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História Manuscrito (O viúvo) - Ganância


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Mais um capítulo no ar!!!

Capítulo 17 - Ganância


Citara olhava o rei com verdadeira admiração e interesse, não sabia determinar o que se passava pela cabeça do elfo, estava tão curiosa. ‘O que ele pensa de mim?’ questionava-se mentalmente. Tinha dado o seu melhor para tanto sua aparência quanto o seu cheiro serem convidativos, seu pai apresentando-a para ele ajudava, afinal ele saberia que tipo de origem ela tem, confiava plenamente que isso a elevaria a um patamar maior que o da maioria das imortais do reino.

Thranduil deu atenção ao que realmente interessava naquele jantar, o vinho... Para aturar aquela ocasião somente bebendo, a bebida era agradável, mas para si mesmo não passou despercebido o suspiro frustrado da jovem elfa, importância alguma deu a isso, paciência para aturar adolescente não era algo de que era dotado.

O jantar seguiu-se, o rei estava tão ausente do local quanto possível, apenas seu corpo permanecia ali saboreando o vinho e eventualmente petiscando algo. Nem mesmo percebeu quantos olhares femininos havia pousados em si mesmo, só sabia que a adolescente de antes ainda tentava obter atenção.

Se havia uma coisa que não gostava, era quando as pessoas tentavam agradá-lo, de maneira a moldar-se a seus gostos, apreciava quem agia de forma natural, espontaneidade, fluidez... Foi desse modo que viu-se encantado por Calen, no caso da rainha era diferente, ela tentava esconder suas sensações reais, seus sentimentos, mas falhava de forma épica, era encantadora, tão meiga e ao mesmo tempo tímida, transparente...

— Majestade?! – um nobre chamou sua atenção.

— Oh... O que dizia? – Thranduil era todo tédio, preferia estar com Légolas o alimentando, dando banho ou talvez pintando.

— Falava sobre a safra de mirtilo... – o nobre estava um tanto contrariado, ter que se repetir e notar que o soberano não escutou seus quase dez minutos de fala ininterrupta. – Será farta, o suficiente para fazer vinho e ser comercializado dentro e fora do reino...

— Interessante... – bebeu o vinho de sua taça. – Há algo mais que mereça minha atenção? – questionou um tanto ácido. O silêncio a mesa foi sepulcral, com isso haviam entendido que não daria atenção a mais nada, permaneceria ali por preguiça de levantar-se.

A tensão foi desfeita aos poucos, pois Amy tratou de colocar outro assunto sob discussão, as vestes de inverno. Ser a mulher do primeiro conselheiro era algo novo, mas muito fácil de administrar, embora não tivesse um cargo em si, fazia muito da diplomacia rolar, afinal Lithel não tinha nem mesmo metade do traquejo que ela.

Sammy cuidava de Légolas aquela noite, estava com o menino e também com a filha do general, as duas crianças juntas realmente entretidas, brincavam os brinquedos do príncipe, havia cooperação entre ambos, a babá achou graça em alguns momentos, pois ele era uma criança bastante ciumenta de seus brinquedos, mas parecia saber compartilhar quando estava com a menina.

Thranduil quase secou um barril de vinho a mesa, quando finalmente o jantar acabou levantou-se e saiu dando apenas um boa noite impessoal. Esperava sinceramente ter oportunidade de evitar esse tipo de evento, passou tanto tempo apenas pensando em sua rainha, em seu filho, tudo menos a futilidade da corte. Havia uma alteração muito leve em si mesmo, totalmente compreensível, embriagar-se é algo que não ocorreria, porém era possível que houvesse algo a mais que o tirasse levemente do prumo.

Citara foi ágil, apesar de sua mãe estar sempre de olho em suas ações, seus pais eram rígidos com ela, afinal ela precisava de um bom casamento e para tanto sua reputação tinha de ser impecável. Queria apenas um momento com o elfo, apenas o bastante para que ele olhasse para ela com um pouco mais de atenção, que percebesse o quanto era desejável e bela.

No corredor onde se enfiou havia uma mesa com alguns licores, serviu-se, devia estar sozinho, mas escutou passos leves, alguém que tentava não ser ouvida, uma pessoal sem habilidade alguma, pois elfos podiam ser bem mais discretos que isso, sem nem ao menos precisar de treinamento para tanto.

— Majestade... – chamou em tom baixo, estava próxima o bastante para sentir seu cheiro, algo como vinho e algo mais fresco, não saberia descrever se tentasse, só sabia que queria chegar seu nariz rente a sua pele e apreciar melhor. Ele a olhou de cima e fez com que se sentisse pequena, não apenas pelo porte de que era dotado, seu tipo de olhar era o que a fez sentir-se diminuída, era sem dúvida algum frio e havia um quê inquisitivo muito desconfortável.

