Sakura
Manhã de sábado, os raios solares invadiam o quarto pela janela aberta. Me remexi na cama a procura do corpo dela, mas o lado que ela costumava ocupar estava frio e vazio. Bufei, irritada. Como eu odiava essa mania dela de acordar cedo no sábado, especialmente naquele.
Sou Sakura Haruno, tenho 22 anos e curso Medicina. Tenho 1,70 de altura, meus cabelos são rosa natural e tenho um corpo normal. Namoro a garota mais linda e perfeita desse mundo: Hinata Hyuuga. Ela é um pouco mais baixa que eu e tem um corpo mais exuberante, também é um ano mais nova e cursa fotografia na mesma Universidade que eu. Seus lindos cabelos negro-azulados lembram o céu a noite, e seus olhos são como duas pérolas, as joias mais preciosas desse mundo para mim.
Fiquei mais alguns segundos na cama, tentando me acostumar com a claridade. Me levantei e rumei para o banheiro onde tomei um banho e completei minha higiene matinal. Passei a procura-la pelo apartamento, a encontrando no quarto de hóspedes, mexendo em algumas fotos.
Me aproximei sorrateiramente e a abracei no mesmo ritmo que me ajoelhava às costas dela. Senti seu corpo dar um leve pulinho de susto e não consegui conter o riso enquanto lhe beijava o pescoço.
-Ficou louca? Quer me matar? – perguntou fazendo drama, com uma mão na altura do coração.
-De forma alguma – ri mais – só não resisti a oportunidade – senti os leves tapas daquelas pequenas e delicadas mãos em um de meus braços – ai, também não precisa me bater – resmunguei, minha vez de fazer drama.
-Idiota – me xingou, eu já imaginava o sorriso doce em seus lábios.
-Hm, e o que a senhorita tava fazendo? – perguntei olhando por cima de seu ombro e vendo que ela olhava fotos nossas, do inicio do nosso namoro, fotos que eu tinha certeza que ela tinha apenas na maquina fotográfica profissional dela – é sério que você mandou revelar isso? – perguntei.
-Não mandei, eu mesma revelei – ela disse analisando uma foto em especial, o dia ensolarado, perfeito para um piquenique, nos duas sentadas sobre um lençol vermelho, eu atrás dela, a abraçando e ela corada entre minhas pernas – gosto de guardar os momentos importantes para mim – completou enquanto eu pousava meu queixo no ombro dela.
-É sério mesmo? Você é mesmo ultrapassada – brinquei descendo minhas mãos pelos braços dela, segurando suas mãos e entrelaçando meus dedos aos dela.
-Não sei por que – resmungou voltando sua atenção as fotos.
-Será porque hoje em dia respiramos tecnologia? Onde pen drive ou até mesmo um cartão de memória é capaz de armazenar milhares de fotos? – perguntei a ela.
-Hm, ainda gosto de manter os mesmo rituais de quando eu era criança – senti ela se mexer um pouco e se virar na minha direção – mesmo com tanta tecnologia, você não acha bonito alguém guardar fotos de momentos felizes e importantes?
-Nem tanto, as fotos de degradam com o tempo – respondi, sem interesse.
-E isso as torna ainda mais belas – ela responde com um sorriso – não importa o poder que o tempo exerça sobre uma foto, a beleza contida nela nunca some, apenas se intensifica – ela completou, eu a olhei confusa.
-Você tem uma maneira estranha de ver as coisas – falei e a ouvi rir.
Aquele sorriso era tão contagiante que em menos de dois segundos eu estava sorrindo. Boba. Apaixonada por aquele sorriso lindo e doce dela. Quando percebi, meus olhos já estavam fixos nos lábios rosados e atraentes e uma vontade louca de beijá-la me dominou. Era sempre assim, sempre que eu a olhava, era como se fosse a primeira vez, e a cada olhar eu me sentia ainda mais apaixonada, mais dependente dela, da sua presença, seu sorriso, sua voz, sempre calma. Ela era a única que conseguia me acalmar quando algo me incomodava. Ela era a única que me compreendia, que me apoiava. Acariciei seu rosto ainda sorrindo e a puxei para mim. A beijei com todo o meu amor. Com toda a minha paixão, a envolvi em meus braços e ela sabia que ali era seu porto seguro, onde ela poderia chorar quando estivesse triste, desabafar quando estivesse magoada, gritar quando estivesse com raiva. Já não podia mais imaginar uma vida sem ela, era como se faltasse algo, e de fato faltava, ela.
-Você tá estranha hoje – ela disse após romper o beijo.
-Você me achava estranha quando nos conhecemos – ri.
-Não é a mesma coisa – ela desviou o olhar – você era a paixão juvenil do garoto que eu gostava, então eu via defeito em tudo relacionado a você – sorriu, envergonhada.
-É, eu demorei pra te mostrar que o Naruto não prestava e que você precisava ser minha – sorri.
Era verdade, naquela época eu tive que provar que aquele bastardo loiro apenas queria levá-la para a cama, o que demorou certo tempo. E ainda depois, tive que fazê-la perceber que ela me amava tanto quando eu a amava. Convencida, não?
-Naruto foi um grande canalha – eu percebi o olhar dela, era um olhar triste, perdido – pelo menos a decepção serviu para me unir mais a você.
-É, no fim das contas aquele bastardo serviu para alguma coisa – sorri a fazendo sorrir também – bem, vamos deixar toda essa nostalgia para lá, o que acha de se vestir para irmos tomar um café, naquela padaria que você ama? – perguntei reparando que ela usava uma camiseta de moletom velha do primo, eu acho.
