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História Maktub - 01x07: Desconfiar


Escrita por: BellaCherry e iSolune

Notas do Autor


Oi migss, Sol aqui
Por essa vocês não esperavam

Capítulo sem betagem, perdoa qqr erro, sou míope kkkkkkkkkk

CARAMBA VALEU PELOS MIL FAV, GENTEEEEE ISSO É SURREAL, A GENTE LITERALMENTE CHOROU

Espero que gostem ❤️❤️❤️

Capítulo 8 - 01x07: Desconfiar


Maktub

 

Escrita por BellaCherry e Solune

 

• CAPÍTULO SETE •




 

EDIMBURGO, ESCÓCIA, 2019.

 

Ino caminhava tranquilamente pelos corredores do castelo. O dia havia sido exaustivo, tentar controlar a sede de sangue que Sasuke tinha era fácil, difícil foi convencer o híbrido que ele não poderia ir atrás de sua marcada, até que ele finalmente o pudesse.

Ela estava sentida pelo irmão. Deveria ser muito triste ser privado de algo que você anseia muito, e doeu em cada fibra de seu ser trancafiá-lo daquela forma e impedir que ele saísse enquanto não se estabilizasse.

Com sorte, tudo ficaria bem.

A Uchiha estava com um roupão de seda preto, uma peça que ela havia ganhado de Sai quando o irmão passou uma temporada em Paris. Com os longo cabelos loiros escovados e alinhados depois de quase ter ficado sem eles ao tentar parar Sasuke, a loira estava finalmente tranquila. 

Ao virar o corredor da ala sul, Ino sentiu uma brisa levantar seus fios, e em uma fração de segundos ela estava com o rosto virado contra a parede de pedras, uma mão segurava seu pescoço firmemente.

Um corpo forte a prendeu contra a parede e pressionou contra ela fazendo com que todos os sentidos dela se ligassem, deixando seu corpo pronto para batalha.

Ao invés de Ino desesperar-se com o possível intruso, ela se vira e ergue o visitante no ar com toda a elegância que ela possui. 

— Você já foi mais doce comigo, Sasori. — ela encarava o ruivo que sorriu com desdem. 

— Como se você fosse um doce de pessoa. — respondeu-a.

Sasori era um vampiro que foi transformado por Ino quando ela estava de passagem por Nova Orleans. Sasori Akasuna havia se apaixonado pela pessoa errada, e isso fez que encomendassem sua morte. Porém, por sua sorte, Ino o encontrou à beira da morte e se compadeceu, o transformando. 

— Também senti sua falta. — Ino riu debochada o soltando no chão. — Mas o que te trás aqui? 

Ele enrijeceu o corpo e a encarou.

— Vocês têm visitas. — Sasori a encarou sério — Parece que o fato do seu irmãozinho ter finalmente libertado o lado lobo afetou todo o mundo sobrenatural. 

A loira franziu as sobrancelhas bem delineadas e suspirou.

— Que maravilha! E onde estão esses visitantes? 

— No jardim. 

O Akasuna a guiou pela fina cintura pelos corredores até que adentrassem o jardim bem cuidado de Itachi. O próprio, naquele momento, estava cuidando das rosas da imensa área verde da ala norte do castelo. Sai estava deitado observando a lua que estava majestosa no céu.

O dia, em si, parecia muito pacífico, e nada fora do comum. Cada um cuidando de sua vida e fazendo as coisas que gostava, mas já haviam sentido que alguma coisa iria acontecer pois a forma que o dia estava passando tinha uma energia esquisita infiltrada em cada grama de oxigênio que inalavam, como se a natureza estivesse avisando algo.

De repente, Itachi largou seus instrumentos de poda e levantou-se, já se colocando ao lado de Sai.

O cheiro de Sasori era inconfundível, por isso nem se preocuparam quando o sentiram dentro do castelo. Todavia, haviam pelo menos mais três cheiros distintos vindo em sua direção. O pior: eram lobos.

— E eu achando que as surpresas haviam parado. — Sai falou encarando o visitantes que se aproximavam.

— Calma, irmão. — Itachi arrumou o colarinho do terno francês. — Parece que nossa família pela parte de papai finalmente decidiu nos conhecer. 

— Que hora mais oportuna, hu? — Ino surgiu acompanhada de Sasori. 

