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História Make you love me - I


Escrita por: wjdrnr

Notas do Autor


quem eh vivo sempre aparece ne nom

Eu ia dar uma das gringas do ao3 e postar tudo de uma vez, mas ficaria Muito grande pra um capítulo só, então vou dividir em três partes!!
Vai ser algo bem simples, mas espero que seja do agrado de vcs hehe

Capítulo 1 - I


Apesar da baixa temperatura da manhã pouco ensolarada, suor escorria pelas têmporas de Jungkook quando ele subiu no ônibus. Trocou olhares risonhos com o motorista - teria o perdido por questão de segundos, se não fosse por sua corrida. “Não foi dessa vez.” Disse ao passar seu cartão pela máquina.

O fraco sorriso que ainda permanecia em seu rosto desapareceu completamente na sua travessia pelo corredor ao perceber que seu lugar estava ocupado. Não era exatamente seu, não tinha seu nome nele, mas o assento onde Jungkook religiosamente se sentava todas as manhãs há um ano já era praticamente uma propriedade sua naquele ônibus.

Mas não naquele dia.

A face antes divertida esforçava-se para não escancarar seu desagrado. Enquanto caminhava, encarava o rapaz sem ter medo de ser visto e quando o mesmo percebeu estar sendo observado, não se abalou pelo olhar hostil e o fitou de volta antes de voltar a encarar o lado de fora da janela, suspirando.

Jungkook se sentiu um pouco envergonhado e o discurso que nunca faria em voz alta e que articulava em sua mente deixando bem claro todos os porquês dele não poder estar sentado ali desapareceu quando percebeu que não foi encarado de volta com estranheza. No lugar da momentânea indignação, o olhar murcho e triste se destacou. Decidiu guardar seu discurso e apenas sentar no lugar ao lado, ainda inconformado. Certamente ele não estaria mais lá no outro dia e teria seu lugar de volta. Colocou sua mochila no colo esperando que sua presença fosse no mínimo intimidadora como se a cara fechada de Jungkook fosse um cartaz onde deveria ler-se você está no meu lugar, bem como uma criança de dez anos de idade.

O rapaz suspirou outra vez, ainda olhando pela janela como se o lugar ao lado ainda estivesse vago. Jungkook se sentiu inesperadamente diminuído diante da indiferença, sentiu-se também envergonhado e desajeitado. O rapaz ao seu lado, cujos cabelos mais pareciam fios de ouro, tinha a pele pálida em todo seu torpor ao se deixar levar pelo balanço do ônibus, ainda que fosse levemente mais bronzeada que a sua. Jungkook engoliu seco, de repente sentindo empatia pelo desconhecido e guardando-se em sua insignificância tendo o sentimento oposto a quando o avistou - o de que estava invadindo o espaço daquele que não estava tendo um bom dia.

Tentou ignorá-lo durante o trajeto, mas sempre notava quando eventualmente os ombros tremeriam num sacolejo, seguidos de um suspiro. Não conseguia ver seu rosto que estava completamente virado para fora. Jungkook estava tão desconfortável que não conseguia medir. Pensou em falar com ele, perguntar se estava tudo bem apenas porque sentia que tinha algum dever em fazê-lo por ser a pessoa fisicamente mais próxima dele no momento.

Desistiu da ideia. Não é como se Jungkook fosse resolver algo e também não é como se ele fosse lhe contar alguma coisa.

Quando o corpo do rapaz estremeceu outra vez em seu choro silencioso, Jungkook buscou por seus fones de ouvido para se distrair, já que também não queria sair dali acreditando que deixaria o clima mais pesado do que já estava. Céus, pare de chorar. Pediu mentalmente ao dar play na música mais barulhenta que encontrou.

