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História Manuscrito (O viúvo) - Pedacinho de paz


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Ta um pouco curto, mas boa leitura!!!

Capítulo 32 - Pedacinho de paz


— Está pronto... – falou para si mesmo mirando o quadro de sua falecida esposa, demorou-se para fazer a pintura, mas estava praticamente idêntica a rainha Calen. – Perfeita... – respirou fundo absorvendo para si a imagem, amava tanto aquela elfa, mesmo que ela não estivesse viva, seu coração acelerava e aquecia ao ver aquela pintura, quis tocar, mas não estava seca.

Légolas ressonava em seu berço, ele só mexia no quadro com o bebê dormindo, uma vez que ele ficava choroso ao mirar sua mãe.

O rei foi até a beira do berço e fitou sua criança adormecida, lembrou-se dos planos que fazia com sua esposa para o pequeno príncipe.

Flashback on

— Ele será um arqueiro lendário! – disse Calen acariciando seu ventre, não era perceptível que estava grávida.

— Ele? E se for uma menina? – questionou o elfo colocando a mão sobre a dela, podia sentir que havia uma alma habitando o corpo dela, o feto era forte e saudável, mas era impossível saber seu sexo apenas dessa maneira.

— É um menino... – disse decidida. – Eu sei que é! Será lindo como você, mas sua personalidade será diferente...

— Prevendo o futuro outra vez? – ergueu uma sobrancelha, sabia que sua amada podia acessar algo a frente.

— Não exatamente... – suspirou, ela tinha muitos planos para seu bebê. – Você vai ensiná-lo a manipular espadas, mas ele vai preferir o arco...

— Está sendo tendenciosa, só por arco ser especialidade sua... – acusou se divertindo, envolveu a cintura de sua esposa, enfiou sua face meio aos cachos ruivos.

Flashback off

Ao lado da cabeça de Légolas estava o cordeirinho de madeira, verdadeira paz se infiltrava em Thranduil ao ver seu pequeno dormindo sereno, de modo que perdeu-se por um tempo.

— Será amanhã... – mirou o pequeno.

Naquele dia Elrond havia chegado, assim como Galadriel, a diferença entre a chegada de ambos foi de menos de meia hora, estavam muito sincronizados. O rei almoçou na companhia desses elfos. Era bom ter convidados que não se adiantavam em excesso e que não ofereciam filhas a ele, ambos o respeitavam como rei, embora ele fosse mais jovem que ambos, também conheciam sua dor, encontrou nos dois o apoio que necessitava.

Tomaria café da manhã com os mesmos elfos, o almoço sim ele faria junto a todos os convidados nobres.

— Foi sábio de sua parte manter a festividade... – disse lady Galadriel. – Seu povo necessita disso, isso nutrirá seus espíritos e reacenderá a esperança e fé que necessitam para seguir em frente.

— Concordo... – disse Elrond medindo seu amigo de modo atento. – Esse será o ano mais delicado, pelo pós guerra... – o lord elfo não queria mencionar a perda do rei.

— Passarão séculos, quase dois milênios, até que vossa majestade deseje com verdadeira ansiedade essa celebração... – jogou no ar Galadriel.

— Agradeço pelas palavras de ambos, assim como por suas presenças... – respirou fundo. – Com certeza esse será a pior celebração do banquete... – continuou falando, era um pouco frio em seu falar, não propósito, mas querendo afastar seu eu do ocorrido. – Mas nunca mais ansiarei por essa festa... Mesmo assim, obrigada pelos votos, minha senhora...

— É tão verde quanto à floresta pode ser... – disse condescendente, para ela Thranduil era quase um menino. – O futuro revelará como sua alma se curará... – a elfa tinha vislumbrado a frente, mas não podia especificar, seria um erro contar ao rei.

O rei não rebateu ou disse qualquer coisa a esse respeito, apenas seguiu a refeição sendo o mais hospitaleiro possível. Aquele dia o estava incomodando demais, queria que tudo passasse de maneira breve, porém seria impossível, tinha perfeita noção de que quando se deseja que o tempo passe, ele se arrasta mais lento que a lesma mais preguiçosa do mundo.