Sai encarou Sasori com uma careta de nojo e bufou.

— Não pensou em nos cumprimentar primeiro, Sasori? — o encarou. — Antes de ir correndo até nossa irmã como um cachorrinho? — finalizou debochado. 

— Não me enche, encontrei todos esses lobos no meu encalço — Sasori encarou os visitantes. 

Quatro pessoas — dois homens e uma mulher — chegaram através da floresta de pinheiros e pararam nos limites do jardim. Todos eram morenos e de olhos escuros. A pele branca, elegante, era traçada de tatuagens em padrões tribais. A mulher até mesmo tinha tais marcas no rosto de boneca.

— Peço desculpas a vocês pela aparição tão repentina. Sou Shisui Uchiha. — o moreno mais baixinho apresentou-se. Ele encarava aqueles que deveriam ter sido sua família. — Esses são Izuna, Obito e Izumi.

Ino cruzou os braços e deu um passo a frente.

— Que lindo! Nossos primos finalmente resolveram aparecer! — comentou irônica.

— Se soubesse que uma sanguessuga poderia ser tão linda como você, deveria ter aparecido bem antes. — Izuna provocou e piscou para Ino. 

— Me poupe, cachorro! — Ino retrucou com uma expressão de nojo.

— Cale a boca, Izuna. — Obito o repreendeu sério. — Viemos por conta de Sasuke, sabemos que a maldição foi quebrada e que nosso alpha finalmente despertou.

— Sasuke, não se encontra no momento. — Itachi se pôs na frente dos irmãos, afinal, toda desconfiança era necessária. — Ele está resolvendo algumas coisas, se vocês quiserem voltar…

— Não nos importamos de esperar. — Izumi cortou a fala de Itachi com um tom de voz doce. — Viemos de muito longe, então, se não se incomodem, gostaríamos de esperá-lo aqui. 

O mais velho a encarou. Ela parecia a prima mais fácil de lidar, mais amigável.

— Se vocês insistem. — Itachi deu de ombros. — Sintam-se em casa. — sua voz saiu com um leve tom de ironia, o que não passou despercebido pelos visitantes. 



 

Naruto caminhava pela floresta pensativo.

Desde ontem seu lobo estava inquieto, e no fundo ele sabia muito bem o porquê. Ele era o alpha dos Uzumaki e de clãs menores que decidiram se juntar a eles, confiando em Naruto como seu líder e uma figura de segurança. Então o loiro sabia que alguma coisa havia surgido, a força do mundo sobrenatural havia mudado, algo grande estava por vir e Naruto apostava que tudo tinha haver com Sasuke Uchiha. Aquele maldito...

— Naruto! —  Kiba gritou. —  Sua mãe lhe espera para o almoço. Pediu para te dizer que se atrasar mais um pouco ela mesma vem te buscar. — o Inuzuka repetiu a frase de Kushina meio sem jeito por se tratar do seu líder. 

Naruto gemeu.

— Argh, diga a ela que eu já estou indo, certo?

Passou a mão na cabeça, envergonhado por sua mãe o repreender através de Kiba.

O Uzumaki sentiu novamente a presença de novas presenças se aproximando. Isso o fez olhar em volta. Sua preocupação era que isso poderia afetar sua alcateia, e essa era uma coisa que ele não permitiria.

Kiba, ao seu lado, encarou a expressão endurecida no rosto dele. Todos sentiam que nos últimos dias algo grande estava acontecendo, mas uma reunião formal ainda não havia sido feita, então não havia muito espaço para comentar qualquer coisa.

— Vamos. — Naruto interrompeu as divagações de Kiba. — Aquela velha virá buscar a gente pelas orelhas se não nos apressarmos. 

Kiba e Naruto foram caminhando de volta para a reserva onde moravam. As flores que resistiam na neve que ainda não se prendia ao chão exalavam uma beleza em suas pétalas que variavam do amarelo, rosa e lilás, cobrindo toda relva da floresta de pinheiros.

Era uma visão muito bonita.

Preocupado com a energia que pairava no ar, Kiba não ousou dizer mais uma palavra sequer para quebrar o silêncio que se instaurou ao redor dos dois. Seu líder claramente não estava em um momento bom para conversas furadas, o comumente caloroso humor do Inuzuka não seria agradável nesse momento.

