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História Marotos 1977 lendo Harry Potter. - 11 - O Torneio Tribruxo


Escrita por: maraudzrs

Notas do Autor


Me atrasei pra postar por motivos de: assisti Modern Family a tarde toda..

MAS BOA LEITURA

Capítulo 15 - 11 - O Torneio Tribruxo


Os garotos passaram pelos portões, ladeados por estátuas de javalis alados, e as carruagens subiram o imponente caminho oscilando perigosamente sob uma chuva que parecia estar virando tromba-d’água.

Curvando-se para a janela, Harry pôde ver Hogwarts se aproximando, suas numerosas janelas borradas e iluminadas por trás da cortina de chuva. Os relâmpagos riscaram o céu no momento em que a carruagem parou diante das enormes portas de entrada de carvalho, a que se chegava por um lance de degraus de pedra.

— Eu amo esse lugar – Sirius suspirou

— Eu também – o Potter mais velho sorriu nostálgico, sentia falta de Hogwarts mesmo que em todo seu tempo lá Voldemort tentou o caçar.

As pessoas que tinham tomado as carruagens anteriores já subiam correndo os degraus para entrar no castelo; Harry, Rony, Hermione e Neville saltaram da carruagem e correram escada acima, também, só erguendo a cabeça quando já estavam seguros, no cavernoso saguão de entrada iluminado por archotes, com sua magnífica escadaria de mármore.

– Carácoles – exclamou Rony, sacudindo a cabeça e espalhando água para todos os lados –, se isso continuar assim, o lago vai transbordar. Estou todo molhado, ARRE!

Um grande balão vermelho e cheio de água caíra do teto na cabeça de Rony e estourara. Encharcado e resmungando, Rony cambaleou para o lado e esbarrou em Harry na hora em que uma segunda bomba de água caiu – errando Hermione por um triz, ela estourou aos pés de Harry, espirrando água gelada por cima dos tênis e das meias do garoto. As pessoas em volta soltaram gritinhos e começaram a se empurrar procurando sair da linha de tiro – Harry olhou para o alto e viu, flutuando seis metros acima, Pirraça, o poltergeist, um homenzinho de chapéu em forma de sino e gravata-borboleta cor de laranja, o rosto largo e malicioso contorcendo-se de concentração para tornar a fazer mira.

— A gente que deu essa ideia – James murmurou pra Sirius que prendeu a risada, Remus olhou para eles os repreendendo 

— Não te falei? Anormais – Válter esbravejou 

– PIRRAÇA! – berrou uma voz zangada. – Pirraça, desça já aqui, AGORA!

A Profª Minerva McGonagall, subdiretora da escola e diretora da Grifinória, saiu correndo do Salão Principal; a professora escorregou no chão molhado e agarrou Hermione pelo pescoço para evitar cair.

– Ai... desculpe, Srta. Granger...

– Tudo bem, professora! – ofegou Hermione, massageando a garganta.

– Pirraça, desça aqui AGORA! – bradou ela, ajeitando o chapéu cônico e olhando feio pelos óculos de aros quadrados.

– Não tô fazendo nada! – gargalhou Pirraça, disparando uma bomba de água contra várias garotas do quinto ano, que gritaram e mergulharam no Salão Principal. – Já molharam as calças, foi? Que inconvenientes! Ihhhhhhhhhh! – E mirou mais uma bomba em um grupo de alunos do segundo ano que tinha acabado de chegar.

– Vou chamar o diretor! – ameaçou a Profª Minerva. – Estou lhe avisando, Pirraça...

— Era melhor ter falado do Barão Sangrento – Jay falou fazendo alguns concordarem.

— Precisou muito disso pro Pirraça não te entregar pro Filt, huh? – Ginny cruzou os braços pro filho.

— O papai também usou isso, inclusive ele que me contou – o Potter apontou para o pai que riu sem graça pra esposa.

— Desculpa? – Harry mais velho sorriu amarelo pra Ginny que revirou os olhos.

— Potter's sendo cadelinhas de ruivas – Sirius negou com a cabeça fazendo os amigos concordarem e James o olhar incrédulo.

— James também é cadelinha, mas a Lice não dá bola pra ele – Teddy riu da cara do amigo que revirou os olhos.

— Que história é essa de dar bola pra ele? – Neville mais velho perguntou para a filha que se fez de confusa.

— Não sei do que estão falando – Lice sorriu.

Pirraça estirou a língua, jogou a última de suas bombas de água para o alto e disparou pela escada de mármore acima, gargalhando feito um louco.

– Bom, vamos andando, então! – disse a professora em tom eficiente para os alunos molhados. – Para o Salão Principal, vamos!

Harry, Rony e Hermione escorregaram pelo saguão de entrada e pelas portas de folhas duplas à direita, Rony, furioso, resmungando entre dentes ao afastar os cabelos, que escorriam água, para longe do rosto.