Minutos depois notou uma movimentação do outro. Espiou pelo canto dos olhos ele enxugar algumas lágrimas com as costas das mãos e quase foi pego observando-o quando se levantou para ir embora. Viu de relance os olhos avermelhados e inchados assim como todo o rosto. O rastro de lágrimas insistentes ainda brilhava. Tentou não virar o pescoço para continuar o olhando. O perfume que o rapaz havia deixado para trás também deixou em Jungkook o arrependimento de não ter feito nada antes de vê-lo ir embora.

Mas agora aquilo não importava mais, tinha certeza de que amanhã teria seu lugar de volta assim como todos os dias antes daquele imprevisto. Jungkook suspirou de alívio e escorregou para o seu lugar ao lado da janela. Estava quentinho. Não faltava muito para ele descer também.

Não era de se atrasar, costumava levantar assim que ouvia seu despertador que aparentemente esqueceu de ligar na noite anterior e graças aos gritos da sua mãe na porta do seu quarto alertando-o que ia se atrasar se não acordasse naquele instante, saiu sem tomar café e sentia seu estômago reclamar. Agradeceu a qualquer força divina por não ter perdido o ônibus, assim teria tempo para comer alguma coisa da lanchonete da universidade antes da aula começar.

 

 

Pontual e responsável, Jungkook levantou assim que avistou seu ônibus se aproximando. Cumprimentou o motorista com quem já tinha um espirito de camaradagem - até lhe deu uma lembrancinha no natal passado - e seguiu para o costumeiro fundo do ônibus, o lugar mais concorrido por estudantes desde que o mundo é mundo, só para ser surpreendido com a indisponibilidade do lugar.

Quando os olhos deles se encontraram, Jungkook ainda não tinha conseguido desfazer sua cara de “você de novo”, mas tratou de espantá-la, uma vez que os mesmos olhos vazios lhe deram ainda menos atenção do que no dia anterior. Pensei que tivesse entendido que não pode sentar aí, Jungkook pensou enquanto se dirigia para o assento ao lado. O rapaz corrigiu um pouco de sua postura e direcionou o rosto para o lado oposto de Jungkook, colando os olhos do lado de fora da janela. Ele ainda estava cabisbaixo, Jungkook percebeu, mas pelo menos não chorava - o que era muito melhor do que uma pessoa chorando perto de si o trazendo um guindaste de responsabilidade de reconforto que nem ao menos pertencia a ele. Ao menos tinha uma distração para seu cérebro, podendo direcionar a indagação para os textos que precisava escrever como estudante de publicidade. Não conseguiria ir muito adiante dentro do veículo se movimentando e sem o laptop, mas seu celular foi de bom uso. Principalmente quando notou que o desconhecido havia começado a chorar em silêncio outra vez. Não teria percebido se não fosse pelos braços constantemente se mexendo, levando as mãos ao rosto para enxugar as lágrimas. Jungkook apertou os olhos tentando se livrar da obrigação que sentia que tinha. Não é problema seu, Jungkook, tentava se convencer. Ninguém desabafa com estranhos no meio do ônibus, relaxa.

Só foi capaz de respirar tranquilamente depois que finalmente o lugar foi esvaziado e pode tomar de volta o assento que simbolicamente era seu, preocupado com aquilo virar parte de sua rotina, sem a parte das lágrimas porque ninguém chora todas as manhãs, e com a possibilidade de ter que abdicar do seu lugar, a não ser que fosse corajoso e prepotente o bastante para reivindicá-lo, coisa que ele não era.

 

“Não vejo a hora das férias.” Namjoon repetiu como de costume todos os dias de manhã assim que os passos de Jungkook começaram a acompanhar os seus pelo corredor que os levaria até a biblioteca.

“Estamos quase lá.” Jungkook riu. “Sinto muito por ter que seguir o ritmo dos meros mortais que não são tão inteligentes quanto você.”

Namjoon era inteligente demais para estar preso em salas de aula todos os dias. Quando a maioria dos alunos estava na metade de um novo assunto, ele estava em sua primeira revisão. No mais, acompanhava o restante dos alunos nas matérias mais difíceis, mas sempre entendendo na primeira explicação, sem necessidade de dúvidas ou maiores explicações.

