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História Maktub - 01x05: Despertar


Escrita por: BellaCherry e iSolune

Notas do Autor


Oláaaa
Primeiramente, nos perdoem pelo atraso, estivemos muitíssimo ocupadas com questões da faculdade.
Esperamos que aproveitem esse capítulo, que é o nosso predileto até agora!
Boa leitura ♥

Capítulo 6 - 01x05: Despertar


Fanfic / Fanfiction Maktub - 01x05: Despertar

Maktub

 

Escrita por BellaCherry e Solune

 

• CAPÍTULO CINCO •




 

EDIMBURGO, ESCÓCIA, 2019

 

Itachi sabia que a magia da ligação era forte, mas não imaginava que era tão intensa. Era notório que algo grandioso havia acontecido, a prova disso era Sasuke desacordado em seus ombros, pesando duas vezes mais que seu peso normal. O Uchiha mais velho deu uma última olhada na mulher que causou toda essa mudança, observou Neji Hyuuga carregá-la para longe e ele sabia que se Sasuke estivesse em sã consciência teria ido à loucura ao vê-la sendo carregada para longe.

Tudo ao redor estava diferente. Os galhos das árvores balançavam furiosamente, os pássaros voavam para longe como se pressentissem que algo estava diferente. E ele sabia que a causa era seu irmão, os olhos vermelhos com pequenas riscas pretas mostravam a verdadeira natureza híbrida de Sasuke.

— Uma Haruno… mas que merda, hein Sasuke? — Itachi resmungou enquanto carregava o irmão em direção do castelo. 

Ino e Sai chegaram assim que eles estavam próximos à cachoeira que camuflava o castelo dos Uchihas.

— Que porra aconteceu com ele? — a Yamanaka olhava para o irmão que estava inerte à realidade ao seu redor.

— A ligação… — Itachi suspirou. — Ele a viu, se ligaram, Sasuke encontrou sua marcada.

— Uau, isso é bem… — Sai pegou um braço de Sasuke. — Inusitado. Nossa, como ele está quente!

— O que está acontecendo com Sasuke? — Ino sabia que o irmão era forte e poderoso o bastante para enfrentar tudo. Mas isso não diminuía a preocupação que a mesma sentia ao ver a situação que ele se encontrava.

— Sua alma se ligou a da sua marcada no instante em que a olhou. — Itachi, juntamente de Sai, começou a levar Sasuke para dentro. — Cada pedaço dele anseia tocá-la. — era impossível e doloroso para Sasuke estar longe da mulher de cabelos rosados e Itachi sabia que isso significava algo muito importante. — O feitiço da mamãe foi quebrado. — nada mais conteria Sasuke. — O lado lobo dele despertou. Vai finalmente torna-se o primeiro híbrido a controlar as duas espécies.

 

O castelo dos Uchiha era enorme, Fugaku e Mikoto sabiam a força que um lobo tem, então era de conhecimento que Sasuke teria o dobro da força pela magia vampiresca que corria em seu sangue. Criaram um calabouço com correntes cheias de magia para prendê-lo quando esse dia chegasse, e os irmãos torciam para que as correntes fossem capaz de segurá-lo.

Os calabouços embaixo foram feitos com concreto reforçado, as celas com metais resistentes e com um toque especial que ajudaria a conter Sasuke. Ino e Itachi odiavam ver o irmão da forma que estava, mas sabiam que fazia parte de sua natureza. Itachi e Sai não puxaram os genes do pai, mas sabiam que era doloroso e que Sasuke teria que ser forte para aguentar a primeira transformação.

— Essas correntes não vão machucá-lo? — Ino disse enquanto observava os irmãos prenderem Sasuke pelos tornozelos, pulsos e por fim pelo pescoço.

— Temos que prendê-lo antes que ele desperte. — Itachi usava sua força para manter bem presas as correntes ao redor do pulso do Uchiha.

— Temos que ter a preocupação de não saber se isso será o suficiente para contê-lo. — Sai puxou o corpo de Sasuke colocando em cima da cama improvisada no canto da cela. 

— Ele é nosso irmão, Sai. Nunca nos faria mal. — Ino disse convicta.

— Acalme-se, tudo vai acabar bem. — Itachi olhou mais uma vez para Sasuke. — Vou atrás da Karin, ela deve ter algum feitiço que possa ajudá-lo, enquanto isso fiquem de olho.