O Salão Principal tinha o aspecto esplêndido de sempre, decorado para a festa de abertura do ano letivo. Pratos e taças de ouro refulgiam à luz de centenas e centenas de velas que flutuavam no ar sobre as mesas. As quatro mesas longas das Casas estavam cheias de alunos que falavam sem parar; no fundo do salão, os professores e outros funcionários sentavam-se a uma quinta mesa, de frente para os estudantes.

Estava muito mais quente ali. Harry, Rony e Hermione passaram pela mesa dos alunos da Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa, e se sentaram com os colegas da Grifinória no extremo do salão, ao lado de Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma de sua Casa. Branco-pérola e semitransparente, Nick estava vestido esta noite com o gibão de sempre e uma gola de rufos particularmente grande, que servia o duplo propósito de parecer bem festiva e garantir que sua cabeça não balançasse demais no pescoço parcialmente decepado.

Petúnia soltou um grito horrorizado fazendo todos a olharem confusos.

— Os anos se passam e seu drama continua não é, Tunia? – Lily fuzilou a irmã com o olhar, não sabia se algum dia poderia perdoar a Dursley por fazer seu filho viver um inferno.

– Boa-noite – disse ele aos garotos.

– Para quem? – perguntou Harry, descalçando os tênis e despejando a água que se acumulara dentro. – Espero que andem depressa com a seleção. Estou faminto.

— Harry! – Lily o repreendeu

A seleção dos novos alunos por Casas era realizada no início de cada ano letivo, mas por uma infeliz combinação de circunstâncias, Harry não estivera presente a nenhuma desde a dele mesmo. Estava ansioso para assisti-la.

Nesse instante, uma voz excitada e ofegante chamou-o mais adiante à mesa:

– Oi, Harry!

Era Colin Creevey, um aluno do terceiro ano para quem Harry era uma espécie de herói.

— Tem uma música trouxa chamada Paparazzi, é a relação de Colin e Harry – Hermione falou fazendo os de seu tempo rirem.

– Oi, Colin – cumprimentou Harry cauteloso.

– Harry, adivinha só! Adivinha só, Harry! Meu irmão está começando! Meu irmão Dênis!

– Hum... que bom! – disse Harry.

O Potter mais velho sorriu triste e abaixou a cabeça, a imagem de Colin morto sempre vinha em sua cabeça, se soubesse que iria acabar daquele jeito não teria perdido tempo e seria mais amigável com Creevey.

– Ele está realmente excitado! – continuou Colin, praticamente dando pulos na cadeira. – Espero que ele fique na Grifinória! Cruza os dedos, hein, Harry?

– Hum... claro – disse Harry. E tornou a se virar para Hermione, Rony e Nick Quase Sem Cabeça. – Irmãos e irmãs geralmente vão para a mesma Casa, não é? Estava pensando nos Weasley, todos os sete alunos da Grifinória.

— Não necessariamente – Lily falou

— Verdade, eu por exemplo fui o único da família a ir pra Grifinoria – Sirius sorriu charmoso 

— Mamãe te amaldiçoa até hoje – Regulus riu e Narcisa sorriu pequeno.

– Ah, não, não obrigatoriamente – disse Hermione. – A gêmea de Parvati Patil está em Corvinal e elas são idênticas, a gente podia até pensar que fossem ficar juntas, não é mesmo?

— Nem todos tem essa sorte – Fred piscou e fez um high-five com Jorge.

Harry olhou para a mesa dos professores. Parecia haver mais lugares vazios do que habitualmente. Hagrid, é claro, ainda estava lutando para atravessar o lago com os alunos do primeiro ano; a Profª McGonagall provavelmente estava supervisionando a secagem do piso do saguão de entrada, mas havia ainda outra cadeira desocupada e ele não conseguia atinar quem mais estava faltando.

– Onde é que está o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? – perguntou Hermione, que também estava olhando para os professores.

Os garotos ainda não tinham tido nenhum professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que durasse mais de três trimestres. O favorito de Harry fora, de longe, o Prof. Lupin, que se demitira no ano anterior.

— Fico feliz com isso, Harry – Lupin sorriu piscando para Harry que retribuiu o sorriso.

Seu olhar percorreu a mesa dos professores. Decididamente não havia nenhuma cara nova.

– Quem sabe não conseguiram ninguém! – sugeriu Hermione, parecendo ansiosa.

Harry examinou os ocupantes da mesa com mais atenção. O minúsculo Prof. Flitwick, professor de Feitiços, estava sentado em uma alta pilha de almofadas ao lado da Profª Sprout, a mestra de Herbologia, usando um chapéu enviesado sobre os cabelos grisalhos e esvoaçantes. Conversava com a Profª Sinistra, do Departamento de Astronomia. Do outro lado de Sinistra estava o mestre de Poções, de rosto macilento, nariz de gancho e cabelos oleosos, Snape – a pessoa de quem Harry menos gostava em Hogwarts. A repulsa de Harry por Snape só igualava o ódio que o professor sentia por ele, um ódio que tinha, se é que isso era possível, se intensificado no ano anterior, quando o garoto ajudara Sirius a fugir bem debaixo do nariz exageradamente grande de Snape – ele e Sirius eram inimigos desde os tempos de escola.

