O rei estava regressando da guerra, seu coração em seu peito apertava-se, tinha passado bastante tempo fora de sua casa.
‘Estamos voltando...’ pensou o alce passando para o elfo em seu dorso sua mensagem, notava a angustia do rei, eram intimamente ligados, em seu sangue fluía muito da magia imortal de seu elfo.
‘Sim, Arman...’ o monarca estava abalado há duas semanas, pelo vínculo que o ligava a sua esposa percebeu coisas perturbadoras, até que ela o avisou que interromperia a comunicação de ambos, havia uma maneira de silenciar a conexão de alma, era necessário alguma magia e muita força de vontade.
O elo que une almas que amam é extremamente forte entre elfos, de modo que podem perceber emoções intensas e quando o outro passa por perigo, ainda é possível haver algum grau de telepatia.
Calen tinha insistido em bloquear a comunicação de ambos, seu argumento era que queria dar maior foco a seu esposo. A elfa tinha a opinião forte, assim como uma personalidade marcante, grande parte dos súditos subestimavam sua rainha, afinal ela parecia ser tão branda e dócil, a verdade era que engano maior não haveria.
- Majestade? – Lithel chamou pelo soberano, estava atento a tudo que dele vinha, era o principal general do rei, assim como um de seus mais estimados conselheiros, chegou a esse cargo sendo diligente e atencioso. – Falta menos de meia hora para alcançarmos a fronteira... Vou ordenar que anunciem nossa chegada. – comunicou o que faria, notava o quanto o monarca encontrava-se disperso.
- Faça, isso... – o vínculo mudo com sua amada o cutucava como espinhado enfiado em sua carne, havia algo errado, sabia que havia, mas sua total ignorância do que poderia ser o sufocava.
Pouco tempo levaram até finalmente chegar ao castelo, havia todo o exército que os seguiam de perto, nessa batalha houve tantas perdas, famílias que certamente já choravam pela perda de seus filhos, crianças que nunca mais veriam a face de seus pais, mães que perderiam sua única prole. Os horrores da guerra tinham terminado, mas as cicatrizes deixadas em seu povo, essas sim, jamais curariam. Como rei nada podia fazer para oferecer conforto as famílias, apenas assegurar que a paz pela qual seus guerreiros lutaram fosse preservada pelo maior período de tempo possível, deixaria seu reino alheio a confrontos por quanto tempo conseguisse.
A recepção que houve foi um tanto estranha, sua rainha devia estar à frente, ela era regente do reino em sua ausência, Légolas estava no colo de sua avô materna. A esposa de seu conselheiro a seu lado com a bebê Evy em seus braços. Engoliu a seco, havia algo de muito errado nisso, desmontou de maneira rápida e elegante.
- Arman... Descanse! – disse para sua montaria o vendo seguir rumo aos pastos da ala oeste, o animal era bastante independente.
- Majestade... – Thranduil viu seu sogro fazer a reverência equivalente a seu status como pai da rainha. – Precisamos conversar... – havia lágrimas que ameaçavam pela face tão bela do elfo que apesar de ser antigo ainda ostentava a juventude que somente um imortal poderia carregar.
- Claro... – a total ausência de Calen não era de maneira alguma boa coisa. Queria arrancar de seu peito à sensação de perda, tinha que ser um engano, mas sentia como se ela o tivesse deixado.
Casthiel não sabia por onde começar, em si mesmo a dor o dilacerava, fitou seu neto tão pequeno que era embalado por sua esposa, respirou fundo criando coragem para o que tinha que fazer.
- Minha menina... – os olhos azuis quase o engoliam tamanho o interesse. – Na sua ausência ocorreram fatos que fomos impedidos de comunicar, sua autoridade não podia ser questionada...
- Tinha ordens para comunicar-me caso tivesse dificuldades... – não estava gostando do rumo da conversa.
- A rainha estava sobre tudo e todos... Em todo caso, não queria ter de dizer isso, não queria que isso houvesse acontecido... – as lágrimas vieram. – Levaram o principezinho...
