História Manager - Um momento no tempo

Não era supresa para ninguém que eu já havia tido alguns casinhos entre staffs e outras pessoas ligadas a nós. Acontece que, fora Isa, nunca precisei chamar uma garota para sair. Digo, para um encontro. Minhas saídas com minha noona nunca passaram disso, apenas uma saída com a noona e isso me tornava o jovem adulto menos preparado para um relacionamento que eu conhecia. E eu precisava esquecê-la a qualquer custo. Ela está namorando já tem 6 meses e as coisas nunca mudaram entre nós, acho que preciso tentar seguir em frente de verdade.

-Hyung? -Me sentei no sofá da nossa sala de reuniões, ao lado de Yoongi Hyung, onde ele esbanja sua melhor cara de "tô nem aí", ouvindo música. -Posso perguntar uma coisa?

-Já perguntou.

-Hyung, é sério.

-Fala, maknae. -Me olhou, preguiçoso antes de tirar um lado do fone. -O que quer?

-Ajuda… Conselhos.

-Defina. -Se endireitou, me olhando com um pouco mais de interesse.

-Como faço para chamar uma menina para sair? E sem piadas, por favor.

-Hum… Tudo bem. -Sorri. -Primeiro precisa saber quem é a pessoa que quer chamar, Kookie.

-Como assim?

-Depende da personalidade dela. Se ela for uma menina mais romântica, precisa de uma abordagem mais singela e tranquila, entende?

-O que é isso? -Os outros 5 entram na sala, sorrindo e falando alto.

-O garoto quer ajuda com as meninas.

-E pediu ajuda para ele? -Jimin Hyung reclama, fingindo mágoa. -Eu sou o especialista.

-Em tomar toco, só se for. -Namjoon Hyung brinca antes de se sentar no sofá da frente. -Em que, exatamente, precisa de ajuda?

- Poxa Nam, estou namorando com a Kenay, me dê algum crédito.

- Isso porque ela colocou você contra parede e disse ou vai ou racha.

-Quero saber como chamar um garota para um encontro.

- O primeiro de tudo é saber como deve chegar nela. -Diz e logo Yoongi Hyung aponta, como quem diz "viu só?". -Não pode chegar numa menina toda tímida e recatada como se estivesse com uma ereção infindável.

-Mas também não dá para chegar com um cartaz escrito na testa "sou virgem". -Jimin Hyung diz, gesticulando com as duas mãos, como se visualizasse a frase se formando no ar.

-Precisa ser confiante, mas não metido. -Hobi Hyung bagunça meu cabelo, sorrindo doce. -Seguir seu coração.

-Precisa fazer seu dever de casa, isso sim! Onde já se viu?

-Não tenho mais dever de casa, Jin Hyung. Terminei o ensino médio, esqueceu?

-Estou ficando velho… Olha, pivete... Seja seguro, como se ela fosse estar perdendo muita coisa, se negar. Mostre que você se garante.

-Mas sem, necessariamente, ser metido. -Tae Hyung completa.

-Exatamente. -O mais velho sorri. -Ajudamos?

-Nem um pouco… Mas eu acho que entendi.

-E quem está pensando em chamar para sair? Podemos saber? -Yoongi Hyung me olha desconfiado.

-Cuidado com os fotógrafos, não precisamos de polêmicas agora, muito menos hate. Já temos demais.

-Exatamente... Juízo! Não faça nada que eu não faria.

-Nam. -Jin Hyung o olha. -Não há nada que você não faria.

- Verdade. Ah sua manager pediu pra avisar que não poderá lhe ajudar com a live,  eu vou fazer umas coisas ainda, mas se quiser pode esperar que eu te ajudo na live. Jin ela levou seu carro.

- Porque ela não pode?

- Parece que o irmão dela foi preso e ela teve que ir resolver.

- E você só diz isso agora? - Pergunto e pego meu celular ligando para ela e pelo tom da sua voz as coisas não estão boas. Largo tudo e vou até ela

quebra de tempo

Isa está com os olhos distantes, corta meu coração vê-la tão quebrada, mas não deve ter sido fácil para ela ver seu irmão metido com besteiras, e muito menos a mãe escolher ele ao invés dela. Ela está frágil e insegura e daria meu coração se isso mudasse a angústia que ela tanto segura. 