Quando chegaram à sede muito bem decorada em madeira e plantas — estas cuidadas pela senhora Uzumaki, como se fossem suas próprias filhas — encontraram todos ao redor da grande mesa de refeição da alcatéia.

Os principais membros e suas esposas já estavam sentados, apenas aguardando o líder Uzumaki para comer.

Aquela era sua cultura. Eles viviam em comunidade, e era assim que se sentiram confortáveis. Suas salas de recreação, biblioteca, cozinha, refeição… tudo reunia o povo. 

Sempre calorosos, os Uzumaki gostavam de saber que podiam contar um com o outro. Eles confiavam tanto em sua gente que as casas não eram trancadas, as janelas nunca eram fechadas, e eles também emprestavam tudo que tinham pois sua família se estendia a todos os membros da alcatéia, e não apenas aos laços de sangue.

O clima entre as pessoas naquele dia apesar de toda aquela sensação era de uma animação intrínseca do seu jeito. Os casais riam, conversavam, as mães davam de comer para as crianças e algumas amamentavam seus bebês. Os homens bebiam um suco bem gelado e contavam histórias de suas patrulhas e seus trabalhos como membros daquela pequena sociedade.

— Olá, como vão? — disse Naruto recebendo os comprimentos dos outros membros da alcatéia.

Kushina serviu a mesa com uma porção generosa de salada e olhou feio para o filho com as mãos na cintura.

— Chamei você mais de duzentas vezes! — ralhou ela. — Quantas vezes mais terei que gritar o seu nome enquanto mal sei se me escutou ou não?

O líder da alcateia encolheu os ombros brevemente mas logo relaxou a postura e sorriu para a mãe.

— Eu estava apenas espairecendo pouco. — informou, não como quem dá uma justificativa, mas como alguém que não quer preocupar uma pessoa que ama.

Shikaku, que comia ao lado da esposa e de seu filho Shikamaru, sorriu para o líder e suspirou.

— Nem sei como deve ser difícil carregar o peso de uma alcatéia tão grande sobre ombros tão jovens. — disse o Nara. — Todavia sei que você dá conta, o senhor tem muita garra e habilidade para lidar com qualquer problema, eu confio em você.

Naruto sentiu o peito encher-se de uma felicidade sem igual. Ele sabia que havia uma relação de confiança entre sua família e os Nara, e que eles sempre estavam disponíveis para ajudar para o que precisasse, porém, receber um elogio dessa magnitude de alguém tão respeitado, não era uma coisa cotidiana e nem era para qualquer pessoa.

O Uzumaki mais novo abriu um sorriso e ele entendeu que não estaria sozinho, enfrentando qualquer tipo de problema, independente do que ele seja.

— Muito obrigado, Shikaku. Sinto que tempos difíceis se aproximam, é bom saber que ao menos nossa família pode contar uns com os outros.

Shikamaru olhou para o líder e assentiu. Estava sendo treinado para ser o próximo beta da alcatéia, ocupando de tal forma o lugar de seu pai em breve. 

Fora isso, Naruto e Shikamaru eram grandes amigos de infância, e já faziam séculos.

A vida de um lobo não é eterna, porém, de certa forma, existe um jeito de driblar a natureza sem quebrá-la.

Todavia isso não era um assunto para se pensar naquele momento. Shikamaru engoliu um pedaço de peixe que estava muito saboroso, então disse:

— Você sabe que nós sempre estaremos juntos para enfrentar o que vier, só seria interessante que você nos dissesse se tem algum palpite do que está acontecendo. 

De repente parecia que nunca houveram risos nem conversas, ou brincadeiras. A mesa ficou em silêncio, apenas esperando pela resposta de seu líder. Muitos não aprovavam a forma direta com a qual Shikamaru tratava Naruto. Achavam um desrespeito, mas foi dessa forma que cresceram e se entendiam nesses termos. 

Mais valia, para Naruto, uma verdade em palavras duras do que uma traição vestida de bajulação é falso respeito.

— Sei tanto quanto vocês, mas tenho alguns palpites sobre isso. — disse Naruto. — Desde que os Uchiha vieram para a Escócia mais uma vez, essas coisas estranhas vem acontecendo, é como se o equilíbrio da nossa terra estivesse balançando e eu sinto em meus ossos que alguma coisa está para acontecer.

