História Maldita Noite de Sexta-feira! - Ele Veio Até Mim

- até – falei levantando a mão em um tchau, ele enfiou a mãos nos bolsos do casaco e entro em sua sala, e eu voltei para a minha.

- bom dia senhor Cauã, onde você estava? – Raul pergunta assim que me sento. Ele estava sentando em uma cadeira no corredor entre minha cadeira e a de David.

- virou minha mãe agora? – ele levantou as mãos em rendição.

- alguém acordou de ovo virado hoje. – ri.

- to brincando Raul...- falei segurando na cabeça dele e dando um beijo em sua testa – to com um ótimo humor! – Raul me olhava com uma das sobrancelhas arqueadas e logo sorriu.

- to vendo. Posso sabre o porquê?

- ainda não. – falei sorrindo.

- tudo bem então. Mas quero saber depois.

- será o primeiro.

- oi gente! – Bruno fala sentando na mesa a frente de David.

- iae. – David falou sem tirar os olhos do celular.                         

- oi coisa. – Raul falou dando uma tapinha na perna dele. cumprimentou ele com um sorriso.

As duas primeiras aulas foram normais, mas a terceira foi vaga, um professor havia faltado, então fomos para o intervalo mais cedo, eu Raul e David ficamos sentados em uma mesa, Raul sentou na mesa feita de cimento eu e David sentados no banco.

- nada melhor que mais de quarenta minutos de intervalo – Raul falou jogando a cabeça para trás e respirando fundo – sabe! – ele falou como se tivesse lembrado de algo ou tivesse tido uma ideia.

- nem começa Raul – o loiro cortou ele antes que ele terminasse.

- eu só queria continuar a conversar de ontem...

- ah pior ainda! – David rebateu – eu não quero mais conversar sobre aquilo.

- ta com medo David Miguel, de contar algo que não deve? – David olhou para Raul entediado.

- não tenho nada a esconder. – Falou convencido.

- e pra quer esse drama? – David revirou os olhos – onde paramos mesmo? – Raul olhou para mim. Dei de ombros não lembrava. Mas Raul bateu uma mão na outra quando lembrou, e sorriu para David que respirou pesadamente – era sobre você nunca ter tido duvidas – Raul falou com um sorriso maléfico no rosto.

- já falei que não Raul!

- nem curiosidade? Tipo vou só experimentar? – David negava com a cabeça – nem uma pontinha?

- Raul?

- hum?

- chega!

- ta, tudo bem... você quer fazer alguma pergunta?

- não.

- vamos lá, não é possível que você não tenha nenhuma dúvida, você ta na frente de dois caras gay um de 18 anos – no caso Raul – e um de 17 – no caso eu. Raul me olhou – sabemos muitas coisas. Então? – voltou a olhar para o Loiro – pode perguntar.

- não tenho nenhuma dúvida.

- conta outra – falei. David me olhou, surpreso.

- é melhor se afastar do Raul ou vai ficar igual a ele. – falou apontando para mim. Mas eu e Raul sabia que ele estava só brincando.

- se eu perguntar promete parar de me encher o saco? – perguntou. Raul concordava com a cabeça – ta então... é...já escutei você conversando com o Bruno algumas vezes sobre esta com certas partes do corpo doendo...

- a bunda, costas? – David apoio a cabeça na mão, e vi que estava com as bochechas levemente corada

- continuando. Isso que vocês fazem...

- sexo.

- porra Raul deixa eu terminar! – ri da reação de David e mais ainda dá de Raul, que levou a mão ao peito. Logo se rendeu levantando as mãos e deixando David terminar – então isso... dói mesmo?

- sim! – eu e Raul respondemos juntos, fazendo David arregala os olhos.

- quer dizer, só no começo...depende...

- principalmente se for a primeira vez. – falei

- é verdade, é sempre complicado. – Raul disse

- certo, era só isso mesmo.

- certeza? – David concordou – ma...

- Cauã? – uma voz família me chamou olhei para trás e encontrei Arthur parado e ainda vestia meu casaco

- oi! – falei me levantando sorrindo pra ele. Ele tinha vindo ate mim!

- podemos conversar?

- claro! – ia saindo quando sinto alguém me segura. Raul. Olhei para ele que piscou o olho pra me e disse em um tom muito baixo “esse é o motivo?!”. Fiz cara feia pra ele que riu, e sai. – vamos! – falei cruzando o pátio com Arthur.

- saiu cedo hoje? – ele perguntou.

- é aula vaga, e você?

- tive uma outra prova na terceira aula. Bem eu só queria devolver seu casaco – dessa vez ele foi mais rápido e tirou o casaco me entregando.

- certeza que não ta mais com frio? – ele concordou.

- valeu. - Sorri em resposta.

- então, como foi nas duas provas que fez hoje?

- acho que fui bem nas duas – ele caminhava com as duas mãos no bolso e de cabeça maior parte do tempo baixa.

- estudioso você.

- as vezes – Arthur não estava percebendo pra onde estava indo, mas eu sabia, estava tentando ao máximo sair do movimento de pessoas, chegamos em uma parte da escola onde eu havia ido no primeiro dia de aula, onde tem mais arvores, e a grama não é aparada a meses e chegam a quase metade da perna. A vista é bonita, a uma descida, quase como um penhasco, cercas de arrames grossos impede a passagem e mais em baixo dar para ver os muros alto da escola Parei de anda e Arthur também parar e olha a bela vista do vale gramado.

- aqui é bonito né? – perguntei.

- é sim, uma das coisas boas dessa escola é essa vista... por que veio até aqui? – me virei pra ele, dando um passo à sua frente, e ele deu dois para tras, então dei mais dois passos e ele mais um, e bateu de leve as costas em uma arvore de médio porte mas grossa o suficiente para esconder o corpo de Arthur. Ele me olhou encurralado, arquei uma das sobrancelhas e ri.

- isso é obvio, não é? – apoie as duas mãos na arvore uma de cada lado de Arthur, deixando ele no meio. Seu rosto recebeu uma coloração a vermelhada instantaneamente, até as orelhas ficaram vermelhas. A respiração dele começava a se acelera, me aproximei mais.

- posso? – perguntei olhando para ele, que me olhava quase hipnotizado e logo abaixou a vista para minha boca, e eu já sabia a resposta. Então encostei meus lábios nos deles.