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História Malfoys - Desaforos


Escrita por: nathallymalfoy9

Notas do Autor


Bem, primeiramente eu sei que este capitulo vai gerar algumas controversas diante os pedidos de alguns leitores, mas eu peço para que vocês não julguem antes de saberem que isso precisava acontecer para que a historia desse a continuidade desejada. Estou fazendo de tudo para não escrever um clichê e eu garanto que a historia não acaba aqui para Hermione, as coisas só começaram a esquentar agora podem ter certeza que ainda muito está por vir.

Beijos, espero que gostem!

Capítulo 12 - Desaforos


Fanfic / Fanfiction Malfoys - Desaforos

“ A mais nova chefe do Departamento de Execução das Leis Mágicas

 

Hermione Jean Granger Malfoy, 22 anos, heroína de guerra e membro da primeira Classe de Merlim será nomeada como a nova chefe do Departamento de Execução das Leis Mágicas se tornando a primeira bruxa da história a alcançar um cargo tão elevado com tão pouca idade e inclusive nenhum ano de experiência no ministério da magia. A Sra. Malfoy já tivera uma certa participação no ministério da magia sobre o departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas ao introduzir leis para melhoria dos elfos domésticos conhecida como Dobby, assim como efetuando altas doações das fortunas Malfoy´s para instituições que abrigam elfos.

 Jeones Hall o atual chefe do Departamento declarou em alto e bom som que não haveria ninguém melhor e mais apto ao cargo do que nossa querida heroína de guerra, ao questionarmos sobre a rapidez pela qual a jovem bruxa conseguira o cargo com tanta facilidade e sem períodos de experiência Hall ressaltou que não haveria nada que ele pudesse ensinar a Sra. Malfoy que ela mesma já não tivesse total conhecimento sobre o assunto. Como a melhor aluna de Hogwarts e uma bruxa espetacular o próprio ministro da magia Kingsley Shacklebolt aprovou a escolha de muito bom grado.

Foi comum durante a história que muitos Malfoy´s assumissem cargos de elevada importância no ministério da magia, mas essa é a primeira Malfoy que assume um cargo tão elevado como este, ainda mais sendo uma mulher e uma nascida-trouxa. A quebra de costumes mostrou-se permanentemente estável na família que a gerações vinha mantendo costumes bem peculiares. Atualmente a família Malfoy comportasse por um único herdeiro, Draco Malfoy que trabalha no hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos como medi-bruxo chefe, sua esposa uma nasci-trouxa famosa e brilhante, e primogênitas mulheres.

 A quebra de costumes nunca tão diferente diante uma das famílias consideradas a mais importante da Grã-Bretanha que hoje retorna a sua dinastia com louvor. ”

 

 

 

 

Draco olhava estático para o profeta diário daquela manhã em suas mãos onde acima da notícia que acabara de ler a foto de Hermione ganhava grande ênfase, o sorriso educado e os olhos brilhando era algo marcante nela, ela exalava coragem e sabedoria, mas ele não fazia ideia que aquela maldita reportagem sairia e muito menos sobre a notícia que ela trazia consigo. Hermione havia passado por cima de si em uma decisão tão importante quanto aquela e o que lhe deixava com mais raiva era que não havia sido só ela a ser mencionada naquele maldito jornal. Sentia a raiva lhe tomar por completo a ponto de avermelhar seus olhos, o baque alto que sua mão fizera ao bater contra o jornal em cima da mesa fazendo com que os talheres se mexessem assuntou as duas pequenas garotinhas que conversavam animadamente enquanto se serviam de seus respectivos cafés da manhã em suas cadeiras mais altas.

As filhas não o olharam com medo e sim com preocupação, lembrava-se do dia em que a esposa explicou as pequenas sobre um pouco de seu passado e que algumas vezes aquele tipo de coisa podia acontecer sem que ele mesmo não controlasse, claro que como a maioria das conversas sobre ele que Hermione tinha com as filhas ela não fazia ideia que ele ouvia, mas naquela tarde havia gostado do modo em que Hermione o fez parecer não só um herói como também inocente sobre tudo de ruim que fizera na vida, camuflando a história através de uma tia malvada que lhe deixara aquela cicatriz no braço e um bruxo muito ruim que viera para deixar as pessoas tristes, no fim as pequenas haviam acreditado na história e sempre quando ele perdia o controle com lembranças as filhas o acalmavam de um jeito maravilhoso, mas aquela irritação não eram lembranças do passado.

- Papai, você está bem? – a voizinha doce de Atena chegou aos seus ouvidos ao mesmo tempo em que ele olhava para as duas pequenas a mesa.

