ela, ainda com as roupas do dia a dia. Abraçando-a, sem abrir os olhos, e em silêncio ela deixava que as lágrimas continuassem a percorrer seu rosto.

Em silêncio, Sunhee sabia que nada poderia ser feito, porque o amor era complicado e ao mesmo tempo simples e direto. Em seu peito havia espaço para somente um perfume, um sorriso, unicamente ele.

Havia afinal, escutado unicamente sua voz, e o destino havia feito seus caprichos, imaginava.

Não era assim que funcionava, não daquela maneira, essa estrela já tem um dono, de pedidos com etiqueta, data e preço para somente um.

Imaginava.


Notas Finais


Sobre o capítulo 32; não percam as esperanças~ ;)

Qualquer comentários, opinião, serão muito bem vindos!~
Acabei de postar uma fanfic nova com o Jimin. É algo mais curto e leve de se ler, então se estiverem interessados, aqui está o link;
https://spiritfanfics.com/historia/a-princesa-e-o-corvo-10880310
É isto, até dia 10/11 <3


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