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História Maldito Mafioso - Um presente


Escrita por: JliaCandy

Notas do Autor


As dores do parto não são maiores do que a alegria de ser mãe.

Capítulo 29 - Um presente


Fanfic / Fanfiction Maldito Mafioso - Um presente

O grito que dou sentindo meu ventre ser rasgado de dentro pra fora é alto. E eu preciso gritar para aguentar tudo isso.


Nunca mais reclamo de cólicas menstruais. Elas são brincadeira de criança perto do que estou sentindo agora.


Outra onda de dor me atinge e eu aguarro os lençóis, proferindo outro grito.


Da última vez que fui examinada, eu ainda não tinha chegado a 10 centímetros de dilatação. Eu preciso chegar à 10!


Que Dios tenha misericórdia de mim. Eu já estou quase morrendo de dor na dilatação em que estou, imagine quando abrir mais.


Estou achando que não optar pela cesariana foi uma péssima ideia. Acontece que eu tenho medo de agulhas, e ter uma agulha comprida sendo enfiada nas minhas costas não me parece nada confortável. E da última vez que uma agulha entrou em mim eu passei mal por uma semana.


- Quer eu chame alguém? Que tal eu segurar sua mão? - meu pai intagava sem parar ao meu lado, ele surtava a cada vez que um grito saía de mim.


Então vejo que ele se inclina e mexe na bolsa com meus pertences. Tira de lá um pente e começa a escovar meus cabelos.


- QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO? - disparei.


- Você sempre se acalma quando penteio os seus cabelos e... - meu pai tenta explicar.


- TIRA ISSO DE PERTO DE MIM!


Meu pai se afasta rápido e larga o pente. Ele precisa entender que pentear meus cabelos agora não vai me acalmar da dor de um parto. Nesse instante uma enfermeira entra na sala. Ela possui cabelos negros em Black Power e a pele parda.


- E como vai a mamãe? - ela diz sorridente e com um bom humor irritante, praticamente saltitava pelo quarto.


Ela devia agradecer por eu não estar com minha espingarda agora.


- Opa, linda! Estamos com 10. Já vamos começar. Vou chamar médico. Não faça força - ela informa. Eu quero fazer força. Meu corpo todo pede para eu fazer força.


A morena sai do quarto. Olho para o meu pai e ele está sentado na poltrona ao lado olhando para o nada, parecia assustado e acoado. E então me sinto mal por gritar com ele. Só que esse remorso só dura até outra contra contração vir, não consigo me conter e faço uma leve força.


E o que já estava doloroso só ficou pior.


- AAAH! - grito outra vez.


E finalmente o médico entra na sala.


- Pronta para trazer esse garotão mundo? - o desgraçado parece tão feliz quando a desgraçada da enfermeira - Senhor Maurício - chama o meu pai -, o senhor pode ficar mais próximo se quiser, contando que não desmaie.


- Vou ficar com ela - meu pai se levanta e vem até a cama, segurando a minha mão.


E nesse momento eu choro. Pela dor. Por ter gritado com ele...


- Não chore, meu amor - ele alisa minha bochecha.


- Me perdoe por gritar com você, papai.


- Não tem problema, minha princesa. Me lembro da fez em que sua mãe ganhou você. Ela até me deu uns tapas - ele sorri com a lembrança, o que me faz sorrir com ele -. Você quer me bater também? Pode bater. Eu deixo - ele diz com sua voz doce.


E eu choro mais ainda. Agora pela lembrança da minha mãe.


- Faça força outra vez - o médico ordena. E assim o faço.


- MAMÃE! - eu grito outra vez. Dando continuidade em dar a luz ao meu filho. Dessa vez chamando pela minha mãe, na esperança  de que ela me dê forças de onde quer que ela esteja. 


E após longos minutos palavrões, dores e tentativas de fazer força. Ouço o mais perfeito som. O som do choro do meu filho.


***


Ele é perfeito. Meu filho é perfeito. Acaricio suas minúsculas mãozinhas e pezinhos e meu pai canta para ele a canção que minha mãe sempre cantava para mim, enquanto meu filho se alimenta em meu seio esquerdo.


- Tem certeza do nome? Ainda podemos mudar - papai não gostou muito. Mas eu tenho certeza que dei o nome certo para meu menino.


- Tenho certeza, papai. É esse.


- Então tudo bem - ele sorri -. Sua mãe estaria tão orgulhosa - diz ele, olhando para o neto com brilho nos olhos.


- Tenho certeza de que onde quer que ela esteja, ela está orgulhosa e nos abençoando.


Então recebo um beijo na testa que meu pai me dá.


- Ele é tão lindo - sorrio. Meu filho tem os olhos verdes de Lorenzo e os cabelos negros do pai também. Possui o meu nariz pontudindo e a minha boca.


- É impossível que algo que venha de você seja feio, minha filha.


E meu desejo é que esse momento nunca acabe. Mas o cansaço me vence. Entrego meu filho para o avô e me aconchego em meu leito, deixando o sono vir e meu descanso tão merecido repousar sobre meu corpo.



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