- Estou – concordou Draco tentando regular a voz – Foi só uma dor de cabeça – seu sorriso era sempre convincente para as filhas – Onde está a mamãe?

- Ela ainda está no banho, papai – Hera falou confusa, certamente as pequenas já tinham lhe falado aquilo naquela manhã.

- Tudo bem, vou procurar uma poção com a mamãe, fiquem aqui, sim? – pediu Draco levantando-se recebendo a confirmação das pequenas.

 Uma rápida ordem para que a elfa ficasse de olho nas meninas por alguns instantes antes de Draco seguir seu caminho em direção ao andar de cima, os passos duros e apressados enquanto a seriedade voltava a lhe tomar por completo. Havia sido muito claro com ela assim que se casaram, por mais que nenhum dos dois levassem aquele casamento como real para os outros ele era muito mais do que real, para as filhas ainda mais, era um dos deveres dela obedece-lo como ela não o fizera a aceitar aquele maldito emprega as custas dele como se ele fosse um idiota a ser o último a ficar sabendo, Hermione simplesmente não tinha esse direito.

Cruzou o próprio quarto muito irritado trancando a porta com força e proferindo um feitiço silenciador que nem saberia se havia dado certo tamanha a raiva que sentia, Hermione havia acabado de deixar o banheiro ainda usando a camisola que usara na noite anterior, longa com um leve tom de azul claro que se ajustava sobre sua pele e a deixava delicada sobre sua renda branca suave, a castanha que tinha suas longas madeixas soltas parecia muito mais branca do que o comum, mas Draco não se importou, estava irritado demais para se importar com a péssima aparência da esposa naquela manhã em particular.

- Draco, o que? – o sussurro confuso dela soou bem mais fraco do que deveria, talvez ela tivesse percebido o nervoso aparente dele e ligado os pontos sobre a notícia que sairia no profeta diário, a mulher era inteligente e não demoraria a juntar todos os pontos.

- Como ousa me desobedecer, Hermione? Como ousa passar por cima das minhas ordens desse jeito? – ele quase gritava quando se aproximou dela pegando-a pelos braços para sacudi-la tamanha a sua irritação – QUEM VOCÊ PENSA QUE É? Você é minha esposa Hermione, e eu exijo que se porte como tal!

- Draco.... – a voz dela ainda soava fraco enquanto ele a chacoalhava com raiva, Hermione não era do tipo de mulher que calava-se fácil, sempre tinhas seus argumentos prontos na ponta da língua e agora parecia calada e fraca como uma mulher desprotegida e sem ação.

- NÃO TENTE MENTIR PARA MIM, HERMIONE! EU fui bem claro, eu lhe disse que você não trabalharia em merda nenhuma muito menos no ministério da magia. Seu lugar é nessa maldita casa, cuidando das nossas filhas, desse maldito casamento e dessa vidinha falsamente bem estruturada! – ele rosnava em ira sentindo suas mãos apertando cada vez mais a carne pálida e fina de Hermione avermelhando-a cada vez mais a seu toque – Como ousa me desobedecer dessa forma? Expor nossa família desse jeito? Expor nossas filhas a uma idiotice dessa? CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EXECUÇÃO DAS LEIS MÁGICAS? – ironizou sobre uma gargalhada irritada – A ÚNICA MERDA QUE VOCÊ VAI FAZER DA SUA VIDINHA SEM GRAÇA É FICAR NESSA CASA E ME OBEDECER, HERMIONE!

Ela já nem lhe respondia mais, os lábios secos e pálidos se abrindo para proferir palavras sem força e sem nexo enquanto os olhos cor de mel perdiam o foco e seu corpo se amolecesse ainda mais em seus braços. Ele sabia que uma maldita Grifinoria orgulhosa que era sua esposa nunca faria nada do tipo para fugir de uma maldita discussão, e agora vendo-a em seus braços ainda mais sem cor e de olhos fechados ele desesperou-se. Ela havia desmaiado em seus braços.

Era um medi-bruxo formado e um dos melhores em seu ramo, claro que era, mas naquele momento não conseguia pensar em nada que havia aprendido e praticado, nada que não fosse o desespero e a culpa que lhe corroía por dentro ainda mais ao ver as marcas avermelhadas que ele mesmo deixara nos braços dela. Draco precisava fazer alguma coisa para ajudá-la, mas não fazia ideia do que fazer, havia apenas uma alternativa e ele a cumprira rapidamente pegando-a no colo para descer as escadas as presas com a esposa desacordada no colo enquanto gritava por Nala em desespero.

