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História Mary Washington Healthcare - Inverno, parte 2


Escrita por: hotlyminds84

Notas do Autor


Oi gente! Feliz Natal a todos vocês! Aos que não comemoram o Natal em si, Feliz Festa das Luzes, Chanuká, Dia do Retorno da Deusa Errante (acho que esse já passou), enfim, boas festas em geral a todos nós!!! Meus melhores desejos a todos vocês, comam bastante e sejam felizes, pois isso que interessa!
Eu acabei terminando essa capítulo quatro da manhã, então, evidentemente, não consegui postar ontem e queria pedir desculpas por isso :(
Mas espero que vocês curtam esse pouquinho de luz no meio da escuridão (referências à Paget, sim ou claro?) e com algumas pequenas surpresas para esse ano-novo!
Amo vocês demais e vamos ao que interessa :3

Capítulo 14 - Inverno, parte 2


-um corpo feminino envolvido por casaco de inverno, cabelos espalhados no solo e uma breve mancha de sangue próximo ao mesmo.

 Caso perguntassem como Hotch percorreu a inclinação sem derrapar ou ficar preso na neve fofa, ele não conseguiria explicar ou até mesmo questionasse quando ele realizou tal ato. Entretanto, antes mesmo de escapar uma respiração, o homem com arma quase escorregando dos dedos encontrou-se jogado ao lado daquela bela mulher. Olhos cobertos de medo, mãos trêmulas à medida que ele botava a Glock no coldre em um único movimento.

 Assim que retirou os fios bagunçados do rosto pálido, órbitas verificando por machucados enquanto seu inconsciente movimentara o braço em busca dos sinais vitais, Hotch sentiu seu coração bater em seu ouvido, gritando pelos sentimentos presos.

- Emily! Emily! Por favor, responda! Emily! – a voz grossa rompia o silêncio da pequena floresta, fazendo os olhos femininos revirarem sem força de abrir – Por Deus...

 Braços masculinos a envolviam com cuidado, as costas doloridas não tocavam mais o chão e ela parecia estar sobre seu colo. Em segundos, ele havia a levantado e começara a caminhar, sua única reação sendo a de aproximar sua cabeça do tórax de seu parceiro, aconchegando-se como fazia quando passavam a noite juntos. Era uma sensação de segurança, mesmo que falsa.

 Portas foram abertas com a costa do homem de expressão vaga, o ar quente interior contrastando violentamente com o gélido exterior. A vida nunca parecera tão cheia de metáforas como naqueles minutos obscuros, nos quais a morena sentiu-se indefesa e exposta de maneiras quase inexplicáveis. Ela nunca havia experimentado a sensação de cair daquela forma, não tão fundo a ponto de ter pesadelos tão reais. No seu íntimo, a morena sabia que Doyle nunca esteve lá. Ela o conhecia o suficiente para saber que, caso a imagem fosse real, ele nunca a teria deixado ao alcance de Aaron.

 Emily sentiu outra pontada na cabeça, uma que a fez quase perder a consciência por completo. Ela segurou com força na gola da camisa polo masculina em busca de um ponto para fixar-se, sentindo a textura sob o contato pálido de seus dígitos e um breve suspirar em preocupação. Talvez ele tenha a perguntado seu estado, mas ela não conseguira captar ou produzir uma resposta.

 Quando sentiu a costa repousar sobre a cama, permitiu-se deslizar suas próprias mãos em busca de algum machucado ou dor, tapeando devagar desde o abdome até a testa, onde encontrara um segundo corte pouco abaixo do primeiro. Foi a última coisa envolvida em pânico antes de relaxar na segurança do colo do cirurgião, o qual se encontrava com emoções derramando dos olhos castanhos. Ela precisava fazer aquilo parar, precisava avisá-lo que estava bem, precisava parar de arrastá-lo naquele furacão de sua vida.

 A palma feminina espalhou-se com cuidado sobre a bochecha de Aaron, a qual estava cortada por lágrimas quietas. Ele estava chorando. Sim, Aaron Hotchner estava chorando pela mulher envolta inerme em seus braços. Em um grande esforço, Emily esfregou os lábios com zelo sobre o caminho úmido em seu rosto, sentindo o gosto de todo o sofrimento causado por seu passado irresponsável.