O silêncio prosseguiu por mais alguns minutos, até que Kushina suspirou dramaticamente e sentou-se ao lado do filho, servindo-se de um pouco de comida em seu prato.

— Não há terra que resista a essa família nojenta sem apodrecer, a própria energia ruim que os ronda faz com que coisas erradas aconteçam, eu me sentiria melhor se eles já estivessem mortos como sempre deveriam ter estado! — rugiu a matriarca Uzumaki com uma expressão de dor e raiva em seu rosto marcado pelo tempo.

Naruto olhou para sua mãe de longos cabelos vermelhos enfeitados com fios prateados da velhice, aquela mulher já havia sofrido muito nessa vida, como poderia dizer algo para contestá-la? Uchiha era sinônimo de dor para os Uzumaki.

— Não podemos afirmar nada por enquanto, temos um combinado com os Uchiha e por enquanto nada foi quebrado. Teve o incidente com um dos nossos, mas ele também invadiu o território deles, então estamos equiparados e não podemos chegar acusando eles de alguma coisa, sendo que nem temos certeza do que está errado.

Kushina assumiu um olhar duro como pedra, mas engoliu as palavras no fundo da garganta e se concentrou apenas em comer, aceitando a contragosto as palavras que seu filho disse. 

Apesar de ser seu filho, ainda era o seu líder, e a palavra dele era a lei.

— Concordo. Nem sempre essas coisas são uma ameaça. — ressaltou Shikamaru. — Eu sugiro que esperemos para ver o que está havendo, e depois pensamos como proceder se o evento for um problema. 

— O único problema é a cegueira de vocês! — disparou Kushina contra o garoto que considerava um filho, tendo o apoio de Yoshino, a mãe dele. — Sempre tentam resolver as coisas de forma pacífica e esquecem com o que estamos lidando: monstros! 

Ela soltou os talheres sobre o prato, em fúria, e se levantou.

— Os Uchiha são monstros, e nem falo sobre seu lado sobrenatural. — emendou. — A cabeça de Itachi Uchiha e toda aquela família em uma estaca, este é o meu sonho!

Então ela se retirou a passos pesados.

Naruto apertou a ponte do nariz com a ponta dos dedos e suspirou pesado. Não era nenhum segredo a antipatia que Kushina nutria por aquela família, especialmente por Itachi. Não poderia contrariar a mãe jamais, justamente por tudo que ela passou nessa vida, mas essa postura dela constantemente lhe dava dor de cabeça. Havia toda uma alcatéia para cuidar, e se estivesse em paz com os Uchiha, essa tarefa seria mil vezes mais fácil.

Shikamaru lançou um olhar para o amigo, limpou a boca em um guardanapo e levantou-se. Nos minutos que se passaram o silêncio se desfez e os risos e conversas retornaram a mesa, deixando com que as coisas voltassem ao normal e todos pudessem desfrutar do delicioso almoço que havia sido preparado. Naruto levantou-se, mal tendo comido direito, e seguiu o amigo através das passarelas de madeira construídas por dentro da floresta e que davam o seu acesso.

Caminharam em silêncio por alguns segundos, agora se dirigindo a outra parte da floresta onde havia um belo lago cercado de flores silvestres.

Os olhos azuis de Naruto observaram a superfície pacífica da água. Ele parecia anos mais velho do que realmente deveria aparentar, caso não tivesse aquela ruga de preocupação com a situação dos últimos dias.

— Então… como foi o seu encontro com aquela mulher? — perguntou o Nara arrancando um riso do amigo.

— Foi muito bom. Ela é uma companhia muito agradável, além de ser muito bonita e muito interessante, se tudo der certo, e eu espero que dê, logo teremos uma nova senhora para essa alcatéia.

Shikamaru assentiu. Mesmo que não concordasse com o fato de Naruto procurar alguém que não fosse a sua destinada, ele apoiava que com certeza o Uzumaki merecia toda a felicidade desse mundo.

— Entendo. Se ela for um terço da propaganda que você faz, sei que vamos gostar muito dela. — murmurou Shikamaru. — Mas…

— Já até sei o que vai dizer. Que eu não deveria trazer para nossa vida uma humana que nem é minha marcada, mas… não sei explicar, Sakura é diferente, especial, entende?

Entender, Shikamaru não entendia, mas aceitaria o que fosse necessário para ver seu amigo e líder feliz.



