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História Malcriada - Mestre ou Mestra?


Escrita por: HQueenElla

Notas do Autor


ATENÇÃO!

Esse capítulo é de conteúdo sensível (sugestão de citação de depressão e Stress-Pós-Trumático), caso você não tenha estrutura psicológica para ler, por favor, NÃO LEIA e aguarde o próximo capítulo! ~desu

Capítulo 8 - Mestre ou Mestra?


Fanfic / Fanfiction Malcriada - Mestre ou Mestra?

Escola Imperial Novo Mundo - Tia Ella POV'S ON

Já era o terceiro dia do Festival Cultural, mesmo depois de Robin ter ganhado a aposta, ela entrou em acordo com Zoro para que ambos só começassem a "relação de Mestra-Escravo” após a semana do evento escolar.

E hoje, o dia fora totalmente dedicado à comida. Os alunos com as melhores notas em Economia Doméstica representaram a escola fazendo o maior Maid Cafe em todo o bairro!

Sanji é considerado o melhor cozinheiro dos primeiros anos, ele ficou responsável por toda a cozinha, no dia.

Algumas garotas do Segundo e Terceiro ficaram responsáveis por receberem e servirem os visitantes. As outras alunas do primeiro se ocupavam com outras atividades juntamente do Ensino Fundamental.

— Temos dois frapês, quatro sorvetes italianos e uma torta de maçã com canela! -informava Baby 5 ao cozinheiro Sanji, que com um belo sorriso, já preparava os pratos;

— Essa ideia foi muito divertida, não é mesmo Baby-san? -o loiro indagava a vice-presidente;

— Sim, acho que a Robin-kaichou até se empolgou com a situação e resolveu ajudar!

— Mesmo?

— Sim, ela está do lado de fora, servindo as visitas.

— Sanji-san! -Kid, um jovem garoto ruivo do terceiro ano e tesoureiro do Conselho Estudantil, entrara ao lado do amigo na cozinha- Temos mais seis pedidos para fazer e parece que daqui a pouco vamos precisar de mais gente na cozinha para ajudar.

— Tudo bem, chamem os outros alunos que sabem cozinhar bem, tanto doces quanto salgados, precisamos de bastante gente aqui, hoje! -sorriu o Vinsmoke-

— Vou pedir para as meninas espalharem o pessoal. -Baby saiu de dentro da cozinha e os deixou cozinhando.

 

*

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Zoro estava encarando o portão de entrada da escola. Hoje, o dia seria dedicado apenas para a comida. Luffy, que poucos minutos atrás lhe acompanhava, agora já estava em qualquer mesa ao ar livre para apreciar um bom prato de carne... Bem, é só isso o que ele come, praticamente...

O Roronoa bufou de tédio e foi caminhando até a ala leste da escola, onde ficavam as salas de economia doméstica e as salas de artes, que hoje, estavam ocupadas servindo de salão para o Maid Cafe.

 

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Zoro POV'S ON

As minhas atividades para dedicar com o grupo da Comissão só seriam de noite, ajudando na limpeza da escola.

Fora isto eu teria um dia todo livre de encheção de saco da Robin...

Fui na sala de economia doméstica para ver se encontrava a minha irmã, mas não achei. Só encontrei o famoso pervertido loiro com franja de emo cozinhando várias coisas.

— Oe, Cook, por um acaso você viu uma garota meio baixa e com os cabelos curtos por aqui?

— Cook? -ele virou-se para mim com um ódio mortal- Quem você tá chamando de Cook?! Eu tenho nome, ok?!

— Bom, eu nem sei o seu nome e depois, você não é exatamente isso? Um cozinheiro?... Ou quer que eu te chame de Ero-Cook?

— Ero-Cook? -ele largou a espátula no balcão de pedra- Você tá me chamando de cozinheiro pervertido?!

— E não é? -ironizei- Você dá em cima de todas as garotas e está cozinhando, não está?

— Ora, seu... -ele me encarou feio, mas não sabia como me apelidar até então- Parece até um Marinheiro com essa cara escrota!