— Até esqueci do Ranhoso aí – Sirius respirou fundo

— Sirius cala boca – Remus falou impaciente

Do outro lado de Snape, havia um lugar vago, que Harry achou que devia ser o da Profª McGonagall. Ao lado, e bem no centro da mesa, sentava-se o Prof. Dumbledore, o diretor, seus cabelos e barbas prateados e ondulantes brilhando à luz das velas, suas magníficas vestes verde-escuras bordadas com luas e estrelas. Dumbledore tinha as pontas dos dedos longos e finos e ele apoiava nelas o queixo, contemplando o teto através de oclinhos de meia-lua, como se estivesse perdido em pensamentos. Harry olhou para o teto também. Era encantado para parecer o céu lá fora e nunca tivera um aspecto tão tempestuoso. Nuvens roxas e negras giravam por ele e quando se ouvia uma nova trovoada do lado de fora, corria um relâmpago pelo teto.

— Maneiro – Duda falou sorrindo mas logo ficou sério ao ver o olhar do pai.

– Ah, anda logo – gemeu Rony, ao lado de Harry. – Eu seria capaz de devorar um hipogrifo.

As palavras mal tinham saído de sua boca e as portas do Salão Principal se abriram e fez-se silêncio. A Profª Minerva encabeçava uma longa fila de alunos do primeiro ano até o centro do salão. Se Harry, Rony e Hermione estavam molhados, seu estado nem se comparava ao desses garotos. Eles pareciam ter feito a travessia do lago a nado em lugar de fazê-la de barco.

Todos estavam tomados por tremores, em que se misturavam o frio e o nervosismo, ao passarem pela mesa dos professores e pararem em fila diante do resto da escola – todos exceto o menorzinho, um menino com cabelos castanho-baços, que vinha embrulhado em um agasalho que Harry reconheceu ser o casaco de pele de toupeira de Hagrid. O casaco era tão grande que o garoto parecia coberto por um toldo escuro e peludo. Seu rosto miúdo aparecia por cima da gola, quase dolorosamente excitado. Quando ele se alinhou com os colegas aterrorizados, viu que Colin Creevey o olhava, ergueu os polegares e falou:

– Caí no lago! – Parecia decididamente encantado com o ocorrido.

A Profª Minerva agora colocava um banquinho de três pernas diante dos novos alunos e, em cima, um chapéu de bruxo, extremamente velho, sujo e remendado. Os garotos arregalaram os olhos. E todo o resto da escola também. Por um instante, fez-se silêncio. Em seguida um rasgo junto à aba se escancarou como uma boca, e o chapéu começou a cantar:

Há mil anos ou pouco mais,

Eu era recém-feito,

Viviam quatro bruxos de fama,

Cujos nomes todos ainda conhecem:

O valente Gryffindor das charnecas,

O bonito Ravenclaw das ravinas,

O meigo Hufflepuff das planícies,

O astuto Slytherin dos brejais.

Compartiam um desejo, um sonho,

Uma esperança, um plano ousado

De, juntos, educar jovens bruxos,

Assim começou a Escola de Hogwarts.

Cada um desses quatro fundadores

Formou sua própria casa, pois cada

Valorizava virtude vária

Nos jovens que pretendiam formar.

Para Gryffindor valentes eram

Prezados acima de todo o resto;

Para Ravenclaw os mais inteligentes

Seriam sempre os superiores;

Para Hufflepuff , os aplicados eram

Os merecedores de admissão;

E Slytherin, mais sedento de poder,

Amava aqueles de grande ambição.

Enquanto vivos eles separaram

Do conjunto os seus favoritos

Mas como selecionar os melhores,

Quando um dia tivessem partido?

Foi Gryffindor que encontrou a solução

Tirando-me da própria cabeça

Depois me dotaram de cérebro

Para que por eles eu pudesse escolher!

Coloque-me entre suas orelhas,

Até hoje ainda não me enganei.

Darei uma olhada em sua cabeça

E direi qual a casa do seu coração!

— A música nesse tempo de guerra sempre nos fala para sermos corajosos, para não nos rendermos a mágia das trevas – Frank falou sorrindo.

— Como se ele soubesse de alguma coisa, ele é um chapéu – Marlene falou revirando os olhos

— Obrigado – Ron murmurou se lembrando que havia falado a mesma coisa no sexto ano 

— Espera, estamos aqui num momento de guerra? – Valter perguntou apavorado.

— É claro que sim, daqui quatro anos vai ser a queda de Voldemort – Teddy respondeu sem paciência, odiava Valter.

— Em palavras leigas, daqui quatro anos eu morro e Harry vai parar na porta de vocês – Lily falou olhando para a irmã que engoliu a seco.

Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal quando o Chapéu Seletor terminou.

