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História Make Me Feel (Catradora) ~ Hiatus - Refúgio


Escrita por: strangelike

Notas do Autor


Boa leitura 💜

Capítulo 15 - Refúgio


Adora Grayskull Point of View

Playhouse | 22:45 PM


As luzes coloridas estavam girando acima da multidão de pessoas e a base batia como um segundo batimento cardíaco abaixo de nossos pés, definindo o ritmo dos nossos movimentos. As pessoas se moviam em sincronia, esse lugar cheirava a maconha e a bebida alcoólica, para aqueles que decidiam participar, a noite só estava começando.

No meio de toda essa gente posso reconhecer quatro ou cinco alunos da minha turma, todos bêbados demais para poder parar para cumprimentar uns aos outros, falo por mim mesma que já estou um pouco mais que tonta.

Mermista como sempre sumiu há algumas horas, então estou aqui com Scorpia, na verdade ela está se agarrando com uma garota do outro lado da nossa mesa então me restou apenas Lonnie que não desgruda de mim por um único minuto sequer.

Quase não me dei conta quando a morena me puxou pela nuca e me deu um beijo suave mas me afastei dela gentilmente apenas para não ter que ser rude. Algo em minha mente estava me incomodando e eu apenas queria enterrar em meu cérebro a voz chata ecoando lá dentro

Não é ela.

Essa merda tinha que parar. Mas como?

— Eu vou buscar algumas cervejas - Lonnie avisou e saiu se misturando com as outras pessoas, só então eu vi Bow e Glimmer se aproximarem da mesa. Scorpia disse que eles estavam vindo e minha melhor amiga ainda parecia chateada, mas não pude deixar de notar a ausência de certa morena que tem me deixado louca.

Bow se aproximou de Scorpia que já não estava mais com a garota que eu vi anteriormente e eu aproveitei o momento para falar com Glimmer

Dei alguns passos para frente e ela olhou para mim

— Onde está a Catra? - Perguntei

— Você está mesmo preocupada? - Glimmer respondeu indiferente

— Eu.. Dane-se, apenas estou perguntando 

— Catra ficou chateada com você, mas claro, você foi uma completa idiota 

Abri minha boca para falar mas Glimmer continuou

— Já conversamos, Adora. Quando você vai entender que as pessoas também se machucam?

— Apenas me irritei com ela, eu não quis dizer aquilo de verdade

— Mas disse e eu até pedi para que ela me ligasse se decidisse vir, mas ela não ligou. Ela não virá e parte disso é culpa sua, não adianta fingir que não

Glimmer deu as costas para mim e se juntou a Bow e a Scorpia. 

Agora as palavras de Glimmer também começaram a rondar em minha cabeça. Fui uma imbecil com a Catherine, isso era verdade. 

Merda.

Não custava ter mandado uma mensagem. Como diabos ela deve ter ido para casa? Ela já pode ter chegado lá? Ela realmente não virá para a festa?

Essas perguntas me incomodaram bastante durante minutos e eventualmente horas, principalmente porque eu não tinha as respostas para nenhuma delas. Então só houve mais dúvidas ao decorrer da festa, houve um ponto que eu nem estava mais ouvindo as batidas fortes da música sobre a base e nem qual tipo de música o DJ estava tocando.

Não ouvi nem o que Scorpia me perguntou enquanto estava ao meu lado, apenas acenei a cabeça em concordância para o que quer que fosse. 

Minutos depois a platinada voltou com uma dose de vodka e deixou sobre a mesa, só então eu olhei para ela 

— Eles me serviram essa, disseram que era a melhor da casa - Voltei a olhar para o pequeno copo com o líquido dentro. 

Minha cabeça doeu um pouco e eu soube que uma maldita crise estava vindo. Apenas deixei todos na mesa, exceto Lonnie que se levantou e se colocou em minha frente me impedindo de passar 

— Onde você vai?

— Preciso tomar um ar - Respondi impaciente

— Eu vou com você - A garota diz e eu a impeço antes que ela me siga 

— Não. Eu volto logo - Faço menção com o queixo em direção aos nossos amigos — Fique com eles

Com isso eu a deixo para trás e passo pelo meio da multidão que se formou, foi sufocante mas finalmente consegui alcançar a saída.

Mas assim que cheguei na porta pude ver a forte chuva que estava caindo lá fora. Lá dentro estava quente e barulhento, aqui estava congelando. 

