“You could rettle the stars,
you could do anything,
if you only dared.”
“Você poderia estremecer as estrelas,
você poderia fazer qualquer coisa,
se você apenas ousasse.”
- Trono de Vidro
Sarah J. Maas
- Robin! Você é louco, sabia? – Regina disse rindo enquanto ele a pegava no colo e subia para o telhado do castelo de vidro.
- Eu sei! Mas você também não pode falar nada... – ele sorriu – E vai valer à pena. Hoje é lua cheia, e eu não poderia deixar de te mostrar... – ele a colou de pé – essa vista maravilhosa...
- Uau...
- Pois é... Conheça meu esconderijo!
- Pensei que seu esconderijo fosse o seu quarto...
- Bom, também é! Mas lá qualquer pessoa pode bater na porta e entrar, e aqui... Eu consigo ficar mais sozinho, pensar, ler um pouco... – ele respirou fundo – Descobri esse lugar quando eu era criança, desde então passei a vim aqui todos os dias pra ver o por do sol e acabou virando meu cantinho favorito do castelo. – Regina sorriu.
- Obrigada por me mostrar, eu adorei!
- Pode vim aqui quando quiser. Você já sabe o caminho.
- Vai dividir seu cantinho comigo, principezinho? – Robin riu.
- Vou, vou sim... – Regina deu um sorriso que logo desapareceu – O que foi, Regina?
- Eu nunca tive medo de uma batalha... Mas tenho medo da competição...
- Regina... Você tem uma segurança na hora de lutar que me impressiona, possui grandes habilidades, e sempre tem uma estratégia. Eu treino com você, então eu posso dizer.
- Obrigada... – Regina sentiu as suas bochechas queimarem.
- Está vendo todas essas estrelas no céu? – Robin perguntou e ela olhou para cima – Imagine que elas são os outros competidores... Você tem capacidade de estremecer cada uma delas, de vencê-las! – ele segurou a mão dela – Regina olha pra mim... – assim ela fez – Nunca, jamais deixe nenhum dos seus oponentes te intimidarem nessa competição. Eu sei do seu potencial e você também sabe...
Uma lágrima escorreu pelo rosto de Regina e Robin logo a secou.
- Obrigada, Robin... Mesmo...
- Não precisa agradecer... Até porque a MINHA campeã tem que vencer... – Regina sorriu.
X X X
Eles ficaram no telhado por um bom tempo conversando. Regina contou mais um pouco sobre sua vida e sobre algo que dói muito falar: seus pais.
- O que aconteceu com eles?... Não precisa responder se não quiser, podemos mudar de assunto.
- Não, não tem problema... Eu tinha 8 anos quando aconteceu...
- Regina...
- Não, Robin! Eu quero falar! – ele assentiu – Bom, era a noite e estávamos em nossa cabana, estava tendo uma grande tempestade que os raios cortavam e faziam um grande clarão no céu. Eu estava em meu quarto brincando e minha mãe me mandou ir dormir, e meu pai estava tentando consertar o vazamento que estava tendo no teto do quarto deles. Fomos todos dormir e eu escutei um barulho e por ser apenas uma criança eu fiquei com medo e me escondi embaixo da cama. Quando eu não escutei mais nada eu corri para o quarto dos meus pais e deitei na cama com eles. – Regina começou a chorar – A cama estava encharcada e eu achava que era por causa da chuva... M-mas... Era o sangue deles... – Nesse momento ela desabou no choro e Robin a abraçou.
- Shii... Eu to aqui. Se não quiser, não precisa continuar...
- Assassinaram os meu pais, Robin... Eu era apenas uma criança, eu não pude defendê-los! Eu tive medo e me escondi, eu...
- Ei, você mesma disse: você era apenas uma criança, Regina! E você fez bem em se esconder! Sabe-se lá o que eles teriam feito com você! Não se culpe, Regina...
- Não é só pelo o que eu poderia ter tentado fazer pra impedir isso, é a dor da perda... Mesmo depois de ter perdido meus pais, isso não fez com que as outras perdas fossem menos dolorosas...
- Então você perdeu mais alguém? – Ela assentiu – Sinto muito...