– Não foi essa a música que ele cantou quando fomos selecionados – disse Harry, fazendo coro aos aplausos gerais.

– Cada ano ele canta uma diferente – disse Rony. – Deve ser uma vida bem chata, não é, a de um chapéu? Vai ver ele passa o ano compondo a nova canção.

A Profª Minerva agora desenrolava um grande pergaminho.

– Quando eu chamar seu nome, ponha o chapéu e se sente no banquinho – explicou ela aos alunos do primeiro ano. – Quando o chapéu anunciar sua casa, vá se sentar à mesa correspondente.

– Ackerley, Stuart!

Um menino se adiantou, tremendo visivelmente da cabeça aos pés, apanhou o chapéu, colocou-o e se sentou no banquinho.

– Corvinal! – anunciou o chapéu.

Stuart Ackerley tirou o chapéu e correu para uma cadeira à mesa de Corvinal, na qual todos o aplaudiam.

Harry viu, de relance, Cho, a apanhadora do time da Corvinal, aplaudindo Stuart Ackerley quando o garoto se sentou. Por um segundo fugaz, Harry teve um estranho desejo de se reunir à mesa da Corvinal também.

— Cho, huh? – Sirius falou malicioso para o afilhado, mais novo, que corou.

Gina se mexeu desconfortável no sofá e cruzou os braços.

— Não mudou nada – Potter murmurou para a esposa que o olhou divertida

— Mudou sim, agora eu te coloco pra dormir no sofá – Ginny sorriu recebendo um selinho do marido.

– Baddock, Malcolm!

– Sonserina!

A mesa do outro lado do salão prorrompeu em vivas. Harry viu Malfoy aplaudindo quando Baddock se juntou aos alunos de Sonserina. Harry se perguntou se Baddock saberia que a casa de Sonserina formara um número maior de bruxos das trevas do que qualquer outra. Fred e Jorge vaiaram Malcolm Baddock quando ele se sentou.

– Branstone, Eleanora!

– Lufa-Lufa!

– Cauldwell, Owen!

– Lufa-Lufa!

– Creevey, Dênis!

O miudinho Dênis Creevey adiantou-se com passos incertos, tropeçando no casaco de Hagrid, que nesta hora entrou discretamente no salão por uma porta atrás da mesa dos professores. Umas duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos três vezes mais largo, Hagrid, com seus cabelos e barbas negros, longos, desgrenhados e embaraçados, parecia um tanto assustador – uma impressão enganosa, porque Harry, Rony e Hermione sabiam que o amigo possuía uma natureza muito bondosa. Ele deu uma piscadela para os três garotos, ao se sentar à ponta da mesa dos professores e viu Dênis Creevey experimentar o Chapéu Seletor. O rasgo junto à aba se escancarou...

– Grifinória! – gritou o chapéu.

Hagrid aplaudiu com os demais alunos da Casa, quando Dênis Creevey, abrindo um sorriso de lado a lado do rosto, tirou o chapéu, recolocou-o no banquinho e correu para se juntar ao irmão.

– Colin, eu caí na água! – disse ele com a voz aguda, atirando-se no assento de uma cadeira vazia. – Foi genial! E uma coisa na água me agarrou e me empurrou de volta pro barco!

– Legal! – disse Colin, no mesmo tom excitado. – Provavelmente foi a lula gigante, Dênis!

– Uau! – exclamou Dênis, como se ninguém, nem no sonho mais delirante, pudesse esperar coisa melhor do que ser atirado em um lago revolto e profundo e ser empurrado de volta por um gigantesco monstro marinho.

– Dênis! Dênis! Está vendo aquele garoto lá? Aquele de cabelos pretos e óculos? Está vendo ele? Sabe quem é, Dênis?

Harry olhou para o outro lado, fixando toda a atenção no Chapéu Seletor, que agora selecionava Ema Dobbs.

A seleção prosseguiu; garotos e garotas expressando no rosto variados graus de medo se adiantavam, um a um, até o banquinho de três pernas, e a fila foi diminuindo à medida que a Profª Minerva ultrapassava a letra “L”.

– Ah, anda logo – gemeu Rony, massageando o estômago.

– Ora, Rony, a seleção é muito mais importante do que a comida – disse Nick Quase Sem

Cabeça, na hora em que “Madley, Laura!” tornava-se aluna da Lufa-Lufa.

– Claro que é, se a pessoa já está morta – retrucou Rony.

– Espero que os selecionados para a Grifinória este ano estejam à altura do time – disse o fantasma, aplaudindo, quando “McDonald, Natália!” reuniu-se à mesa deles. – Não queremos interromper a nossa maré de vitórias, não é mesmo?

Grifinória tinha ganhado o Campeonato Intercasas nos três últimos anos.

— Isso é música pros meus ouvidos – James sorriu junto a Sirius e os sonserinos reviraram os olhos.

– Pritchard, Grão!

– Sonserina!

– Quirke, Orla!

– Corvinal!