- Eu pensei que fosse perder vocês... – o sussurro abafado foi entremeado por uma contração tensa dos ombros.

 Naquele momento, toda a culpa desceu em seu sistema como uma longa espada consumindo sua alma devagar, tão dolorosamente devagar ao ponto dela duvidar por quanto tempo suportaria tudo aquilo. O beijo foi quase um fantasma, como se ambos estivessem a dissipar no longo toque.

 Quando olhos castanhos mergulharam em olhos quase negros, Emily soube que aquele era apenas o começo.

(...)

 Com os primeiro raios de luz a rasgar a manhã cinzenta, a garganta de Emily partiu-se em gemido alto, envolvido no prazer proporcionado pela boca atenciosa de seu parceiro. Não havia pressa ou anseio, somente um desejo inconfundível de pertencer um ao outro e selar aquele momento como real.

 Na noite, enquanto céus negros se fechavam sobre as pálpebras do casal, mãos - calejadas pelos inúmeros tiros - despiram a morena com gentileza, livrando-se de todos os itens a cobrir suas belas curvas. Quando ele a puxou para perto, corpos colados, trocando calor da forma mais terna possível, Aaron deixou seu pensamento viajar. Este parou em uma casa à beira da praia, Jack e uma pequena menina de cabelos negros brincando na água. Um cachorro correndo em direção a eles enquanto Prentiss – talvez até lá ele não pudesse a chamar mais assim – tentava segurá-lo na coleira.

- Você parece pensativo – dedos femininos deslizaram pelo cabelo liso, o queixo dele apoiando-se perto de onde sua barriga formava uma pequena montanha.

- Hmm – ele esfregou a ponta do nariz sobre o pequeno ponto em movimentação, beijando o local e um pequeno chute fora imprimido contra seus lábios – Nada demais.

 A médica torceu a boca, órbitas encontrando uma risada quase infantil a brincar no rosto do agente mais velho ao passo em que ele perseguia as ondas formadas. Eventualmente, a única imagem refletida em seus devaneios era do quanto ela tinha sorte de tê-lo ao seu lado. Era um pensamento meloso, sim, quase romântico demais para rondar a cabeça de Emily Prentiss.

- Por que? - Derek perguntara um dia, pouco após assistirem à um filme - Você está confinada em uma cabana no meio do nada. 

- Essa é a explicação - respondera antes de devorar a última colher do sorvete.

Caso seus caminhos nunca tivessem cruzado de maneira tão profunda, ela estaria perdida em alguma prisão americana, enfrentando todas as intempéries sem nunca ter cometido um crime. Certo, a morena estava longe de não enfrentar o purgatório, contudo, nunca havia destruído alguém na maneira literal da palavra.

 Então sim, ela tinha sorte. Tinha sorte por ele não ter desistido em todos as pequenas infrações no meio do percurso, tinha sorte pela preocupação excessiva e por ele ter arriscar tudo por ela. Em suma, ela tinha sorte por ele repousar tranquilo sobre o filho deles, um sorriso satisfeito gracejando o rosto e um acariciar suave em sua cintura, justo em meados do maior inferno de suas vidas.

- Ah! Eu quase esquecia – ele se levantou em um único movimento, parando em frente à cama com o indicador despontando – Não se mexa.

- Pode deixar.

 Hotch virou-se de costa, encurtando sua distância à porta em passos animados, à medida que Emily virou a cabeça para acompanhar a imagem formada por sua costa desnuda contra as luzes da alvorada. Ela observou cada curva, bebendo na visão de seu corpo completamente exposto e, sem ao menos perceber, acabou apoiando-se sobre os cotovelos para ampliar seu campo visual.

- Eu disse para não se mexer – ele riu por cima dos ombros antes de desaparecer em direção à sala.

 A mulher jogou sua cabeça contra o travesseiro, a risada leve tomando conta da crescente sensação de sono. Após algumas respirações tranquilas, em puro silêncio e um breve sorriso a embelezar o rosto, Aaron retornara ao quarto com o pacote em uma mão e o bolo em outra.

- O que é isso? – ele fechou a porta com o pé, tentando o melhor para não derrubar tudo.