Nós caminhamos a maior parte do tempo em silêncio, sentindo o vento frio bater contra nosso rosto, a brisa gelada combinada com cheiro da água parada a nossa volta, das folhas esmagadas sob nossos pés… eu gosto de vir aqui, não por qualquer baboseira de estar conectado a natureza ou coisa do tipo, a natureza e a modernidade se misturam muito bem a esta paisagem, eu gosto daqui pelo silêncio, pela tranquilidade e mais que tudo, gosto de vir aqui porque me lembra Isa, me lembra nós dois, ela é a natureza, ...Isa gosta de estar de alguma forma ligada a natureza, faz parte dela, ela mesmo não seguindo a carreira da sua formação como sempre sonhou, mas ela tem um jeito de estar perto do que gosta sempre que pode, a quantidade de plantas, a horta suspensa no terraço do apartamento dela deveria ser uma dica do seu amor pela coisa, mas ela ainda resgata animais de rua quando pode, ela cuida deles antes de levar para um abrigo de animais, e ela esquece da vida quando vê qualquer ser vivo que não seja humano, eu por outro lado sou tudo que há de moderno ao redor desse reduto de natureza, eu sou alto como os prédios, fortes comos os alicerces da cidade, eu estou ao seu redor sem nunca lhe engolir, eu sempre penso nisso quando estou aqui.

Isa sai da trilha e se senta na grama olhando o rio a nossa frente, eu me sento atrás dela e a puxo para ficar entre minhas pernas e acaricio seus braços usado a desculpa de esquentá-los mas na verdade isso é para meu prazer. Gosto de tocá-la.

- Kook?! - ela exala tentando me repreender, mas eu sei que ela vai deixar.

- Só fique quieta, estou apenas lhe esquentando, depois você pode erguer quantas paredes quiser e precisar para me manter longe como vem fazendo. 

Isa relaxa contra meu peito e eu deixo meu rosto cair sobre seus ombros, enterrando minha face entre seus cabelos e sentindo seu perfume, isso sempre me pareceu o melhor cheiro de todos os tempos. Isa estremece e se aconchega mais em mim e eu passo meus braços ao redor de sua cintura a prendendo ali. - Gosto como o cheiro do seu sabonete gruda na sua pele, mesmo depois de um dia todo ainda posso senti-lo em você, suave e floral. - digo passando a ponta do meu nariz ao longo do seu pescoço antes de deixar um beijo de boca aberta onde sinto sua veia galopar contra minha boca. - Me deixa te fazer esquecer? Posso fazer você esquecer…

- E depois? Eu vou lembrar e ainda ter um adicional de culpa por ter permitido esse momento. Vamos Kook, hoje o dia foi difícil o suficiente, não preciso me sentir mais culpada.

Eu quero protestar, mas vejo a tela do seu celular se iluminar e a foto do Joshua aparece numa chama.

- Oi?

- Onde você está?

- Dando um tempo.

- Onde está, posso ir lhe buscar, você parece chateada.

- Não precisa, eu já estou indo pra casa.

- Espero você lá então, vou fazer aquela sopa que você tanto gosta.

- Não precisa Josh, eu só quero terminar esse dia

- Tudo bem, vou esperar mesmo assim, preciso ver você, porque só agora eu fiquei sabendo? deveria ter me ligado, não precisava passar por isso sozinha.

- Jk está comigo.

- Ah … Porque ele está ai? Deixa pra lá vou te esperar.

- Tudo bem… Porque está me olhando assim Jeon?

- Eu não posso estar lá pra você como homem, mas ele pode?

- Não vou discutir com você, não sobre isso e não agora, você pode me levar para casa ou preciso pedir um táxi.

- Claro que vou lhe levar, nunca deixaria pegar um táxi. - respondo bruscamente depois de ajuda-la a se levantar. O resto do caminho é um silêncio esmagador. Ciúmes e inveja corrói minhas veias. Não quero imaginar as mãos de outro lhe confortando, nunca gostei da idéia, e mesmo depois de todos esses anos, gosto menos ainda. - Isa, chegamos - eu chamo quando paro de frente para seu prédio, o idiota está lá na porta esperando e vem até o carro quando percebe se tratar de nós, ele conhece nossos carros.

- Cara obrigado por buscar minha garota, mas eu assumo daqui.

- Sempre vou estar lá por ela - respondo depois que Isa desce do carro e vai de bom grado para os braços do namorado. - Vejo você amanhã - digo para Isa que não olha nos meus olhos quando assente e sai para o apartamento.