— O que a senhorita deseja? – já devia estar livre daqueles bajuladores, mas aquela pequena cria de cobra permanecia fazendo barreira em seu caminho.

— Eu apenas... – engoliu a seco, toda a eloquência de era dotada pareceu ser drenada de si mesma, deixando-a atrapalhada, respirou fundo, se queria ter sucesso teria que ser capaz de articular ao menos algumas palavras quando estivesse perto dele. Viu quando ele depositou a pequena taça no móvel, ele fez menção de sumir de sua vista, foi rápida em servir mais licor, estava um tanto trêmula, mas esforçou-se em encará-lo. – Quis ver se precisava de algo, caso... Caso...

— Caso eu precisasse o que? – deu um sorriso malicioso, divertiu-se ao vê-la encolher no local, foi um pouco sádico de sua parte, mas deu um passo em sua direção apenas para vê-la assustada. – Ofereceria a mim uma de suas bonecas? Não é mesmo?! – debochou. Observou a elfa abrir e fechar a boca, era tão verde, absolutamente crua.

— Apenas o considerei disperso... Talvez... – engoliu a seco, seus estomago gelara. Criando coragem levou sua mão a tocar na dele, percebendo que ele seguiu seu movimento com o olhar, a mão oposta a da taça, não houve reação alguma a seu toque, não foi aceita e muito menos recusada. O suspiro do rei foi audível, ergueu sua mirada de encontro à dele.

— Estou sendo tolerante por agora, apenas não force nada, tudo que desejo de você é que desapareça da minha frente... – tocou seu queixo. – Eu sou o seu rei, mas isso não dá o direito de tocar em mim... – estava tão irritado por tudo que aconteceu nas últimas semanas, o assédio das elfas o irritava. – Volte para as suas bonecas... – disse soltando-a, os olhos dela haviam lacrimejado, mas isso nele não causou empatia alguma, deixando-o mais propenso ainda a chutá-la dali.

A jovem elfa reverenciou de maneira profunda, retirando-se na sequência, seu coração batia acelerado em seu peito, mas não de um modo bom, não do modo que havia imaginado. Teve algum medo do elfo, porém agora se sentia uma verdadeira tola, um tanto humilhada e quebrada. ‘Ainda se dobrará diante de mim’ prometeu a si mesma.

Thranduil voltou a seus aposentos, finalmente aquele dia havia terminado, poderia ter alguma paz. Quando entrou deu de cara com seu filho e a pequena Evy, observou as crianças por um breve momento, era uma cena tranquilizadora, até mesmo animadora.

Légolas estava muito distraído, de modo que não notou que seu pai havia chegado, mas logo sua atenção caiu sobre seu pai, ficou calado o encarando, achou algo estranho, sem saber o que era, voltou sua atenção para Evy.

— Vou tomar banho, fique com eles... – disse para Sammy, seu filho realmente gostava de brincar, para não ter pedido colo assim que entrou.

Demorou-se em seu banho frio, o clima estava realmente mudando, isso era fácil de se notar. Durante aquele dia mais de uma vez teve lampejos do sonho daquela noite, sobre a música que escutou, a letra totalmente desconhecida, falava de sacrifício e o fazia lembrar de sua rainha. Por que tinha escutado aquilo? Seu anseio por ela era tão intenso que o fazia viajar longe.

As futilidades da corte o queria sufocar, tinha que ser mais atento a tudo isso, sabia o ninho de cobras que aquilo podia ser, ver aquela pequena cria peçonhenta tentando se aproximar o irritou, avaliou a situação, talvez tivesse sido ácido demais com ela, mas o que poderia fazer? Deixar que a pirralha tomasse liberdades? Agora era uma adolescente, mas breve seria adulta e poderia avançar nele, isso não toleraria, ainda estava muito enojado do contato físico que teve cm a esposa de Órion, além da indignação por aquela primeira fêmea.

A irmã de Pamie sentia seu peito doer, sua irmã estava há semanas nas masmorras, ela havia avisado, tinha tentado avisar, o rei estava de luto e tentar dormir com ele era um erro grave. Pediu emprego nas masmorras, sempre havia alguém ali querendo rodar, era uma artesã habilidosa, muito jovem, faltava pouco tempo para sua maior idade, mesmo assim já trabalhava, isso dava a ela dinheiro para poder vestir-se um pouco melhor, para comer algum doce diferente que seus pais recusassem a comprar. Essa a vida de **Nale, tentava economizar, tinha planos futuros, mesmo assim dava-se o luxo de comprar o que não poderia obter de seus pais.

— Você leve a comida dos níveis inferiores... – o responsável pela alimentação dos detentos disse a jovem. O salário nas masmorras era bom, era o único motivo para agüentarem trabalhar ali por um período considerável, de modo que julgou como sendo esse o motivo da mocinha.