— Tsc... Oe, Ero-Cook, não é melhor você tomar conta da sua salada, não? - falei perdendo a paciência-

— Tsc... Já sei, vou te chamar de Marimo... Marimo de merda! Porque tenho certeza de que você não serviria como militar!

— É, nisso eu concordo com você... -falei sombrio e saí daquele lugar, o cheiro de tanta comida junta estava me deixando enjoado.

Fui na sala ao lado para ver se achava a minha irmã idiota e acabei me deparando com a cena mais cômica e surreal do mundo:

— O que deseja, Mestre?

Aquela Maldita Russa Irritante estava com um uniforme de criada, os cabelos presos por duas tranças baixas e sua cabeça curvada pra mim. Eu fiquei estático de início.

Eu ri muito, mas muito alto mesmo.

— Como é que é?!... Nico Irritante acaba de me chamar de Mestre?! -eu não conseguia parar- O que caralhos aconteceu com você hoje?...

— Bom, Mestre, hoje eu estou aqui apenas para servi-lo. -ela disse com um sadismo cruel demais- O que vai querer de almoço? Cabeça de Zoro a moda do chefe, ou Cereja engasgada na sua garganta?

— Que tal... -eu lhe encarei de cima abaixo com malícia, como ela geralmente faz comigo- Apenas Nico Irritante de sobremesa?

— Dedos esmagados? Pode deixar, trago em um minuto! -ela me sorriu toda cínica e me fez sentar em uma mesa depois de pisar fortemente no meu pé e sair do salão como se nada tivesse acontecido.

Mas eu tinha que admitir: ela ficou muito bonita naquela roupa de empregada. Até porque, eu jamais pensaria que Nico Robin pudesse ter um lado mais atraente.

Se é que eu posso estar pensando algo assim da minha rival que eu "odeio" mais que tudo...

Bufei e encarei o lugar, havia muitas meninas de outras escolas e algumas delas, me encaravam demais. Isso me incomoda, eu não gosto de ser o centro das atenções e nem de parecer um destaque no meio da multidão.

Quando eu olhava para uma delas, via seus rostos corados de forma ridiculamente tímida; dei de ombros por um tempo até a Robin voltar.

— Hey, como isso aconteceu? -observei a torta de limão que ela colocara na minha mesa-

— Faltava gente para ajudar aqui em cima, então eu estou apenas como criada.

— Hm... -pensei- Quer dizer que hoje, eu sou o Mestre e você é a Escrava? -sorri de canto-

— Não sou sua escrava, sou sua empregada. -logo que ela falou isso, corou violentamente, colocando uma das mãos na boca.  — N-não quer dizer que eu esteja feliz em te servir...

— Pois bem, como seu Mestre, hoje, você será minha Maid Pessoal. Não vai poder servir a mais ninguém além de mim.

— E desde quando você decide isso por mim, Roronoa?

— Está nas regras do Café. -falei apontando a folha que o próprio primeiro ano preparara com as regras para servir no Maid Cafe projetado pelas meninas. — Você é a mais concorrida, e para sua inesperada surpresa, hoje de manhã, minha irmã me fez pagar uma taxa bem alta para eu poder fazer o que bem entender durante o Festival da Comida... Além do mais, eu quero muito ver a sua cara de derrota ao saber que a minha taxa fora a mais bem paga até agora. Você não pode me negar nada até o final do dia.

Robin suspirou, mas não fez a careta que eu queria ver: eu não menti quando digo que realmente paguei essa taxa. Kuina encheu tanto o saco por causa desses projetos que tive de aceitar só para não vê-la dando um chilique mais tarde. De manhã cedo, ainda em casa, eu paguei tudo o que ela me pediu.

 

*

 

Flahsback ON - Mais cedo, na casa do Zoro

"— Oe, Zoro, preciso de um favor seu. -Kuina me chamou toda apressada antes de sair correndo pela porta de casa. 