 

Itachi subia as escadas pensativo, precisava montar uma estratégia para que essa descoberta não caíssem em mãos erradas. O fato de ser marcada de Sasuke deixava a vida da moça numa situação de risco total.

— “Sakura Haruno.” — O Uchiha arrumava o colarinho branco pensando na confusão que tudo se tornaria. Já havia mais de mil anos que não se ouvia falar nos Haruno, e para quem odeia sua família, saber que uma Haruno é a predestinada do seu irmão, mudava tudo. Itachi torcia para que Sakura fosse uma boa pessoa e que pudesse trazer certa cor para o irmão tão taciturno.

Enquanto ligava para Karin Uzumaki pôde ouvir o primeiro grito de dor do irmão. E Itachi sabia que essa agonia e dor só acabaria quando a transformação estivesse completa. 

 

Sasuke sentia cada célula e poro do seu corpo ansiando pelo toque da mulher que se tornou o centro do seu universo, mesmo que em sua mente as únicas lembranças dela presentes são os fios rosados e os olhos verdes. 

O Uchiha mais novo podia ouvir os irmãos conversando ao seu redor, mas as vozes pareciam estar muito longe e ele não tinha forças para falar nada. Seu corpo queimava como se estivesse nadando em um vulcão em plena erupção, algo dentro de si lutava para romper e se libertar. Sasuke sentia sua garganta arder como se estivesse em brasas vivas, a sede descontrolada havia o arrebatado de tal forma que nem mesmo a sensação de estar ligado finalmente à sua marcada o tirava de tal sofrimento.

— Argh. — ele tentava se soltar. As correntes, principalmente em seu pescoço, o incomodava. — Por que me prenderam, Ino? — finalmente sua voz tomou força e saiu alta, mesmo que fraca e rouca.

O moreno encarou a porta de metal em sua frente, a pequena abertura na porta permitia que o mesmo enxergasse Ino e Sai do outro lado tagarelando algo que ele não conseguia identificar o que era.

— Sas, você sabe muito bem o porquê. — Ino olhou pela abertura da porta, vendo Sasuke encará-la com aqueles olhos vermelhos. — Você, bem… Você encontrou sua marcada. Isso significa que o feitiço da mamãe se quebrou.

Os olhos verdes dela novamente voltaram a preencher a memória dele e tudo o que Sasuke queria nesse momento era percorrer cada pedaço de Edimburgo até achar sua marcada. O anseio de sentir o calor de sua pele era algo que o deixava beirando a insanidade.

Mas o som de algo se quebrando dentro de si fez o Uchiha urrar de dor. Era possível sentir a magia do seu lobo finalmente se libertando depois de ter ficado um milênio aprisionado.

— Argh! Porra! — Sasuke gritava enquanto seu corpo se curvava no chão de dor.

— Sas, você vai ficar bem. — a voz de Ino saia embargada ao ver a situação do irmão. — Estamos aqui com você.

Mas ele mal ouvia sua irmã.

As correntes frias faziam um barulho estridente enquanto Sasuke sentia seus ossos, um por um, se quebrando ao meio. Começou pelas pernas que se viraram até estarem totalmente opostas do normal, depois seus braços. Os estalos dos ossos escoavam por todo o calabouço, Ino poderia até mesmo dizer que todo o castelo poderia ouvir os sons agonizantes. 

— Temos que fazer algo para ajudá-lo, Sai. — Ino se aproximou da porta na intenção de abri-la. 

— Ficou louca, Ino? Não há nada que possamos fazer. — Sai franziu o cenho ao ouvir os gemidos do irmão. — É a natureza dele, nada mais pode pará-lo. E não se esqueça do que a mordida de um lobo é capaz de fazer conosco! — Sai olhou sério para a irmã.

Dentro da cela a transformação estava quase completa, as horas havia se passado e a lua cheia reinava no céu, como se tivesse aparecido somente para contemplar esse momento. No calabouço o último estalo da coluna de Sasuke se curvando foi ouvindo e ele podia sentir algo dentro de si diferente, um calor intenso subiu e o ar ficou mais pesado.

Então Sasuke Uchiha pôde finalmente sentir seu lobo tomando conta do seu corpo.