“Ser inteligente cansa.” Usou de seu melhor tom irônico na frase, fazendo Jungkook rir balançando a cabeça em desaprovação. Uma das frases típicas do seu amigo estudante de economia.

“Namjoon está reclamando de novo?” Seokjin pegou a conversa pela metade ao alcançá-los quase na entrada da porta de madeira com janelas de vidro.

“O de sempre.” Jungkook respondeu.

Dada a baixa temperatura naquele dia, os ar-condicionados da biblioteca estavam desligados. Na mesma mesa, cada um se pôs a fazer suas obrigações - Jungkook abriu seu laptop para dar continuidade ao texto, Namjoon tirou um livro da mochila e Seokjin deu início à revisão de um de seus trabalhos. Permaneceram em silêncio por algum tempo, até que Namjoon trocou o livro por um joguinho de celular, segundos depois fazendo um comunicando aos outros dois.

“Festa no Hoseok na sexta.” Havia acabado de receber uma mensagem. Não precisou perguntar se eles iam, simplesmente deu o aviso que foi recebido com murmúrios de comemoração.

A mãe de Jungkook sempre foi despreocupada quando se tratava de responsabilidades estudantis do filho. Nunca foi o mais inteligente da turma, mas estudava sem cobranças e estava sempre acima da média, apesar de nunca no topo da turma. Uma vez que cumpria suas obrigações, nunca ouviu muitas reclamações sobre as festas que começou a frequentar no ensino médio. A não ser quando chegou em casa mal sustentando o próprio peso de tão bêbado e vomitou no banheiro social, sujando tudo que ela tinha limpado na manhã do mesmo dia. “Mãe, por favor…” Choramingou quando desceu as escadas  sentindo como se estivesse diante de caixas de som imensas vibrando um som mudo que ressoava com pancadas em sua cabeça fazendo-a latejar. Ela o entregou remédios, um balde com produtos de limpeza, pano de chão e um rodo.

 

 

No terceiro dia, Jungkook antecipava a chegada de seu ônibus. Se monitorou para não estampar sua infelicidade ao encontrar o mesmo rapaz no mesmo lugar. Seu olhar melancólico foi direcionado a Jungkook por milésimos, voltando a concentrar-se no lado de fora. Não havia rastros de vermelhidão e Jungkook achou que era um bom sinal, mas ainda era apático. Um rosto que poderia ser facilmente confundido com sono ou mau humor matinal, se não fosse pelos dois dias anteriores. Esperava que fosse início de uma melhora, pois estava começando a ficar verdadeiramente preocupado. Não sentindo a presença de uma redoma de vidro isolando o desconhecido do resto do ônibus, Jungkook até quis dar bom dia quando se sentou e botou a mochila em seu colo, mas não disse nada.

Diferente das outras vezes em que virava seu rosto completamente para o lado oposto de Jungkook, encostou sua cabeça na janela e fechou os olhos. Apesar do medo de ser flagrado, Jungkook o olhou com um pouco mais de atenção. A região dos olhos estava inchada, sinal de que ele ainda chorava. As sobrancelhas tinham um traço triste, podendo apostar que estava fazendo força para não deixar que lágrimas se formassem, seu maxilar estava trancado e ele engoliu seco. Jungkook abriu a boca para dizer algo, mas desistiu da ideia, sem querer se intrometer num momento que julgava ser um conflito interno. Estava mais preocupado do que deveria com a cena que se repetia e não queria esperar para ver quantas vezes mais isso aconteceria.

Quando o rapaz desistiu de tentar segurar ao sentir a primeira lágrima quente cair pesada pela bochecha, abriu os olhos e ajustou sua posição para que ficasse inclinado na direção da janela, deixando Jungkook com a fala presa na garganta.

Ele não era bom com consolos, muito menos com desconhecidos. Ele já havia consolado algum desconhecido antes? Certeza que não, mas se era para considerar a possibilidade de ter um colega de viagem, não podia agir com tanta indiferença.