A elfa aparecera em sua frente sobre um PUP alto olhando para o corpo desacordado em seus braços com os olhinhos arregalados em susto e preocupação, não demorou muito para que os passinhos apressados das gêmeas cessassem e as pequenas os alcançassem tão assustadas quanto as elfas formulando perguntas que Draco mal podia entender, sabia que as pequeninas estariam muito preocupadas com a mãe delas como ele mesmo estava, mas aquilo não era o momento certo para aquilo.

- Busque minha mãe para que venha ficar com as meninas, Hermione desmaiou e eu vou leva-la para o hospital – anunciou Draco enquanto ainda andava em direção a porta carregando-a no colo. 

Ele não deu muito tempo para que as pequenas garotinhas parassem de falar apressadas e desesperadas para aparatar ainda com a esposa nos braços aparecendo em sua própria sala no hospital St. Mungus. Cuidaria dela ele mesmo se sua sanidade estivesse incólume, mas ela não estava, não naquele momento. Escancarou a porta assustando Astória que ali já estava sentada em sua mesa do lado de fora. Os olhos voltaram-se ainda mais assustados para ele quando vira Hermione.

Draco não estava com muita paciência para escutar qualquer palavra ou olhar zangado de Astória e esse fora um dos motivos por continuar seus passos as presas em direção aos corredores um tanto movimentados do hospital, os olhares vinham todos para si e não só pelo fato de ele estar sem jaleco em seu horário de trabalho ou por carregar alguém nos braços e sim por carregar a própria esposa no braço ainda mais usando roupas tão informais quanto aquela maldita camisola que se fosse reparada melhor por ele naquele instante parecia marcante e decotada demais para que qualquer pessoa a visse.

Quando uma das curandeiras aproximou-se com a roupa inteira branca e o chapéu estranho na cabeça trazendo consigo uma maca Draco pode parar de andar colocando a esposa deitada na mesma as presas.

- O que aconteceu? – a mulher perguntava assustada enquanto ele a depositava nos lençóis brancos.

- Acha que se eu soubesse a traria aqui? – a pergunta soou grossa e muito mal-educada, a voz elevada como nunca antes o fizera na vida diante qualquer parceiro de trabalho, recebendo um olhar não só assustado como também reprovador da mesma curandeira.

- Oras, você é um medi-bruxo! – a mulher irritou-se tanto quanto ele.

- O que está acontecendo aqui? – a aproximação de Kevin pareceu aliviar a tenção do que seria uma azaração muito bem dada pela varinha de Draco se aquela mulher petulante ainda continuasse a insistir. Por alguns instantes Kevin pareceu avaliar o estado de Draco que além de muito atrasado parecia muito transtornado antes de ver Hermione deitada na maca ainda desacordada – Eu não acho que o Doutor. Malfoy teria cabeça para resolver isso agora, por favor, Odette leve-a para minha sala e administre a poção revigorante, ela me parece muito pálida, eu já estou indo....

A curandeira logo lhe obedecera seguindo pelo corredor carregando a maca consigo, mas não antes de lançar a Draco um olhar magoado e muito zangado, olhar esse que o loiro mal pareceu ver enquanto levava a mão as têmporas apertando-as com força como se a dor de cabeça pudesse se aliviar.

 Ao menos Kevin a sua frente não o olhava como se tivesse feito algo, mas ainda permanecia ali atento ao perguntar:

- Sabe o que aconteceu? Ou simplesmente a encontrou assim?

- Ela ainda não tinha descido para o café da manhã e eu subi para.... Para conversarmos e então ela simplesmente desmaiou! – falou Draco apreensivo, seus pensamentos a mil não sanavam um único instante, temia ser o culpado por aquilo.

- Estavam discutindo? – Kevin parecia estar sendo bem direto, o modo com que ele estava tão transtornado e as manchas avermelhadas nos braços de Hermione fariam com que qualquer medi-bruxo ou curandeiro, incluindo ele, tirassem essa conclusão.

- Sim.

- Tudo bem, fique aqui eu vou examina-la tenho certeza que não foi nada demais – garantiu Kevin lhe apertando um dos ombros – Beba alguma coisa e tente relaxar, Draco.

Eram palavras em vão, qualquer palavra para Draco parecia em vão depois de Kevin deixou-o para socorrer Hermione. Tentou buscar ar e até mesmo colocar seu jaleco e tentar fazer alguma coisa enquanto Kevin não vinha para lhe dizer qualquer coisa, mas tudo o que conseguiria fazer fora ficar sentado nervosamente na sala de espera como se fosse um paciente ou um acompanhante qualquer atraindo olhares devido ao vestimenta, não era nada comum um medi-bruxo fazer aquilo no meio do hospital.