— Puta merda. — Ino encarava pasma o enorme lobo de pelagem negra como a noite a encarando com olhos em um vermelho vivo. — Essas correntes não vão segurá-lo! — a loira deu um passo para trás ao ouvir um rosnado do lobo.

 

Itachi olhava para a mulher em sua frente fascinado pela forma que ela havia chegado tão rápido em sua casa. 

— Você demorou demais para me chamar Itachi. — Karin encarava o Uchiha mais velho com o cenho franzido. — Sabia o que aconteceria quando ele encontrasse a marcada dele e mesmo assim, vocês não se prepararam! — a ruiva estava tentando manter a calma, havia ficado irritada e com temor ao saber que seu amigo havia finalmente encontrado sua destinada. 

— Não foi algo que planejamos, tipo “ Hm, hoje é sexta, dia do Sasuke encontrar a mulher que ele esperou por mil anos. A mesma que será a causadora da quebra de um feitiço de um milênio e liberar um ser jamais visto antes.” — Itachi comentou irônico. 

— Nossa, como você está hilário hoje, Uchiha. — Karin olhou para ele com desdém. — Nem parece que veio correndo me chamar como um cachorrinho indefeso. — a ruiva sorriu em escárnio.

— O pior você não sabe, além da marcada dele estar sobre a proteção dos Hyuuga… — Itachi suspirou lembrando de ver a moça sobre os cuidados dos irmãos Hyuuga. — A marcada dele é muito parecida com ela. 

— Com-

— Sim. — a interrompeu. Itachi ainda estava perplexo como a forma que as duas se pareciam. Mesmo a Haruno tendo os traços mais delicados e as tonalidades dos olhos e cabelos mais claros, não podia negar que ela parecia muito com sua antiga amiga.

Pararam de conversar ao ouvir o grito de dor de Sasuke seguido de um rosnado alto. Karin olhou para Itachi, que se dirigiu correndo para a escada que dava acesso ao calabouço seguido pela ruiva.

Quando chegaram no ambiente, se depararam com uma cena desastrosa. Sai e Ino tentava desesperadamente segurar a porta de metal da cela enquanto um lobo de dois metros de altura tentava quebrá-la a cabeçadas.

— É realmente um saco dizer isso, mas precisamos de ajuda! — Sai disse nervoso enquanto segurava o metal com toda a força

— Mas e as correntes? — perguntou Itachi incrédulo.

Ino bufou toda descabelada e segurou a porta quando Sasuke deu mais um golpe nela.

— As correntes já eram! Esquece o que eu falei sobre ele não atacar a gente, a gente vai virar petisco de lobo! 

Mas não houve nem tempo para processar o que a loira havia dito. Ino e Sai não conseguiram segurar mais, e foram arremessados contra a parede de pedra do calabouço.

Sai ficou bem, logo estava recuperado, mas Ino bateu a cabeça em um candelabro e caiu inconsciente no chão.

— Merda. — resmungou Sai, carregando a loira segundos antes do lobo negro abocanhar o ar onde ela estava.

Itachi se afastou de imediato, afinal, a mordida de um lobisomem é naturalmente projetada para caçar sua presa: os vampiros. Seus dentes, grandes, fortes e afiados, estavam posicionados de forma a conseguir prender e desmembrar os seres da noite, por isso era de fundamental importância se manter bem longe da boca do ser lupino.

Karin conjurou rapidamente um feitiço de bloqueio, mas pareceu não surtir efeito no grande lobo.

— Ele é assustador. — sussurrou a Uzumaki encarando a imagem do homem que conhecia desde bebê, transformado em uma criatura enorme e poderosa.

As correntes que o prendiam antes jaziam quebradas no chão, e a única coisa que barrava a passagem da criatura era uma magia antiga em todo o local da cela, que suprimia a magia de lobo, feito pela própria Mikoto Uchiha.

Entretanto, o feitiço da bruxa já estava tão enfraquecido, que mal o segurava, e a medida que o lobo de Sasuke colocava mais força para quebrar a barreira, mais fraca ela ficava.

Karin entendeu que teria de tomar uma atitude mais extrema, então pediu para que os irmãos saíssem do cômodo e se sentou no chão, de costas para o lobo furioso.

A ruiva começou a recitar um cântico antigo, e pôde sentir quando a barreira cedeu. No instante em que o lobo pulou ferozmente, como o bote de uma cobra, correntes de magia saíram das costas da bruxa e o prenderam. O lobo uivou, ensandecido, mas a magia do feitiço o segurava eficientemente.