-É... Depois de tudo isso eu juntei algumas das minhas coisas e fugi na mesma noite. Eu só me lembro de ter sido encontrada ao nascer do sol, na beira do rio perto de um vilarejo. Arobynn me resgatou, me levou para o Forte dos Assassinos, e me treinou...
- Já ouvi falar dele...
- Eu era a única mulher lá dentro, mas os homens respeitavam... Conheci e fiquei amiga de muitos deles.
- Tinha alguém em especial? – Havia uma pitada de ciúmes nessa pergunta, mas Robin tentou não deixar muito aparente.
- Sim, o nome dele era Daniel... Ele era fiel, sempre cumpria a sua palavra. Apesar de ser um assassino era um homem bom...
- Vejo que gostava muito dele...
- Sim... Mas agora ele é apenas uma lembrança boa em meio à aqueles anos em que vivíamos para matar. Ele é passado, mas, fez parte da minha vida.
- Se sente mais leve depois de compartilhar essas coisas?
- Sim!
- Eu não falei nada sobre mim, mas...
- Mas?...
- Amanhã. Aqui. Ao pôr do sol... Depois do seu treino com o Killian. Também quero compartilhar coisas sobre mim com você. – Ele disse e Regina sorriu que nem boba.
- Combinado então, principezinho!
- Ai não, Regina! – ele riu – Não me chama assim!
X X X
Robin acordou no dia seguinte e foi para a mesa do café da manhã onde toda a sua família estava.
- Você sumiu ontem no baile, filho. O que ouve? – Seu pai perguntou.
- Eu me senti indisposto, fui deitar mais cedo... – Claro que era mentira, ele não podia dizer que estava com Regina, pois o seu pai acabaria de vez com isso e poderia mandá-la de volta para as minas, e não era isso que Robin queria.
- Entendo... Terei uma reunião com a corte, decidiremos o que vamos fazer com os rebeldes da Ilha de Storybrook. Parece que eles não estão aceitando a união do nosso reino com o deles.
“Se vocês fizessem acordos ao invés de usar a violência...” – Pensou Robin, mas nada disse.
- Então é por isso que a princesa deles está aqui? Para fazer um acordo e ela conseguir acalmar os seus súditos?
- Na verdade é como uma ameaça, filho. Se os rebeldes não aceitarem... Bom, você já sabe.
E mais uma vez, Robin não disse nada. Seu pai era um homem horrível! Ameaçar a vida da princesa para que os rebeldes aceitem o que seu pai chama de “união de reinos”, sendo que na verdade ele está tentando “colonizar” as terras que já têm dono.
- Acho que não precisa ser assim, pai. Com todo respeito.
- Você ainda não é rei, Robin. Mas tem que começar a pensar como um!
- A pensar como um rei ou a pensar como você?
- O que você está querendo dizer com isso?
- Que não é preciso usar a guerra sendo que têm formas pacíficas e mais simples de resolver as coisas, como, por exemplo, um acordo de paz com o Rei da Ilha de Storybrook. A filha dele está hospedada aqui o representando! O que custa vocês conversarem sobre o assunto?
- Nem tudo se resolve com conversa, Robin! Por Merlin!
- Pai, tente fazer o acordo primeiro, com a condição de que ela explique aos súditos dela que eles têm que parar de se rebelar. Caso não funcione, faça do seu jeito. – Robin não queria que o jeito do seu pai fosse usado, era um absurdo.
- Está bem! Mas se não der certo será do jeito que eu e a corte decidirmos. – O rei disse e seu filho assentiu – Mas quem vai traduzir o que ela diz? Não entendemos nada do que ela fala...
Robin se lembrou de Regina.
- Eu sei de alguém!
-Quem?
- A minha campeã.
- A assassina de Edenia? Desde quando ela sabe falar a língua de Storybrook?
- Nas minas têm muitos camponeses da Ilha que trabalham lá. Desse modo ela acabou aprendendo.
- Certo...
- Eu conversarei com ela. –O seu pai concordou e Robin já ia se retirando da mesa.
- Robin? Não acha que está passando muito tempo com essa... Garota?
- Sim. Estou sim! Treino com ela todos os dias, ela é minha campeã. E vai ganhar essa competição! – O seu pai nada disse. Robin afagou os cabelos do irmãozinho Roland, deu um beijo em sua mãe e se retirou do local.