Não pensei muito para não acabar desistindo,  enfiei minhas mãos nos bolsos do short e inclinei minha cabeça para baixo. Comecei a caminhar na chuva sem destino algum, a Playhouse não era tão distante das avenidas que eu conhecia e nem tão distante do cemitério também. Mas dessa vez eu mudei totalmente meu trajeto, mesmo sabendo que iria andar o dobro. Parei na porta de um restaurante qualquer e verifiquei meu celular. 00:40.

Bem, espero que não seja totalmente em vão.

Após andar cerca de quarenta minutos, com a chuva garantindo piorar a cada segundo enquanto desabava sobre minha cabeça, quase não pude manter meus olhos abertos devido aos pingos insistentes em meu rosto, cheguei a casa dos Melog. 

Espero do fundo do meu coração que realmente não tenha câmeras instaladas por aqui.

Assim que dei a volta na casa, achei a varanda do andar onde provavelmente ficava o quarto de Catra. Eu vou estar perdida se acabar no cômodo errado da casa, mas eu não acho que poderei dormir se não pedir desculpas

— Tudo bem, vai ser fácil - Disse para mim mesma olhando para a árvore ao lado da varanda

Bem, porta de entrada lá vou eu.

O tronco estava bem molhado, mas felizmente a chuva havia diminuido um pouco devido a quantidade de folhas no topo, eu podia abrir meus olhos para ver onde diabos eu estava pisando, agradeci mentalmente por isso.

Depois de quase ir ao chão três vezes, cortar uma de minhas mãos e quase desistir dessa péssima ideia, alcancei a estrutura de madeira que circula a pequena varanda. Agora espero que ela esteja acordada porque a chuva voltou a cair forte sobre mim

Dei dois toques em sua janela de vidro e não demorou mais que um segundo para a morena de pijama aparecer em frente a janela e olhar para mim, seus olhos se arregalaram em minha direção. Nem percebi que meus dentes estavam batendo um contra o outro pelo frio excessivo. 

Catra não perdeu tempo em abrir sua janela e me puxar para dentro, a fechando em seguida.

— Você enlouqueceu? - Ela sussurrou — Adora, o que você faz aqui?


— Eu- - Apertei minhas mãos tentando controlar minha voz trêmula quase inevitável — V-vim te pedir d-desculpas 


— Por acaso você está bêbada? - Ela pergunta e segura meu rosto com as duas mãos — Você está congelando, droga


Sinto falta do calor dos seus dedos assim que ela me solta e corre até sua porta, a tracando cuidadosamente e depois vai até seu guarda roupa no outro canto do quarto, pegando um grande cobertor, jogando-o sobre mim em seguida.

— Adora, o que diabos você estava pensando? - Ela pergunta enquanto me guia até que eu me sente sobre sua cama e puxa um pequeno banquinho para se sentar de frente para mim

Suas mãos começam a desabotoar minha camisa e eu engulo em seco 

— Eu- O que está fazendo? - Pergunto e ela não parece se importar o bastante para parar 

— O que eu estou fazendo?  O que você pensa que está fazendo? Há uma tempestade lá fora e suas roupas estão encharcadas. Onde você estava? - A morena se ergue em minha frente e retira o cobertor de cima de mim, apenas para retirar minha camisa, eu a ajudo e então sou coberta de novo pelo tecido confortável e quente

— E-eu estava na festa e então.. Pensei em vir aqui - Digo ainda com muito frio — Desculpe, Catra. Sinto muito pela forma que tratei você mais cedo 

— Tudo bem - Ela não dá muita importância e então vai até seu armário e volta com um moletom e duas toalhas secas — Você realmente passou tempo demais no meio da chuva

— Catherine - Eu seguro em suas mãos, as minhas ainda estão um pouco geladas e Catra também sentiu isso — N-não minimize isso. Fui uma idiota- com você 

— Podemos conversar depois mas agora você precisa se aquecer - Ela diz e me entrega um moletom preto e uma calça de dormir — Vá até o banheiro e coloque isso, deve servir

Apenas assenti com a cabeça e fui até o seu banheiro. Assim que retirei minhas roupas restantes e coloquei o moletom e a calça. Depois que saí me abracei novamente com meus próprios braços

Catra já estava esperando do lado de fora e voltou a jogar o grande cobertor fofo sobre minha cabeça e segurou uma de minhas mãos

— Venha, vou te ajudar 

Assim que me sentei na cama, Catra se apoiou com os joelhos sobre o colchão e passou a secar meu cabelo com uma toalha seca, tentei me livrar do cobertor mas ela me mandou ficar enrolada com ele para me aquecer. 