Minutos que pareciam horas se passaram, e quando o lobo finalmente cedeu, a ruiva abriu os olhos e pôde ver Itachi a sua frente.

Karin sorriu, os lábios e dentes manchados de sangue que saía de seu nariz pelo esforço, e mais uma vez, antes que seu corpo caísse inconsciente, sentiu os braços do Uchiha mais velho lhe amparar.

 

Hanabi passou o dia inteiro observando e cuidando de Sakura, esta que ardia em febre desde o encontro com Sasuke Uchiha.

A morena sabia muito bem o que havia acontecido e no tanto que Sakura estava fodida com tal fato.

— Espero que você fique bem logo, Sakura. — Hanabi trocava novamente o pano da testa da Haruno.

Neji entrou no quarto em seguida, franzindo o cenho ao notar que Sakura, ainda estava desacordada. 

— Nenhum sinal até agora? — o Hyuuga perguntou e se aproximou da cama, observando a rosada que estava suada devido a intensa febre.

— Não, ela permanece do mesmo jeito. — Hanabi molhou o pano novamente na bacia com água gelada, colocando sobre a testa de Sakura. — É tudo muito estranho, sabe, irmão. Uma hora estávamos falando sobre a conta de energia, e, do nada, estava amparando ela em meus braços.

— Foi a ligação com o Uchiha, sabíamos que ela era importante. — Neji sabia agora exatamente que Sakura era a destinada de Sasuke. — Só não imaginava que além da linhagem sanguínea, ela também seria a predestinada dele. 

Hanabi olhou novamente para a rosada que apesar da febre, estava com as feições tranquila. Diferente de ontem a noite na qual Sakura se debatia e gritava de dor sem ter a mínima consciência no momento. Foi difícil para os irmãos Hyuuga, pois nem mesmo a magia deles foi capaz de despertar a Haruno.

— Ontem a noite eu pensei que ela não conseguiria suportar. — Hanabi passou a mão suavemente pelos fios rosados. — Ela estava com uma expressão de dor enorme.

— Quando você me ligou ontem dizendo o que havia acontecido, já era de se esperar algo assim. — Neji se recordou do desespero da irmã ao ligar para ele dizendo que Sakura havia desmaiado ao se deparar com Sasuke Uchiha.

— Eu senti no ar que algo havia acontecido. Tinha magia e uma sensação tão forte de elo. — Hanabi suspirou. — Que até mesmo eu consegui sentir.

— Era de se esperar devido a espécie poderosa que Sasuke Uchiha é. — Neji se sentou na beirada da cama olhando para o rosto delicado de Sakura. — Só espero que ela seja forte o suficiente para as coisas que virão. 

— Eu sei que ela é. — Hanabi acariciou a bochecha da Haruno. — E estaremos ao lado dela, para o que ela precisar. Só espero que ela fique bem logo.

— Ela vai ficar, tenha paciência, minha irmã. — Neji disse tentando passar certo conforto para a irmã. — Mas sabemos que com esse acontecimento teremos que viajar para informá-la do que aconteceu. 

— Mas como podemos deixar Sakura, aqui desse jeito debilitada?

— Já entrei em contato com Kakashi, ele está vindo para cuidar dela. — Hanabi franziu o cenho. — Sei que não quer ficar longe dela, mas se faz necessário avisarmos sobre isso. Tudo mudou agora, entende?

— Entendo. — Hanabi tirou a temperatura de Sakura, constando que a febre ainda estava alta. — Espero que ela melhore logo. — Hanabi sorriu triste para o irmão que acenou com a cabeça.

 

Sakura abriu os olhos fechando-os logo em seguida devido ao incômodo da luz sobre eles. Sentia seu corpo dolorido como se um caminhão tivesse passado por cima dela, a mesma tentou se levantar mas um par de mãos a impediu, Sakura abriu os olhos novamente se deparando com Kakashi a encarando com um sorriso de canto.

— Finalmente você acordou, bela adormecida. — Kakashi que antes estava no canto do quarto sentado na poltrona marrom de Sakura, lendo seu costumeiro livro, se levantou rapidamente ao notar que Sakura havia despertado. — Pensei que ia hibernar. — o Hatake deixou sua leitura de lado para ajudar a rosada a se sentar na cama arrumando os travesseiros em suas costas.