— O que foi? -falei resmungando, eu tinha acabado de acordar e pretendia sair mais tarde de casa para ir ao Festival Cultural da escola, já que só ajudarei na limpeza depois da saída dos visitantes. 

— Quero que me empreste 20 dinheiros.

— Para...? 

— Hoje, a Escola estará repleta de "empregadas" e cada uma delas tem uma comissão de serviço pessoal em valores diferentes. 

— Resume a porra toda, que eu não tô entendendo!  -falei impaciente. 

— Vou te pagar uma Maid Pessoal! -ela sorriu diabólica- além dela ser a única pessoa a te servir, você fica o dia inteiro comendo o que quiser e sem pagar com as fichas que a Comissão de Eventos da escola prepara.

— E por que eu iria querer uma Maid Pessoal? -dei de ombros- 

— Pense bem, os alunos que pagam uma Maid Pessoal não precisam se encarregar de nenhuma tarefa durante todo o Festival e claro, você também vai ficar longe da cozinha a não ser que seja para comer! 

— Ah, que seja, mas é bom que não esteja aprontando nada! -falei irritado, geralmente  a Kuina me pede dinheiro para uma coisa e usa para outra.

— A única coisa que vai me deixar feliz nessa história toda, é que assim que te pagar uma Maid Pessoal, eu posso ficar com as suas fichas e não precisarei pedir para você me alimentar!" 

 

*

 

Flashback OFF – de volta ao momento reflexivo do Zoro

Para ter uma Maid Pessoal, você precisa pagar uma taxa de adesão de participação do projeto, se você for aluno da escola.

Se for apenas um visitante, já é considerado um V.I.P e por isto essa opção não é válida.

Essa taxa de adesão te permite ter uma Maid Pessoal por um dia inteiro e ainda, te deixa comer o que bem quiser de graça durante todo o festival da comida.

Kuina me pediu isso porque me queria longe de problemas nos clubes de esportes e nem batendo boca com a Nami pelo auditório (MENTIROSA DA PORRA!).

Mas eu jamais pensaria que a minha irmã me faria ter a Robin como Maid Pessoal, parece até que foi de propósito! (se é que realmente não foi).

E lá estava a Presidente Irritante do Conselho Estudantil, suspirando num murmúrio e invés de querer me esganar, simplesmente concordou e fez reverência...

O que essa maldita tá aprontando?...

 

*

*

*

 

Eu resolvi que queria dar uma volta pela escola para saber o que estava acontecendo nas outras salas (na verdade era só para não ter que ser perseguido pelos olhares estranhos daquelas meninas que eu nem conheço) e puxei Robin para fora também.

— O que está fazendo? -ela disse rude, com certeza está brava comigo, o que de fato eu gostei de saber.

— Vamos dar uma volta.

— Não pode me obrigar a ir com você!

— Posso sim, eu paguei para ter você como Maid por um dia inteiro, certo? -provoquei mais um pouco, ela rangeu os dentes e bufou-

. . .

Ficamos em silêncio por um tempo, descemos até a sala do Conselho e por lá ficamos até um pouco antes da hora do almoço.

— O que estamos fazendo aqui? -ela me encarou confusa, mas não queria dizer muita coisa-

— Só quero dar uma descansada.

— Pensei que ia dar uma volta pela escola.

— E vou... Depois de almoçar. -sentei na cadeira de alguém aí e por lá fiquei, Robin ficou em pé, me observando e olhava para um outro canto depois- O que foi? Não vai sentar?

— Não.

— Está brava comigo?

— Um pouco.

— Que bom... Agora deve imaginar como me sinto quando você me tira do sério.

— Aquelas garotas... -ela baixou a cabeça e olhou para a parede dos fundos da sala- Por que elas te olham tanto?

— Eu não sei. Elas devem ter algum problema.

— Deveria se entreter com uma delas, no mínimo...

— E por quê?

— Porque elas parecem te olhar... Com outros olhos...