E, finalmente, com “Whitby, Kevin!” (Lufa-Lufa!) encerrou-se a seleção. A Profª Minerva apanhou o chapéu e o banquinho e levou-os embora.

– Já não era sem tempo – exclamou Rony, apanhando os talheres e olhando esperançoso para seu prato de ouro.

O Prof. Dumbledore se levantara. Sorria para os estudantes, os braços abertos num gesto de boas-vindas.

– Só tenho duas palavras para lhes dizer – começou ele, sua voz grave ecoando pelo salão.

– Bom apetite!

– Apoiado! Apoiado! – disseram Harry e Rony em voz alta, enquanto as travessas vazias se enchiam magicamente diante dos seus olhos.

— Esfomeados – Mione revirou os olhos recebendo reclamações dos dois amigos

Nick Quase Sem Cabeça ficou observando tristemente Harry, Rony e Hermione encherem os pratos.

– Aaah, agora sim! – disse Rony, com a boca cheia de purê de batatas.

Duda lambeu os lábios, estava com uma certa fome, não havia comido muito, apenas um lombo de porco com fritas.

– Vocês têm sorte de que haja uma festa esta noite, sabem – disse Nick Quase Sem Cabeça.– Hoje cedo tivemos problemas na cozinha.

– Por quê? O que aconteceu? – perguntou Harry com a boca cheia de carne.

– Pirraça, é claro – disse Nick sacudindo a cabeça, que se desequilibrou perigosamente. O fantasma puxou mais para cima um rufo da gola. – A história de sempre, sabem. Ele queria vir à festa, bom, isto está fora de questão, vocês sabem como ele é, absolutamente selvagem, não pode ver um prato de comida sem querer atirá-lo longe. Reunimos um conselho de fantasmas, Frei Gorducho foi a favor de dar uma chance a Pirraça, mas muito prudentemente, na minha opinião, o Barão Sangrento fez pé firme.

O Barão Sangrento era o fantasma da Sonserina, um espectro extremamente magro e silencioso, coberto de manchas de sangue prateado. Era a única pessoa de Hogwarts que conseguia realmente controlar Pirraça.

– É, achamos que Pirraça estava invocado com alguma coisa – disse Rony sombriamente. – Então, que foi que ele aprontou na cozinha?

– Ah, o de sempre – respondeu Nick Quase Sem Cabeça, sacudindo os ombros –, causou prejuízos e confusão. Tachos e panelas por toda parte. Sopa para todo lado. Deixou os elfos domésticos loucos de terror...

Blém. Hermione derrubara sua taça de vinho. O suco de abóbora escorreu pela mesa, manchando de laranja mais de um metro de linho branco, mas nem se importou.

— E lá vai ela com o F.A.L.E – Rony revirou os olhos e Mione apenas o ignorou.

— O F.A.L.E é muito importante no nosso tempo – Teddy piscou para a futura tia como se estivesse a consolando.

– Tem elfos domésticos aqui? – perguntou, encarando Nick Quase Sem Cabeça com uma expressão de horror. – Aqui em Hogwarts?

– Claro que sim – disse o fantasma, parecendo surpreso com a reação da garota. – O maior número que existe em uma habitação na Grã-Bretanha, acho. Mais de cem.

– Eu nunca vi nenhum! – exclamou Hermione.

– Bom, eles raramente deixam a cozinha durante o dia, não é? Saem à noite para fazer limpeza... abastecer as lareiras e coisas assim... quero dizer, não é esperado que fiquem à vista. Essa é a marca de um bom elfo doméstico, não é, que não se saiba que ele existe.

Hermione ficou olhando o fantasma.

– Mas eles recebem salário? – perguntou ela. – Têm férias, não têm? Licença médica, aposentadoria e todo o resto?

Nick Quase Sem Cabeça deu gargalhadas tão gostosas que sua gola de rufos escorregou, e a cabeça despencou para o lado e ficou balançando nos poucos centímetros de pele e músculo fantasmais que ainda a ligavam ao pescoço.

– Licença para tratamento médico e aposentadoria? – repetiu ele, puxando a cabeça de volta aos ombros e prendendo-a mais uma vez com a gola. – Elfos domésticos não querem licenças nem aposentadorias.

Hermione olhou para o prato de comida em que mal tocara, juntou os talheres e afastou-o.

– Ora, vamos, Mi-oinc – disse Rony, cuspindo, sem querer, fragmentos de pudim de carne em Harry. – Opa... desculpe, Harry... – E engoliu. – Você não vai arranjar licenças para eles deixando de comer!

– Trabalho escravo – disse a garota, respirando com força pelo nariz. – Foi isso que preparou este jantar. Trabalho escravo.

— Concordo, mas os de Hogwarts são bem tratados por Dumbledore – Lily falou e Alice concordou

— Agora eu sei disso – Mione sorriu para as duas.

E recusou-se a continuar a comer.