Mil diagnósticos já haviam passado pela cabeça de Draco durante os bons minutos que ficou ali sentado esperando, comprovando a si mesmo o quanto era ruim para os familiares no qual ele mesmo vinha dar notícias. Talvez tivesse sido apenas uma queda de pressão por tê-la deixado muito nervosa, ou o desmaio fora ocasionado pelo fato de que ela não havia comido nada naquele dia e nem no anterior, mas também havia o fato de estar percebendo-a um tanto doente, sempre sem apetite e sempre muito cansada a ponto de ir para cama cedo e nem se quer brincar com as filhas, só um incomodo muito grande ou uma dor muito forte para que fizesse Hermione deixar de realizar todas as coisas maravilhosas que sabia fazer como a boa mãe que era, ele deveria ter percebido antes que ela não estava bem naquela manhã, a ouvira resmungar a noite inteira, mas havia pensado que eram apenas os costumeiros pesadelos que assim como ele também cercavam os sonhos dela.

Quando as voizinhas conhecidas o chamaram diversas vezes por papai pode levantar a cabeça tirando finalmente as mãos de seu próprio rosto, reconheceria as vozes de Atena e Hera mesmo que de muito longe como naquele momento em que as pequenas loirinhas corriam até ele preocupadas pulando em seu colo para abraça-lo como se precisassem da segurança que ele transmitia, Gina Potter seguia logo atrás parecendo andar mais lentamente devido a seu ventre avantajado que ao padecer de gêmeos estava bem maior para os meses em que se encontrava, não via a ruiva desde o próprio casamento com Potter a quase três meses atrás.  

- Draco o que aconteceu? – a ruiva parecia realmente muito preocupada quando finalmente chegou até eles – Nala apareceu lá em casa, disse que não encontrou Narcissa e que as gêmeas estavam muito assustadas, não consegui tirar maiores informações dela e tudo o que as meninas falam é que você saiu com Hermione nos braços.

- Ela desmaiou – explicou Draco ainda com as pequenas garotinhas no colo – Eu não sei o motivo, ela simplesmente desmaiou – era uma meia mentira e tanto, sabia que a culpa poderia ser dele – Um dos medi-bruxos está com ela.... Eu não acho que conseguiria.

- Claro, eu entendo – garantiu a ruiva amável.

Assim que avistou Kevin ao entrar na sala de espera Draco pareceu aliviado por alguns instantes colocando as filhas no chão para levantar-se e encarar o amigo, a expressão dele parecia indecifrável, quase que nula.

- Ela está muito bem, acabou de acordar – garantiu Kevin sorrindo grandiosamente – Querem ir vê-la? Ela está no quarto 102 – anunciou para as duas garotinhas que arregalaram os olhinhos azulados antes de começarem a correr em direção ao mesmo corredor em que ele havia surgido.

- Eu espero aqui, me mandem notícias – pediu Gina acomodando-se em um dos sofás brancos.

Draco concordou com a cabeça antes de acompanhar Kevin pelo mesmo lugar em que a pouco Atena e Hera passaram correndo atraindo alguns olhares de quem as conheciam ou sabiam quem era. A apreensão de Draco só aumentava e a indiferença de Kevin parecia estar sendo a pior coisa.

- O que a fez desmaiar? – fora Draco quem parou no meio do corredor, fazendo com que Kevin fizesse o mesmo – Como ela realmente está?

- Ao que parece.... – Kevin deu de ombros por alguns instantes, sorrindo em direção ao amigo como se ele tivesse ganhado um prêmio ou como se estivesse a prepara-lo para uma notícia horrível – Sua esposa está gravida, Draco. Hermione esta gravida de três semanas.

Draco sentiu um incomodo terrível a boca de seu estomago, como se ele mesmo estivesse prestes a vomitar enquanto sua cabeça latejava e as palavras de Kevin ecoavam por sua mente cada vez o deixando sem ar. Aquilo não fora planejado, na verdade não fora nem ao menos esperado, ele não queria aquilo e tinha certeza que nem Hermione, já tinham Atena e Hera, nunca nesses últimos anos pudera pensar naquela possibilidade e agora havia acabado de receber a notícia de que seria pai novamente.

Era algo surreal, completamente engenhoso o que fizera Draco deixar escapar uma risada irônica como se risse de si mesmo. A anos atrás nunca na vida se imagina daquele mesmo jeito, casado com Hermione Granger e agora não por um erro, ou por um deslize, mas por um grande consentimento haviam concebido mais uma criança. Era mais do que irônico, era surreal....