Foi a primeira vez que vi Robin constrangida ao começar um assunto. Eu não entendia bem por que ela fez essas perguntas do nada, mas seu humor estava diferente. Eu entendo que ela seja bem quieta, mas muda é exagero!

— Robin, o que você tem?

— N-nada... -ela se virou de costas e eu não pude ver mais seu rosto vermelho. 

Eu juro que não entendo direito as mulheres, mas ela, eu acho que já tinha mais ou menos uma ideia do que fosse...

— Não me diga que está com ciúmes? -ri de canto e a vi se virar muito lentamente, quase que travada;

Pensei que receberia um olhar mortal ou uma puta negação, só que, o que eu vi foram olhos lacrimejados e um bico fofamente estranho. Eu me desesperei, eu sei que a odeio (?), mas também nunca tive a intenção de fazê-la chorar, seria muita baixaria da minha parte! — H-hey, era brincadeira! E-eu não falei sério! Fica calma!

— Seu idiota! -senti seu soco no meu ombro- Isso não tem graça alguma!

— Desculpe, Robin... -suspirei e limpei seu rosto- Eu não quero de chatear, ok? -ela apenas assentiu com a cabeça, tentando desfazer aquele bico (que sinceramente eu achei... Fofo) — Vamos almoçar, senão o Luffy acaba com tudo. -pelo menos agora ela riu-

 

*

*

*

 

Tia Ella POV'S ON

Sanji fez o almoço para todos os alunos que estavam em horário de descanso, já que todos precisariam revezar o trabalho de atender os visitantes.

A escola estava lotada e havia muito o que fazer ainda, Zoro tentou não incomodar mais Robin depois de sua brincadeira, ele não sabia que a deixaria magoada. Mas por outro lado, ficou pensando se ela de fato não estava com ciúmes...

Bom, para reagir de tal forma...

Deixou que a Presidente ajudasse mais um pouco na sala de economia doméstica enquanto passeava pela escola, sozinho. No auditório estavam tendo palestras sobre diversos assuntos relacionados a história da comida.

Zoro se interessou um pouco e resolveu assistir também.

Acabou por sentar-se ao lado de uma moça mais velha que ele, com longos cabelos negros e olhos azuis como o céu, pele branca e alta. Lembrava muito Robin, mas não era ela.

— Oe, Zoro! -Luffy sorriu para o amigo sentado ao lado da jovem-

— Luffy? -o Roronoa encarou o moreninho com a boca cheia e em uma das mãos, um enorme pedaço de carne- O que está fazendo aqui?... E com esse pedaço de carne?

— Vou ver a palestra que o terceiro ano preparou! -ele sorriu- Ah, esta aqui é a Hancock. -apontou para a garota sentada entre os dois- Ela é prima da Robin!

— Eh?! -Zoro encarou-a: é verdade que as duas se parecem muito, mas jamais diria que são primas.

— Olá! -Hancock o cumprimentou- É um prazer conhecê-lo, Roronoa-san!

— I-igualmente... Ahn...

— Boa Hancock...

— Prazer... -ele corou- então... Como é que você aguenta aquela Irritante da Robin?

— Ela é um doce de pessoa! -a jovem franziu o cenho em confusão- Vocês dois não se dão bem?

— A gente se odeia.

— Pfft... Isso é impossível! -Hancock riu abertamente- Robin não odeia ninguém que conhece, mesmo quando a pessoa não gosta dela!

— Tem certeza? Porque ela parece me odiar bastante. -ele respondeu com tédio-

— Alguma vez ela te disse isso?

. . .

Zoro calou-se surpreso.

Realmente nunca ouviu da boca de Robin que ela o odeia.

E a Nico é o tipo de pessoa que não gosta de esconder algo para com alguém: se não gosta da pessoa, ela responde que não gosta, ainda que seja irônica.

Pensou um pouco na redação dela a um mês atrás, a forma como expressava tristeza e solidão lhe cortaram a alma. E tinha motivo, pois ele estava sentindo-se do mesmo jeito.