“Sabe, eu fico muito triste vendo você sentado no meu lugar.” Começou dizendo, casual e baixo, apenas para capturar a atenção dele e obtendo sucesso. “Agora que eu te contei um problema meu, o que acha de me falar por que sempre está assim? Eu posso te trazer chocolate amanhã.” Não foi a melhor abordagem.

Mas foi sincera e isso não deve ter passado despercebido porque o rapaz riu. Não foi uma risada, foi só um sorriso torto com um som meio engasgado.

“No seu lugar?” Ele agora tinha um pequeno sorriso nos lábios que se misturava com a cara de choro de dois segundos atrás. Jungkook assentiu. “Acho que agora vamos ter que dividir.” Disse enquanto apertava os dedos nos olhos limpando as últimas lágrimas que se formaram.

“Pega esse ônibus todo dia? Nunca vi você antes.”

“Eu me mudei há pouco tempo.”

Jungkook sentiu como se estivesse cem quilos mais leve depois de trocas as primeiras palavras com ele. A obrigação de simplesmente fazer alguma coisa havia sido resolvida e apesar da péssima escolha de palavras, teve um retorno amigável. “Jungkook.” Estendeu a mão, “Jeon Jungkook.”

“Park Jimin.” Sorriu apertando a mão de volta. Jungkook pode sentir a umidade causada pelas lágrimas.

A muralha de gelo antes construída entre eles aparentemente estava derrubada. Mantiveram-se em silêncio, mas pela primeira vez no terceiro dia seguido, não foi desconfortável. Jungkook orgulhou-se de si por não perceber Jimin com o mesmo ar triste de antes. Sua mente maquinou que agora eles se veriam todos os dias e que a ideia de ainda ter seu banco de volta não havia sido descartada, uma vez que Jimin disse “dividir”. Entretanto, não teve a resposta para sua pergunta. Não ainda. O desvio fazia sentido por se tratar de algo pessoal.

Na hora de ir embora, Jimin apenas o cumprimentou com o olhar. Um sorriso mínimo nos lábios, quase imperceptível, mas ainda melhor do que o rosto mortificado. “Até logo.” Jungkook disse baixinho, tendo sua mensagem entregue por leitura labial.

Jimin desceu sem olhar para trás ao mesmo tempo em que Jungkook escorregou para seu assento.

 

Mais tarde ao deixar a universidade, ao invés de dobrar à direita para seguir para o ponto de ônibus e voltar para casa depois de uma manhã inteira em salas de aula e a tarde na biblioteca, Jungkook atravessou a rua para chegar na loja de conveniência do outro lado. Escolheu duas barras de chocolate em tamanhos individuais e as colocou na mochila, guardando-as para o dia seguinte.

 

 

Os olhares se encontraram assim que o bip do cartão de Jungkook ressoou pelo ônibus. Jimin o observou discretamente até que ele estivesse sentado. “Bom dia.” Ouviu Jungkook dizer assim que colocou a mochila nos pés, respondendo apenas com um “Oi” baixinho. Jungkook se sentiu um pouco melhor ao ver que ele não tinha se inclinado para a janela e seu plano naquele dia era não deixá-lo sozinho com os pensamentos que o entristeceriam.

Os chocolates estavam na bolsa e Jungkook queria muito pegá-los, mas de repente ele estava meio tímido. Jimin estava quieto, não parecia propício a ser o primeiro a iniciar uma conversa, então tinha que fazer um esforço maior se quisesse tocar no assunto. Passou alguns minutos calado tentando calcular o momento certo, mas uma onda de impulsividade o atingiu e inclinou-se para frente para abrir a mochila. Jimin teve sua curiosidade despertada, mas estava atento para desviar o olhar antes de ser pego.

“Pra você.” Estendeu na direção de Jimin. “Quase me esqueci de que estavam aqui.” Uma grande mentira.

