História Manual de como amar Toga Himiko - Loucura

Minha respiração estava estranhamente ofegante, minha visão aos poucos se tornava embaçada e meu coração a cada segundo se acelerava mais me fazendo ficar em êxtase. Eu conseguia ouvir sons, sons agudos como gemidos cheios de prazer, cheios de desejo e maliciosos. Senti uma mão deslizar sobre minha barriga, contornando minha pele de maneira sutil e tocante, minha visão permanecia embaçada e a única coisa que consegui ver foi um burrão de uma pessoa, entretanto assim que eu vi aquele sorriso de dentes pontiagudos, no mesmo segundo reconheci aquela feição. Arregalei meus olhos e logo pude ver nitidamente a vilã com sua expressão sádica e desejosa.

Abaixei levemente o meu olhar percebendo que estava apenas de sutiã e aquilo quase me deixou sem ar, antes que pudesse dizer qualquer coisa, aquela garota colocou suas mãos geladas sobre meus seios, um arrepio percorreu por todo o meu corpo de maneira agoniante e involuntariamente deixei um gemido baixo escapar. O que estava acontecendo, como vim parar aqui e porque não consigo mexer os meus braços?

Tentei respirar normalmente mas o ar mal passava por minha garganta, enviei um olhar rápido ao lugar onde estava e não consegui o reconhecer, estava escuro e por isso não consegui ver com clareza os moveis que tinham ali, entretanto logo saquei que aqui é um quarto.

Novamente tentei mexer meus braços entretanto fui privada de o fazer, meus olhos rapidamente se direcionaram aos lados e eu fiquei totalmente perplexa ao ver que em meus pulsos, estavam algemas presas na cabeceira daquela cama onde me encontrava. Desesperadamente, comecei a puxar meus braços na tentativa de me soltar, porém foi inútil.

Franzi meu cenho e voltei minha atenção a aqueles olhos âmbar que nem sequer haviam desviado de minha face.

— O-o que.... — Sussurrei ainda perplexa. Himiko sorriu ladino e então sentou-se sobre minha cintura, ela está com seu habitual uniforme colegial e penteado. A vilã tem uma faca afiada em sua mão direita, tão afiada que vi seu aço brilhar assim que ela mexeu sua mão. Engoli em seco levemente zonza.

— Calma, Ochaco. — Murmurou a vilã baixinho, ela mordeu seu lábio inferior e então colocou a faca sobre a cama, logo ao meu lado. Himiko aproximou seu rosto do meu ficando a centímetros de distância, seus olhos estavam tão penetrantes e mais que isso, eles sempre me hipnotizaram porém neste momento, é como se estivessem me dizendo algo, mesmo que eu não consiga entender o significado. — Você lembra, não é? Eu disse que aquele meu favor não seria de graça. Você está em dívida comigo, concorda? — Ela aproximou um pouco mais seu rosto e então abocanhou meu lábio inferior, arregalei meus olhos no mesmo segundo. Himiko apenas deu uma fraca mordida em meu lábio e depois afastou sua face novamente. —Eu vou deixar claro novamente para você. Já se passou muito tempo desde que começamos a nos encontrar às escondidas, e você nem sequer me deixa te beijar de maneira desejosa. — Afirmou a loira com as suas bochechas coradas, porém eu sei que aquele corar não é de vergonha. — Hoje você será minha, O-cha-co.

18 horas antes

Pov’s Ochaco off

Como todos os outros dias, assim que o sol raiou e o relógio marcou 6 horas, Ochaco fora interrompida de seu sono pelo som calmo do despertador de seu celular. A acastanhada resmungou algo incompreensivo enquanto tentava achar seu celular que havia colocado de baixo do travesseiro, ela reclamou internamente quando demorou mais do que o esperado para achar o maldito smartphone, e assim que finalmente o tateou, logo puxou o mesmo com uma carranca mal humorada. Ela revirou seu olhos e então pressionou para que o despertador parasse, a mesma bufou e jogou o celular na cama, logo levando sua cabeça ao travesseiro de maneira preguiçosa. Ochaco colocou seu pulso sobre sua face, cobrindo seus olhos que estavam incomodados com a inconveniente luz solar que invade seu quarto pela janela de vidro.