Talvez a morena tivesse razão em ficar chateada com ele quando falava certas coisas...

Apenas resolveu prestar atenção na palestra para distrair a mente desses pensamentos.

 

*

*

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Zoro POV'S ON

— Por que me chamou aqui? Vai me "estuprar" por acaso? -Robin estava com cara de tédio e eu ri.

— Vontade não me falta... -ironizei, mas acho que ela levou a sério- Desculpe, foi brincadeira.

— Tsc... Não fale isso do nada, e nem de brincadeira, se alguém te ouvir pode pensar outra coisa. -ela cruzou os braços e apertou-os num abraço lento, como se estivesse com frio;

Estávamos na cozinha industrial da escola e eu terminava de preparar algo para a Irritante.

— Que seja... -falei por fim- Toma, experimenta.

— O que é isso? -Robin encarou o prato com uma taça de massa gelada e muita calda colorida, raspas de limão, amendoim, canudos de chocolate e uma flor comestível.

— É um doce típico da França que aqui é chamado de Sorvete de vinho. Não se preocupe, não vai te deixar bêbada. -sorri sincero e ela corou, eu queria tentar me desculpar pelo que houve mais cedo, mas como não sou bom com palavras, resolvi usar outro método.

Eu a vi pegar a colher e provar o doce, ela gostou, sorriu para mim e continuou comendo.

— Você até que cozinha bem...

— Minha mãe me ensinou algumas coisas quando ficávamos o dia todo sozinhos. Eu gostava de vê-la cozinhando quando mais novo e ela queria me ensinar a valorizar as coisas. Então, acabou me ensinando a cozinhar alguns pratos.

— Como... -ela engoliu o doce- Você veio pra cá?... Tipo, o seu pai é japonês, certo?

— Sim. Meu pai desde sempre é empresário e sempre gostou muito de viajar o mundo e conhecer novas culturas. Até que ele conheceu a minha mãe, na França... De início, eles se odiavam muito, mas com o tempo foram se gostando. -eu me esgueirei sob a pia- Depois de dois anos começaram a namorar e ainda assim meu pai não largava o trabalho para passar um tempo com ela... -suspirei- até hoje é assim...

— Eles casaram cedo? -ela me indagou se sujando toda com calda de vinho-

— Não, demorou sete anos para isso, mas minha mãe casou já grávida da minha irmã mais velha.

— E como é a sua irmã?

— O nome dela é Abi. -sorri um pouco- Abi nasceu na França mesmo, meu pai morou lá por um tempo com a minha mãe por conta de negócios com filiais e uns troços assim... Três anos depois meus pais mudaram pro Japão e mais dois anos depois a Kuina nasceu.

— Legal... -ela dizia com a boca cheia pela colher-

— Abi ficou independente bem cedo porque não gostava de ficar pedindo as coisas para ninguém, ela casou faz pouco tempo, mas ainda prefere morar no Japão do que na França.

— Ela parece ser bem legal.

— Sim, ela é uma ótima irmã. Eu e Kuina sempre a visitamos nas férias, eu gosto de ficar alguns dias com ela, é divertido.

— Que sorte a sua... -Robin largou a taça do doce em cima de um mesário de pedra e abaixou a cabeça- Meus pais quase não se veem por causa do trabalho... Sempre foi assim... Mesmo depois que eu nasci, eles nunca pararam. Talvez por esse motivo eu não tenha nenhum irmão. Eles já acham difícil conciliar a vida profissional comigo...

— Robin... -suspirei de novo, eu de fato me imaginei no lugar dela e nunca pensei que fosse tão ruim assim sentir-se sozinho-

— Eu tenho a companhia dos criados da casa, mas eles só ficam durante o dia para limpar. A noite eu fico sozinha... É ruim porque tenho que dar conta de deixar a casa toda trancada na certeza de que ninguém vai tentar invadi-la ou coisas do tipo... Já tentaram me sequestrar uma vez.