Jimin ficou alguns segundos imóvel sem compreender, mas depois lhe deu um pequeno sorriso surpreso e pegou a barrinha vermelha, “Obrigado.” Jungkook sorriu de volta mais abertamente, satisfeito e até contente. “Você não precisava.” Escondia o sorriso no canto dos lábios e Jungkook queria muito vê-lo abertamente, uma maneira de compensá-lo pelos outros dias.

“Não tem problema. Eu comprei para mim também.” Levantou a sua barra perto do rosto e, por um breve momento, fez Jimin rir.

“Mesmo assim, obrigado pela gentileza. Da próxima vez eu trago alguma coisa também.” Jungkook podia ver a timidez nos traços de Jimin, seu rosto até estava levemente rosado, mas fingia não estar percebendo nada disso.

“Como quiser.” Respondeu para deixá-lo mais à vontade, mas sentindo o diálogo morrer ali, pelo menos não de um jeito constrangedor.

Viu de rabo de olho Jimin segurar o chocolate com as duas mãos ao invés de abrir ou guardar a embalagem. Já tinha aberto o seu e guardava o plástico vazio na mochila para jogá-lo fora mais tarde quando Jimin fez menção de se levantar. Despediram-se apenas com leves acenos e Jungkook permitiu-se observar as costas de Jimin enquanto ele descia.

Agora sentado à janela, Jungkook pensou em como inesperadamente se sentia bem por ter feito aquilo. Lhe fez bem ver aquele rapaz sorrindo em agradecimento, surpreendido por uma atitude tão simples, mas que nem ele mesmo fazia com frequência. Percebeu também que Jimin tinha um sorriso bonito. Eram rápidos quando apareciam, mas eram bonitos e os rastros davam um toque suave ao rosto dele.

Jungkook achou que era bonito. Inesperadamente bonito.

 

Jungkook se pegou pensando no rapaz do ônibus durante as aulas. Descobriu que o efeito de sua atitude ao ser amigável agia nele também, visto que as reações mínimas e contidas de Jimin não saíam de sua cabeça. É normal que as pessoas se sintam bem ao ajudar as outras, mas não era a mesma coisa que ele sentia ao ajudar uma senhora a carregar as compras para o carro, ele pensou. Era confortavelmente diferente.

 

 

Quando Jungkook sentou ao lado de Jimin, que estava na janela, o mesmo tinha dois copos de café na mão.

“Está frio hoje,” começou dizendo e Jungkook guardou para si a admiração do tom ameno “Como não sei qual você gosta, optei pelo bom e velho americano. Aqui.” Jimin estendeu o copo ao mesmo tempo em que dava um gole no seu. Ainda estava quente quando pegou, o que significava que talvez Jimin não morasse tão longe dele.

“Americano está ótimo.” Sorriu verdadeiramente. “Foi uma boa escolha porque não dormi muito essa noite... Então é exatamente o que eu precisava.” O rosto de Jimin se iluminou num sorriso fechado. “Obrigado.” Finalizou a fala com o primeiro gole, quente e bem-vindo naquela manhã excepcionalmente fria.

O açúcar passava um pouco da quantidade que gostava, mas não era um problema. Muito pelo contrário, não havia mentido quando disse que era exatamente o que precisava.

“Você estuda?” Jungkook perguntou casualmente, tentando puxar assunto.

“Eu estudava, mas não cheguei a me formar. Tenho um trabalho temporário por enquanto.” Explicou enquanto olhava para o próprio copo. “E você?” Os olhos dele subiram direto para os de Jungkook, fazendo com que eles se encontrassem.

Não respondeu de imediato, recuperando-se de uma intensidade que o pegou desprevenido. “Estou no segundo ano de publicidade e propaganda.”

Jimin assentiu vagarosamente enquanto bebia mais do café. “No segundo ano?” Jungkook fez que sim. “Você é mais novo.” Acabou deixando uma curta risada soprada escapar.

