História Manipulative - Entrega

  “Wheein!”

A garota vira a cabeça na direção do chamado, sorrindo pequeno.

“Eric! O que está fazendo aqui?”

Wheein estranha encontrar o garoto a caminho da escola. Na verdade, estranha encontrar ele em si.

“Bom, eu... estava a caminho da escola de Yongsun, mas sei que ela não gosta muito de chamar atenção, então você poderia entregar isso para ela?”

Ele tira as mãos das costas revelando um lindo e farto buquê, com as mais variadas formas e cores de flores. O aroma, tão agradável quanto a aparência, atingiu as narinas da garota, que se assustou.

“Isso é... bem chamativo, mesmo.”

Ela ri, sem graça, pensando se deveria entregar o presente ou não. Quando percebe que ele estava esperando, segura o plástico que embalava o arranjo com delicadeza. Ele sorri largo, feliz.

“Obrigado, Wheein! Desculpe atrapalhar, eu vou... indo, então.”

A menina assente, embaraçada. Ela pega sua mochila e tenta encaixar o buquê entre os livros, mas não caberia inteiro, fora que machucaria as flores. Ela teria que levar na mão.

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Moonbyul decidiu passar pelo parque a caminho da escola. Depois de ouvir o discurso do senhor Won, seu interesse em flores a consumiu noite adentro, em que passou horas acordada pesquisando sobre elas.

Agora, procurava uma em específico, que já havia visto por ali antes. Sorri, seu olho agora não tão inchado diminuindo mais ainda, enquanto sua boca ignorava a dor do corte em sua beirada.

Ali estava ela. Colheu a flor com cuidado, pedindo desculpas enquanto a separava do caule que lhe dava vida. O sol que conheceria, em pouco tempo, seria outro.

Satisfeita, partiu até a saída do parque.

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Yongsun estava prestes a entrar no colégio, quando ouviu uma voz conhecida. Wheein

“Unnie!”

A menina, afobada, carregava um buquê. De repente, estendeu em sua direção, atraindo alguns olhares. Solar a puxou para um canto menos agitado, confusa e envergonhada.

“Wheein, o que é isso?”

Solar pergunta, com o presente já em mãos. Admirava o belo trabalho, sorrindo, enquanto aproximava seu rosto para sentir melhor o cheiro do buquê.

“Eric pediu para te entregar isso.”

Wheein explica, tentando normalizar sua respiração cansada.

Nesse momento, ao ouvir isso atrás das meninas, Moonbyul tremeu. Seu olhar ia da pequena e única flor que segurava ao arranjo caprichado que Solar segurava tão feliz.

Ela suspira, acomodando o que daria para a garota no bolso de sua calça, enquanto Wheein tagarelava sobre como umas cinco abelhas seguiram ela por mais da metade do caminho e ela teve de correr.

“Não vai mesmo entregar?”

A garota pergunta, descansando sua mão no ombro de Moonbyul, que não teve ânimo para levantar a cabeça e ver quem era, porque reconheceu somente pela voz.

Mas não responde. Hwasa bufa, apertando onde sua mão se encontrava, para chamar a atenção da mais velha.

“Unnie, você sabe que tamanho não é documento – e aposto que essa sua florzinha deve ter o dobro de importância e significado que aquele jardim na mão dela. Por favor.”

Moonbyul pensa no que a menor disse, sem se mexer. A garota comprime os lábios, sussurra “boa sorte” e caminha até as duas amigas que riam das abelhas assassinas que tentaram devorar Wheein.

“Unnie? O que está fazendo aí parada?”

Wheein chama ela, sorrindo. Ela suspira, indo até elas e esquecendo que alguns segundos atrás só queria dar meia-volta e voltar para casa.

Moonbyul não fez perguntas sobre o buquê, assim como Solar não citou ele o resto da aula.

Então chegou o intervalo. Yongsun guardava seus lápis e canetas no estojo enquanto se preparava para sair, quando Moonbyul segurou seu pulso fracamente, fazendo com que a menina a olhasse com curiosidade.

“Hm... Solar, eu...”

Ela começa, vermelha. Como pediria desculpas? Perdeu tempo demais pensando em que flor escolheria e... esqueceu do principal.

“Sim...?”

Yongsun a encoraja, levantando as sobrancelhas e parecendo focar.

“Eu queria te pedir desculpas.”

Moonbyul diz, finalmente. Yongsun tomba a cabeça para o lado, sem entender.

“Eu não devia ter... feito aquilo com você. No banheiro.”

Balbucia a mais alta. A outra, então, abre a boca, entendendo. Então sorri.

“Moonbyul, tudo bem. Eu que irritei vocês.”

Moonbyul balança a cabeça, negando, as sobrancelhas juntas e um olhar irritado.

“Não, unnie, eu não tinha desculpa alguma para fazer aquilo. Apenas... me perdoe, se puder. Se não quiser, eu entendo.”

Ela suaviza sua expressão conforme fala, esfregando as mãos na calça jeans para secar a umidade que brotava de seus poros.

Solar assente levemente, segurando a mão de Moonbyul.

“Tudo bem, eu te perdoo.”

Moonbyul respira fundo, aliviada, antes de quebrar o contato com a mais velha para resgatar a florzinha em seu bolso.

“Tenho algo para te dar.”

Ela anuncia, revelando a flor. Solar parece se espantar, então sorri para ela antes de acolher o presente em suas mãos.

“É uma violeta-branca. Ela significa promessa e paz. É o que eu quero representar no momento. Esses são os meus sentimentos para você.”

Solar fica em silêncio por alguns segundos, então abraça Moonbyul.

“Obrigada. Significa muito para mim.”

Moonbyul disfarça como ficou embaraçada e sorri.

“Não me agradeça, eu só estava pedindo desculpas...”

Solar sorri, arrumando a flor em seu cabelo. Moonbyul se assusta com o quão bonita ela ficou, mas apenas sorri mediante à visão, incapaz de falar.

“Vamos. As garotas devem estar preocupadas.”

Solar a puxa, as duas indo até o pátio. Wheein e Hwasa não estavam preocupadas com as outras duas. Porque Hwasa explicou para Wheein o que viu, então provavelmente Moonbyul estava entregando a flor agora. Wheein relaxou, finalmente capaz de aproveitar seu lanche tranquilamente, sem estranhar o atraso de suas amigas, que apareceram alguns minutos depois.

Hwasa sorri ao ver a flor no cabelo de Yongsun, que parecia tão brilhante quanto o próprio Sol, a personificação da natureza.

Wheein, como sempre, grita o nome de suas amigas enquanto seu braço se movia acima de sua cabeça freneticamente.

“Olá, crianças.”

Ela sorri, se sentando. Moonbyul se senta logo após.

“Unnie, você está muito bonita com essa flor...”

Solar ri, envergonhada com o elogio de Wheein, que já mastigava alguma outra coisa.

“Gostou? É um presente especial.”

Ela explica, brincando. Moonbyul ri quando a garota pisca para ela.

Então percebe que a flor parecia tão viva junto de Yongsun... como se tivesse nascido entre as mechas da garota. Como se Yongsun a desse vida.

  Sim, ela entendia muito bem.