— Sabe, você deveria sair um pouco mais de casa. -falei pensativo- bom, você tem a Nami, a Vivi, a Kuina, sua prima Hancock, tem o Luffy... tem até a mim para fazer companhia se quiser, mas achar que está sozinha no mundo, é burrice!

. . .

Ela me encarou espantada, eu sei que ás vezes exagero no que falo, só que já tá na hora dessa metida ouvir umas verdades também. - Robin, você está cheia de pessoas a sua volta, pessoas que gostam de você e que se importam. Não seja tão egoísta assim, se seus pais não podem estar com você no momento, não é porque não querem. Eles se importam com você e se preocupam mesmo distantes. Sabe o que é ter sorte? É ser uma pessoa tão bonita quanto você e poder alegrar tanta gente apenas sorrindo. Eu não tenho essa capacidade, mas você tem, e é o que você faz!

— Zoro...

— Deve ter alguém por quem você realmente olha todos os dias e se importe muito mais que tudo.

Ela respirou fundo e vi seus olhos deixarem cair lágrimas e lágrimas, não vou mentir, vê-la assim me doeu, porém era necessário.

— Chopper...

— O quê?

— Chopper... -ela repetiu- é meu afilhado. -sorriu de canto- ele está com 70 dias de vida, ele é neto da Kureha-sensei.

— Sério?

— Sim... -assentiu- quando a mãe dele ainda estava grávida, sofreu um acidente de carro com o marido. Foram pro hospital, mas o pai dele morreu no mesmo dia. A mãe do Chopper entrou em estado de coma e fizeram um parto de emergência... Era para ele nascer no início deste ano, só que com o acidente dos pais, nasceu dois meses antes do previsto. A mãe dele ainda está em coma, praticamente num estado vegetativo... Só respira por aparelhos. Ela só está viva ainda, porque por algum motivo estranho, consegue produzir leite. O hospital manda quase quinze litros de leite dela toda semana pra família da Kureha... Quando ela parar de produzi-lo, os aparelhos serão desligados.

. . .

Eu gelei.

Eu não sabia nada sobre isso, mesmo depois de ler a redação da Robin e ver algo relacionado ao nome do Chopper, eu não fazia ideia de que era por causa disto. Encarando-a agora, ela não é como uma Russa que passa o dia me infernizando, ela é apenas uma garota como qualquer outra. Uma garota que têm sentimentos, afinal, ela é um ser humano como todo mundo.

Robin tinha o direito de chorar, ela tinha o direito de sentir-se cansada e também tinha o direito de me bater por lhe irritar sempre.

Foi por impulso, mas eu a abracei e fiquei ali até que se acalmasse, seus olhos estavam ficando inchados.

— Você se preocupa muito com ele? -perguntei sem agredi-la com o timbre da minha voz, não era momento pra isso-

— Isso não é justo... -ela suspirou- ele não vai conhecer os pais, não vai poder nem sequer lembrar do rosto deles...

— Você sabe o significado da palavra Madrinha?...

Eu ainda estava abraçado nela, então tive que esperar um tempo para ouvir sua resposta.

— O quê?

— Madrinha é uma palavra que tem um significado simples, porém, bem profundo... -expliquei- Mãe de Batizado. Madrinha é uma Segunda mãe na qual é escolhida pelos pais biológicos da criança, depois que ela nasce e é batizada, a madrinha tem a mesma função que a mãe, ser uma mãe que o ensine a ser um adulto com a própria opinião, alguém que tenha muita bondade e saiba ajudar os outros sem esperar nada em troca. É exatamente essa a função da madrinha, ser mãe na ausência dos pais.

Ela me olhou bem surpresa, sei lá, acho que na maior parte do tempo ela pensa que eu sou burro.

— Zoro...

— Acho que você cumpre muito bem esse papel, mesmo que eu nunca tenha visto. -beijei sua testa e sorri sincero, nesta vez eu não seria maldoso e nem faria piadas idiotas, Robin precisava de ajuda e não de provocações.