Em seu gabinete Thranduil tratou de pequenos ajustes, não havia nada de importante, de modo que sua manhã foi monótona e lenta, mesmo assim lamentou quando finalmente chegou a hora do almoço. Entrou no salão principal, estava majestoso, sua capa vermelho sangue arrastava-se atrás de si mesmo, sentou-se a cabeceira da mesa, olhou cada convidado nos olhos por uma pequena fração de segundos.

— Dou novamente as boas-vindas a cada um que está aqui! Essa noite após o por do sol se dará a abertura do festejo... – sua voz profunda e serena se alastrava pelo ambiente. – Como sabem o banquete se estenderá por sete noites... Estejam à vontade para participar e se deleitar sob a luz pura das estrelas... Apenas sigam as normas básicas do reino... – foi breve em suas palavras, queria sumir dali o quanto antes, se enfiar no seu quarto junto de seu filho e aproveitar a pouca paz que restava para si.

Almoçou de maneira apressada, respondendo de maneira monossilábica os governantes, não estava disposto a conversar. Retirou-se da mesa antes de todos terminarem, sabia que se ficasse eles se prolongariam até o começo da celebração.

Apressado o elfo seguiu para seu quarto, tão rápido, mas tão rápido que quase parecia estar em fuga. De fato estava...

Sammy viu a porta do quarto abrir-se, quase se assustou, olhou para a babá que a auxiliava, de modo significativo, geralmente quando o rei aparecia ambas tinham que sair. Levantaram-se de imediato, já esperando pela ordem.

— Jestade!? – Légolas estava empolgado, seu pai não costumava aparecer naquele horário, ele ainda estava almoçando, sentado sobre o chão, mas esqueceu a comida quando viu seu pai.

— Saiam! – ordenou bastante seco, Sammy entregou em sua mão o prato onde estava servida a refeição do príncipe.

Apressadas as elfas saíram do quarto, sabiam ser discretas e não falar sem que fosse perguntado, ambas sabiam que o rei estava frustrado e irritado com a celebração, por essa razão estavam esquivas e evitando qualquer possibilidade de atrito.

— Jestade... – Légolas chamou novamente por seu pai.

Thranduil colocou o prato sobre a mesa e tirou Légolas do chão, o menino o agarrou com força, pois adorava colo.

— Tomida... – pediu o príncipe depois de estar acomodado no colo de seu pai.

— Comida? – o rei corrigiu seu pequeno, era comum que ele errasse algumas palavras.

— Tomida... – Légolas tentou novamente.

— Tudo bem, meu pedacinho de paz... – disse o rei se sentando a mesa com o filho em seu colo, começou a alimentar seu filho sem pressa nenhuma, ele comida como se não houvesse amanhã, o apetite do elfinho chegava até mesmo ser engraçado de se assistir.

Thranduil fez um sanduíche natural com o que havia na mesa, recheou um pão com queijo, alface, tomate e pepino. Agora que estava em seu quarto com seu menino a fome veio, no almoço ele engoliu algumas garfadas sem nem sentir o sabor, mas agora em seu quarto conseguia sentir o sabor do pão bem feito, do queijo curado ao ponto correto, até o tomate parecia especialmente saboroso, tão bom quanto o plantado por um hobbit poderia ser.

— Dá! – começou Légolas a falar, seu pai estava demorando, tinha que lembrá-lo da missão que cumpria.

— Acho que já conversamos sobre isso, enquanto não falar de modo educado esqueça a comida... – disse o rei repreendendo seu elfinho.

— Dá, pu favor... – disse o menino esforçando-se. – Jestade, fome... Tô cum fome!

— Palavra nova e correta? Interessante... – voltou a alimentar seu filho, dando uma mordida ou outra enquanto ele mastigava. - Légolas você parece um flagelado, de onde vêm tanta fome, meu pequeno?

