Pov Adora Grayskull
— Catra, você pode se apressar? - gritei do andar de baixo para minha noiva
Nós deveríamos estar fora daqui e a caminho da casa do meu pai há quinze minutos atrás, mas não, alguém leva muito tempo decidindo o que vestir ou se vai combinar ou então se a maquiagem está no tom certo. Eu odeio chegar atrasada aos lugares, já bastava lidar com o atraso contínuo de Korra por toda a vida, agora eu teria Catra para me irritar com o mesmo ponto.
Eu gemi quando não obtive resposta dela como nas outras três vezes que gritei. Então fui verificar se ela estava viva.
— É esta a razão idiota por estarmos atrasadas - eu disse enquanto me encostava no batente da porta
— Ao invés de reclamar, você deveria me ajudar - Catra resmungou enquanto tentava puxar o zíper do vestido, mas falhou miseravelmente. Ela está usando um vestido curto de renda branca que fica bem em todos os lugares, a cor realmente a elogia, faz seus cabelos e olhos se destacarem.
Ao contrário dela eu estou vestindo uma camisa de botão branca de manga comprida que estava apenas meio abotoada que mostrava meu decote, as mangas estavam um pouco enroladas e, por último, estava com uma calça cáqui leve.
Suspirei e caminhei até ela.
— Só estou te ajudando porque já estamos bem atrasadas - resmunguei e movi seu cabelo para o lado, olhei para ela pelo espelho em nossa frente, ela estava olhando para mim e desviou o olhar em seguida.
Eu deixei meus dedos acariciarem suas costas suavemente, isso foi o suficiente para sua pele ficar arrepiada e sua respiração engatar, seus olhos se fecharam. Um sorriso surgiu no meu rosto com a reação dela. Continuei a correr meus dedos para cima e para baixo em suas costas, traçando-o com cuidado. Ela soltou um suspiro trêmulo e seus olhos se abriram.
— A-Adora, você pode andar logo com isso - Ela gaguejou
Eu ri quando parei com as carícias e finalmente fechei o zíper de seu vestido
— Podemos ir agora, Catra - Murmurei e estendi minha mão em direção a ela, mas ela a afastou e saiu correndo para sala.
Eu a segui para irmos a festa
— Você poderia desacelerar? - Catra exigiu enquanto de segurava em seu assento como se sua vida dependesse disso.
— Qual sua profissão? - Eu perguntei e ela me encarou
— Por quê você se importa?
— Não sabemos nada sobre a outra, então...
— Sou advogada - Disse ela simplesmente
— Isso é muito legal - Respondi
— E o que você faz?
— Nada.
— Nada?
Paramos em um sinal vermelho, então a encarei. Ela parecia confusa.
— Sim, meu pai vai me passar a empresa de qualquer maneira, então até que isso aconteça eu apenas aproveito minha vida de liberdade, ou eu estava aproveitando.
— Você não tem um emprego dos sonhos ou algo assim? - Ela perguntou enquanto o sinal ficava verde.
— Na verdade, não, a única coisa que eu poderia dizer que amo fazer é viajar. Mas já faço com frequência. Você gosta de viajar?
— Quem não gosta. Eu nunca tive tempo pra isso depois que iniciei a faculdade. Assim que me formei fui direto para o trabalho e para vida, eu acho.
— Quando nos casarmos e toda essa merda, talvez pudéssemos viajar um pouco para que você pudesse ver o que estava perdendo
— E por que você faria isso por mim?
— Não é só por você, Catra. Adoro viajar e você nunca deixou a cidade. Acho que é bastante benéfico para nós duas
— Parece bom. Eu gostei disso.
Logo chegamos a mansão de meu pai, onde havia vários carros estacionados do lado de fora, todos já deviam estar lá dentro.
— Finalmente tivemos uma conversa civilizada - Eu disse ao desligar o carro
— Sim, mas não se acostume com isso - Ela respondeu e saiu do carro
— Nem sonharia - Murmurei e a segui
Eu estendi minha mão em sua direção, mas como antes ela ignorou e continuou andando, mas eu a segurei pelo ombro
— Precisamos fazer nossa parte como um casal feliz, Catra.
Relutante, ela entrelaçou seus dedos nos meus e uma onda de choque percorreu meu corpo, eu espero que ela não tenha percebido minha cara.
— Vamos acabar com isso - ela murmurou
Entramos na mansão e fomos guiados pelos grandes corredores até o pátio próximo ao jardim.
— Catra, querida - Ouvimos Sarah se aproximar de nós
— Mãe - Catra disse, claramente não compartilhando da mesma animação
— Você está linda querida - disse ela enquanto se saudavam com um beijo na bochecha
— Você também, mãe
Sarah então virou-se para mim, e eu juro que ela me examinou duas vezes, me olhando de cima a baixo
— Adora, você está linda também - Disse ela — É bom te ver de novo
— Obrigada, Sarah. É melhor irmos encontrar meu pai agora
— Não a suporto - Resmungou Catra
— Foi desconfortável. - Eu respondi
Logo encontramos meu pai rodeado por algumas pessoas, quando nos viu, pediu licença aos demais e caminhou até nós
— Adora, Catra, vocês finalmente chegaram - ele disse
— Bem, alguém gosta de passar uma eternidade se arrumando - Catra beliscou meu braço em retaliação
Meu pai ignorou nosso comportamento
— O banquete será servido em breve. Preciso falar com alguém, mas vocês duas aproveitem e digam olá aos convidados. E lembrem-se de que estão apaixonadas.