A chuva ainda batucava com força nas janelas altas e escuras. Mais uma trovoada sacudiu as vidraças e o céu tempestuoso relampejou, iluminando os pratos de ouro quando os restos do primeiro prato desapareceram e foram substituídos instantaneamente por sobremesas.

– Torta de caramelo, Mione! – exclamou Rony, abanando intencionalmente o cheiro da sobremesa para os lados da amiga. – Pudim de groselhas, olha! Bolo de chocolate recheado!

Mas Hermione lhe lançou um olhar tão parecido com o que a Profª Minerva costumava dar que o garoto desistiu.

Quando as sobremesas também tinham sido destruídas, e as últimas migalhas desaparecidas dos pratos, deixando-os limpos e brilhantes, Alvo Dumbledore tornou a se levantar. O burburinho das conversas que enchiam o salão cessou quase imediatamente, de modo que somente se ouviam o uivo do vento e o batuque da chuva.

– Então! – exclamou Dumbledore, sorrindo para todos. – Agora que já comemos e molhamos também a garganta (“Hum!”, fez Hermione), preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos.

“O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôsberrantes, Frisbees-dentados e Bumerangues-de-repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.”

Os cantos da boca de Dumbledore tremeram ligeiramente.

Ele continuou:

– Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.

Harry, Rony e Mione se entreolharam rindo baixo, a floresta nunca tinha sido um problema para eles.

“Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as Casas.”

— QUÊ? – James, Regulus e Sirius exclamaram juntos.

— Acredite, nossa reação foi a mesma – Jorge falou assentindo

— Estravagante – Fred suspirou.

– Quê? – exclamou Harry. Ele olhou para Fred e Jorge, seus companheiros no time de quadribol. Xingaram Dumbledore em silêncio, aparentemente espantados demais para falar.

Dumbledore continuou:

– Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.

— Começou – Lily murmurou entrelaçando os dedos no de James.

Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores.

Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore. Mais um relâmpago cruzou o teto. Hermione prendeu a respiração.

O relâmpago revelou nitidamente as feições do homem e seu rosto era diferente de qualquer outro que Harry já vira. Parecia ter sido talhado em madeira exposta ao tempo, por alguém que tinha uma vaguíssima ideia do aspecto que um rosto humano deveria ter, e não fora muito habilidoso com o formão. Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. A boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. Mas eram os seus olhos que o tornavam assustador.

— OLHO-TONTO – Sirius gritou rindo — Eu amo esse cara.

— Se Moody está ali Voldemort não iria tentar nada, certo? – James falou sorrindo esperançoso

Os do futuro riram baixo e se entreolharam calados.

Um deles era miúdo, escuro e penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e azul-elétrico vivo. O olho azul se movia continuamente, sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal – depois virava de trás para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea.

— Louco de pedra – Válter cruzou os braços, horrizado com a aparência do homem.

O estranho chegou-se a Dumbledore. Estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou, murmurando palavras que Harry não pôde ouvir. Parecia estar fazendo perguntas ao estranho, que abanava negativamente a cabeça, sem sorrir, e respondia em voz baixa. Dumbledore assentiu com a cabeça e indicou ao homem o lugar vazio à sua direita.

O estranho se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o. Tirou então uma faquinha do bolso, espetou a salsicha e começou a comer. Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.

– Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas – disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. – Prof. Moody.

— Ele é perfeito pro cargo – Remus falou com os olhos brilhando fazendo os amigos rirem

— Fofo – Sirius murmurou recebendo um tapa do amigo 

Era normal os novos membros do corpo docente serem recebidos com aplausos, mas nem os colegas nem os estudantes bateram palmas, exceto Dumbledore e Hagrid. Os dois juntaram as mãos e bateram palmas, mas o som ecoou tristemente no silêncio e eles bem depressa pararam. Todos pareciam demasiado hipnotizados pela aparência grotesca de Moody para ter qualquer reação exceto encarar o homem.

– Moody? – murmurou Harry para Rony. – Olho-Tonto Moody? O que o seu pai foi ajudar hoje de manhã?

– Deve ser – disse Rony baixo, em tom de assombro.

– Que aconteceu com ele? – cochichou Hermione. – Que aconteceu com a cara dele?

– Não sei – cochichou Rony em resposta, mirando Moody, fascinado.

Moody parecia totalmente indiferente à recepção quase fria que tivera. Ignorando a jarra de suco de abóbora à sua frente, o homem tornou a enfiar a mão no interior da capa, puxou um frasco de bolso e bebeu um longo gole. Quando levantou o braço para beber, sua capa se elevou alguns centímetros do chão e Harry viu, por baixo da mesa, um bom pedaço de uma perna de pau, que terminava em um pé com garras.

Dumbledore pigarreou outra vez.

– Como eu ia dizendo – recomeçou ele, sorrindo para o mar de alunos à sua frente, todos ainda mirando Olho-Tonto Moody, paralisados –, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

— NEM FODENDO – Sirius e James gritaram juntos sendo repreendidos por Lily e Molly

— O vovô e o tio Sirius parecem a mamãe quando o Harpias perde – Lilu riu 

– O senhor está BRINCANDO! – exclamou em voz alta Fred Weasley.