“Jura?!” Jungkook reagiu mais exaltado do que pretendia. Não tinha passado pela cabeça dele ser mais novo. Para ele, tinham no máximo a mesma idade. Achou que isso se devia a fisionomia de Jimin - bochechas salientes que espremiam seus olhos quando sorria, corpo menor e mais baixo do que o dele, ombros estreitos e mãos pequenas. Era uma figura fofa aos olhos de Jungkook.

“Dois anos.” Jimin detalhou.

“Eu realmente não esperava por isso.” Acabou admitindo, fazendo Jimin rir, provavelmente acostumado com esse tipo de reação.

“Foi o que eu pensei.”

Logo Jungkook estava sozinho em seu lugar ao lado da janela depois de se despedir de Jimin com um “Até segunda, hyung” que pode jurar tê-lo feito corar, mas talvez fosse só o calor do café.

 

“Minha mãe não vai emprestar o carro hoje porque não quer ninguém vomitando nele de novo.” Foi a primeira coisa que Jungkook disse assim que se aproximou de Namjoon e Seokjin, rindo da cara de derrota de Namjoon e vendo Seokjin rolar os olhos.

“Está vendo, Namjoon? Isso é culpa sua.”

“Mas eu lavei o carro depois!” Ele protestou alto demais e fez Jungkook rir mais ainda.

“Vai precisar mais do que isso se quiser ganhar o coração da Sra. Jeon de volta, hyung.”

“Vamos de metrô, assim todos vão poder beber o quanto quiserem.” Seokjin se apressou em ressaltar o lado positivo.

“Pelo menos isso.” Namjoon concordou e tendo os três chegado no ponto do campus que os dividia, foi o primeiro a se separar. “Vejo vocês mais tarde.”

Quando se reencontraram, estavam todos na rua da casa de Hoseok, estudante do departamento de dança com quem Jungkook foi o primeiro a fazer amizade quando passaram alguns anos praticando na mesma academia de dança. Era algo que Jungkook gostava de fazer, mas diferente de Hoseok, optou por aperfeiçoar seus desenhos e a parte digital dos seus talentos para o ramo profissional.

Pegar um copo com bebida foi a primeira coisa que Jungkook fez assim que entrou na casa. Estava cheia, mas não abarrotada de modo que fosse impossibilitado de se mover como já aconteceu outras vezes. O som estava alto e Hoseok teve que praticamente gritar no ouvido de Jungkook quando se encontraram. O mais velho já estava na fase alegre do álcool, além do seu normal, e tocava Jungkook mais do que o necessário. Quando o puxou para a sala onde havia a maior concentração de pessoas dançando, o trouxe para perto numa dança que sabia que Jungkook seria capaz de acompanhar. Não era a primeira vez que dançavam próximos demais, assim como não era a primeira vez que se deixava levar pelos toques sorrateiros de Hoseok em sua cintura.

“Já faz um tempo, não acha?” Hoseok colou seus lábios no ouvido de Jungkook para se fazer ouvido em meio ao som. Jungkook já tinha bebido dois copos fora os que já teve antes de chegar no caminho com os outros dois.

Jungkook sorriu e enterrou seus dedos nos fios do cabelo de Hoseok, prendendo-os firmemente, “Sentindo saudades, hyung?” O tom audaz na voz de Jungkook fez Hoseok rir alto, mas assentir sem qualquer sinal de receio ou jogos.

“Andei bastante ocupado nas últimas semanas.” Seus lábios estavam outra vez no ouvido dele, Hoseok aproveitava para resvalar ao falar, às vezes interrompendo para suavemente morder a orelha de Jungkook. “Os treinos e tudo mais… Você sabe como é.”

Depois de algum tempo perdido na conversa entrecortada por alguns toques e carícias e corpos movimentando-se no ritmo da música, Jungkook saciou a vontade de Hoseok ao puxar os lábios dele até os seus. Hoseok buscou por mais contato e sua garganta vibrou quando sentiu o braço de Jungkook se fechar ao redor de sua cintura.