Nale recebeu a ordem, havia três bandejas consigo, todas abastecidas com um pão duro e seco, uma espécie de suco de cor barrosa, esse alimento era bastante ruim em sabor, apesar de ser nutritivo o bastante para manter os presos bem de saúde. Deixou a primeira bandeja na cela do que parecia ser um humano, desceu mais um lance de escadas e deixou para outro ser masculino, não sabia se era um orc ou outro tipo de besta, praticamente só haviam seres do sexo masculino nas masmorras, isso foi fácil de perceber. A última bandeja levou, era ali, tinha de ser ali.

— Pamie... – chamou baixinho, deixou a bandeja ali.

— Nale? – assustou-se, sua irmã naquele lugar. – O que faz aqui?

— Eu estou trabalhando aqui agora... – respondeu sorrindo para sua irmã, ela estava tão suja. – Está aqui há tanto tempo, eu disse que não deveria ter se aproximado ainda...

— Reconheço que foi precoce, mas eu consegui o que queria, ele tomou-me... – disse com algum orgulho em sua fala.

— Sei, agora está aqui no nível mais profunda das masmorras, valeu mesmo a pena? – questionou um tanto irritada com a falta de senso de sua irmã mais velha.

— Ele ainda vai libertar-me, aí sim as coisas vão se resolver, vou ficar distante por um tempo, depois poderei aproximar-me... Essa é a vantagem de ser imortal, terei tempo... – disse Pamie sonhadora.

— Céu, como pode ser tão burra?! – estava incrédula. – Não há previsão de a libertarem, ele pode muito bem esquecer que você existe e aí sim você odiará sua imortalidade, quando semanas virarem meses e meses virarem anos, assim como anos virarem séculos...

— Está sendo muito fatalista! – repreendeu. – Aliás sou sua irmã mais velha, olhe o modo como fala comigo!

— Grande coisa... – revirou os olhos. – Estou trabalhando nesse lugar imundo por sua causa, quero dar alguma dignidade a você... Eu tentarei abordar nosso rei em algum momento, falarei sobre você, só acho que isso vai demorar, enquanto isso... Bem, bote sua cabeça no lugar e se prepare para pedir perdão, aliás você não vai pedir perdão, você vai implorar, rastejar e se humilhar e é bom que pareça sincera!

— Acha mesmo que precisarei fazer tudo isso? – bebeu um pouco do suco azedo, estava com sede e fome.

— No mínimo, se quer ter alguma chance de sair desse buraco imundo... – explicou por fim.

— Ele vai sentir minha falta, talvez ele sinta... – iludiu-se, afinal depois da rainha tinha sido a primeira.

— Pamie, olhe para mim! O rei baniu uma elfa, ela tentou fazer o mesmo que você fez... Ele não quer nenhuma fêmea, entenda isso... – disse reunindo paciência, sua irmã parecia quase insana com seus delírios de grandeza. – Farei o possível por você...

Já vestido e pronto para ter sossego voltou para o quarto, viu que Amy estava ali, a mulher do conselheiro tinha vindo buscar a filha.

— Majestade... – reverenciou. – Despeça-se Evy... – disse antes de recolher a menina do chão.

Légolas não gostou nada de ver que Evy foi tirada de perto dele, ficou em pé e estendeu as mãos em sua direção.

— Vy!!! – chamou pela elfinha, a menina também se agitou.

— Filho... – o rei pegou o filho colo, realmente despedidas podiam ser difíceis de administrar. – Ela vai para casa, depois você pode vê-la... – explicou, mas Légolas tentava descer e estendia as mãozinhas na direção da bebê elfa.

— Vocês dois, menos drama! – disse Amy com a voz autoritária. – Amanhã podem brincar mais... Já está quase na hora de dormir...

O choro infantil foi sobreposto, a mulher do conselheiro revirou os olhos, sorriu para o rei, reverenciou e saiu do ambiente.

Thranduil embalou o elfinho choroso, seu choro foi se reduzindo aos poucos, até que finalmente estava totalmente calmo.

— Você comeu? – questionou interessado, viu o menino assentir. – Quer um doce?

— Sim... – respondeu já mais calmo.

— Eloquênte... – ironizou. – Vamos à cozinha, vou fazer algo doce... – na cozinha improvisou rapidamente uma geleia e passou no ao.

— Jestade... – chamou atenção para si mesmo.

— O que foi? – perguntou.

— E a Vy? – perguntou sentado em seu colo enquanto comia geleia de morango em uma fatia fina de pão.

— Ela está em casa agora... – explicou. – Não seja ganancioso, Légolas... Não pode ter tudo o tempo todo!

Continua...


Notas Finais


O que você achou???

Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; IRMÃ


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