A tensão que invadira o salão desde a chegada de Moody repentinamente se desfez.

Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.

– Não estou brincando, Sr. Weasley – disse ele –, embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaun que entram num bar...

— Eu amo esse homem – Fred e Jorge suspiraram.

— Mas o que é o Torneio Tribruxo? – Lily franziu o cenho

— Vai explicar aí, eu acho – Harry respondeu 

A Profª Minerva pigarreou alto.

– Hum... mas talvez não seja hora... não... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Torneio Tribruxo... bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente.

“O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria – Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang.

— Durmstrang? Odeio aqueles bulgaros – Sirius resmungou.

— Você odeia todo mundo – Regulus olhou para o irmão.

— Não é verdade 

— É sim – todos os amigos falaram em unissom

Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades – até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.”

— Taxa de mortalidade? – Molly ofegou preocupada

— Já não gostei – Lily cruzou os braços suspirando

– Taxa de mortalidade? – sussurrou Hermione, parecendo assustada. Mas, aparentemente, sua ansiedade não foi compartida pela maioria dos alunos no salão; muitos murmuravam entre si, excitados, e o próprio Harry estava bem mais interessado em saber mais sobre o torneio do que em se preocupar com o que acontecera centenas de anos atrás.

— Nem pense nisso Harry James Potter – Lily esbravejou com o filho 

— Mamãe mas já aconteceu – o garoto falou calmamente

— Não me importa, você nem se atreva – a ruiva cerrou os olhos.

— Se ela tá surtando agora quero ver no resto dos livros – Malfoy murmurou para Ron que riu alto concordando.

– Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio – continuou Dumbledore –, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal.

“Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.”

– Estou nessa! – sibilou Fred Weasley para os colegas de mesa, o rosto iluminado de entusiasmo ante a perspectiva de tal glória e riqueza.

— Nem inventem – Molly falou seriamente olhando para os gêmeos.

— Não demos sorte mamãe – eles deram de ombros.

Aparentemente ele não era o único que estava se vendo como campeão de Hogwarts. Em cada mesa Harry viu gente olhando arrebatada para Dumbledore ou então cochichando ardentemente com os vizinhos. Mas, então, Dumbledore recomeçou a falar, e o salão se aquietou.

– Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts – disse ele –, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto – Dumbledore elevou ligeiramente a voz, pois várias pessoas haviam protestado indignadas ao ouvir suas palavras, e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos – é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. – Seus olhos azul-claros cintilaram ao perpassar os rostos rebelados de Fred e Jorge. – Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.

— Ainda acho uma besteira – Fred falou 

— Bobeira – Jorge negou

— Babaquice – os gêmeos concordaram fazendo os grifinorios e os do futuro rirem.

“As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!”

Dumbledore tornou a se sentar e virou-se para falar com Olho-Tonto Moody. Ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando quando os alunos se levantaram para sair como um enxame em direção às portas de entrada do Salão Principal.

– Não podem fazer isso com a gente! – reclamou Jorge Weasley, que não se reunira aos colegas que se dirigiam às portas, mas continuara parado olhando de cara emburrada para Dumbledore. – Vamos fazer dezessete anos em abril, por que não podemos tentar?

– Não vão me impedir de me inscrever – disse Fred, teimoso, também amarrando a cara para a mesa principal. – Os campeões vão fazer todo o tipo de coisa que normalmente nunca podemos fazer. E mil galeões de prêmio!

— Vocês não tomam jeito – Molly reclamou e o marido riu – Não ria Arthur, isso veio do seu lado da família.

— Querida, isso veio de Fabian e Gideon – Arthur riu e a mulher suspirou concordando.

– É – disse Rony, um olhar distante no rosto. – É, mil galeões...

– Vamos – disse Mione –, vamos ser os únicos a ficar aqui se você não se mexer. Harry, Rony, Hermione, Fred e Jorge saíram para o saguão de entrada, os gêmeos discutindo as maneiras pelas quais Dumbledore poderia impedir os menores de dezessete anos de se inscreverem no torneio.

– Quem é esse juiz imparcial que vai decidir quem são os campeões? – perguntou Harry.

– Sei lá – disse Fred –, mas é ele a que temos de enganar. Acho que umas gotas de Poção para Envelhecer talvez resolvam, Jorge...

– Mas Dumbledore sabe que vocês são menores – ponderou Rony.

– É, mas não é ele que decide quem é o campeão, é? – perguntou Fred, astutamente. – Estou achando que quando esse juiz souber quem quer entrar, ele vai escolher o melhor de cada escola, sem se importar com a idade do campeão. Dumbledore está tentando impedir a gente de se inscrever.

– Mas teve pessoas que morreram! – disse Hermione com a voz preocupada, enquanto passavam por uma porta escondida atrás de uma tapeçaria para subir outra escada ainda mais estreita.