Por ter dormido de tarde no dia anterior, Ochaco não conseguiu pegar no sono cedo e por isso foi dormir lá por volta das 4:00 da manhã, e isso está lhe matando. A acastanhada passou todo o tempo em que estava com insônia pensando em Himiko e Izuku, tentando arrumar uma maneira de sair dessa confusão que se meteu. Como foi mentir para sua mãe? O mais fácil seria omitir tudo e tentar mudar de assunto, entretanto, naquele segundo, a única coisa que passou por sua cabeça é o fato de que sua mãe não podia desconfiar sobre Toga, por isso tentou afasta-la totalmente, colocando outra pessoa em seu lugar.

— De qualquer maneira, não é como se estivéssemos juntas... — Sussurrou entre seus pensamentos confusos. Ochaco sabe que não havia uma desculpa para o que fez, mentiu para sua mãe novamente, traiu sua confiança e pelo o que afinal? Para ficar ao lado e conviver com uma vila que está aos poucos lhe levando para o fundo do poço? Não vale a pena, nunca valeu e nunca valera, porém Uraraka não pensa mais sobre isso, agora já está presa a esse sentimento estranhamente masoquista.

A garota prensou seus lábios e cerrou seus punhos. Se Himiko Toga simplesmente não existisse, tudo estaria como antes, aquele sentimento que antes tinha por Deku iria florescer cada vez mais até que ambos ficassem juntos. Mas depois que lutou contra Toga, por algum motivo aquele sorriso insano da mesma não saiu da cabeça de Ochaco, e ela se odeia por amar tanto isso.

Uraraka olhou perifericamente na direção da porta assim que ouviu alguém batendo na mesma. — Filha. Você já está acordada? Vá logo se arrumar se não vai acabar se atrasando. — Era seu pai, seu tom de voz está tão gentil como em todas as manhãs. Mesmo depois do mesmo ouvir o que Aizawa disse, o loiro continua compreensivo e simpático.

— Já estou indo, papai. — Afirmou em um tom de voz amigável. A acastanhada aos poucos foi se sentando na cama, em um semblante despreocupado e preguiçoso. Ochaco enrolou mais alguns segundos para que levantasse da cama, mas logo foi tomar banho e se vestir.

[ . . . ]

Uravity caminha entre passos curtos pelas calçadas de Musutafu, a cidade está normalmente movimentada, vários carros e diversas pessoas estão ao seu redor. É sexta-feira afinal, a maioria das pessoas tem coisas importantes para fazer de manhã então isso não é uma surpresa. Nem sequer um sinal de vilão e tudo parece a maior paz, isso faz Ochaco se sentir um pouco melhor, ver tantas pessoas e contudo aquele céu azulado, é com toda certeza acalentador.

A acastanhada assim que chegou na frente da Academia, pegou seu cartão de estudante e então passou pela U.A Barrier. Ainda entre passos curtos, Ochaco e outros alunos que chegavam um atrás do outro, entraram na U.A, alguns riam ou conversavam com amigos, outros simplesmente estavam como Ochaco, sérios e descontraídos.

Uravity parou na frente da porta de sua sala, a mesma permaneceu fitando a divisória por alguns segundos. Ela levou sua mão direita ao seu olho, contornando a área abaixo de seus cílios inferiores onde as marcas de cansaço estão, a mesma havia passado base sobre a olheira para que assim ninguém a questione sobre isso, mesmo assim se sente mal por estar fazendo algo deste tipo. Ochaco levou sua mão a maçaneta, ela respirou fundo e logo depois expirou, por seguida empurrou a porta entrando no local. Alguns olhares se direcionaram a si e outros apenas ignoraram, porém um certo par de olhos esverdeados logo brilharam ao ver Ochaco.

Uraraka encontrou olhar com o garoto, o mesmo deu um sorriso simpático que Uravity não demorou para corresponder. A mesma caminhou na direção de seu lugar e colocou sua mochila pendurada na cadeira, ela virou-se enquanto fitava o jovem Izuku.

— Bom dia, Deku. — Sorriu ainda de pé ao lado da cadeira de seu amigo, o esverdeado levantou-se de maneira contente.