Não souberam dizer quantos minutos permaneceram ali perdidos entre mãos, lábios, respirações alteradas e saliva. Em dado momento Hoseok se afastou para buscar mais bebida para eles e foi basicamente entre beijos, dança, bebida e mais beijos, danças e bebidas que passaram a noite até finalmente Hoseok levar Jungkook até seu quarto.

 

Hoseok e Jungkook nunca foram namorados. Desde que treinavam juntos, descobriram que juntos podiam suprir as necessidades do corpo sempre que sentissem vontade. Os períodos de noites juntos e pegações em festas já houveram várias pausas quando um deles começava a namorar, mas quando descomprometidos, às vezes a comodidade era mais atraente do que a ideia de buscar por alguém e eles optavam por satisfazerem um ao outro já que já sabiam dos gostos de cada um. O melhor lado da relação deles era que a amizade permanecia inabalada e o respeito sempre era presente. No início ambos tiveram medo de sentimentos demais acabarem comprometendo tudo, mas com o tempo deixou de ser um fator preocupante.

“Sai pra lá, Jungkook.” A voz rouca e sonolenta de Hoseok reclamou enquanto empurrava o corpo do outro para a outra metade da cama - ele estava quase caindo quando acordou com seu celular tocando e Jungkook ocupando mais da metade da cama. “O que foi, Namjoon?” Esfregou a mão no rosto ao atender, buscando despertar por já saber qual era o motivo da ligação.

“Você e Jungkook, acordem logo! Eu e Seokjin já estamos perto de lá.” Pela impaciência no resmungo de Namjoon, ele já devia ter ligado umas quatro vezes.

Cinco depois que Hoseok conferiu.

“Ok, já estamos indo.” Garantiu apesar da denuncia na voz oca e encerrou a chamada, já odiando ter que ser o responsável por acordar Jungkook que sempre dormia como um urso.

Quarenta minutos de atraso, mas eles finalmente estavam na entrada da Paris Baguette. Ao abrirem a porta, localizaram Seokjin e Namjoon de imediato pela conhecida risada engasgada de Seokjin na última mesa de uma fileira, no canto do estabelecimento.

“Vocês não podiam simplesmente esperar?” Hoseok reclamou, a voz era irritante demais para os ouvidos cansados de Namjoon, que o ignorou e rolou os olhos.

“Hyung, vamos pegar as coisas.” Jungkook o chamou e saiu para pegar a bandeja e escolher seu café da manhã.

Se houvesse uma definição de “nada saudável” no dicionário, uma foto ilustrativa bandeja do Jungkook definitivamente estaria lá, indo de salgados com salsicha até pães doces, chocolates e sorvete.

Ao parar diante do caixa, ele estava vazio, o atendente estava agachado arrumando alguma papelada debaixo do balcão antes de atendê-los. Quando se levantou, foi apenas para Jungkook ser surpreendido.

“Bom dia.” Disse amigavelmente ainda sem olhar para o cliente e mexendo no computador com certa pressa.

“Achei que nos encontraríamos na segunda.” Jungkook disse com um sorriso em formação, com surpresa ainda evidente no semblante.

Rapidamente o funcionário levantou os olhos para ele.

“Jungkook?” Jimin tinha a mesma expressão que Jungkook. “O que você est-” parou no meio da pergunta para rir percebendo que a resposta era óbvia. “Esquece.” Olhou para Jungkook ligeiro ao começar a fazer a conta de seus itens, ele também ria.

“Aqui é o seu trabalho temporário?” Perguntou sentindo a empolgação crescendo dentro de si. Jimin assentiu.

“Alguma coisa para beber?”

“Um americano quente.” Foi sua resposta e pode-se dizer que o rápido olhar que trocaram era cúmplice.

Jimin estava menos acuado do que nos outros dias. Era mais sorridente e radiante aos olhos de Jungkook. Custava-lhe tirar os olhos de Jimin e queria dizer que ele ficou muito bem no uniforme, mas achou que não seria apropriado.

“Por conta da casa.” Jimin colocou o copo na bandeja e sorriu para Jungkook.