- Como? – estranhou a informação seu filho estava bem, ouvia seu choro de onde estava, na cozinha a criança estava com sua avô.
- Houve uma invasão, não do tipo que pilham coisa, mas levaram o menino... Calen soube disso, recebeu uma carta dizendo onde estavam com ele... – viu a enorme figura de Thranduil aumentar em presença o ar a sua volta instável, sabia o quanto o rei podia ser perigoso. – Ela planejou o meio de libertá-lo, mas...
- Onde está minha esposa?! – aquelas voltas o estavam enervando, uma dor intensa irradiava em seu peito, seu estômago revirava-se.
- Ela não pode retornar... – angustiado Casthiel disse.
- Como? – as chamas da lareira subiram, o rei estava instável.
- Pelo plano que executou... Não meio de voltar... – disse recuando dois passos. – Minha filha partiu...
- Partiu? – vacilou um instante. – Onde ela está?
- Filho... – era raro tratar seu genro dessa maneira, mas o enxergava como sendo um garoto que carregava todo um reino em suas costas, as lágrimas vieram. – Ela já não vive...
A visão de Thranduil embaçou-se as últimas palavras de seu sogro rodando em sua cabeça, como se seu coração fosse arrancado de seu peito, como se sua alma o deixasse. Caiu sobre seus joelhos e logo nem mesmo lucidez ou consciência havia em si mesmo.
- Chame Alef! – Casthiel ordenou a um servo que estava ali, com dificuldade amparou o enorme elfo que era o esposo de sua filha.
Alef era o médico da realeza, mas havia ido para guerra, detestava o cenário de batalha, havia sangue, feridos... Mas era o local onde seria mais útil, era um guerreiro bom o bastante para não dar trabalho para os que com ele estava, exímio médico salvou tantas vidas de elfos e aliados, mas seu coração estava em sua família e em sua melhor amiga, a rainha. Tinha chegado em casa há menos de quinze minutos quando bateram a sua porta.
- O rei... – disse o humilde servo esbaforido, tinha percorrido o caminho em tão pouco tempo.
Apressado o médico seguiu para a casa dos pais de sua amiga, ao chegar ao local, viu Thranduil deitado sobre o sofá da sala, era realmente enorme, como nenhum elfo silvestre seria.
- Majestade... – chamou, levou a mão a sua testa, pequena gotículas se acumulavam em sua pele, pegando uma garrafa com solução alcoólica o fez cheirar, viu-o erguer-se de maneira brusca.
- Calen! – seu peito doía, aquilo não era físico, seu corpo reagia a seu emocional, nada poderia abalá-lo mais do que as palavras que antes escutou, aquilo tinha de ser um pesadelo. As vozes a sua volta discutiam sobre seu estado, mas seu foco era apenas um. – Onde ela está?
- Minha filha se foi... – repetiu o que antes havia dito.
- Onde? – tinha que buscá-la, não podia aceitar aquela informação, caso ela realmente tivesse morrido... Não ela tinha de estar viva, mesmo que sua alma gritasse que agora estava incompleta.
- Gundabad... – disse dando-se por vencido.
- Gundabad? – repetiu o que seu sogro havia dito. Esse lugar era dominado por orcs, uma espécie de fortaleza erguida em um lugar insalubre, uma enorme torre cercada por um relevo inóspito, se sua rainha realmente havia ido para lá... Orcs não costumavam manter reféns, uma vez que os matavam tanto para consumo próprio, caso onde devoravam suas vítimas, quanto mais fins ainda mais escusos como escravidão e abuso.
- Entende por que digo que não está mais viva? – Casthiel tentou trazer a lógica e senso comum para seu genro.
- Talvez tenha algo a mais por trás... Talvez... – tentou se convencer que poderia existir alguém manipulando os orcs de tal fortaleza, de modo que tivessem mantido sua esposa viva para quem sabe negociar sua liberdade.
O elfo andou de um lado para o outro na sala, estava um tanto alheio as vozes que conversavam a seu redor.