 

Sakura chegou em casa extremamente cansada. Estacionou seu carro de mal jeito na garagem, deixou as botas jogadas no hall de entrada, e jogou-se no sofá como um peso caindo em um lugar fofinho, lá ela ficou por bons quarenta minutos, talvez tenha até cochilado, ela não tinha certeza.

Sagwa se esfregou em suas pernas que estavam caídas no chão, fora do sofá. Ela estava com fome, mas também sentia falta da dona o dia todo.

Com a viagem de Neji e Hanabi, as coisas ficaram pesadas na academia, e era muita coisa pra administrar sozinha.

Avaliou suas mãos com o nariz franzido, precisava mesmo fazer suas unhas, aquelas cutículas estavam horríveis.

Levantou-se com preguiça e deu comida para sua pequena gatinha, e um pouco de água morna também.

Na cozinha, Sakura fez algo simples para comer e bebeu um chá de cravo da índia e gengibre, ele a aqueceu do frio que fazia. 

Sozinha com seus pensamentos, começou a imaginar o que faria no Natal, já que ele se aproximava com rapidez.

Queria visitar a família, mas isso não seria possível, visto que não sabia quando Hanabi e Neji voltariam de sua viagem. Uma vez que não teria ninguém para cuidar da academia, Sakura teria que ficar em Edimburgo, sem arredar o pé dali. 

Em verdade, ela estava tentando se focar em cada pequena coisa que pudesse para que não pensasse no homem que visitou sua academia pela manhã.

Lembrava-se com clareza de seus olhos escuros em contraste com sua pele branca e aveludada. Com toda certeza desse mundo era o homem mais bonito em quem já tinha colocado os seus olhos.

Sua conversa não durou tanto tempo, foi mais ou menos uns vinte minutos até que ele se matriculasse em suas aulas de jiu-jitsu e lhe desejasse um bom dia antes de partir. Mas a intensidade do encontro foi, com certeza, algo notável.

Sakura não costumava "notar" muitas pessoas. Desde que era adolescente, ela não costumava prestar muita atenção nesse tipo de coisa, sempre muito mais focada em seus objetivos e deveres do que ficar notando possíveis relacionamentos, ou pelo menos sentindo-se atraída por alguém e perdendo a cabeça por isso.

Mas simplesmente não conseguia parar de pensar nele, na forma com a qual falou consigo, e como a olhou. Havia algo caloroso e intenso debaixo de seu olhar aparentemente calmo e centrado, dava para ver só de olhar para seu rosto que ele era muito mais que aparentava, e mistério sempre foi uma coisa que atraiu Sakura.

Suspirando, se deu conta de que mais uma vez em seu dia estava pensando sobre ele, Sasuke Uchiha, de acordo com o nome que ele se apresentou para sua matrícula.

Ele voltaria para a academia dentro de uma semana depois de comprar todos os materiais dos quais precisaria para fazer as aulas. Segundo ele, já havia praticado a arte marcial fazia muito tempo e ele estava enferrujado, querendo relembrar os velhos tempos.

Sagwa terminou de comer e foi deitar em sua caminha acolchoada de cor de areia, a gata logo estava dormindo toda esticada em seu lugar afofado.

Sakura, então, permitiu-se tomar um banho e relaxar em sua cama lendo um de seus livros favoritos. Coisas como terror, mistério, gênero policial eram fascinantes para si, pois o mundo lhe era muito curioso e ela amava descobrir e aprender coisas.

Nem percebeu quando caiu no sono, seus sonhos foram tranquilos e ela conseguiu descansar maravilhosamente bem.

Na outra manhã quando abriu a academia e segurava um copo de café em uma mão e o celular na outra, discava o número de Hanabi pela quarta vez.

É claro que sentia saudade tanto dela quanto do amigo, eram muito unidos e estavam sempre juntos por aí, Além de que a risada esganiçada da adolescente que lhe ajudava na academia era a coisa que mais faltava no dia.

Ela atendeu depois de muitos toques, a voz sonolenta de quem havia acabado de acordar.

— Por Deus, Sakura, me deixa dormir. — reclamou a Hyuuga arrancando um riso da Haruno.

— Bom dia bela adormecida, dormiu bem? Vocês ficaram de me mandar notícias quando chegassem, e nem me avisaram nada, fiquei preocupada com vocês, principalmente por você não atender nenhuma das minhas ligações. — disse Sakura enquanto guardava sua bolsa e bebia um gole de seu café quente que já estava acabando.