O rei terminou de alimentar o príncipe, assim como de comer seu sanduíche, seu apetite tinha aberto de modo que comeu um segundo sanduíche. Levou seu filho para o banheiro e fez sua higiene oral, além do rostinho que sempre se sujava por mágica, colocou no chão e cuidou de si mesmo.

— Hoje à noite começa a festa... – disse pegando-o do chão novamente, ele não precisava tanto de colo, mas o monarca estava grudento naquele dia. – Você aparecerá um momento, afinal você é o príncipe desse reino... Mas logo me deixará sozinho no meio daquela gente... – suspirou pesaroso. – Vou contar a você uma história...

Deitou o pequeno elfo em sua cama e do lado dele também deitou, acomodando-se afagou o cabelo de seu filho.

— O príncipe Duil percebeu que amava a bela elfa, o coração do príncipe se encheu de alegria e felicidade, mas também existia medo. O príncipe não sabia se o rei apoiaria sua escolha, a bela elfa era perfeita aos olhos de Duil, linda, inteligente, alegre e com uma alma tão pura e transparente que tudo que desejava era passar a eternidade dela. A seu lado ele esquecia tudo de ruim que havia vivido, não pensava nas guerras como algo ruim, mesmo que as lembranças doessem, para ele era como se tivesse batalhado todo aquele tempo para que ela estivesse bem, lutas que passou para estar vivo por ela e para ela.

Légolas ficava muito atento e entretido sempre que seu pai falava sobre o tal príncipe Duil, embora parte das histórias ele nunca ouvisse até o final, afinal dava sono, a voz de seu pai era calma e havia até mesmo traços de ternura quando ele falava da linda elfa.

— O príncipe falou com seu pai... Seu coração quase saindo de seu peito em agitação... – sorriu lembrando-se de tudo. – O rei permitiu, a elfa silvestre era realmente perfeita e sendo o rei e o príncipe estrangeiros o povo os receberia ainda melhor se casassem com uma moça de seu povo... Claro para Duil, pouco importava a origem de sua amada, mas o rei tinha sua lógica de raciocínio. – suspirou pensando em tudo isso. – O mais velho trataria com a família da moça, mas o príncipe precisava falar com a bela elfa, sentiu-se inseguro e pequeno perto dela, ela tinha seu coração e sua alma em suas mãos, mas nem mesmo suspeitava disso. O banquete das estrelas chegou e o príncipe convidou a bela elfa para dançar... Dançaram quase a noite toda, de modo discreto ele a levou a um lugar especial, havia um lago tranquilo... Ali Duil confessou seu amor...

Légolas estava acordado e sacudiu seu pai quando o mesmo parou a história que contava.

— Ela estava tão linda, o príncipe mal podia respirar... Ela o aceitou... – os olhos de Thranduil se encheram de lágrimas. – Ali trocaram seu primeiro beijo... Ainda estavam unidos quando a aurora veio... Ela agora era preciosa duquesa do príncipe do Duil. Desde então o banquete das estrelas é especial para Duil, pois ele sempre se lembrará dela...

— Jestade... – Légolas estava aflito, botou uma mãozinha no rosto do rei, depois a outra. – Jestade... Num chora... – o pequeno monarca via seu pai chorar em silêncio, as lágrimas correndo pelo rosto perfeito, ele nem mesmo parecia vê-lo. – JESTADE! – berrou o pequeno.

Thranduil acordou de seu transe, nem tinha percebido o desespero de seu filho até aquele momento, o príncipe tentava fazê-lo parar, então ele notou que chorava, sua alma entregando sua fraqueza.

— O papai está bem... – disse dando um sorriso fraco e triste que nem mesmo a Légolas conseguiu enganar. O elfinho seguia tentando secar seu rosto, as lágrimas não tinham parado, mesmo que ele sorrisse, não querendo que seu filho ficasse abalado, enfiou a face no tórax do mesmo, suas lágrimas molhavam sua roupa. – Eu estou bem, meu pedacinho de paz... – respirou fundo sentindo o cheiro de lavanda do pequeno, acabou dormindo ali, sem nem mesmo notar.

Continua...


Notas Finais


O que acharam???

Vamos brincar???
Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra; FOME


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