— Eu o odeio - Murmurei e Catra riu
— Venha, vamos dar uma volta por aí
Eu balancei a cabeça e caminhei ao redor do grande quintal, tinha muitas áreas verdes, bebedouros para pássaros e um labirinto com arbustos
Catra achou muito bonito. Logo fomos paradas por um velho de terno, eu nunca havia o visto antes, mas ele disse meu nome, então só podia imaginar que ele conhecia meu pai
— Sou Elijah, você provavelmente não se lembra de mim, era muito nova. Sou amigo de seu pai
— Desculpe, eu sou péssima para lembrar rostos.
— Não se preocupe. E quem é essa linda jovem? - Ele olhou para Catra e soltou o sorriso mais falso que eu já vi
— Catra Melog Weaver - Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas ao invés disso ele a puxou a agarrando, fazendo com que Catra fizesse uma careta e eu também
— O que trás uma senhorita tão bonita aqui hoje?
Ele é estúpido? Ele não vê os anéis combinando em nossas mãos?
Elijah se aproximou dela, ficando perto, perto demais
— Bem.. nós- que diabos! - Catra o empurrou
— O que houve Catra? - Perguntei preocupada enquanto ela me abraçou
— Esse imbecil apertou a minha bunda - Disse ela chateada
— Eu não fiz sua vadia mentirosa! - Disse gritando
Eu olhei para Catra e depois de volta para ele
Maldito.
Fui até ele e dei um soco em seu rosto, então o agarrei pela gola da camisa e o joguei no chão com força
— Você acha que pode desrespeitar minha noiva desse jeito? - Eu dei socos repetidamente em seu rosto três vezes
— Eu n-
— Acho que você precisa de alguém para te ensinar a o que é respeito
Novamente uma sequência de socos, eu estava sentindo minhas mãos arderem
— Adora! Já chega - Catra me puxou pelos ombros e me segurou — Você vai matá-lo porra, já basta.
Eu vi um guarda patrulhando ao redor e o chamei
— Cuide desse imbecil, não quero ele perto da propriedade e certifique-se de que ninguém veja ele assim.
Ele balançou a cabeça e o levou embora.
— Você está bem? - Eu disse encarando Catra
— Obrigada por me defender. Você não precisava
— Claro que precisava. Você é uma chata, mas ele não tem o direito de te violar dessa maneira.
— Adora, as suas mãos - Ela as agarrou — Quão forte você bateu nele?
— Acho que o suficiente
— Temos que limpar isso antes que alguém veja.
Eu a guiei até o banheiro pelos fundos da mansão, assim não seríamos oportunadas com perguntas.
— Bom ao menos tem mais sangue dele do que seu aqui - Disse Catra lavando minhas mãos em água corrente. — Você arranhou um pouco a sua esquerda e provavelmente vai ficar machucado
Depois que ela terminou, ela olhou em volta em busca de um kit de primeiros socorros e os encontrou embaixo da pia
— Obrigada, Catra
— Tudo bem. Vamos, já devem estar servindo. - antes de abrir totalmente a porta ela me encarou — O que houve com a sua mão?
— Eu me cortei com vidro - Dei de ombros
Ela acenou com a desculpa falsa.
Assim que saímos do banheiro, fomos novamente para o jardim, meu pai e a mãe de Catra já esperavam por nós.
Nós nos sentamos e depois fomos servidos. Conversamos pouco e não houve muitas perguntas.
Quando todos à mesa terminaram, meu pai se levanta de sua cadeira com uma taça de champanhe nas mãos
— Peço a atenção de todos, por favor
Os convidados se calaram e deram toda a atenção ao meu pai
— Reunimos todos vocês aqui hoje para uma ocasião muito especial, que é para comemorar. Comemorem com todos nós a notícia do noivado da minha única filha e herdeira Adora Grayskull e ninguém menos que Catra Weaver. Para vocês duas, desejo nada além de uma vida cheia de felicidade e amor - Tenho que admitir, ele era um bom ator.
Todos aplaudiram e brindaram juntos
— Me beija - Catra sussurrou
— O quê? Não. Que nojo
— Quantos anos você tem, Adora? Doze?
Para outras pessoas parecíamos um casal feliz trocando afeto, quando na realidade estávamos fazendo totalmente o oposto
— Eu não vou beijar você - Sussurrei
— Na boca, bochecha, testa, ombro, tanto faz, idiota. Só faça logo!
Eu tentei usar todas as habilidades ridículas de atuação que herdei do meu pai e segurei seu rosto com a mão não machucada trazendo ela pra perto
— Acabe logo com isso - Sussurrou me olhando nos olhos
Eu deixei um beijo em seu nariz e em sua testa. Então para tornar ainda mais convincente, levantei sua mão e beijei
— Obrigada a todos, eu não posso nem começar a expressar o quão feliz eu estou por ser capaz de passar o resto da minha vida com ninguém menos do que você ao meu lado, meu amor - Disse a última parte olhando Catra
Deus, como dói dizer essas coisas
Todos ficaram maravilhados e Catra foi agora a única a beijar meu rosto e se esconder contra meu pescoço com falsa timidez
— Sua mentirosa de merda - Catra murmurou contra meu pescoço me fazendo suspirar
Passamos o resto do dia recebendo muitos parabéns e perguntas sobre o nosso relacionamento. Felizmente Catra respondeu a maioria delas.
Era quase meia noite quando voltamos para a cobertura. Eu estava completamente exausta, tanto que no momento que meu corpo tocou a cama eu imediatamente apaguei.
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