Ainda estava chovendo e agora acho que minhas chances de voltar para qualquer lugar são zero.

— Você é louca - Catra murmurou

— Só por que eu escalei até aqui? - Ergo uma sobrancelha enquanto ela continua secando meu cabelo

— Por vir até aqui no meio de uma maldita tempestade, Adora. Onde Glimmer, Scorpia, Bow ou Lonnie estavam? - Ela disse o nome da última garota com irritação na voz.

— Eles estavam ocupados - Dei de ombros 

— Você não pode simplesmente sair por aí a noite e escalar uma varanda porque quer pedir desculpas a alguém, Adora - Catra me repreende 

— Já estou acostumada a fazer isso. Não achei que a chuva fosse ser um problema até começar sentir meu sangue congelar - Sinto um arrepio ao lembrar do frio que eu estava sentindo 

— Vire-se de frente agora, falta pouco - Coloco minhas pernas sobre a cama e Catra se posiciona no meio delas, secando as últimas partes do meu cabelo.

Depois que a garota termina ela senta entre minhas pernas e leva suas mãos ao meu pescoço 

— Por quanto tempo você ficou na chuva? 

— Quase uma hora- talvez cinquenta minutos... 

— Acho que você está com febre e eu não sei se é uma boa ideia sair daqui agora. Se meu pai sonhar que você está aqui estaremos perdidas. 

— Eu vou ficar bem, não se preocupe com isso - Minha voz saiu um pouco trêmula 

Catra não retirou suas mãos de meu pescoço, não soube o porque mas quando olhei para ela, seus olhos encontraram os meus imediatamente.

A sensação de um soco no estômago voltou mais forte do que da primeira vez que a vi.

Então levei minhas mãos até sua cintura e Catherine aos poucos parece entender meu movimento repentino, tenho certeza disso quando ela senta sobre meu colo, seus olhos nunca desviaram dos meus até esse exato momento

— Você ainda está tremendo - Ela sussurra para mim e eu dou um sorriso, concordando com a cabeça

— Eu sei, é uma merda, certo?

A morena ri baixinho e depois volta a olhar para mim

— Sinto muito por invadir seu quarto no meio da noite. O álcool também pode provocar idiotices boas - dou de ombros. 

Catra riu e suas unhas tocaram levemente minha nuca

— Pensei que você tinha medo de câmeras

Ergui uma sobrancelha para ela

— Você não falou sério, não é? - Catra tentou segurar uma risada

— Foi legal ver sua cara de assustada naquele dia - A morena balançou a cabeça ainda sorrindo ao lembrar 

— Você está zombando da pessoa que quase morreu de frio, não é engraçado - Fingi estar ofendida

— Não foi sua melhor ideia, vamos admitir 

O silêncio nos atingiu de novo, senti uma pontada em meu peito antes de olhar para ela fixamente de novo

— Meio que eu queria que você estivesse na festa hoje - Comentei

— Oh, você sentiu a minha falta- A morena se acomoda melhor sobre meu colo 

— Não deixe isso subir a sua cabeça - Ri nervosamente — Apenas- queria que você fosse, seria mais divertido

— Acho que você apenas cansou de lidar com Lonnie e então está correndo atrás de uma diversão diferenciada 

Balancei a cabeça negativamente enquanto a vi erguer uma sobrancelha 

— Eu nunca quis lidar com a Lonnie de verdade - Meus olhos se moveram para os lábios da morena que os lambeu em antecipação — Você tem certeza de que isso é estritamente profissional? 

— O que- 

— Você sabe do que eu estou falando. Não me diga que não sente isso também.

O silêncio voltou a nos atingir, apenas abaixei minha cabeça e desisti de qualquer passo que eu poderia ter dado.

— Acho melhor dormimos um pouco - Catra murmura, se levanta do meu colo e vai até o armário. 

Ela voltou com outro travesseiro segundos depois

— Claro. Então, você vai me jogar no armário ou eu posso dormir no chão? - Catherine sorriu e me jogou um travesseiro 

— Acho que você vai precisar da minha supervisão. Vamos dividir a cama

— Tudo bem - Afaguei o travesseiro — Mas não me agarre durante a noite 

— Não se preocupe com isso, Adora - A morena apagou as luzes de seu abajur, me deixando deitar ao lado da parede enquanto ela virou as costas para mim.

Certo, eu já sabia que ela ainda ficaria chateada, mas pelo menos já dei o primeiro passo.



Notas Finais


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