— Por quanto tempo eu dormi? — Sakura esticou as pernas sentindo-as meia doloridas, como se seus ossos tivessem se partido em dois.

— Quase quatro dias. — Kakashi a encarou. 

— O que? — Sakura exclamou assustada. — Eu não sei bem o que aconteceu, tudo está tão confuso em minha cabeça. — a Haruno segurou os fios rosados em agonia.

— Você desmaiou do nada, Hanabi te amparou. — Kakashi falou se sentando no canto da cama. — Ela e Neji te trouxeram para casa, você queimou de febre todos esses dias. — disse por fim.

— Eu não consigo me lembrar de nada. — Sakura estava assustada com o que havia acontecido. — Onde estão Hanabi e Neji? 

— Houveram alguns problemas na terra natal deles e tiveram que ir socorrer um parente. — Kakashi não poderia revelar para Sakura o que verdadeiramente os irmãos Hyuuga foram realmente fazer. — Por isso estou aqui, para cuidar da minha menininha. — Kakashi sorriu fraternalmente.

— Ah, entendi. — Sakura, estava confusa e assustada. Seu corpo parecia que pesava uma tonelada.

— Ei, tente não ficar pensando muito nisso, okay? — Kakashi disse calmamente. — Está com fome?

— Você falando agora, realmente estou com bastante fome. — Sakura sorriu sem graça ao ouvir seu estômago roncar em protesto a fome que ela estava sentindo.

— Vou descer e preparar algo para você comer. — Kakashi se levantou e saiu.

Ao se encontrar sozinha, Sakura resolveu ir tomar um banho, seu corpo estava pregando e a mesma sabia que era devido ao suor causado pela febre. Ao se levantar, sentiu seus pés entrar em contato com o chão frio e logo um roçar em suas pernas, olhou para baixo se deparando com Sagwa a olhando.

— Olá meu neném, cuidaram bem de você esses dias? — Sakura se abaixou passando a mão pela cabecinha de Sagwa que miou gostando do carinho feito. — Bom, agora mamãe vai tomar um banho, fique comportadinha. — Sakura observou a gata lhe encarar com os olhos brilhantes, até que a gatinha pulou em sua cama se acomodando entre seus travesseiros.

A Haruno entrou no banheiro jogando a roupa dentro do cesto e ligou o chuveiro enquanto fechava a porta do box. Ao sentir o jato de água fria molhar seu corpo, encostou a cabeça no azulejo tentando organizar seus pensamentos. Tinha certeza de que estava muito bem, então não tinha explicações plausíveis para o que havia acontecido com ela. Enquanto enxaguava o cabelo, se esforçava para lembrar de algo que sabia que estava esquecendo. 

— O que aconteceu? — Sakura desligou o chuveiro. — Sei que estou esquecendo de algo. 

Devidamente de banho tomado e vestida, soltou um longo suspiro. Apesar de estar um pouco mais revigorada, o rubor em suas bochechas ainda era presente. Trocou os lençóis da cama e se deitou novamente ao mesmo tempo em que Kakashi retornava com uma bandeja com uma comida, que ao seu olfato, estava com um cheiro muito agradável.

— Bom, fiz uma canja de galinha para você, espero que goste. — Kakashi apoiou a bandeja no colo da Haruno.

— Muito obrigada, o cheiro está divino. — Sakura levou uma colher cheia até a boca. — O sabor também está maravilhoso.

— Ah, obrigado, Sakura. — Kakashi agradeceu meio sem jeito.

Sakura comeu toda a canja e tomou o suco de laranja que o Hatake trouxe.

— Você e essa mania desde criança de passar o dedo pelas bordas do prato. — Sakura corou com o comentário.

— Estava realmente muito bom. — Sakura sorriu para ele.

— Você sempre gostou da minha comida, desde que era só uma pirralhinha correndo pela videiras de seu pai. — Kakashi comentou nostálgico lembrando que a Haruno era uma criança adorável. 

— Todo mundo sempre ficava me olhando, tomando cuidado. — Sakura foi uma criança feliz, mas sempre sentiu que todos ao seu redor lhe protegiam com um cuidado excessivo.

— Por céus, Sakura, você também era muito arteira. — Kakashi gargalhou. — Lembra-se de quando subiu naquele pé de pêssego e sua mãe ficou louca achando que você ia cair?