- "Obrigada meu amor, por ter passado três semanas atrás de um presente e mais algumas horas na cozinha com o Jack para fazer preparar esse bolo maravilhoso – ele colocou os itens sobre o criado-mudo, apenas garfos, facas, colheres e alguns guardanapos como utensílios para enfrentar a sobremesa no café da manhã – Ah, sem contar o melhor sexo oral da minha vida hoje de manhã e ter me salvado de congelar sozinha ontem, ó Aaron você é meu herói!

- Que bom que você sabe ler por trás das minhas palavras – ela riu, recebendo um selinho antes de receber a caixinha colorida – Exceto pela parte final, obviamente.

- Obrigado pela parte que me toca – ele sentou-se em sua frente, dedão acariciando a coxa feminina à medida que ela percorria o laço vermelho ao redor do papel laminado verde – Feliz Natal.

- Feliz Natal!

 Ela desfez o nó simples com dois movimentos, liberando a embalagem para ser manipulada por seus dedos ágeis. Em instantes, Emily tinha a maior das expressões de surpresa em seu rosto, o castanho de sua íris reluzia contente com o pequeno significado daquela corrente de prata. Quatro pequenas esferas. Era um sinal de esperança, uma faísca entre a escuridão que eles viam todos os dias.

- Aaron... – sussurrou antes de abraçá-lo com afeição, as pernas ao lado das coxas masculinas à medida que ela ocupara seu colo.

 Apesar de muitos de seus dias serem envolvidos em um turbilhão de loucuras diferentes, ambos prendiam-se àqueles breves minutos para seguir em frente. Emily começara a achar que estava vivendo em um daqueles romances no qual tudo teria um final feliz e ficariam à salvo. Bem, isso até a realidade mostrar-se muito mais cruel, lembranças irritantes martelando ao fundo.

- Eu conversei com o time e, como sempre, fiquei responsável de passar as informações – a palma do chefe deslizou sobre o caminho de sua espinha, as narinas captaram a essência de margaridas emanando dos cabelos escuros – Então vou ser objetivo.

- Como se isso fosse uma novidade – ela rolou os olhos ao afastar o tronco apenas o suficiente, braços ainda a cair preguiçosos sobre os ombros largos e unhas tracejando linhas em sua nuca.

- Bem, sobre nossa conversa em relação ao treinamento com armas, eu consegui convencê-los devido ao risco da operação tanto para você quanto para o bebê, então se prepare, pois eu e Morgan vamos nos revezar terças e quintas para isso – ele esfregou a ponta de seus narizes, chamando atenção dos olhos perdidos – Além disso, eu não poderei passar o ano-novo aqui, apareceram novas pistas em Houston e provavelmente ficaremos presos lá por Deus sabe por quanto tempo – Emily grunhiu em desaprovação, um beicinho quase infantil formara em sua boca – Mas, alguém vai ficar com você durante esse tempo, não se preocupe.

- Eu posso, pelo menos, saber quem é?

- A Embaixadora Prentiss, sua mãe – Hotch pronunciou de maneira limpa, mandíbula ligeiramente tensa pelo conhecimento da situação delicada entre as duas.

 Desde a fuga da Irlanda, a relação entre mãe e filha não havia sido a mesma. Elizabeth a culpava por sua atitude irresponsável e mal pensada. Emily admitiria aquilo como uma preocupação comum, porém, os ressentimentos do passado rutilavam ao fundo e ela não conseguia encarar daquela maneira. A figura materna ausente, principalmente após o falecimento de seu pai, acabou por afastar ambas de maneiras irreparáveis. Com a carreira de diplomata, as viagens constantes e criação realizada por várias babás ou pelos internatos, a filha nunca conseguiria tê-la como alguém que ela almejava ser. Agora, após os efeitos das decisões erradas da morena – sem contar o relacionamento com Aaron e a gestação – ela não fazia nem ideia de como enfrentar sua mãe.

- Ooh, nesse caso, eu acho bom você me ensinar a atirar o mais rápido possível.


Notas Finais


É só isso galera, espero que tenham gostado!
ps: qualquer comentário é bem-vindo!
ps2: esse cachorro aí foi referência ao Thomas e à Hazel porque enfim, ela é muito fashion kkk


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