Nos encaramos por alguns minutos, vi suas tranças quase desfeitas de tanto fio liso que escorria das raízes, peguei uma mecha e coloquei atrás de sua orelha, a vi corar, ainda assim, sorri.

— Obrigada... -ela corou mais.

— Não agradeça... -bufei por fim e lavei a louça dela que ficou pelo mesário- Vamos, o festival já acabou por hoje e nós temos que ajudar a limpar tudo.

— Sim... Mestre... -a Nico riu de canto com muita leveza e senti seus lábios tocarem minha bochecha.

É impressão minha, ou eu acabei de ganhar um beijo da menina mais Irritante do Mundo?

 

*

*

*

 

Tia Ella POV'S ON

Eram exatas cinco e meia da tarde, a Escola Novo Mundo acabara de bater o sinal da saída para os visitantes. Enquanto isso, os estudantes ficavam para ajudar a limpar o local. Na parte da frente, na grande área verde, a maioria deles ajudava na limpeza do gramado e do auditório.

Robin até esqueceu-se de trocar de roupa, mas não importava, naquele momento precisavam dela para limpar o chão do corredor de baixo.

— Oe, Irritante, sabe onde eu encontro mais sacos de lixo para repor nas latas recicláveis? -Zoro encarou a rival enquanto tirava o lixo dos corredores, levando para fora.

— Talvez no almoxarifado tenha, está tudo aberto, pode ir pegar. -ela sorriu provocante- Claro, se lembrar o caminho.

— Tsc, sua...

— Robin? -Kureha, a médica da escola, aparecera no corredor principal do primeiro andar, consigo carregava algo fofo demais para ser material hospitalar.

— Kureha-sensei! -a morena sorriu toda alegre e Zoro, curiosamente a seguiu na mesma direção, até que a viu pegar para si a tal coisa que a médica carregava- Você sentiu minha falta, querido?...

O Roronoa ficou espantado... Era algo pequeno e gorducho, com bochechas grandes e rosadas, cabelos castanho claros e um nariz bem desenhado. Mãozinhas fechadas e gordinhas, estava coberto sob uma roupa cor de vinho e mantas brancas bem quentes.

— Quem é essa bolinha? -ele encarou a criança que Robin carregava com todo o amor do mundo-

— Este é o Chopper... -a Presidente respondeu doce e amena-

— Eu não tenho afinidade com bebês, mas... Ele é bonitinho.

— Juro que essa foi a coisa mais estranha que já ouvi você dizer. -ela retrucou e Kureha, já sabendo como aqueles dois são, revirou os olhos e os deixou discutindo-

Sabia que podia confiar em Robin para deixar o neto sob os cuidados da jovem. Apenas saiu corredor afora, auxiliando os alunos na limpeza dos banheiros.

— Tsc... Qual é, Irritante?! Ele é um bebê, não uma bola de pelos!

— De todo o jeito... -ela sorriu pro afilhado- Chopper vai passar o dia todo comigo, amanhã.

— Então, amanhã você não vem pro Festival?

— Venho, só que não irei participar de nenhuma atividade.

— Hey, Chopper -Zoro encarou o pequeno todo enrolado sob os braços da Nico- Como é que você aguenta essa russa?

— Vai se foder, Zoro! -Robin respondeu brava.

— Olha o exemplo que tá dando pro coitado. Ele não merece ouvir palavrão com essa idade.

— Eu vou chutar seu saco senão parar de me provocar.

— Você não faria isso com meus pobres filhos que ainda não existem.

— Eu ainda duvido que você consiga ser um bom pai. -ela riu cínica-

— Cuido do Chopper melhor do que você. -ele desafiou-

— Haha, essa eu pago pra ver!

— Então tá, amanhã, vou passar o dia todo cuidando dele, pode rir da minha cara e me infernizar o resto do ano se eu fizer algo errado.

— Apostado! -Robin sorriu, mas por medo de deixar o afilhado cair, não apertou as mãos do rival- Só uma dica: ele mira longe... E mira bem...

 

 

 



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