— Bom dia, Ochaco-chan! — Midoriya sorriu simpaticamente apesar de suas bochechas estarem levemente coradas.

— Me desculpe por te preocupar, não foi a minha intenção. —Ela levou sua mão a nuca de maneira sem graça, esboçando um sorriso envergonhado. Deku logo se desesperou enquanto negava com a cabeça, não queria que Ochaco se culpasse por aquilo, foi ele que lhe visitou sem avisar antes.

— Não, não! Não se culpe por isso, eu que fui muito desatento... — O esverdeado sardento respirou fundo antes de voltar a ficar em postura. — Você está bem? Parece um pouco... — Ele desviou levemente o olhar, procurando a palavra certa para descrever. — Abatida. — Completou enviando um olhar preocupado e atencioso. Ochaco prensou seus lábios levemente desviando seu olhar ao chão, aquela culpa horrível novamente invadiu a sua cabeça, ela havia mentido para Izuku e vê-lo daquele jeito, tão preocupado e verdadeiro, faz com que a acastanhada se sinta uma pessoa horrível.

— Eu estou bem sim... — Murmurou sem encarar o garoto. Izuku sentiu muita indecisão nas palavras de Ochaco e mais que isso, ela está visivelmente abalada, porém Deku não consegue saber o porquê disso, e sua amiga aparentemente não está disposta a lhe contar o que está havendo. Antes que o esverdeado pudesse falar qualquer coisa, de repente escutou Lida pedindo para que todos se sentem pois o professor está chegando.

Ochaco deu um sorriso doloroso e então foi até sua cadeira, se sentando em seguida. Deku lhe fitou com um olhar tristonho e preocupado, o mesmo cerrou seus punhos e então se sentou também.

A aula se passou calmamente, os alunos estavam em silencio e tudo parecia muito normal. Izuku tentou ao máximo aprestar atenção na aula, entretanto muitas vezes seu raciocínio era quebrado quando olhava para Ochaco, a mesma nem sequer se esforçava a aprestar atenção ao o que o professor estava falando. Uravity apenas permanecia com um olhar vazio, como se estivesse viajando em pensamentos incomuns. Ela está brincando com sua caneta, o objeto está flutuando baixo e Ochaco gira o mesmo com o indicador de maneira tediosa. De fato tem algo de errado com ela, Midoriya tem notado isso há um tempo, ela está sempre tão distante, não quer mais sair com as amigas e na maioria das vezes, diz que está doente ou no trabalho de seus pais, as meninas até mesmo já falaram sobre isso com o jovem Izuku. Elas não se sentem confortáveis para perguntar novamente o que Ochaco tem, já que nas demais vezes ela respondeu que tá tudo bem, a acastanhada claramente não quer que ninguém se meta nisso. Entretanto Deku já está cansado de vê-la desse jeito, irá conversar com ela sem falta e mesmo que Ochaco não queira contar, o esverdeado irá insistir sem hesitar.

O restante da aula passou-se rapidamente e antes que os alunos se dessem conta, já era hora de recolher seus pertences e ir embora. Ochaco levantou-se de sua cadeira, pegando sua mochila e lhe lavando as costas. Logo a acastanhada viu Izuku se aproximando, a mesma suspirou cansada.

— Então, Ochaco-chan. Ainda vamos no shopping? — Perguntou com as mãos segurando as alças de sua mochila. Por um segundo Uraraka perguntou-se sobre o que diabos o esverdeado estava falando, porém assim que se recordou da conversa do dia passado, logo fitou o mesmo.

— Ah... Claro. — Murmurou em um tom baixo. — Mas eu prefiro ir em casa antes para trocar de roupa, tudo bem para você? — Perguntou mostrando um sorriso simpático. Deku retribuiu o sorriso e então acenou com a cabeça, aquela seria a chance perfeita para conversar com Ochaco. Ambos foram para fora da Academia enquanto Midoriya tentava puxar assunto com a acastanhada, a mesma também demostrou estar contente e interessada na conversa. Assim que saíram da U.A encontraram o olhar.