Ouviu um muxoxo de Hanabi do outro lado da linha, e um farvalhar de tecidos como se ela estivesse levantando da cama.

— Sinto muito, a gente chegou tão cansado aqui na casa da nossa família, que nem lembramos de nos comunicar com ninguém. Mas chegamos bem e fomos reto comer uma boa comida e dormir.

Sakura se sentou em frente ao seu computador da recepção e o ligou, ouvir a voz de Hanabi depois de um tempo sem a escutar foi muito calmante.

— Sem problemas. Mas me diga, é muito frio aí nas montanhas?

— Sakura, meu rabo congelou na viagem toda para cá, pelo menos em nossos quartos existem agasalhos e cobertores grossos. Mas e você, está se virando bem sem mim?

— Sim, até que tudo está em paz. — murmurou.

Um silêncio ficou entre as duas por alguns segundos. 

— Okay, o que está havendo? 

Sakura mordeu o lábio inferior e respirou fundo. Não iria adiantar tentar enrolar Hanabi.

— Não sei explicar ao certo. É uma sensação de vazio, sabe? É como se eu estivesse no lugar errado, atraída para algum outro lugar que desconheço. — Sakura suspirou. — É como se… minha vida estivesse embaralhada e eu não soubesse como ajeitar? 

Hanabi ficou um tempo em silêncio, parecia escolher as palavras para confortar a amiga.

— Sakura, apenas respire. — disse a adolescente simplesmente. — Acredite em mim quando digo que sua vida vai mudar em breve, logo você estará tão cheia de coisas para fazer que nem vai lembrar mais dessa sensação.

Sakura aceitou o conselho e conversou mais algumas coisas com a amiga antes de começar a trabalhar em sua amada academia.

Hanabi, ao desligar, encarou Neji e disse:

— Ela nem imagina o que está por vir.



 

Sasuke ficou sem dar notícias por três dias inteiros. 

Não conseguia parar de pensar em Sakura.

Depois daquele primeiro contato, vendo seu rosto angelical e tentado a tomar aqueles lábios cheios para si, Sasuke tomou a decisão de se afastar o mais rápido possível e se render ao lobo furioso que habitava dentro dele.

"Minha, minha, minha!" Aoda gritava em sua cabeça enquanto corria dentro da floresta transformado e sem noção do tempo. Precisava ficar longe, pois a necessidade de tomá-la era surreal.

Resolveu que era melhor desaparecer de vista, se transformar em um lugar distante, caçando animais menores e descarregando sua intensidade no meio do nada longe da comunicação com alguém, sendo humano ou não.

Sua cabeça estava a mil por hora, seus instintos a flor da pele. Nunca havia sentido uma necessidade tão grande sobre algo antes. Seu centro de gravidade era todo resumido naquela linda mulher de cabelo rosado, e cada fibra de seu ser o instigou a torná-la de uma vez, mostrando a todos a quem ela pertence e marcando sua essência nela.

Foi primitivo, animal, levou muito tempo até que sentiu sua cabeça desanuviar e finalmente pudesse pensar com clareza.

Quando enfim sentiu que estava pronto para voltar, Sasuke parou em um hotel e pagou uma estadia para tomar um belo banho e usar roupas que comprou novas em uma pequena cidade fora de rede.

A medida que se aproximava de sua casa, o alpha podia sentir em seus ossos que alguma coisa não estava de acordo com aquele ambiente que deixou para trás.

Havia uma energia distinta infiltrada em cada grão de terra e em cada copa de árvore próxima a Edimburgo e próxima ao seu castelo. Sentia a presença de sua família junto de mais pessoas — seres sobrenaturais — e foi com pressa que correu em direção à porta de casa, sendo recebido por alguém que jamais imaginou ver novamente em sua vida.

— E aí, cara? — cumprimentou Suigetsu de braços cruzados. O lobo tinha um sorriso afiado nos lábios. — Chegou a tempo para a festa!

Ino, Itachi, Sai e Karin estavam parados em um canto, e olharam apreensivos para Sasuke. Foi então que ele viu seis lobos e cinco vampiros ocupando sua sala de estar.

— Que porra…? — disse o Uchiha mais novo quando a porta se fechou.



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