Hoseok chegou ao lado de Jungkook apenas a tempo de ouvir a regalia.

“A gente vem aqui há meses e nunca ganhamos nada de graça.” Cochichou injustiçado para Jungkook, que viu o rosto de Jimin corar levemente enquanto mexia no computador.

“Que sorte a minha, então.” Debochou e recebeu uma careta do mais velho.

Depois de pagar, despediram-se em silêncio através do olhar e Jimin se voltou para atender Hoseok enquanto Jungkook seguia para sua mesa.

“O que há entre você e o cara do caixa?” Hoseok estava tão curioso que seus olhos praticamente demandavam uma resposta assim que colocou a bandeja na mesa, recebendo olhares curiosos de Seokjin e Namjoon.

Jungkook não deu muita importância, “É só alguém que eu conheço.”

“Tem certeza? Ele ficava rosa só de olhar para você.” Perguntou com a boca cheia da primeira mordida do sanduíche de queijo. “Ele pagou o café do Jungkook.” Continuou, mas dessa vez olhando para os outros dois.

“Se você não falar mais baixo ele vai te ouvir, Jung Hoseok.” Jungkook o repreendeu. Tentou falar sério, mas não tão seriamente quanto tentava colocar a maior quantidade de comida na boca sem sujar o rosto.

“Ele é bonitinho.” Hoseok adicionou.

“Vou dar uma olhada quando formos embora.” Seokjin disse por não se lembrar da aparência do rapaz que o atendeu.

“Bem bonitinho.” Hoseok corrigiu mais para si próprio enquanto mexia na comida e não viu o olhar que recebeu de Jungkook.

Para o alívio de Jungkook, Namjoon mudou o curso do assunto, começando a falar da festa e dos lucros e prejuízos da madrugada. Um prejuízo definitivamente seria a bagunça e o cheiro de urina no jardim da mãe do Hoseok, mas o lucro era que Namjoon tinha conseguido algumas coisas por meio de jogos. Por um momento eles acharam que os vizinhos acionariam a polícia quando um grupo perdeu uma aposta com eles e tive que dançar ciranda no meio da rua do bairro residencial vestindo somente cueca - a mando de Seokjin, porque se dependesse de Namjoon eles teriam ido exatamente como vieram ao mundo.

Ao ir embora, Jungkook se sentia tão cheio que qualquer movimento brusco o faria explodir. Nunca se livraria da mania de pegar mais comida do que aguenta. Na hora de sair da loja tentou distrair os três e evitar que todos olhassem para Jimin ao mesmo tempo, pois discrição não é algo cuja definição eles tem pleno entendimento, mas é claro que eles foram barulhentos o bastante para atrair a atenção de Jimin. Jungkook sorriu amarelo e acenou para ele, que riu e devolveu um tchauzinho com as mãos.

Eles já estavam do lado de fora quando Jungkook pediu para que o esperassem. Fazendo uso de toda a coragem que reuniu em silêncio, voltou para falar com Jimin. Primeiro perguntou quando seu expediente terminava.

“Você quer...Sei lá, sair comigo depois?” Tentou soar casual e demonstrar estar dando menos importância do que realmente estava. “Podemos ir jantar se você quiser ou só andar por aí.”

Jungkook estava prestes a surtar de tanto nervosismo vendo-o encará-lo em silêncio ao ser pego de surpresa. Jimin parecia até ter esquecido de respirar quando o silêncio entre eles durou tempo demais.

“Jantar é uma boa ideia.” Disse, por fim, sorrindo e permitindo Jungkook acalmar os batimentos do seu coração.


Notas Finais


fICOU ENORME EU SEI
mas
fazer o q ne
bem, como vcs viram, é bem simplessss e provavelmente tá cheio de erro mas eu nao consigo mais achar nenhum de tanto que já olhei pra esse negocio hoje entao vcs vao me perdoa n vao
vao sim
<3<3
eNFIM eh isso to chegando loguinho com o proximo cap


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