— Lembro… — Sakura sorriu nostálgica. — No fim acabei caindo e ralando o joelho. 

— Você era uma criança impossível, não podia descuidar que estava querendo ir para a floresta. — Kakashi sempre cuidou de Sakura como um tio amoroso, protegendo e amando como se tivessem o mesmo sangue.

— Só gostava de brincar. — Sakura se defendeu. 

— Ainda me lembro de quando apareceu com a primeira tatuagem, seu pai quase surtou. — Kizashi ficou chocado ao ver a filhinha dele chegando em casa com as costas toda tatuada com galhos de cerejeiras.

— Em minha defesa, quis homenagear o nome que escolheram para mim. — Sakura amava o fato de ter o nome de uma flor rara que quase não se via mais.

— Flor de Cerejeira. — Kakashi comentou pensativo. Notando o tamanho da ironia do destino por a rosada ter o mesmo nome da flor que pode prejudicar a quem na verdade ela vai amar. 

— O que fizeram com minha academia? Nesses dias que fiquei desacordada... — Sakura não queria nem imaginar seus alunos sem as aulas.

— Hanabi cuidou de tudo, ficou fechada esses dias. — Kakashi explicou. — Seus alunos foram avisados. Inclusive, Neji, teve que quase botar o garoto Uzumaki para fora.

— Naruto? — Sakura perguntou confusa.

— Ele mesmo, queria lhe ver. — Kakashi tinha dó do Uzumaki, pois sabia que o mesmo jamais teria chances com Sakura.

— Depois eu falo com ele. — Sakura não se sentia muito confortável ao falar de Naruto, a mesma sabia que ele tinha segundas intenções, mas no fundo, era como se fosse errado alguém querer algo com ela assim. 

A rosada passou o dia conversando com Kakashi sobre lembranças de sua infância, isso a fez se acalmar mais um pouco, trazendo uma nostalgia ao ver ele cuidando dela como fazia quando era criança. Foi a maior dificuldade para Haruno o convencer de que estava bem o suficiente para ficar sozinha.

— Tem certeza de que não precisa mais de mim aqui? — Kakashi tinha medo de que ela piorasse de novo, afinal, Sakura era marcada de um híbrido.

— Vou ficar, pode ir tranquilo. — abriu a porta. — E se eu sentir qualquer coisinha, te ligo na hora. — ela fez o gesto de promessa cruzando os dois dedos indicadores nos lábios, como fazia com Kakashi, quando era criança.

— Bom, então vou indo. — o homem beijou o topo da cabeça da Haruno, olhando ao redor para ver se não havia nada suspeito. — Amanhã passo para ver como você está. — com isso, foi embora.

Ela entrou dentro de casa, não antes de observar a lua que estava majestosa no céu, e sentiu um arrepio pelo corpo. Fechou a porta balançando a cabeça para espantar a sensação que havia sentindo, subiu para o quarto depois de ter tomado um copo de água. 

Mesmo tendo dormido por quase quatro dias, Sakura ainda se sentia sonolenta. Poderia ser por conta dos analgécicos que Kakashi fez ela tomar mais cedo, e agora tudo o que ela queria era dormir novamente. Ao chegar no quarto, a Haruno trocou de roupa colocando um pijama confortável e tirando Sagwa de cima do travesseiro, que rolou até ficar no pé da cama fazendo os barulhos engraçados que Sakura amava em sua gatinha.

Ao se deitar, sentiu o sono bater mais forte, e em poucos minutos a Haruno já havia sido embalada pela sonolência. Em seu sonhos, Sakura estava em um lugar muito bonito. Sentia uma alegria exuberante e uma felicidade que jamais sentiu antes, como se estivesse finalmente completa e realizada. Ao olhar para frente, Sakura se deparava com olhos ônix brilhantes, que oscilavam entre negro e rubro, brilhando como o vermelho mais escarlate. Sem saber o significado de tudo, Sakura passou a noite com os olhos enigmáticos preenchendo cada canto do seu sonho. 

Ela só não sabia que logo mais, esses mesmo olhos, iriam virar sua vida de uma forma que a Haruno jamais voltaria ser a mesma.


Notas Finais


Comentários??? ♥

Estaremos respondendo algumas curiosidades sobre a fic 🌚♥️


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