- Conte-me o que aconteceu, como e onde... – pediu, reunia todo seu autocontrole naquele momento, tinha que ser racional se queria ter alguma chance, a expressão no rosto de seu sogro era irritante, como a de quem está correto, tão confiante, mas como ele podia ser assim? Era a filha dele, mesmo assim sua esperança parecia inexistir.
Casthiel via o brilho de algo um tanto insano no olhar de seu genro, a dor lancinante e o medo de perder aquela a quem amava. Thranduil amava sua filha, tinha certeza dos sentimentos do monarca.
- Légolas estava junto das crianças nobres, brincavam no jardim sob supervisão de suas babás... – começou sua explicação pelo básico. – Foi tudo muito rápido, as aias apagaram, usaram um tipo de dardo envenenado, não mortífero, mas ruim o bastante para mantê-las inconscientes por duas horas completas, eles podiam ter usado algo mais agressivo, mas tinham planos de que elas nos avisassem...
- Levaram tantas crianças? – seu filho era com certeza precioso o bastante para valer o sequestro.
- Todas, no total de cinco... – serviu água em um copo de cristal, entregou na mão do soberano e indicou que se sentasse, viu-o obedecer no ato. – Calen estava ocupada a essa altura, quando soube do ocorrido montou uma equipe para excursão... Mas mesmo que pudessem sair em busca dos pequenos, chegou uma mensagem, nela dizia o local onde encontrá-los, havia exigências, uma das quais não estar acompanhada por mais que cinco elfos.
- Ela atendeu a esse absurdo... – conhecia o coração puro de sua rainha, a maneira como amava o príncipe, seria capaz de realmente arriscar-se por ele, sem nem ao menos hesitar.
- Havia um plano... Em todo caso, ela foi ao local com apenas cinco elfos, conseguiu negociar que libertassem as crianças, mas não todas... Houve confronto, entenda eu não sei exatamente como ocorreu, os que estavam juntos a rainha foram mortos... – sua boca amargava ao relatar os acontecimentos. –Nossos soldados que não estavam tão longe, atacaram, mesmo contra as ordens da rainha tentaram defendê-la, mas quando realmente o príncipe correu perigo... Ela ofereceu-se no lugar do pequeno príncipe... Havia mais elfos para protegê-la, mas seu medo de que o menino sofresse dano...
- Ela está em Gundabad... – calculou que encontrava-se viva, numa situação certamente delicada, mas viva.
- O que desejavam era que vossa majestade fosse até ela... Havia um prazo... – engoliu a seco. – Esse prazo já prescreveu...
- Vocês permitiram? Como não fui avisado? – por dentro fervia.
- Desconhecíamos a questão central, minha filha soube ocultar o conteúdo da mensagem... Ela não queria que vossa majestade ou príncipe corressem qualquer espécie de risco. – concluiu o que havia a ser dito.
- Preciso ir ao ponto de encontro... – ainda preservava em si esperança, embora toda a dor que tomava seu coração praticamente o sobrepujasse como naufrago que se agarrava a tabua de salvação.
- Estará desperdiçando seus esforços! – Casthiel angustiava-se. – Tudo que minha menina queria era que você e meu neto ficassem em segurança...
- O ponto de encontro foi em qual fronteira?
- Na oeste... – o elfo desembainhou sua espada, viu o guerreiro que o rei era manifestar-se, o brilho em sua mirada era praticamente assassino, a natureza calma e serena que o rei podia ostentar em tempos de paz agora inexistia.
‘Arman, preciso de você na saída oeste!’ o alce ainda nem havia tido temo para descansar como se devia, compensaria tal falha doando um pouco de sua energia para ele.
O animal estava bebendo água no lago cristalino quando ouviu o comando de seu elfo, apenas apressou-se em matar sua sede, indo em disparada para o local onde foi solicitado.
- Majestade... – Alef seguia de perto seu paciente, notava o quanto estava abalado, mais que natural, até mesmo o médico sentia-se mau, sua melhor amiga se fora, ele não aceitava isso muito bem, porém não se encontrava no estado de negação que o soberano apresentava. Chamou mais de uma vez pelo elfo de madeixas tão claras. – Thranduil! – apelou para o nome do rei, vendo-o parar no lugar.