– É – disse Fred levianamente –, mas isso foi há muitos anos, não é? Em todo o caso onde é que está a graça se não houver um pouco de risco? Ei, Rony, e se descobrirmos como contornar Dumbledore? Já imaginou a gente se inscrevendo?

– Que é que você acha? – perguntou Rony a Harry. – Seria legal, não seria? Mas suponha que eles queiram alguém mais velho?... Não sei se já aprendemos o suficiente...

– Eu decididamente não aprendi – ouviu-se a voz tristonha de Neville às costas de Fred e Jorge. – Mas imagino que a minha avó vai querer que eu experimente, ela está sempre falando que eu devia lutar pela honra da família. Eu terei que... opa...

— Oh Nev – Frank suspirou sorrindo de leve abraçando o filho de lado — Não coloque peso em si mesmo, não precisa ser igual todos os Longbottom para honrar a família.

— Querido, você está na grifinoria e isso quer dizer que você é corajoso, não importa o que digam, não deixe que te digam o que deve ser ou não – Alice beijou a testa do garoto que sorriu com os olhos lacrimejando.

O pé de Neville afundara direto por um degrau no meio da escada. Havia muitos desses degraus bichados em Hogwarts; já era uma segunda natureza na maioria dos alunos antigos saltar esse determinado degrau, mas a memória de Neville era notoriamente fraca. Harry e Rony o agarraram pelas axilas e o puxaram para cima, enquanto uma armadura no alto das escadas rangia e retinia, rindo-se asmaticamente.

— Sempre eu – Neville mais novo gemeu descontente.

– Quieta aí – disse Rony, baixando o visor da armadura com estrépito, ao passarem.

Os garotos se dirigiram à entrada da Torre da Grifinória, que ficava escondida atrás de uma grande pintura a óleo de uma mulher gorda com um vestido de seda rosa.

– Senha? – perguntou ela quando os garotos se aproximaram.

– Asnice – disse Jorge –, um monitor me informou lá embaixo.

O retrato girou para a frente, expondo um buraco na parede, pelo qual todos passaram. Um fogo crepitante aquecia a sala comunal circular, mobiliada com fofas poltronas e mesas.

Hermione lançou às chamas dançantes um olhar mal-humorado e Harry a ouviu dizer distintamente “trabalho escravo”, antes de dar boa-noite aos amigos e desaparecer pelo portal que dava acesso ao dormitório das meninas.

Harry, Rony e Neville subiram a última escada em espiral para chegar ao próprio dormitório, que ficava situado no alto da Torre. As camas de colunas com cortinados vermelho-escuros estavam encostadas às paredes, cada uma com o malão do dono aos pés.

Dino e Simas já estavam se deitando; Simas pregara sua roseta da Irlanda na cabeceira da cama e Dino afixara um pôster de Vítor Krum em cima da mesa de cabeceira. Seu velho pôster do time de futebol de West Ham estava pendurado ao lado do novo.

— Dino e Simas, o casamento foi incrível, nunca comi tanto – Ron sorriu se lembrando da celebração dos dois amigos.

— Foi engraçado – Potter riu ao lembrar da família trouxa de Dino que se assustava com tudo mágico.

– Biruta – suspirou Rony, sacudindo a cabeça para os jogadores de futebol completamente imóveis.

Harry, Rony e Neville vestiram os pijamas e se enfiaram em suas camas. Alguém – um elfo doméstico, com certeza – colocara esquentadores entre os lençóis. Era extremamente confortável, ficar ali deitado na cama escutando a tempestade rugir lá fora.

– Eu tentaria, sabe – disse Rony, sonolento, no escuro –, se Fred e Jorge descobrirem como... o torneio... nunca se sabe, não é?

— Você também não Ronald – Molly esbravejou

– Imagino que não... – Harry se virou na cama, uma série de imagens novas e fascinantes se formando em sua cabeça... ele enganara o juiz imparcial fazendo-o acreditar que tinha dezessete anos... tornara-se campeão de Hogwarts... estava em pé nos jardins, os braços erguidos em triunfo diante de toda a escola, que o aplaudia e gritava... ele acabara de ganhar o Torneio Tribruxo... O rosto de Cho se destacava claramente na multidão difusa, o rosto radioso de admiração...

— Patético – Ginny estapeou a nuca do marido que riu alto.

Harry sorriu para o travesseiro, excepcionalmente contente de que Rony não pudesse ver o que ele via.

— Foi até que leve – Marlene falou sorrindo e todos concordaram.

— Mas achei esse torneio perigoso – Lily falou preocupada

— O se 2020 foi em Hogwarts, mamãe não me deixou participar – James falou descontente

— É óbvio que não – Ginny falou como se fosse óbvio.

— EU VOU LER – Teddy gritou rindo — O Cálice de Fogo.


Notas Finais


Desculpem pelo capítulo fraco pessoal.

Até amanhã!!


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