- El-Ela sabia? – perguntou parecendo ainda estar em choque, o amigo de trabalho a sua frente se segurava fortemente para não rir – Ela já sabia sobre isso?

- Quando ela acordou e perguntou onde estava e o que aconteceu parecia bem confusa, mas quando eu disse a ela... – falou Kevin parecendo tentar buscar da memória ou achar as palavras certas – Ao meu ver ela ficou surpresa com a certeza, mas era perceptível que havia uma dúvida – contou – Ela não te contou sobre as desconfianças? Você não notou a diferença?

Draco nem prestou em responder o amigo, aquela parecia ser a quarta pessoa que simplesmente deixava falando sozinho devido ao seu desespero, mas naquele instante o que sentia era muito mais do que desespero. Era como se sua ficha não tivesse caído, ou se tivesse acontecido estava em choque demais para absorver qualquer notícia que estivesse a receber.

Hermione estava sentada sobre a cama de lençóis brancos e grades de ferro, a pele já não estava mais tão pálida, mas ela ainda usava a mesma camisola que ele a trouxera até ali. Ao seu lado Atena e Hera estavam sentadinhas com os ouvidos sobre o ventre ainda liso que a camisola marcava, Draco sabia que a esposa já havia dado a notícia as pequenas e sabia que não haveria o feito de melhor forma, Atena e Hera pareciam tão animadas que tentavam a todo custo escutar ou sentir o irmãozinho dentro da barriga da mãe.

- E então, animadas com o novo irmãozinho? – Kevin perguntou animado ao entrar no quarto.

- Vai ser uma menina! – Hera falou decidida, cruzando os bracinhos enquanto se ajeitava ao lado da mãe e sua gêmea do outro lado de um jeito mais sutil, como se temesse tocar em Hermione e machuca-la. Finalmente desgrudando os ouvidinhos do ventre da mãe onde não obterão nenhum êxito. 

- E como você sabe? – perguntou Atena com toda sua doçura, olhando para a irmã em um arquear de sobrancelhas, o mesmo arquear de sobrancelhas que Draco dava quando estava confuso – Pode ser um menino....

- Não vai ser – a irmã negou fazendo bico, os bracinhos cruzados em sua pose mandona – Vai ser uma menina, porque eu quero uma menina!

Os adultos riram da fala mandona da pequena, Hera podia até ter cinco anos, mas agia como se fosse muito mais velha e era tão exigente quanto o próprio pai.

- Hera minha princesa, você tem que entender que pode ser um menino também... – tentou Hermione, mas a menina fechou mais a cara.

- Não tem como sabermos agora, mamãe? – perguntou Atena curiosa.

Hermione olhou para os dois doutores na sala, um deles seu próprio marido que por mais que usasse seu jaleco parecia aéreo tão assustado com a notícia, como ela também ficara no começo. A castanha não sabia qual reação teria de Draco, a raiva por não ter se cuidado, a culpa por terem feito uma criança que não fosse do mesmo modo que conceberam as gêmeas, a inconformidade por aquilo ter acontecido de novo.

- Bem, podemos, mas.... A mamãe e o papai não queremos – Draco só pareceu olha-la quando ela de certa forma o chamou – Quando a mamãe estava gravida de vocês duas também não quis saber o que vocês eram, só quando tive vocês que pude saber que eram minhas duas belas garotinhas.

- Então vão ter que esperar oito meses para conhecerem o irmãozinho ou irmãzinha de vocês – Kevin falou sorridente, ele adorava crianças, principalmente as gêmeas.

- Por que? – Atena perguntou surpresa, elas eram crianças muito curiosas e inteligentes, mas não era um assunto que Draco e Hermione resolveriam falar para crianças que tinham apenas cinco anos.

- Porque é assim que os bebês fazem, eles ficam dentro da barriga da mamãe deles por nove meses, mas a mamãe de vocês já estava com quase um mês, o que significa que o irmãozinho ou irmãzinha de vocês já é uma coisinha bem pequenininha dentro da sua mamãe – Kevin explicava de um jeito tão infantil que chegava a ser divertido – Mas tem alguns bebês teimosos que saem mais cedo para conhecer o mundo, como vocês duas suas sapequinhas.

- Nascemos mais cedo tio Kevin? – perguntou Hera impressionada – Que legal! Mamãe, mamãe você pode ter nossa irmãzinha agora, eu quero conhece-la?!

- Oh não querida, ainda é muito cedo – Hermione falou divertida.