-Não vai dar, amor – arqueei uma sobrancelha, ela nunca recusava um convite daqueles, ainda mais vindo de mim.
-E por que? – perguntei sem entender o motivo do desanimo dela.
-Preciso fazer algumas coisas e, se não for abusar, queria que você saísse de casa – o que? Ela tava me expulsando da minha própria casa? Ai tem coisa.
-Nem pensar, quero passar esse dia com você, bem juntinhas – sorri, não tinha como eu deixá-la sozinha naquele dia, afinal, estávamos completando dois anos de namoro, ela não teria se esquecido... teria?
-Por favor, eu preciso ficar sozinha – insistiu – por que não sai com a Ino? Faz tempo que vocês não se falam – Opa, ela insistindo para que eu encontrasse com a minha ex? tem coisa errada ai...
-Tá se ouvindo? Você acabou de mandar eu sair com a minha ex – ela sorriu, me deixando ainda mais confusa.
-Foi só uma sugestão, Sakura – ela respondeu – além do mais, Ino está com o Gaara, não tem motivos para ciúmes, não é? – ela perguntou.
-É claro que não, mas é estranho – eu respondi, Hinata era sempre muito calma e segura quando o assunto era o nosso relacionamento, não me lembro de um dia tê-la visto com ciúmes ou algo parecido – enfim, já que tá insistindo tanto para eu sair de casa, eu vou sair – me dei por vencida, afinal eu precisava mesmo falar com Ino, talvez ela pudesse me ajudar a entender tudo aquilo.
-Obrigada – ela agradeceu e me deu um selinho.
-Hina – a chamei, quando percebi que ela ia sair do quarto – você tá bem? – perguntei, preocupada.
-Sim, não se preocupe – respondeu e saiu.
(...)
Não demorei para sair de casa. Se Hinata precisava de um espaço, eu daria a ela. Parei meu carro na vaga mais próxima à lanchonete onde marquei com Ino. Só não esperava encontrar toda a tropa ali.
-Bom dia Ino – falei me aproximando da mesa – e meninas – completei confusa com a presença de Tenten, Karin e Temari – Ino, eu falei que...
-Não se preocupa com elas, gata – pediu Ino, como eu odiava que ela me chamasse daquele jeito – você disse que precisava de ajuda com a Hinata, então eu resolvi reunir todas.
-Então, rosadinha, o que tá pegando? – perguntou Karin, intrometida.
-Hm – resmunguei, sem alternativas – ela acordou estranha hoje – respondi me sentando ao lado de Tenten.
-Estranha como? – perguntou Ino, interessada.
-Sei lá, estranha – respondi simplesmente – dentre outras coisas, ela parece ter esquecido completamente que hoje completamos dois anos de namoro – expliquei, afinal Hinata era muito apegada a datas e dificilmente iria se esquecer de algo tão importante.
-Entendi – se pronunciou Tenten, eu não gostava muito dela, mesmo ela sendo noiva de Neji, primo da minha pérola, ela parecia não ter esquecido a minha morena, já que ela gostava da Hinata quando nos conhecemos.
-Tá com medo de ela ter deixado de te amar? – perguntou Ino.
-Não sei, talvez – suspirei – não sei o que pensar quando eu acordei, ela tava vendo umas fotos que eu nem fazia ideia que ela tinha, ai me mandou sair de casa – expliquei.
-Que estranho – comentou Temari, pensativa – não acho que ela tenha deixado de gostar de você, Sakura, só acho que ela está preparando uma surpresinha pra você, sabe? E ela não quer que você desconfie.
-Não, definitivamente não – discordei – Hinata não sabe esconder nada de mim, se ela estivesse planejando algo, eu sentiria isso.
-Então por que você não faz algo de especial? – começou Karin.
-Como o que? – perguntei, não tinha nenhuma ideia do que fazer.
-Karin tem razão, Saky – concordou Ino – faz um tempo, você me disse que estava pensando em pedi-la em casamento, não é? – maldita porca, precisava espalhar aquilo, daquela forma.
-Talvez – respondi.
-Então, besta? – ela parecia indignada – que dia melhor que hoje para fazer isso? – ela perguntou.
-Não sei, é tudo muito de repente – respondi, pensativa. Queria transparecer que não estava preparada para dar um passo tão importante como aquele, mas no fundo o que eu sentia mesmo era medo de tomar um fora, de ela não aceitar e ainda por cima terminar com o que tínhamos.
-Deixa de ser besta, garota – começou Karin. Céus, como eu odeio essa garota – a Hinata te ama, idiota, e hoje é o dia certo para você fazer isso – ela completou – vocês já moram juntas a mais de um ano, já tem vida sexual ativa, creio eu, vivem como casadas, só basta a droga de uma papel que oficialize isso, vá e compre as alianças, compre também umas flores e uns chocolates – ela sugeriu.
-Karin, tá maluca? Eu sou universitária, não sou rica – ri, nervosa – além disso, quero esperar terminar minha faculdade antes de dar um passo assim, tão importante.
-Só porque vai noivar agora, não quer dizer que precise casar mês que vem, faz o pedido, e termina de organizar a sua vida e deixa que ela organize a dela, e quando se sentirem preparadas vocês marcam uma data – sugeriu Tenten e eu me surpreendi, ela tinha razão.
-Vou pensar – respondi, a ideia parecia boa, mas eu tava morrendo de medo do resultado – então, mudando de assunto, como vai a vida de vocês? – perguntei, tentando desviar o foco no meu relacionamento.
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