X X X
Regina conversava com Emma e Killian na porta do salão de treinamento. A princesa de Storybrook se enrolava um pouco com as palavras da língua comum, mas conseguia se comunicar até bem.
- Maya, você poderia me dar aulas da língua comum, já que fala o idioma da minha terra tão bem. Seria bom ter uma companhia. – Emma disse em seu idioma e Killian ficou perdido olhando para Regina.
- Bom, com todas essas coisas da competição, eu só tenho tempo livre no final da tarde... Fica bom para você?
- Sim! Obrigada. Sinto-me muito sozinha aqui.
- Então fica combinado. Começamos amanhã, pode ser?
- Claro! – Emma lhe deu um sorriso e Regina retribuiu.
A assassina logo viu Robin se aproximando. Despediu-se de Emma e Killian os deixando sozinhos.
- Oi! Bom dia!
- Bom dia Edeniana! O que é aquilo? Killian com a Emma?
- Eu traduzi o papel que ele me deu ontem. Ele está se saindo muito bem. – Ela riu.
- Imagino...
Emma se despediu de Killian que logo se aproximou.
- Regina, sei que ela te pediu alguma coisa. O que foi?
- Eu ensiná-la um pouco mais da nossa língua. Combinamos para começarmos amanhã no final da tarde.
- Bom que assim fica mais fácil de você conversar com ela, não é amigão? – Robin disse brincando.
- Ah não... Já que vocês dois vão começar com isso eu vou me retirando. Tenham um com treino!
- Então agora somos só nós dois, Edeniana...
- Sim...
- Preciso conversar com você. – Regina viu que ele não estava brincando dessa vez.
- Parece sério... O que houve?
Robin explicou toda a situação da Ilha de Storybrook, o que seu pai disse da princesa, e a sua ideia de fazer um acordo ao invés de usar a violência, como sempre fazia o seu pai.
- Olha, com todo respeito... Teu pai é insano!
- E você acha que eu não sei?
- As vezes da vontade de bater nele com um cabo de vassoura.
- Regina!
- Me desculpa Robin! Mas ele acha que tudo se resolve com violência. Eu só queria pagar na mesma moeda... – Robin franziu o cenho – Foi a penas o modo de falar. – Regina prendeu o riso.
- Enfim... Por isso tentei amenizar a situação!
- E fez bem, né?
- Sim. Mas meu pai achou um problema...
- Como sempre... Qual?
- A princesa não fala nossa língua muito bem, ele disse que precisaríamos de um tradutor.
- E o que é que tem?
- E-eu meio que sugeri você... – Regina arregalou os olhos.
- VOCÊ FEZ O QUE?
- Você fala a língua dela muito bem, não vejo porque não!
- Eu? Compartilhar o mesmo local com teu pai? Ficar frente a frente com ele? POR MERLIN, ROBIN! VOCÊ ESTÁ LOUCO!
- Falou a garota que é super normal e que agora pouco falou em bater nele com o cabo de vassoura, não é? E para de gritar, Regina!
- Robin! Isso é loucura! E eu não ia bater nele, eu tenho medo do seu pai!
- Por que tem medo do meu pai?
- E quem não tem medo do teu pai?
- Bom argumento...
- Mas eu te dou um motivo. Ele destruiu o reino em que eu morava e construiu uma mina de diamante que também é uma prisão desumana! Eu estive lá, eu sei como é.
- Eu sei... Perdoe-me... Achei que essa seria uma boa maneira de mostra para o meu pai que eu escolhi uma excelente campeã.
Regina o olhou nos olhos. A maresia estava agitada, não de raiva, mas de culpa. Ela se sentiu mal e respirou fundo.
Robin não fez por mau, ele estava tentando ajudar Emma e a ela também.
- Eu prometo que vou pensar...
- É-é sério? – Regina assentiu – Nossa Regina... Obrigado! – Ele sorriu. O sorriso que Regina amava ver, aquelas covinhas... Por que era tão lindo?
- Te dou a resposta hoje, no nosso local, ao pôr do sol. – Ela sorriu.
- Combinado! – Robin retribuiu o sorriso.
Continua...
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