- Não seja boba Hera, os bebês ficam dentro da barriga da mamãe porque estão sendo formados, só assim eles nascem com perninhas, bracinhos, boquinha, olhinhos... – explicou Atena tomando seu ar de sabe-tudo que pertencia exclusivamente de Hermione.

- Mas.... – Hera parecia confusa, muito confusa – Papai – o chamado fizera Draco olha-la atentamente – Como faz um bebê?

Draco sentiu como se todas as cores tivessem sumido de seu rosto e o ar faltasse de seus pulmões a ponto de fazê-lo afrouxar a gravata em desespero, era uma pergunta muito delicada e bem repentina para ser feita por uma criança de cinco anos. Conforme sua feição ia ficando roxa os olhares divertidos de Kevin e os preocupados de Hermione voltaram-se para si, só que a única coisa que ele via eram os olhares curiosos de suas pequenas garotinhas.

- Ham.... Hera, Atena vão lá fora falar para a tia Gina que a mamãe está bem – pediu Draco descendo as filhas da cama de hospital.

- Mas papai.... – Hera insistiu fazendo bico.

- Obedeça o papai querida – Hermione pediu sorrindo carinhosamente em direção a filha.

As pequenas logo deixaram o quarto em uma brincadeira divertida de pega-pega enquanto riam gostosamente indo em direção a sala de espera correndo pelos corredores certamente sendo assistidas por todos os outros funcionários e os pacientes do hospital.

- Pergunta difícil – resmungou Draco ajeitando a gravata com cuidado.

- Você está ferrado com essa garotinha, Draco, ferrado! – brincou Kevin entre gargalhadas.

- Kevin pode nos deixar sozinhos por alguns instantes? – Draco virou-se para o amigo educadamente.

- Claro – concordou Kevin ainda rindo do momento anterior – Se sentir alguma coisa diferente do que conversamos, Hermione, não excite em me chamar ou se Draco já estiver recuperado o suficiente do susto tenho certeza que ele vai ajudá-la.

- Obrigada, Doutor. Kevin – agradeceu Hermione com um aceno de cabeça.

O silencio que se alastrou assim que Kevin deixou o quarto fechando consigo a porta incomodou não só Hermione que já começava a se mexer nervosamente em cima da cama como a Draco parado bem diante dela, os olhos focados nela como se estivesse prestes a matá-la.

Ela sabia que ele não seria capaz de fazer nada com ela ou com aquela criança, sabia que mesmo pelo susto Draco amaria aquela criança em seu ventre como amava Atena e Hera, nunca havia descoberto uma coisa que Draco Malfoy pudesse ser tão bem quanto a ser pai. As lembranças passadas lhe circundaram a mente, o jeito que temeu que ele descontasse nos dois pequenos seres indefesos e inocentes toda a raiva por elas não serem sangue-puro como ele era, de descontar sobre elas o erro que havia sido deles, mas ele as amou de um jeito tão absurdo que Hermione sentia que não haveria pai melhor para seus filhos.

- Espero que não pergunte se esse bebê é seu – nenhum dos dois saberia dizer se aquilo era para ser uma brincadeira ou uma verdade incomodadora.

- Isso não passou pela minha cabeça, assim como não passou quando vi Atena e Hera – ele garantiu olhando-a nos olhos agora já que finalmente Hermione havia levantado-os – A quanto tempo sabia?

- A quase uma semana, era só uma desconfiança.... Um sentimento diferente, algo que eu também senti quando estava gravida das meninas  – deu de ombros tentando explicar-se melhor – Eu não sabia como você reagiria e eu não tinha a certeza, então não causaria um alvoroço desnecessário.

- Pensei que tomasse as poções – ele parecia confuso, tão confuso e desesperado que qualquer um via – Eu pensei que.... Que isso não poderia acontecer e....

- Também estou assustada, Draco – garantiu Hermione um tanto nervosa – Eu também não programei isso – exclamou – Eu sei que as coisas vão mudar, mas eu não quero que elas mudem. Nunca estivemos tão bem um com o outro, as meninas estão tão felizes e eu sei que esse bebê não vai estragar tudo.

- Isso muda muita coisa, Hermione – Draco parecia inconformado – Muda tudo, é uma criança, será como era quando tínhamos Atena e Hera recém-nascidas, meu Deus, nós mal nos suportávamos no mesmo lugar.... Isso vai afeta-las diretamente.

- Não, não vai! Nós não vamos deixar chegar a isso! – Hermione falou astuta – Podemos ter essa criança, Draco, podemos continuar como estamos, basta apenas você aceitar isso.