— Então tá. Até mais tarde, Izuku. Estou ansiosa para o nosso encontro. — Ela mostrou um sorriso envergonhado e simpático, enquanto desviava levemente o seu olhar. Izuku arregalou seus olhos no mesmo momento, quase dando um pulo.

— E-e-e-e-encontro? — Sussurrou enviando um olhar perplexo para Uravity, suas bochechas estavam completamente coradas e sua face mostrava o quão surpreso estava. Não tinha olhado por esse lado, mas pensando melhor, aquilo de fato é um encontro.

Ochaco segurou uma gargalhada ao ver a reação de seu amigo, a mesma começou a se afastar dele enviando um rápido aceno. Aquilo é nostálgico para Uraraka. Há cerca de 2 meses atrás ela teria ficado tão envergonhada quanto Deku caso percebesse que aquilo é um encontro, tem saudade desse sentimento, o mesmo é tão reconfortante.

Ochaco, andando calmamente suspirou.

— Eu quero voltar a ama-lo. — Sussurrou levando sua mão ao peito, apertando levemente seu blazer. Mesmo que Ochaco ame Himiko agora, sente muita falta de não ter que passar por tudo isso que está passando, saudade da vida simples de amar seu melhor amigo, tudo parecia tão fácil. Agora ela é obrigada a ficar ouvindo a voz irritante de Toga em sua cabeça. Que troca horrível.

Ochaco parou na frente da faixa, esperando a sinaleira ficar verde para os pedestres, assim que isso aconteceu logo atravessou a rua. Uraraka não pôde deixar de fitar um casal de namorados que caminhavam na outra calçada, ambos conversavam de maneira tão espontânea e simpática que até mesmo davam inveja. Ochaco deixou um sorriso vazio se formar em seu rosto, ela olhou para baixo fitando o chão.

De repente, Ochaco foi puxada para dentro de um beco e isso arrancou um agudo grito surpreso da mesma. Alguém lhe agarrou por trás e então levou um pano a sua boca.

— Calminha, sou eu. — Ao ouvir a voz de Himiko, por conta da surpresa acabou por não reagir e também, um cheiro horrível e extremamente forte de álcool empreguinou sua narina. O que diabos está acontecendo? Ela viu sua visão ficar embaçada e aos poucos sua consciência foi se esvaindo. — Tudo ficará bem. — Sussurrou a loira no ouvido de Ochaco. As pálpebras da garota começaram a pesar e antes que percebesse, já havia perdido a consciência.

23:10

Uraraka finalmente recordou-se do que havia acontecido e a única coisa que pôde fazer ao lembrar, foi franzir o cenho enviado um olhar extremamente raivoso na direção de Himiko.

— O que deu em você?!! — Exclamou irritada. — Você sabe muito bem que não deveria ter invadido a minha casa daquele jeito! O fato de você ter saído de lá não cria nenhuma dívida entre nós duas, afinal você nem sequer deveria estar lá!! — Exclamou visivelmente irritada. Ochaco está perplexa, sabe que Toga tem sérios problemas mentais, porém após passar dois meses convivendo com ela, já havia esquecido um pouco o fato de que ela poderia fazer algo desse tipo. Mesmo que um pouco, Ochaco já havia criado uma certa confiança, entretanto aquilo é o cumulo. — Que horas são? — Perguntou ao olhar na direção da janela daquele quarto, vendo que já estava de noite. Toga novamente se sentou sobre a cintura de Uraraka.

— Umas onze horas da noite. — Respondeu com um sorrisinho torto e em um semblante despreocupado. Ochaco arregalou seus olhos, tão tarde assim?! Havia furado com Deku e pior que isso, seus pais vão lhe matar se não chegar imediatamente em casa.

— M-mas o que?!!

— Surpreendente, não é? Você desmaiou por conta do álcool, mas normalmente iria acordar uma hora depois disso, porém você realmente deveria estar cansada para dormir por tanto tempo. — Himiko levou sua mão a bochecha de Uraraka. — Você anda virando a noite, Ochaco? Não consegue dormir? Por acaso você pensa muito em mim? É por isso que não consegue dormir bem? — Questionou fitando os olhos acastanhados com uma grande intensidade. — Relaxa, você se sentirá melhor depois que se entregar completamente a mim. — Seu sorriso ficou mais largo.