- Se quiser vir comigo e ajudar, será bem-vindo, caso contrário, não atrapalhe! – precisaria de reforços, sozinho pouco sucesso teria.
- Irei com vossa majestade... Chamarei Lithel! – disse dando meia volta. – Não parta sozinho... – duvidava seriamente do bom senso de quem era inundado por dor emocional.
O general e conselheiro real estava em sua sala, sua filha bebê em seu colo, respirava aliviado, finalmente a guerra tinha tido um fim.
- O papai voltou, Evy... – os olhos inteligentes de sua criança cravados em si mesmo, era por causa dela que lutaria para que houvesse paz. Alguém bateu a porta, suspirou imaginando motivo da interrupção.
- O senhor Lithel... – disse Alef a elfa que havia aberto a porta.
- Deixe-o entrar... – disse o general.
- A rainha... – o médico sentia verdadeira vontade de chorar, de verdade desejava que tudo se mostrasse um delírio coletivo, que a rainha estaria em seus aposentos penteando seus cabelos, ou em seu jardim cuidando de suas flores. Relatou tudo que havia escutado do pai de sua amiga. – O rei pretende ir à cena em que ela foi capturada e posteriormente a Gundabad, se as pistas realmente indicarem esse rumo.
- Isso é... – diria insano, mas entendia perfeitamente o que se passava com seu soberano, argumentar com ele seria totalmente infrutífero, total perda tempo. Ser conselheiro era uma tarefa complicada, afinal Thranduil tinha pulso e ideias tão firmes que o fazia praticamente inabalável a outra lógica que não a sua, pelo menos no que se referia a assuntos delicados, como era sua vida privada. – Vamos... – pegou sua espada que já havia sido guardada, seu traje de batalha havia sido parcialmente removido, de modo que apenas colocou de volta as braçadeiras e em suas costas sua aljava.
Ao todo doze elfos foram convocados para junto do médico, do general e do rei irem ao local onde a rainha foi vista pela última vez.
Thranduil estava calado, percebia que sua montaria estava cansada. Passou um pouco de suas energias para Arman, o alce teria o tempo de vida limitado não fosse o vínculo de ambos, enquanto o rei vivesse o quadrúpede também persistiria, embora nem sempre desse suprimento de energia diretamente o fez pois a viagem anterior havia sido longa, sua pausa no reino foi tão breve.
Sua doce Calen, sua racionalidade dizia que ela realmente havia partido, seus pais aceitavam essa realidade com grande tristeza, tentaram convencê-lo, porém não podia aceitar o que era jogado em sua cara. ‘Você é viúvo...’ sua mente consciente o cutucava de modo insistente. ‘Ela se foi, apenas aceite!’ por lado seu coração que estava dilacerado o empurrava a continuar, pelo menos até confirmar, enquanto houvesse ao menos a sombra da chance de que bem ela estivesse, assim procederia.
A marcha de Arman cessou, estavam finalmente no local indicado, os olhos do elfo passaram por todo local, havia tantos corpos de orcs espalhados, nenhum elfo... Elfos jamais deixariam que os que partiram fossem deixados sem devido sepultamento, mas havia sangue de elfos silvestres pelos cantos, isso era fácil de perceber. O odor dos corpos era nauseante, os orcs não se importavam com seus mortos, sendo mais provável que também os comessem em circunstâncias comuns.
Desceu ao solo, as flechas que via... Eram em maior parte dela, a rainha era exímia arqueira, tão habilidosa que poucos no exército poderiam fazer frente tamanha era sua precisão, ela tinha matado tantas daquelas bestas, havia até mesmo mais de uma morta com a mesma seta. Abaixou-se rente ao chão, podia diferir muito bem onde havia sangue élfico, estava procurando vestígios de algum que pertencesse a sua amada e de fato encontrou, o tipo de energia residual que restava dizia que sua rainha ali havia sangrado.
- Majestade... – Lithel chamou a atenção para si mesmo. – Sabemos a direção que tomaram...