Ele ficara em silencio por alguns minutos, como se estivesse a pensar claramente no assunto e se aquilo seria mesmo uma boa ideia. E quando Hermione pensou ver certeza nos olhos dele assistiu os azuis-acinzentados serem tomados pela mesma raiva e ironia que ela vira naquela manhã antes de desmaiar.

- Parece que vai ter que largar seu novo posto no ministério, temos um novo bebê a caminho – o jeito no qual ele falava a fazia se lembrar daquele mesmo Draco de Hogwarts, o jeito possesso com que ele a olhava como se ela fosse uma propriedade dele ou como se devesse obedece-lo até a morte a tirava do sério assim como a deixava chateada, não era o que realmente esperava – Vai renunciar ao cargo e vai ficar em casa cuidando das meninas e desse novo bebê. E então seguimos a vida como de costume.

- Não vou renunciar a nada! – batera de frente com ele diretamente, a coragem Grifinoria lhe aflorando a pele ao mesmo tempo em que se juntava com a explosão de hormônios – Vou trabalhar até quando o parto estiver próximo e então tirarei os meus seis meses de licença para cuidar dele e seguirei com o meu trabalho como qualquer outra mulher que o faça.

- Não é qualquer mulher, Hermione – bradou Draco – É uma Malfoy e você não vai deixar um bebê sozinho em casa para dar uma de quem quer ser alguém na vida, você é minha mulher e mãe de três filhos, sinta-se satisfeita com isso e ponto final.

- Você não manda em mim e nem nunca vai mandar – disse Hermione com o peito estufado – Se quer que nossa maldita convivência volte a estaca zero então continue com a sua maldita ignorância e na cama das suas malditas amantes, mas se quer manter tudo como estava sugiro que tire essas idiotices da cabeça – fora sua vez de bradar – Eu ainda sou a mesma Hermione Granger que você conheceu em Hogwarts, Draco, e ninguém nunca vai mudar isso.

 

 

 

 

Era a primeira vez em muito tempo que Draco não nutria qualquer interesse pelo Profeta Diário estirado ao seu lado da mesa, assim como não sorvia com gosto do café preto a sua frente ou servia-se de qualquer outra coisa que estivesse na imensa mesa de café da manhã, os olhos focados nas duas pequenas garotinhas em delicados vestidinhos e cabelinhos loiros presos em duas trancinhas, que comiam calmamente seu café da manhã. Mas também era a primeira vez que Hermione não estava presente a mesa como sempre esteve o que dava mais um ponto negativo na opinião de Draco sobre aquele maldito emprego, era o dever dela estar sempre disponível não só para as filhas como também para casa e é claro, ele próprio.

Faziam três dias em que haviam deixado o hospital com a grande notícia que deixara todos da família pulando de alegria, eles haviam combinado de que ainda não tornariam a notícia pública e por isso só a família tomaria conhecimento sobre, Narcissa era só alegrias com a notícia de que finalmente teria um novo bebê em seus braços e os Granger´s pareciam compartilhar da mesma animação,  Gina jurou manter segredo depois da notícia até mesmo do próprio marido, mas bastou que os olhos curiosos da Sra. Weasley batessem sobre Hermione e a mesma já tomara conhecimento de que Hermione estava mesmo gravida, depois de seis gestações parecia algo bem comum reconhecer uma mulher gravida como reconhecera Hermione pelo brilho nos olhos como ela mesmo dissera, a bondosa ruiva também jurou manter segredo até quando Draco e Hermione decidissem contar, todos sempre traziam guloseimas para Hermione ou a paparicavam o máximo que podiam, quando não ele já via os presentes para o novo bebê chegarem antes mesmo que o próprio bebê o fizesse, mas sempre sem deixar as duas garotinhas de lado, Atena e Hera recebiam também o dobro de atenção e sermões amigáveis sobre o novo bebezinho a caminho.

Estava pronto para levantar-se da mesa e simplesmente arrasta-la escadarias abaixo para que se sentasse em seu lugar naquela maldita mesa e compartilhasse da animação constante que eram todos os cafés da manhã, e teria o feito se os barulhos de salto alto não ecoassem pelo cômodo. Hermione havia acabado de entrar no cômodo já pronta para o dia de trabalho, nos últimos anos Draco sempre a via bem vestida e muito bem-comportada, mas não tanto quanto naquela manhã. A saia estilo social descia até seus joelhos bem colada, mas ainda sim comportada de cor preta, a blusa por baixo era de um vermelho sutil e delicado feito os sapatos de salto alto, de alcinhas finas e sem maiores decotes, o blazer feminino era da mesma cor que a saia e naquele momento estava aberto. Seus cabelos escorriam livremente por suas costas com cachos bem domados e brilhosos, a maquiagem ajeitada o suficiente para deixa-la ainda mais luxuosa.

- O que acham? – a castanha perguntou animadamente para as duas pequenas sentadas em suas respectivas cadeiras, dando uma leve voltinha diante as filhas e ignorando o marido completamente.

- Está linda, mamãe! – Atena elogiou toda sorridente.

- Está mesmo, mamãe, muito bonita.

- Vocês vão ficar com a vovó Jane e o vovô Carlos hoje – anunciou Hermione depositando as bolsinhas cor de rosa repletas de borboletas em cima da mesa para verificar se havia posto tudo o que as pequenas precisavam lá dentro.

- Pensei que elas ficariam com a minha mãe hoje – Draco disse confuso podendo finalmente pegar seu profeta diário em paz consigo mesmo naquele momento.

- E iriam, mas sua mãe teve que sair – contou Hermione dando de ombros.

- Sair? – perguntou confuso abaixando novamente o maldito profeta – O que minha mãe tanto sai ultimamente? Eu realmente não consigo entender....

- Deixe-a Draco – Hermione cortou-o inconformada – Sua mãe passou tanto tempo trancada dentro daquela mansão a mercê do seu pai, ela merece viver a vida dela do jeito que sempre quis – bronqueou a seguir – Então não seja um filho ciumento e deixe-a viver a vida dela!

Sobre muxoxos irritados o loiro voltou-se para seu café da manhã quase que inconformado, teria dado uma resposta muito grosseira a Hermione se não soubesse que ela choraria logo a seguir e isso não seria muito fácil de explicar as filhas. Em três dias Draco havia descoberto que hormônios eram a pior coisa do mundo.

- Acha que consegue sair cedo do hospital? – a pergunta dela fizera Draco arquear as sobrancelhas, Hermione quase nunca lhe fazia pergunta alguma sobre seus horários – Pensei que poderíamos dar um passeio no mundo dos trouxas essa noite, estou com muita vontade de comer comida Italiana.

- É macarrão e pizza, papai – Atena e Hera falaram divertidas assim que virão a careta de confusão no rosto do pai.

- Se não eu não tiver nenhuma emergência no hospital, consigo sair mais cedo – garantiu Draco dando de ombros – Mas não vejo necessidade de sairmos ao mundo trouxa, é só pedir para que Nala o faça.

- Não será a mesma coisa que meu restaurante Italiano preferido – fora a fez de Hermione dar de ombro – Posso ir só com as meninas se não quiser ir.

- Vovó Jane disse que a mamãe não pode ficar com desejo ou o nosso irmãozinho ou irmãzinha vai nascer com cara do que a mamãe tiver vontade de comer – comentou Atena fazendo careta – É verdade papai?

- Não, não é – negou Draco tentou em vão não rir enquanto depositava agora a xicara de café vazia em cima da mesa – É uma superstição, isso é impossível de acontecer.

- Só que acontece que eu ainda estou com desejo – Hermione repetiu colocando as mãos na cintura – Pode ficar aqui se quiser, Malfoy, não te pedi para.... 

- Não, tudo bem – disse Draco sobre um suspiro vencido – Não vejo problema algum em irmos. Saio mais cedo do hospital.

- Ah que bom – a mudança de humor vinda dela fora tão repentina que assustou até as filhas – Estou mandando um vestidinho de sair para cada uma, peçam para a vovó troca-las sim? Eu e papai passaremos de lá para irmos direto – combinou Hermione animada – Minha mãe e meu pai vão querer ir junto eu tenho certeza, mamãe disse que tinha uma surpresa para o bebê.

- Outra? – Draco perguntou irônico – Fazem três dias que descobrimos que você está gravida e o bebê está muito longe de nascer, não sei porque eles insistem tanto com presentes agora.

- Draco assim como nós eles também não puderam aproveitar minha primeira gravidez – era uma verdade e tanta, ele mesmo assumira nos primeiros dias de vida de suas filhas que gostaria de tê-las sentido quando ainda estavam dentro da barriga de Hermione – Deixe-os aproveitarem esse momento, foi tão assustador a minha primeira gravidez e ninguém sabia de nada, nem eu mesma pude aproveita-la como queria.

- Tudo bem – Draco deu-se por vencido.

- Obrigada – o sorriso meigo em sua direção fora a parte mais surpreendente do dia, mas não tão surpreendente quando o beijo rápido que ela lhe dera antes de pegar as mochilas das filhas e seguir com as pequenas para aparatarem.

Se todos os dias que se seguissem fossem assim, eles não seriam tão ruins..... 



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