- Mesmo? – olhou para seus dedos, sua amada havia sentido dor... Pela quantidade de sangue o ferimento foi profundo, o cheiro poderia atiçar as feras. – Vamos! – a conta gotas a esperança que acumulara ia se esvaindo, preferia ser ele mesmo a passar tudo isso. Por Calen sangraria, por Calen morreria. Estremeceu pois sabia que ela pensava exatamente o mesmo.
Era realmente em direção a Gundabad que a haviam levado, o rastro não havia sido ocultado, sinal que ser seguidos era algo até mesmo desejável. Da floresta para um cenário mais ermo passaram, a velocidade com que seguiam era quase vertiginosa, exigiam o máximo de suas montarias.
Arman esforçava-se, sabia da aflição de seu elfo, o motivo ser sua fêmea era algo que também compreendia. Era bastante rápido, sabia esquivar-se de obstáculos sem que comando algum fosse dado, não gostava da nova paisagem, não existia verde algum, muitas pedras, poeira e um relevo que bloqueava a luz solar.
Um dos batedores foi conferir a situação local, constando que quase não existia orcs na fortaleza, depois da guerra o desfalque foi realmente grande, se havia sinal de prisioneiros? Nenhum.
- Esperemos mais uma hora, é quando o sol estará no meio do céu... – o sol de meio dia era uma vantagem, mesmo quando estivessem das paredes que bloqueariam a luz solar. A viagem até ali tinha demorado um dia, uma noite e uma fração de dia.
Como instruído pelo rei assim se fez, ao redor de Gundabad cerca de quinze orcs foram mortos, nem mesmo um guerreiro se aproximou para tal, sendo tudo executado pelos arqueiros. A torre contava com muitos níveis, sendo que alguns encontrava-se completamente desertos, apesar da comitiva ser consideravelmente pequena, eram elfos, sua força e agilidade era o suficiente para criar problemas para um batalhão.
- A prisão do nível inferior... – Alef usava o que de melhor podia dispor, seus conhecimentos de medicina o faziam extremamente perigoso, sabia como torturar sem causar dano. A pior coisa que poderia acontecer a um inimigo era não ter uma morte rápida, mesmo orcs quando sentiam dor eram capazes de fazer coisas impensáveis.
O rei desceu de forma rápida os lances de escada que faltavam, eram coberto por seus arqueiros, perto de si mesmo Lithel estava. As celas do local eram imundas, as condições ali eram degradantes, também pudera, fazer prisioneiros não era do feitio de orcs, aquela fortaleza foi tomada por tais seres, mas não foi originalmente construídas por eles. Cela a cela conferiu que estavam vazias, até que uma gota de sangue espalhada chamou sua atenção.
- Calen... – tocou só confirmando o que já imaginava, levou seu olhar a uma cela que tinha a grade aberta. Seu corpo travou antes de dar o primeiro passo para dentro da prisão. Sua boca amargando, ela não estava ali, havia mais sangue ali, varreu todo o ambiente de maneira meticulosa. – Não... – seus olhos caíram sobre algo, sua aliança de noivado, era aliança da rainha, ela nunca a retirava, usava no mesmo dedo junto a de casada. Suas mãos tremiam tanto, chegou a errar o alvo que era a joia, quando finalmente a segurou e seu coração cravou-se a notícia. – Por que me deixou? – apertou em sua mão o anel, as lágrimas vieram, pouco se importavam com os que estavam com ele, pressionou contra seu peito. –Você realmente me deixou... – sabia que ela havia deixado sua aliança como sua forma de despedida.
Lithel observou o rei que sussurrava em élfico, estava em verdadeira negação, era evidente o ocorrido, a espada que estava na mão do rei foi fincada em solo. Thranduil estava ajoelhado, as mãos no punho da lâmina, tremia de forma quase convulsiva. Não haveria um corpo a ser recolhido e velado, não haveria sepultamento, despedida alguma ocorreria, nada dela havia exceto sua aliança.
- Calen... – a dor era tão grande, nem mesmo reconhecia sua voz. – Minha rainha... Por que?
Continua...
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